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Economia

Nota: Este documento contém todas as perguntas feitas às turmas de três licenciaturas

Tópicos de resolução do primeiro teste


Novembro 2010

Instruções: A objectividade e a capacidade de síntese são altamente valorizadas. Se quiser ter a


cotação máxima em cada alínea, fundamente bem as suas respostas – não se limite a dizer apenas
que sim ou que não, ou que concorda ou que discorda. Lembre-se também que, quando
apropriado, um gráfico ou uma equação pode valer por 1000 palavras. Responda a cada pergunta
em PÁGINAS separadas. Identifique as folhas de prova com o seu nome. Este é um teste
absolutamente SEM consulta! Durante a prova é também proibido todo o tipo de comunicação.
Relaxe e boa sorte! 

Pergunta 1

a) Defina sucintamente o conceito económico de "capital".

Bens de capital são todos os bens que servem para produzir outros bens, sejam estes de
capital ou de consumo. Investir é adquirir um bem de capital.

b) Defina sucintamente o conceito económico de "escassez".

A escassez é o problema económico fundamental de ter desejos e necessidades ilimitadas,


num mundo onde os recursos são limitados. Dito de outra forma, a sociedade não tem
recursos para satisfazer todos os desejos e necessidades humanas. A escassez obriga à
escolha, i.e. ao ‘trade-off’ entre alternativas.

c) Defina sucintamente o conceito económico de "custo de oportunidade".

1
É um custo inerente a toda e qualquer escolha. É o valor da melhor alternativa de que
abdicamos quando fazemos uma escolha.

d) Defina sucintamente o conceito económico de "eficiência".

A par da “equidade”, a eficiência é um dos dois critérios usados na avaliação do


desemprenho de um sistema económico. É a condição na qual a sociedade tira o maior
partido dos seus recursos escassos. É impossível produzir mais de um determinado bem ou
serviço sem ser sacrificando a quantidade produzida de outro bem ou serviço e é impossível
aumentar o bem-estar de um agente económico sem ser sacrificando o bem-estar de outro
agente económico. Tirar o maior partido dos recursos escassos implica que quem consome
o bem é quem mais o valoriza e quem o produz é quem tem o menor custo. É a condição em
que não existe desperdício.

e) Enuncie sucintamente o princípio da "utilidade marginal decrescente".

É a propriedade na qual o bem-estar que resulta do consumo de mais uma unidade de um


bem decresce com o número de unidades que são consumidas. A primeira unidade
consumida “sabe sempre melhor” e dá mais prazer do que a segunda unidade, e por aí
adiante.

f) Defina sucintamente o conceito económico de "quantidade procurada de um bem".

E a quantidade de um bem que o comprador está disposto e capaz de comprar. Não faço
parte da procura de Ferraris porque, apesar de estar disposto a comprar um, não tenho
capacidade de o pagar.

Pergunta 2

a) Represente graficamente (com z em ordenadas) a seguinte restrição orçamental:


100 = 2x + 4z, onde (x; z) é um cabaz dos bens 1 e 2, respectivamente.

2
4z = 100 ¡ 2x

z = 25 ¡ 12 x

Se x = 0 então z = 25
Se z = 0 então x = 50

b) Qual o custo de oportunidade de uma unidade do bem 2 em termos do bem 1?

CO2;1 = 2

Para ter mais uma unidade do bem 2, preciso de 4€ que é o preço do bem 2, o que daria
para comprar 2 unidades do bem 1 que se vende a 2€ por unidade.

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Nota que o valor absoluto do declive (1/2) é corresponde ao custo de oportunidade do bem
1 em termos do bem 2, i.e. a CO1;2.

c) Represente graficamente as preferências do consumidor para quem os bens 1 e 2 são


complementares, sendo que só faz sentido consumir 3 unidades do bem 1 por cada
unidade do bem 2 que for adquirida.

Um exemplo de dois bens complementares em que só faz sentido consumir um com o outro
é “sapato do pé esquerdo” e “sapato do pé direito”.

