DECLARAÇÃO DE HONRA
Eu, Bruno Raimundo Mulhaísse, declaro por minha honra que este relatório foi por mim
elaborado sob orientação da minha supervisora Eng.ª Ana Priscila Salomão, qualquer
semelhança, será pura coincidência, e as informações nele contidas foram extraídas do material
referenciado no bloco reservado a bibliografia.
________________________
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente aos meus pais: Raimundo Alberto Mulhaísse e Virgínia
Isabel Sitoe Mulhaísse, pelo apoio e incentivo que contribuíram para que pudesse conquistar a
vitória tanto desejada, a minha irmã Mércia Virgínia Mulhaisse, familiares, amigos e colegas que
prontamente se disponibilizaram a prestar apoio sempre que possível.
AGRADECIMENTOS
Quero agradecer o todos que directa e indirectamente contribuíram para e efectivação do presente
trabalho, em especial:
A Professora e orientadora deste projecto, Eng.ª Ana Priscila Salomão, pela credibilidade e
dedicação prestada.
Aos professores, pela contribuição dentro da área em que incide o tema, pela atenção e empenho
que demonstraram no decorrer das suas actividades.
ÍNDICE
DEDICATÓRIA............................................................................................................................................ II
AGRADECIMENTOS.................................................................................................................................III
Introdução ......................................................................................................................................................1
2.0 A Rede de Telefonia Móvel GSM e a Percepção do Público Consumidor dos Serviços.........................7
2.2 Percepção do Público Consumidor dos Serviços de Telefonia Móvel GSM ..........................................7
2.2.1 Locais Seleccionados para a Aplicação dos Instrumentos de Pesquisa e Discussão dos
Resultados da Recolha de Dados............................................................................................................8
5.1 Recomendações.....................................................................................................................................34
6.0 Bibliografia.............................................................................................................................................35
Sumário Executivo
Palavras Chave: Telefonia Movel, GSM, Qualidade de Serviço, Moçambique, mCel, vodaCom.
Introdução
O trabalho está dividido em quatro capítulos. O primeiro aborda sobre a construção teórica da
pesquisa. Discute-se nele as estratégias adoptadas para a produção da pesquisa, designadamente a
problemática e justificativa da escolha do tema, definição dos objectivos, dos métodos e técnicos
de pesquisa, das hipóteses, bem como a delimitação do objecto do estudo.
O desenvolvimento sócio-económico do país exige uma pronta resposta dos serviços prestados
pelas operadoras, no sentido de torná-los cada vez mais eficientes e com a cobertura desejável. A
concorrência entre as operadoras deve implicar a necessidade crescente de se fornecer serviços de
qualidade. Os serviços de qualidade assentam no cumprimento das normativas internacionais que
garantem o funcionamento pleno do sistema das telecomunicações.
O aparecimento da segunda operadora veio criar uma esperança, no seio do público consumidor,
da prestação de melhores serviços e da redução das tarifas praticadas. Contudo, cedo se assistiu
uma difícil coexistência entre as duas operadoras, expresso em publicidades que denegriam a
imagem de cada uma delas, ao mesmo tempo que estas procuravam oferecer serviços especiais
aos clientes que consistiam na possibilidade destes, em algum espaço temporal pudessem falar
gratuitamente, duplicação dos impulsos adquiridos para algumas recargas, entre outros
incentivos, sem no entanto haver a melhoria da qualidade de prestação de serviços de
telecomunicações.
Perante o cenário acima referido, levanta-se a seguinte questão: Qual é o nível de Qualidade de
Serviço oferecido em Redes Telefonia Móvel GSM em Moçambique?
A aplicação das técnicas de pesquisa acima descritas constituiu uma estratégia de busca de
informação da percepção do público consumidor sobre o grau de satisfação deste em relação á
prestação de serviços de telecomunicações pelas operadoras.
Fonte: www.maps.google.pt
Após a implantação das duas redes de Telefonia Móvel GSM, estas tiveram um crescimento
significativo em número de assinantes devido a expansão das suas redes nos principais centros
urbanos.
