VERÔNICA LOBATO1
1 INTRODUÇÃO
Minerais 0,7
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3 FERMENTOS LÁCTICOS
Preparo da matéria-prima
O leite utilizado para fabricação de iogurte deve apresentar
boa qualidade físico-química e não deve ser utilizado congelado, a fim
de evitar defeitos na textura do produto.
Para a fabricação de um produto mais consistente, deve-se
aumentar a matéria seca do leite pela adição de 2 a 4% de leite em pó.
No caso de utilizar açúcar, este deve ser adicionado ao leite antes do a-
quecimento, normalmente de 8 a 12%.
Tratamento térmico da matéria prima
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Abaixamento da temperatura
Após aquecimento do leite, deve-se resfria-lo à temperatura de
42-43°C. Isso pode ser feito pela substituição da água quente do banho-
maria por água fria. Para não haver contaminação nessa fase, o recipiente
do leite deve estar sempre fechado, abrindo apenas para controlar a tem-
peratura.
Inoculação do fermento
Após o leite ser resfriado (42-43°C) adiciona-se de 1 a 2% de
fermento láctico (cultura ou isca) preparado previamente. O fermento
deve ser homogeneizado, de forma que todos os grumos sejam quebra-
dos. Após a adição do fermento no leite, o conjunto deve ser novamente
homogeneizado por cerca de 2 minutos.
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Resfriamento
Após a adição do fermento, o leite deve permanecer em com-
pleto repouso por aproximadamente 4 horas, a uma temperatura de 41 a
45°C. Ao final da fermentação, o coágulo deve apresentar pH ente 4,5 e
4,7 ou acidez de 70° a 72°D; o gel deve ser liso, brilhante, sem despren-
dimento de soro ou gases.
O objetivo do resfriamento é inibir o desenvolvimento das
bactérias e, conseqüentemente, interromper a produção de ácido. É re-
comendado que se faça em duas etapas, para evitar o choque térmico,
que provoca um encolhimento da massa.
A primeira etapa consiste em abaixar a temperatura a 18-20°C
em, no máximo, 30 minutos, o que pode ser feito com água à temperatu-
ra ambiente. No caso do iogurte batido, pode-se fazer, nessa temperatura,
a adição de ingredientes tais como: frutas, corantes, cereais, mel, etc.,
que devem ser homogeneizados na massa.
Na segunda etapa, a redução da temperatura da massa deve a-
tingir a temperatura de 10°C. O aparecimento do sabor característico do
iogurte ocorre durante as 12 horas posteriores ao resfriamento, propor-
cionando as características finais de um bom iogurte.
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Envase e armazenamento
No caso do iogurte batido, a fermentação é feita num tanque
com posterior embalagem, no qual é envasado depois de resfriado e man-
tido sob refrigeração por um período superior a 24 horas antes de ser
comercializado.
A embalagem deve seguir alguns critérios como: ser imperme-
ável aos sabores, corantes, odores do ambiente, oxigênio e contamina-
ções externas; resistir a acidez do iogurte, a umidade, golpes mecânicos a
que o produto é sujeito durante o transporte e armazenamento e não
permitir exposição do produto à luz. Uma boa opção para produção em
pequena escala é a embalagem de polietileno que apresenta também faci-
lidade para o fechamento térmico.
A temperatura de armazenamento deve ser de 2º a 5°C para
conservar e melhorar a consistência do iogurte, que deve ser consumido
à temperatura de 10 a 12°C, na qual o sabor torna-se mais apreciável.
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a) Edulcorantes
O edulcorante mais utilizado é o açúcar, que pode ser refinado
ou cristal, isento de impurezas. Para produtos “light” ou dietéticos, são
utilizados outros edulcorantes como a sacarina, aspartame, estévia e ci-
clamato.
b) Aromas e corantes
Existem aromas naturais e artificiais que levam ao sabor dese-
jado e devem ser adicionados ao leite após a fermentação. O corante tem
a finalidade de lembrar o sabor escolhido, relacionando-o com a fruta.
Os corantes naturais mais utilizados são originados da beterraba, car-
mim de cochonilha, carotenóides e urucum e os artificiais são o amarelo
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d) Conservante
Seu uso não é permitido pela legislação, restringindo-se ao
preparo de polpas, sucos e pastas de frutas empregados como ingredien-
tes na elaboração do iogurte, num limite máximo de 0,1% de ácido sór-
bico.
e) Espessante
Tem o objetivo de melhorar a consistência, viscosidade e apa-
rência do produto final, além de prevenir a sinérese, que é a separação do
soro (Nielsen, 1975). Como exemplo de espessantes temos o amido mo-
dificado, carragena, ágar-ágar, alginatos, goma xantana, entre outros e
devem ter sabor neutro, fácil solubilidade em água e leite, estabilidade
em pH ácido e não apresentar cor (Rasic e Kurmann, 1978). Sua adição
pode ser feita ao leite frio ou morno antes da pasteurização, no leite
quente logo após a pasteurização ou no leite inoculado antes da incuba-
ção.