A restrição de complementaridade escreve-se como x = 3z, dado que sempre que se


consome uma unidade do bem 2, só faz sentido consumir 3 unidades do bem 1. Sempre que
se consome 4 unidades do bem 2, só faz sentido consumir 12 unidades do bem 1. O
consumo dos cabazes (3,2) e (4,1) dão o mesmo bem-estar do cabaz (3,1).

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d) Resolva o problema do consumidor, i.e. determine analiticamente o cabaz (x¤ ; z ¤ ) com as
quantidades dos bens 1 e 2 que esgotam o rendimento e que maximizam a utilidade do
agente.

O cabaz óptimo, (x¤ ; z ¤ ), i.e. o cabaz que maximiza a utilidade ou bem estar do agente
económico sujeito à restrição orçamental é o ponto sobre a restrição orçamental que
também satisfaz a condição de complementaridade.

Resolvendo o sistema de duas equações (x = 3z e 100 = 2x + 4z) a duas variáveis (x e


z ), o resultado é (x¤ = 30; z¤ = 10).

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Pergunta 3

Imagine que comprou antecipadamente um bilhete de cinema para ir ver na próxima Sexta-feira o
filme “Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme”. O problema é que chega ao dia, sai de casa e só
quando chega ao cinema é que repara que perdeu o bilhete. Reagindo como o/a economista em
potência que é (), o que deve fazer?

A. Voltar para casa. Afinal, não faz sentido gastar o dobro para ver o mesmo filme;
B. Comprar outro bilhete para o mesmo filme. Afinal, queria mesmo ver o filme, e não vale a
pena chorar por causa do leite derramado.

Fundamente sinteticamente a sua resposta.

É preferível a opção B. No momento em que descobre que perdeu o bilhete para o filme, o valor
que já gastou é um custo afundado. Por este motivo não deve influenciar a decisão de ver ou não
ver o filme. Não deve chorar o leite derramado.

Se antes já queria ver o filme, é porque o benefício superava o custo. Por este motivo, ele deve
comprar outro bilhete e disfrutar o filme, esquecendo que perdeu o primeiro bilhete.

Pergunta 4

Está a pensar comprar um novo portátil. O portátil com mais memória RAM, com o maior disco
rígido e com o maior ecrã é necessariamente o melhor para si? Como é que toma a sua decisão?
Fundamente bem a sua resposta, pensando com um(a) economista, e assumindo que o seu
orçamento comporta mesmo o portátil mais caro.

Apesar de poder gastar o que quiser na compra do portátil, não deve comprar o portátil mais caro
que encontrar. Isto porque se for para além do óptimo em termos das funcionalidades então terá
menos dinheiro para os restantes bens e serviços. A forma de maximizar o seu bem-estar é, para
cada extra, decidir se o benefício é pelo menos tão grande quanto o custo.

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Por exemplo, em função do custo por gigagbyte de memória RAM (custo marginal), deve optar
pelo número de gigabytes onde o seu benefício marginal é mais próximo do custo marginal, sem
que o custo marginal exceda o benefício marginal.

Pergunta 5

a) "Todo o problema económico tem uma componente financeira." Concorda? Se discordar,


dê um exemplo de um problema económico sem uma componente financeira.

Discordo. Há vários exemplos de problemas económicos sem uma componente financeira.

(A) O problema de como afectar ou alocar o tempo de estudo (bem escasso) entre duas
cadeiras.

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(B) O problema que o chefe de uma equipa médica da AMI tem em missão ao Haiti. Já leva
um C130 com médicos, enfermeiros e medicamentos. Tem de decidir como afectar os
recursos para evitar sofrimento e para maximizar o número de doentes que recuperam.

b) Por que é que normalmente se desenha uma Fronteira de Possibilidades de Produção


côncava à origem? Faça um gráfico ilustrativo e explique.