Segundo um estudo publicado pelo INCM na Revista LEMEv1 2007- publicação do Ministério
de Transportes e Comunicações, o mercado das telecomunicações em Moçambique está nos
últimos tempos a registar um crescimento acelerado, tendo passado de 8.6% para 12.59% de
penetração telefónica em 2005 e 2006. Encontravam-se nesse momento licenciadas e registadas
as empresas de telefonia móvel GSM acima mencionadas.
2.2.1 Locais Seleccionados para a Aplicação dos Instrumentos de Pesquisa e Discussão dos
Resultados da Recolha de Dados
Pretende-se com este estudo aferir a qualidade dos serviço disponibilizado pelas redes móveis
GSM tal como esta é sentida pelos consumidores. Seria desejável que a pesquisa fosse efectuada
em locais de maior concentração populacional onde estes tipos de serviços são oferecidos,
portanto, foram considerados os principais pontos da cidade de Maputo. Neste sentido, os locais
escolhidos foram os maiores aglomerados urbanos. A recolha de dados ocorreu em dias úteis,
onde foram inquiridas, em cada dia o correspondente a 15 pessoas. Os resultados da pesquisa
foram configurados em tabelas e gráficos que abaixo se apresentam:
Total 25 25 25 75
Não
Parametros (%) Muito Satisfeito Satisfeito Insatisfeito Responderam
Acessibilidade a Rede 2 5 46 42
Atendimento a Linha
Cliente 1 4 76 19
Cobranca 12 23 35 30
Clonagem de Numeros 0 0 3 97
Outros 19 30 40 11
A tabela indica que, em termos globais, 38.3% (228/595) das pessoas inquiridas não está
satisfeita com os serviços prestados pela mCel. 34.9% (208/595) dos inquiridos, não se dignaram
a responder. Apenas 9.5% (57/595) mostraram-se bastante satisfeitos. Destes últimos, 40%
(23/57), mostram-se satisfeitos pela capacidade da operadora lograr manter continuamente as
chamadas efectuadas. Dos inquiridos que se apresentaram insatisfeitos consideram que a sua
insatisfação reside nas dificuldades de acesso à rede (33.3%) e no atendimento à linha do cliente
(20.1%).
No que concerne a vodaCom, os resultados são expressos na tabela 3 que abaixo se segue:
Muito Não
Parâmetros (%) Satisfeito Satisfeito Insatisfeito Responderam
Acessibilidade a Rede 9 21 40 30
Atendimento a Linha
Cliente 19 32 29 20
Cobranca 12 23 30 35
Clonagem de Numeros 0 0 1 99
Outros 19 30 40 11
Os resultados globais constantes da tabela 3, indicam que 26.5% (159/600) das pessoas inquiridas
não está satisfeita com os serviços prestados pela vodaCom. 34.3% (206/600) dos inquiridos, não
responderam as questões solicitadas. 39.1% (235/600) mostraram-se bastante satisfeitos (14.8%)
ou satisfeitos (24.3%) pelos serviços.
Dos (muitos) satisfeitos pelos serviços da operadora, 29.7% (70/235) afirmam que a capacidade
de retenção das chamadas é satisfatória e 21.7% considera que o atendimento a linha do cliente é
razoável. Dos insatisfeitos, 21.1% consideram que o acesso à rede e a cobrança pelos serviços
prestados (18.8%) constituem a maior preocupação para estes.
Conclusão Parcial 1:
Comparando o desempenho das duas operadoras, na óptica dos inquiridos, pode se concluir (vide
tabela 4 em anexo) que o nível de satisfação dos clientes da vodaCom é relativamente elevado em
relação mCel nos domínios da capacidade de retenção das chamadas e no pronto atendimento da
linha do cliente.
A Qualidade de Serviço está acima de qualquer conceito técnico, este abrange o conjunto de
acções que devem ser tomadas em conta para a única finalidade: trazer satisfação ao cliente.
Com este propósito se faz abaixo uma menção dos principais indicadores de qualidade de serviço
para as redes móveis GSM.
Acessibilidade ao Serviço [%] =
Número Estabelecidas com Sucesso
x 100%
N º Total de tentativas de Estabelecimento de Chamadas
O operador dos serviços de telefonia móvel estará obrigado a cumprir com os níveis objectivos
para ambos indicadores da cobertura dentro dos prazos estabelecidos pelo INCM. O indicador
permite ao agente regulador conhecer os planos do operador dos serviços móveis para estender
seus serviços dentro do país e o tempo de entrada em serviço das coberturas adicionais.