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5.2 Requeijão
5.2.1 Conceito
Obtenção da massa
Para obtenção da massa, o leite desnatado deve ser aquecido a
32°C e mantido em repouso por aproximadamente 20 horas, até a coagu-
lação natural da caseína, acidez 60-65°D e pH 4,5.
A coalhada deve ser aquecida a 55°C, com agitação, em um
tanque de fundo duplo e, após a coagulação, segue-se a dessoragem (reti-
rada do soro).
Lavagem da massa
A massa dessorada deve ser lavada três ou quatro vezes com
água fria, até que a acidez da água de lavagem seja reduzida para 4°D e
o pH para 4,37. Os volumes de água de cada lavagem correspondem a,
aproximadamente, o dobro do volume de massa dessorada.
Elaboração do requeijão
A massa deve ser transferida para um tacho de fundo duplo,
onde será adicionado bicarbonato de sódio e cloreto de sódio nas propor-
ções de 0,8%. Após dispersão da massa, o creme é adicionado mantendo-
se a mistura aquecida a 85º-90°C, até completa incorporação da gordura,
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5.8 Manteiga
5.8.1 Matéria-Prima
- Obtenção do creme
Para se obter o creme, o leite deve sofrer o processo do desna-
te que pode ser feito de duas formas:
♣ desnate artificial,
♣ desnate natural
No desnate artificial, o leite é submetido a uma força centrífu-
ga, fazendo-o girar rapidamente. Devido à diferença de densidade, o cre-
me é separado dos demais componentes. Este, em razão da sua menor
densidade, se aproxima do eixo e o leite desnatado é projetado nas pare-
des da desnatadeira.
Os vários tipos de desnatadeira não diferem muito entre si,
pois todas são utilizam o princípio da força centrífuga que se imprime a
uma turbina, por onde se faz chegar o leite. Quando este leite é separado,
os produtos são eliminados por dois sifões: um para o creme e outro para
o leite desnatado.
O desnate natural consiste em deixar o leite em repouso por
aproximadamente 12 horas. A gravidade, agindo lentamente, faz com
que os glóbulos de gordura, que têm menor densidade, subam para a su-
perfície do leite. O creme deve ser retirado com uma escumadeira, to-
mando-se o cuidado de não agitar o leite. Este creme deve conter o mí-
nimo de leite possível.
Para que o desnate seja bem feito, é importante que o leite fi-
que a uma temperatura baixa e que, antes, seja previamente filtrado, o
que garantirá a qualidade da manteiga produzida.
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- Pasteurização do creme
A pasteurização tem como finalidade eliminar todos os mi-
crorganismos que prejudicam a maturação.
A maturação é um processo de fermentação produzido por mi-
crorganismos específicos do creme de leite ou outros acrescidos na for-
ma de um fermento próprio.
Para se eliminar os microrganismos sem prejudicar o valor nu-
tritivo do creme, é necessário submetê-lo a uma temperatura de 75ºC,
mantendo-o por 10 a 20 minutos. Esta operação deve ser feita em banho-
maria para evitar que o creme se queime.
- Maturação do creme
Após a pasteurização, o creme é resfriado a 25ºC. A manuten-
ção desta temperatura é importante para que os microrganismos do fer-
mento se desenvolvam e promovam a maturação desejada. Para isso a-
crescenta-se 2% de fermento láctico específico para manteiga e aguarda-
se de 10 a 15 horas, até que o creme tenha um sabor ácido. Depois de
maturado, a temperatura do creme deve baixar para 12 ºC.
- Bateção do creme
É uma operação que consiste na transformação do creme em
manteiga. Deve-se bater o creme contra uma superfície, de modo que os
glóbulos de gordura se rompam e se juntem, formando uma massa com-
pacta, que é a manteiga.
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- Salga
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- Malaxagem ou amassamento
A finalidade deste amassamento é retirar a água de lavagem que ficou no
interior da manteiga. Se esta etapa não for realizada, o produto fica com
umidade excessiva. O amassado manual se faz estendendo a manteiga
sobre uma mesa e passando sobre ela um rolo apertando-a com as mãos.
Neste momento é que se adiciona o sal, após o qual deixa-se 24 horas em
repouso e repete-se o processo. Dessa maneira, o sal contribui para a
retirar a umidade restante.
- Moldagem e embalagem
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6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Nieisen, V.H. Factors which control the body and texture of commercial
yogurt. American dairy Review, n. 37, p. 36, 1975.
CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO.........................................................................05
2 COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO LEITE ....................................06
3 FERMENTOS LÁCTEOS.........................................................11
4 CONCEITO E TIPOS DE DERIVADOS DO LEITE...............11
5 ELABORAÇÃO DE DERIVADOS DO LEITE .......................12
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................36