A FPP tipicamente é côncava à origem porque o custo de oportunidade (i.e. o declive da


FPP) não é constante ao longo de toda a curva. No limite, quando numa economia todos os
recursos são canalizados para a produção de um só bem, são usados recursos (humanos e
outros) que seriam muito mais produtivos numa outra alternativa, i.e. o seu custo de
oportunidade é muito alto. É o caso quando até o terreno mais estéril é usado para a
agricultura.

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c) A redistribuição de rendimento dos ricos para os pobres reduziria o problema da escassez?
Explique sucintamente.

A escassez tem a ver com recursos limitados face a desejos ilimitados. Redistribuir
rendimento dos ricos para os pobres não aumenta os recursos disponíveis. Por isso, não
reduz o problem da escassez.

d) Qual o papel do empreendedor (entrepreneur) numa economia de mercado?

O empreendor (i) organiza os restantes factores de produção, (ii) inova, e ainda (iii) corre
riscos. O empreendedor não é necessariamente o inventor (muitas vezes não é) de um
produto novo. É ele que o leva ao mercado e garante que os consumidores o conhecem.

e) Numa família apenas o pai trabalha a tempo inteiro e a mãe fica em casa a cuidar da
família. Como é que procederia para identificar e calcular o custo de oportunidade da mãe
que pondera também ir trabalhar a tempo inteiro? Serão esses cálculos relevantes para a
decisão dela se vale a pena ou não ir trabalhar?

A mãe só deve ir trabalhar se, ao tomar esse decisão, tiver um benefício líquido positivo.
Para isso temos que contabilizar de um lado todos os custos (financeiros e económicos) e de
outro lado todos os benefícios (financeiros e económicos). Isto é, temos que contabilizar os
custos e benefícios explícitos, de oportunidade e aqueles relacionados com a utilidade.

Entre os benefícios contam-se:

 A remuneração líquida de todas as contribuições e impostos nos termos da Lei;


 O valor da realização pessoal por ir trabalhar (sentir-se mais útil, etc.);
 O valor das relações interpessoais (interagir com mais pessoas, com colegas, etc.);
 A possível utilidade ou bem-estar em estar longe dos filhos;
 A possível utilidade de não ter de limpar a casa e fazer o jantar, por exemplo;
 A possível utilidade que deriva de conduzir;

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Entre os custos contam-se:

 A desutilidade relacionada com o trânsito ou com a utilização de transportes públicos;


 A desutilidade relacionada com aturar um chefe e o stress;
 Os custos em ir trabalhar (combustível, automóvel, maquilhagem, roupa, …);
 Os custos com ATL, baby-sitter e alguém que lhe limpe a casa;
 Os custos com o jantar que compra no Pingo Doce todas as noites;
 O custo em utilidade por não poder estar tanto tempo com a família;

f) De que forma é que a especialização reduz o problema da escassez? Explique sucintamente.

A especialização aumenta a utilidade total que os agentes económicos podem retirar dos
recursos escassos, como é o caso do tempo. Neste sentido, torna os recursos menos
limitados, porque a variedade, qualidade e número de bens que estão agora disponíveis
aumenta com a especialização.

A especialização aumenta o valor do que é produzido por cada trabalhador. Neste sentido,
há maior abundância.

Pergunta 6

a) Em que medida é que permitir a um país o acesso ao comércio internacional é como que
uma nova tecnologia? Dica: Use a FPP do país.

O melhor que um país sem acesso ao comércio internacional pode fazer é escolher o ponto
sobre a sua Fronteira de Possibilidades de Produção (FPP) que lhe confere o maior bem
estar. Nesta situação, o país consome o cabaz de bens que produz.

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Quando tem acesso ao comércio internacional, enfrenta termos de troca internacionais que
dão origem a uma Fronteira de Possibilidades de Consumo (FPC), sobre a qual o país pode
escolher o ponto onde consumir. Esta nova situação possibilita atingir um nível de bem-
estar ainda mais elevado do que anteriormente.

O novo ponto sobre a FPC era um ponto inatingível com a FPP inicial. I.e., só estaria
disponível num contexto sem acesso ao comércio internacional se houvesse uma expansão
da FPP resultante de uma melhoria tecnológica. É neste sentido que o acesso ao comércio
internacional é semelhante à implementação de uma nova tecnologia.