A medição deste indicador é feita mediante medições periódicas das áreas de cobertura do sinal
das estações de rádio do operador destinadas a prestação do serviço da telefonia móvel.
Os objectivos das medições da cobertura por parte do operador incluirão ao menos: i) a zona de
dispersão do sinal com valores dentro dos parâmetros aceitáveis, ii) a qualidade da transmissão e
iii) a identificação das zonas sem cobertura ou espaços de silencio do sinal.
Valor da meta: Este nível deve ser baseado nas condições do contrato de concessão por parte do
regulador ao operador.
Fórmula: Este indicador se mede de forma directa com os instrumentos de medição apropriados.
O indicador mede toda a falha do sistema do operador que afecta a um grupo maior de 200
clientes ou mais de 75% dos utilizadores de uma localidade nas seguintes condições
características:
Depois das 24 horas de ter começado a Indisponibilidade Grave, o operador estará obrigado a
reportar a falha dentro dos parâmetros anteriores ao regulador, com explicações das causas e das
acções tomadas para a restauração do serviço. Este indicador cria um melhor conhecimento da
rede para o regulador.
Valor da Meta: A eventual responsabilidade do operador será avaliada para cada caso.
Definido como o tempo médio decorrido em horas entre o momento que a avaria é reportada até
que esta é reparada.
A medição deve ser efectuada através de um repórter do sistema que contenha todas as avarias
efectivas registadas pelo operador de serviços de telefonia móvel GSM. O indicador é calculado
considerando a soma dos tempos decorridos desde que a avaria é reportada até que esta seja
reparada dividida pelo número total de avarias reparadas.
Tamanho da amostra: Devem ser processadas todas as avarias reportadas durante o período de
medição.
Área de aplicação: Regional, tendo em consideração as regiões nas quais o operador de serviços
de telefonia móvel GSM ofereça serviços e tenha presença física.
N
Ti
Fórmula de cálculo: T =∑
i N
onde:
Ti : Tempo decorrido em horas, desde que a avaria é reportada até que esta é reparada.
Frequência de medição: Mensal, tomando por base as informações constantes dos registos de
todas as avarias reportadas e registadas ao longo do mês.
Este indicador mede o tempo entre a recepção da primeira reclamação pela avaria do serviço
telefónico e a resolução na reparação da avaria.
O índice se apresenta como uma percentagem das solicitações resolvidas dentro do período das
24, 48 e 72 horas. Também se inclui reparações resolvidas entre as 72 horas e num máximo de 7
dias.
Valor da Meta: percentagem de reparações mínimo em 24 horas deve ser > 95 %, em 72 horas no
mínimo de > 99 % e um máximo em < 7 dias.
Este indicador está relacionado com a probabilidade que um utente do serviço possa iniciar,
receber e manter uma chamada com transmissão aceitável dentro da zona do serviço ou cobertura.
O sinal de rádio vária por razões de desvanecimento e propagação de múltiplos canais. O sinal
também sofre uma atenuação natural devido a distância de propagação desde a estação base. A
posição de um usuário móvel é variável e, portanto o ambiente actuando sobre a propagação do
sinal sempre está variando. Entretanto existem outras interferências de outros usuários usando ou
reutilizando os mesmos canais ou canais vizinhos em outras células do sistema.
O operador de sistema deverá propor uma metodologia para a amostra e a medição das chamadas
que inclua ao menos o número de células a serem investigadas (zona de cobertura) e o número de
chamadas a ser analisadas.
A qualidade de transmissão de telefonía móvel GSM mede se pela percentagem das chamadas
aceitáveis em uma percentagem das localidades da zona de serviço.
Devido ao enorme número total de chamadas decorridas pelo sistema, a medição do indicador
exige que se desenvolva uma amostra das chamadas decorridas em unicamente uma parte do
sistema celular.
O operador do sistema deverá propor uma metodologia para a amostra e a medição das chamadas
que inclua ao menos o número de células a ser investigadas (zona de cobertura) e o número de
chamadas a serem analisadas.
Este indicador mede a qualidade da transmissão do sinal de rádio no sistema móvel de operador.
O operador será responsável por assegurar que a amostra e a prova de chamadas móveis cumpra
com os parâmetros nos acordos entre o operador e o regulador. Baseando nestes parâmetros, o
Projecto final de curso Bruno Raimundo Mulhaisse 2009 16
Estudo de Qualidade de Serviço em Redes de Telefonia Móvel GSM em Moçambique-Caso de Estudo: Cidade de Maputo
O operador será responsável por calcular a quantidade de chamadas que conseguem chegar aos
parâmetros estabelecidos. O regulador aceitará os procedimentos do estudo e da selecção da
amostra, ou deverá propor modificações com fins de melhorar os resultados, a seu próprio juízo.
Qualquer sistema de amostra de zonas e de chamadas deverá contemplar ao menos as seguintes
características:
A amostra trimestral variará as zonas da rede móvel para incluir ao menos uma amostra de cada
uma das zonas da rede do operador dentro de um ano.
A amostra de chamadas incluirá um número aceitável de provas. (Ao menos 1% das chamadas
totais decorridas).
O regulador poderá exigir medições adicionais de determinadas zonas que tenham sofrido
degradação de serviço e que geram múltiplas queixas dos clientes móveis.
Este indicador mede o número total de Chamadas que são efectuadas na rede telefónica e que
conseguem a conexão. O indicador é um dos mais importantes já que assinala a eficiência da rede
e sua planificação, e ainda indica a capacidade da rede para gerar ingressos e financiar
investimentos em novos equipamentos.
y
Chamadas originadas completadas (%) = ∑ [Chamadas bem sucessididas ( Enlace Troncal (%)) Y ]
x =1
Valor da Meta: os valores deverão ser os seguintes: Área local > 90 %, larga distancia nacional
>97.5% e internacional > 97.5 %.
É o intervalo de tempo que decorre desde a marcação do ultimo digito, e são enviados os dígitos
marcados, até a recepção de um dos tons de resposta: ocupado ou de chamada.
Mediante chamadas de testes, realizadas dentro da mesma rede do operador ou originadas nesta e
terminadas na rede de outro operador (chamadas que envolvem outras redes), utilizando
equipamentos terminais fixos ou móveis.
Te
Fórmula de calculo: PC = × 100 %
N
Onde:
Frequência da amostra: A amostra deve ser no mínimo em sete (7) dias contínuos por mês,
durante as horas de pico.
O indicador mede o número total de chamadas que decorrem na rede móvel na hora de pico que
são bloqueadas por qualquer razão. O indicador é expresso em percentagem. Nos serviços de
telefonia móvel, a qualidade de serviço (às vezes denominado de grau de serviço móvel) está
definido por este indicador.
Este indicador apresenta uma medição da capacidade do sistema móvel para cumprir com as
exigências de tráfego dos utilizadores. Se a demanda excede a capacidade prevista, as chamadas
serão bloqueadas.
A razão pela qual se estabelece esta relação é para assegurar um uso eficiente dos canais de rádio
devido ao facto do espectro ser um recurso escasso em uma rede móvel.
A causa da terminação não é necessariamente devida as condições rádio da ligação, mas sim
desde o ponto de vista do sistema pode ser necessário dar lhe terminação a uma chamada que
divirja dos parâmetros do sistema de cobertura ou interferência. Estas chamadas são designadas
chamadas caídas (“call drop”) e podem ser um outro indicador da qualidade de serviço do sistema
de telefonía móvel.
Este indicador indica a eficiência da rede móvel a sua boa planificação e a capacidade da rede de
gerar ingressos e financiar inversões em novos equipamentos. A probabilidade de bloqueio de
chamada na hora de pico é um dos indicadores de qualidade de serviço mais identificáveis para os
utentes já que estes percebem imediatamente a condição de bloqueio.
Também é um dos mais utilizados por operadores telefónicos no mundo para medir a qualidade
de serviço móvel ao cliente.
O indicador é medido tendo em conta a hora de maior tráfego em cada célula da rede do operador
de telefonia móvel.