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b) “O Leonardo da Vinci (1452-1519) foi o arquétipo do Homem do Renascimento. Foi um
génio, um excelente pintor, escultor, inventor, e cientista, entre outros. Mesmo hoje,
quase cinco séculos após a sua morte, é um homem que admiramos profundamente.”
Valerá a pena ao Leonardo contratar um assistente, mesmo sabendo que ele não
encontrará ninguém à sua altura? (Ignore o facto do Leonardo querer guardar em segredo
tudo o que faz.) Explique, recorrendo aos conceitos de "vantagem absoluta" e "vantagem
comparativa".

Sim, vale a pena ao Leonardo contratar um assistente. Apesar do Leonardo ter vantagem
absoluta em tudo (consegue produzir qualquer bem ou serviço utilizando menos recursos
que qualquer outra pessoa), ele não tem tempo para fazer tudo. Se contratar alguém,
mesmo que não seja tão bom quanto ele é, vão conseguir produzir mais. Leonardo não
pode ter vantagem comparativa na produção de todos os bens e serviços porque este é um
conceito relativo e não um conceito absoluto. Ao contratar um assistente, cada um deve
especializar-se segundo a sua vantagem comparativa. Isso requer que cada um execute a
tarefa onde o custo de oportunidade é mais baixo.

c) Ignorando os conselhos dos mais eruditos da época, o Leonardo contrata um assistente de


investigação: o Francesco.

Quadro 1. Tempo que leva para executar cada tarefa (semanas de trabalho)

Tarefa Leonardo Francesco

Pintar a Mona Lisa (P) 100 400

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Fazer os cálculos para a
construção do helicóptero 10 80
(C)

O Francesco sugere que seja ele mesmo a fazer os cálculos para a construção do
helicóptero porque “o Leonardo pinta melhor”. Concorda? Fundamente a sua resposta.
Não se esqueça de referir que critério utiliza para determinar quem deve fazer o quê.

Só deve ser o Francesco a fazer os cálculos se for tiver um custo de oportunidade mais baixo
nessa tarefa, quando comparado com o Leonardo. Temos que fazer as contas.

No caso do Leonardo (L), o custo de oportunidade de pintar (P), expresso em termos do


L
número de cálculos (C), calcula-se como COP;C = 10. O raciocínio é o seguinte: Se o

Leonardo pintar a Mona Lisa precisa de 100 semanas de trabalho, um período de tempo no
qual poderia fazer 10 cálculos. Logo o que ele abdica ao pintar a Mona Lisa são 10 cálculos.

No caso do Francesco (F), o custo de oportunidade de pintar (P), expresso em termos do


F
número de cálculos (C), calcula-se como COP;C = 5. O Francesco ao pintar a Mona Lisa

precisa de 400 semanas, período no qual poderia fazer 5 cálculos. Logo, o que ele abdica ao
pintar a Mona Lisa são 5 cálculos.

Segundo o Princípio da Vantagem Comparativa, os agentes devem especializar-se nas


actividades onde o custo de oportunidade é mais baixo.

Neste caso, como quem tem o custo de oportunidade mais baixo de pintar a Mona Lisa é o
Francesco (5 < 10), deve ser o Francesco a pintar e o Leonardo a fazer os cálculos.

L L
Repare que COC;P = 1=COP;C = 1=10, pelo que o Leonardo tem um custo de

oportunidade mais baixa nos cálculos para o helicóptero (1/10 < 1/5).

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Repare ainda que o quadro já está expresso em termos dos recursos que são necessários
para produzir cada bem.

Pergunta 7

a) Verdadeiro, falso ou incerto e porquê? “Se o custo marginal é igual à receita marginal,
então a empresa necesariamente não tem qualquer lucro, porque os custos totais são
iguais às receitas totais”.