O operador móvel deverá medir as chamadas decorridas por célula na hora de maior tráfego que
são bloqueadas por razões de congestionamento de canais de rádio, falta de troncais de
terminação, falhas no sistema ou no sinal de transmissão ou outras causas.
A medição deste indicador se realizará mediante estados e provas de tráfego na hora de pico de
cada célula.
As chamadas que são bloqueadas numa célula deverão ser analisadas para se puder apurar as
possíveis causas.
Para medir o bloqueio de chamadas, o operador móvel disporá das capacidades das centrais
telefónicas móveis e das rádios bases para realizar este tipo de medição ou utilizará equipamentos
de medição especializados para a captação destes dados. O resultado das medições de todas as
células se ponderará pelo número total de células para conseguir um valor percentual do bloqueio
de chamadas móveis.
O operador móvel poderá propor trimestralmente uma amostra de células para medir este
indicador, na qual o regulador poderá analisar a seu próprio critério. Qualquer sistema de amostra
de células deverá contemplar ao menos as seguintes características:
A amostra de células incluirá uma percentagem importante de células da rede móvel do operador
móvel (ao menos os 25%)
A amostra variará as células da rede para incluir ao menos uma amostra de cada uma das células
da rede do operador móvel dentro de um ano calendário.
O regulador poderá exigir medições adicionais de determinadas células que tenham sofrido
degradação de serviço. Enquanto for possível, o regulador também poderá exigir o estudo
trimestral e ser efectuado pelo operador móvel em todas as suas células para levantar os dados
necessários sobre o total do tráfego móvel do trimestre.
y
Pr obabilidade de Bloqueio de chamada na Hora de Pico (%) = ∑ [Pr obabilidade de bloqueio na hora de pico (Celula x (%)) Y ]
x =1
Onde:
É a probabilidade de que uma ocupação oferecida seja rejeitada (perdida). Seu valor numérico é
igual à percentagem das chamadas oferecidas que são rejeitadas.
CR
Fórmula de medição GOS = × 100 %
N
onde:
Para a medição deste indicador é simulada, pelo sistema, uma conversa telefónica entre dois
utilizadores.
O método de analise da qualidade áudio, tal como é sentida pelos utilizadores, tem por base o
modelo “E-Model”1. Com base neste modelo é calculado o índice MOS (Mean Opinion Score).
MOS (Mean Opinion Score) É o índice de qualidade que quantifica o esforço necessário para se
perceber uma comunicação do tipo extremo-à-extremo. Apresenta como limites os valores 0
(zero), quando não há comunicação, e 5 (cinco), quando a comunicação é perfeita. O valor “zero”
não aparece nos resultados porque apenas são consideradas situações em que a ligação foi
estabelecida e mantida durante um período pré-definido. O “cinco” também não ocorre nos
resultados porque os CoDec, utilizados pelas redes móveis, não possibilitam tão elevado valor de
qualidade de voz sendo a qualidade de voz obtida com os CoDec normalmente utilizados
apresenta valores MOS inferiores a 4,5.
A escala MOS quantifica o esforço necessário para se perceber uma conversação. Tem o valor 0
quando não há comunicação e 5 quando a comunicação é perfeita.
Para fazer análise deste e outros indicadores de caracter técnico pode ser usado o equipamento de
medida TEKTRONIX M366plus – vide Apêndice 1.
Tempo que decorre entre o envio com sucesso de uma SMS, pelo equipamento terminal de
origem, e a recepção dessa mesma SMS, pelo equipamento terminal de destino.
Taxa de entrega de SMS’s: Relação entre o número de SMS’s que foram recebidas pelo terminal
de destino e o número de SMS’s enviadas pelo terminal de origem. Não serão contabilizadas
1
Recomendado por organismos internacionais como o ETSI (ETR 250) e o ITU-T Recommendation G.107).
Codec- Codificador/Descodificador
SMS’s recebidas em duplicado, que apresentem erros e que não sejam entregues dentro de uma
janela de tempo pré-definida.
Uma SMS será considerada recebida com erro desde que, pelo menos, um dos seus bits não esteja
correcto. A janela de tempo para entrega de uma SMS será de 175 segundos2.