Falso. O lucro calcula-se como a diferença entre a receita total e os custos totais. O lucro é
máximo quando a receita marginal iguala o custo marginal.

b) Para cada grupo, ordene os seguintes bens do mais inelástico ao mais elástico.
Fundamente sintecticamente a ordem que escolheu.

Grupo 1:

(i) Insulina
(ii) Maçãs tipo Granny Smith
(iii) Sapatilhas de correr

Grupo 2:

(i) Pastilha elástica


(ii) Automóveis
(iii) Vestuário

Grupo 1 (do mais inelástico ao mais elástico): i) iii) ii). i) – não há substitutos. ii) e iii) há
mais substitutos de “maçãs tipo Granny Smith” do que há de “sapatilhas de correr”. Quanto
mais específica for a definição do bem maior a sua elasticidade.

Grupo 2 (do mais inelástico ao mais elástico): i) iii) ii). A pastilha elástica representa uma
percentagem minúscula do orçamento de uma pessoa. A despesa mensal com o automóvel

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tipicamente excede a despesa mensal com vestuário, pelo que os automóveis terão maior
elasticidade, em termos relativos.

c) O deputado Jorge Jorginho propõe um aumento dos impostos sobre o tabaco e sobre o
álcool. Ele diz “O objectivo desta proposta não é aumentar a receita, mas apenas
desencorajar maus hábitos como beber e fumar. Se o preço do tabaco e do álcool
aumentar, então a maior parte das pessoas deixará de os consumir. Afinal, ninguém
precisa de beber nem de fumar.”

c.1) Concorda com a afirmação do Sr. Jorginho? Fundamente a sua resposta.

Não. O aumento do preço resultante do agravamento do imposto específico sobre o tabaco


e sobre o álcool não vai desencorajar significativamente o seu consumo. É assim porque a
procura por estes dois bens é inelástica. A quantidade procurada cai, mas pouco.

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c.2) O Ministro das Finanças Paulo Poupadinho reagiu às declarações do Sr. Jorginho
dizendo “Numa altura em que temos que reduzir o défice orçamental não podemos
arriscar perder receita fiscal, algo que poderia acontecer se as pessoas cortassem no
consumo de álcool e de tabaco.” Concorda com a declaração do Ministro das Finanças?
Porquê?

Não. Não vai haver perda de receita fiscal porque a procura por estes dois bens é inelástica.
Por este motivo o MF não tem de ser preocupar.

Pergunta 8

a) Como é que a curva de procura de um bem ‘normal’ se desloca (i.e., para a esquerda, para
a direita ou não se desloca) em cada um dos seguintes casos? (Nota: Não precisa de
mostrar os gráficos!)

i. O preço do bem substituto cai (Esquerda)


ii. A população aumenta (Direita)
iii. Os consumidores já não gostam tanto do bem (Esquerda)
iv. O preço do bem complementar cai (Direita)
v. O bem torna-se mais caro (Não se desloca)

b) “O aumento do preço dos combustíveis levou a uma forte quebra na sua procura.” Seja o
mais rigoroso possível, e diga se concorda ou discorda com esta afirmação. Justifique.

Discordo. Não podemos confundir quebra na procura com quebra na quantidade


procurada. Neste caso, apenas se alterou o preço do próprio bem, pelo que houve apenas
uma quebra na quantidade procurada.

c) “O preço da batata nacional tem aumentado nas últimas semanas, Como tal, os
consumidores têm comprado mais batata estrangeira. Como tal, a venda de batata

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nacional tem caído, e a venda de batata estrangeira tem aumentado.” Usando apenas a
informação contida nesta citação, e assumindo que tudo o resto é constante, qual das
seguintes descreve melhor a afirmação?

(A) Uma deslocação das curvas de procura de batata nacional e de batata estrangeira

(B) Um movimento ao longo das curvas de procura de batata nacional e de batata estrangeira

(C) Um movimento ao longo da curva de procura de batata nacional e uma deslocação da


curva de procura de batata estrangeira

(D) Uma deslocação da curva de procura de batata nacional e um movimento ao longo da


curva da procura de batata estrangeira

Fundamente sintecticamente a sua opção.

C).

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Pergunta 9

a) Mostre graficamente que nenhum dos dois cabazes indicados na Figura seguinte garante
uma utilidade máxima ao agente económico. A restrição orçamental é dada por
100 = 2x + 5y , e a utilidade é dada por U = xy.

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Nenhum dos pontos indicados a vermelho na primeira figura garantem a utilidade máxima
ao agente económico. Vou apenas analisar por que razão o ponto mais acima não é um
ponto óptimo. O outro explica-se de forma análoga.

O ponto não pode ser óptimo porque aí a Taxa Marginal de Substituição (TMS), i.e. o
declive ou inclinação da curva de indiferença (representado na segunda figura pela
distância “d”) é maior que o rácio de preços (representado na segunda figura pela distância
“f”). O raciocínio económico é o seguinte: No ponto em causa o agente económico estaria
disposto a abdicar da quantidade “d” do bem y desde que ainda estivesse sobre a mesma
curva de indiferença. A sua utilidade seria a mesma. Contudo, pelo rácio de preços ( p x =p y ),
para ter mais uma unidade do bem x, o agente apenas tem de abdicar de uma quantidade
“f” do bem y. “f” < “d”. Para ter mais uma unidade do bem x, precisa de px euros. Se com
1 euro ele compra seguiria comprar 1=p y unidades do bem y, com px euros, ele compra
p x =p y unidades do bem y.

O ponto não pode ser óptimo dado que o mercado permite que ele adquira mais uma
unidade do bem x sacrificando uma quantidade mais pequena do que aquela que ele
estaria disposto a ceder para manter a sua utilidade. Ele deve adquirir mais uma unidade
do bem x e assim aumenta a sua utilidade.

O ponto óptimo será aquele em que os dois declive são iguais, i.e. no qual a taxa marginal
de substituição é igual ao rácio de preços.

b) Qual é o máximo de utilidade (U ¤ = U (x¤ ; y ¤ )) que o consumidor consegue obter neste


caso?

Ux0 px
A condição de óptimo, Uy0
= py , resulta na equação y=x = 2=5 ou seja, 2x = 5y:

Se resolvermos o sistema de duas equações (esta e a restrição orçamental) a duas


incógnitas (x; y), determinamos (x¤ ; y ¤ ) = (25; 10).

A utilidade máxima que o agente consegue obter é U ¤ (x¤ = 25; y ¤ = 10) = 250.

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Pergunta 10

O Pedro recebeu em casa uma multa de trânsito no valor de 120 euros por um alegado
desrespeito à autoridade. Se não protestar, perde 120 euros e a ofensa fica registada, algo que
desagrada e muito ao Pedro. Se o Pedro quiser protestar, terá primeiro que fazer um depósito no
mesmo valor da multa e depois endereçar uma carta ao Presidente da Autoridade Nacional de
Segurança Rodoviária. Porque está inocente, o Pedro tem a certeza que conseguirá reaver o
depósito, mas só depois de ser ouvido pelo Juíz, algo que só acontecerá daqui por um ano. O
Pedro está indeciso entre protestar e não protestar. Ajude-o a tomar a melhor decisão do ponto
de vista económico, sabendo que, se protestar, ele terá que enviar uma carta registada e com
aviso de recepção descrevendo a sua versão dos factos (custo: 2,46 euros) e terá que se deslocar
primeiro aos Correios e depois ao Tribunal (custo: 12 euros em gasóleo mais 4 euros em
estacionamento). O Pedro desgosta tanto de preencher os impressos do registo e do aviso de
recepção e de entrar num Tribunal que estaria disposto a pagar 40 euros a alguém para fazer isso
por ele, se tal fosse possível. O Pedro aufere uma remuneração (líquida de impostos e
contribuições) de 15 euros por hora e estima que levará ao todo cinco horas para resolver o
assunto, caso opte por protestar.

a) Determine, com detalhe, o custo total que está associado à decisão de protestar.

O custo total de protestar inclui o custo explícito (ou financeiro), o custo de desutilidade, e
ainda o custo de oportunidade.

Custo financeiro (C) = 120,00 + 2,46 + 12,00 + 4,00 = 138,46 EUR.


Custo de desutilidade = 40 EUR.
Custo de oportunidade = 5 * 15,00 = 75 EUR
Custo total de protestar (CTP) = 253,46 EUR.

b) A decisão de protestar ou não vai depender do valor, V, em euros que o Pedro atribui ao
registo de uma ofensa que ele não reconhece, e que só se materializará se não houver
protesto. Sabendo que 120 euros recebidos daqui por um ano valem apenas 118,23 euros
hoje (assumindo uma taxa de juro nominal de 1,5%, o valor actual, presente ou descontado

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é 120/1,015), determine o valor de V a partir do qual vale a pena ao Pedro protestar. Dica:
Lembre-se que o Pedro protesta para reaver os 120 euros e para que a alegada ofensa não
fique registada.

O Pedro só vai protestar se o benefício líquido de protestar for pelo menos tão grande
quanto o benefício líqudo de NÃO protestar.

Se ele NÃO protestar então vai registar um benefício líquido negativo de 0 – 120 – V, dado
que tem de pagar a multa e sofre uma perda de utilidade (valorizada como V euros) relativa
a uma ofensa que ele não reconhece.

Se o Pedro protestar então tem um benefício líquido de 118,23 EUR – CTP, em que CTP é o
custo total de protestar apurado na alínea a) desta questão. Ao protestar consegue impedir
que a ofensa que ele não reconhece fique registada.

Vale a pena ao Pedro protestar desde que:

118,23 – CTP >= - 120 - V

o que equivale a V >= CTP – 120 – 118,23 = 15,23 EUR.

Este é o valor crítico. O valor é bastante baixo, pelo que o Pedro irá provavelmente
protestar. Se, no entanto, fosse uma pessoa já com muitas ofensas no cadastro, para quem
ter mais uma ou mais duas, mesmo que injustas, fizesse pouca diferença (i.e. se a sua
desutilidade de ter no registo uma ofensa que não reconhece fosse suficientemente baixa),
seria racional NÃO protestar, mesmo sendo injustiçado.

c) Quanto maior for o valor de V a partir do qual vale a pena protestar, menos protestos
haverá, mesmo nos casos em que a multa é injusta. Usando as variáveis económicas
referidas neste exercício, refira em que situações é que haverá menos protestos. O que
sugere que o Governo faça se o objectivo for reduzir o número de protestos para assim
combater a morosidade na Justiça?

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Seja X = C – m, onde m é o valor da multa, 120,00 EUR neste caso. X representa os custos
financeiros EXCLUINDO o pagamento da multa.

Vale a pena protestar desde que:

m
V ¸ X + Desutilidade + CO ¡ 1+i

em que desutilidade é a desutilidade por protestar e CO é o custo de oportunidade.

Quanto maior o valor crítico, V*, que está do lado direito da equação menos pessoas
haverá a protestar, mesmo quando se trata de uma ofensa injusta, i.e. uma que a pessoa
não reconhece.

O valor crítico, V*, será tanto maior quanto maior for X, Desutilidade, CO e i, e será tanto
menor quanto maior o valor da multa, m.

Assim, admitindo que a taxa de juro usada para descontar os 120 EUR não é um
instrumento das autoridades, resta agir sobre o m, X, desutilidade e CO. Para reduzir o
número de protestos e combater a morosidade na justiça, o Governo deve: baixar o valor
da multa, aumentar X que é o custo financeiro excluindo o pagamento da multa
(desincentivando o protesto), e aumentar a desutilidade de protestar. Neste caso, faz
sentido contratar os juízes e juízas mais feias! . O custo de oportunidade depende
principalmente da remuneração e do número de horas necessárias para resolver o
problema (aqui o Governo deverá tornar o processo ainda mais burocrático, erguendo mais
barreiras ao protesto).

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