Os testes ao Serviço de Mensagens Curtas (SMS) são realizados nas seguintes condições:
Entre terminais da mesma Rede Móvel, em que os equipamentos são mantidos estáticos em locais
com adequada cobertura. Uns funcionando como originadores e outros como receptores de
SMS’s. O intervalo entre envios consecutivos de SMS’s por um terminal é de 70 segundos e a
janela de tempo para entrega de uma SMS é de 175 segundos.
Acessibilidade SMS: entendida como a probabilidade de um envio de SMS decorrer com sucesso,
ou seja, é a razão entre o número de envios de SMS bem sucedidos (SMS’s recebidas pelo Centro
de Mensagens) e o número total de envios efectuados.
2
ETSI - European Telecommunications Standards Institute (TS 102 250-5 V1.1.1 (2004-09)).
Codec -
A medição deve ser feita considerando o tempo que decorre entre a marcação da opção de chamar
até ao atendimento da chamada do cliente. Não se considerará o envio de um mensagem
indicando que será atendido imediatamente.
Tamanho da amostra: Todas as chamadas para os serviços especiais, atendidas por operadoras ou
operadores humanos.
Tc
Fórmula de calculo: PC = × 100 %
Ti
onde:
Ti: Número total de chamadas correctamente marcadas para cada serviço atendido por
operadoras ou operadores humanos; em casos de sistemas automatizados, total de inventos desde
que o utente marca a opção para ser atendido por um operador manual.
O indicador está definido como o tempo que transcorre entre a chamada que chega as posições da
equipa de atendimento telefônico e o tempo que esta é atendida. Não se considera o envio de
uma mensagem indicando que será atendido imediatamente.
A rapidez na atenção do cliente por parte das telefonistas é um factor importante para manter
satisfeito o cliente.
O indicador mede o número de chamadas que entram no sistema telefônico e que são atendidas.
O indicador é expresso em percentagem com respeito as ligações atendidas em um tempo x e
devem ser tomadas diariamente pelo operador.
A medição do indicador se faz tomando uma amostra das chamadas que são recebidas pelo
recepcionista.
Para esta função usam-se equipamentos de medição especializados, por exemplo, o equipamento
Force Administration Data System (FADS) e também o Automatic Call Distribution System
(sistema de distribuição automática de chamadas) que conta com a capacidade de tomar medições
e emitir relatórios de demoras na atenção das chamadas dos clientes.
O indicador mede em percentagem as solicitações para informação que não se podem cumprir por
parte dos telefonistas em um tempo razoável, definindo o tempo que transcorre quando o
telefonista atende a chamada do cliente, provê a informação e termina a chamada. Não se
considera o envio de uma mensagem indicando que serão atendidos imediatamente.
Mediante normas internacionais e estudos, se a estabelece que um telefonista treinado no uso dos
sistemas automáticos de informação deve responder ao utilizador em menos de 15 segundos ou
menos.
O indicador mede o número de chamadas que são recebidas no sistema telefônico e são
atendidas, embora que não conseguem uma resposta satisfatória da telefonista dentro dos 15
segundos.
Acessibilidade ao Serviço [%] =
Número Estabelecidas com Sucesso
x 100%
N º Total de tentativas de Estabelecimento de Chamadas
100% Representa o valor ideal, isto é, teoricamente o utilizador deve ter sucesso na primeira
tentativa que deseje usar um determinado serviço.
Para demonstração deste indicador, foi definido como amostra (número total de tentativas) cinco
(5) chamadas.
Rede mCel:
Rede vodaCom:
Conclusão Parcial 2:
Os cálculos efectuados permite concluir que quanto à acessibilidade ao serviço, na rede vodaCom
é mais fácil ter acesso à rede em relação a rede da mCel, embora esse parâmetro por si só não seja
suficiente para classificar a qualidade de serviço oferecida.
100% Representa o valor ideal, isto é, teoricamente o utilizador deve ter sucesso na primeira
tentativa que deseje usar um determinado serviço.
Projecto final de curso Bruno Raimundo Mulhaisse 2009 29
Estudo de Qualidade de Serviço em Redes de Telefonia Móvel GSM em Moçambique-Caso de Estudo: Cidade de Maputo
Rede mCel:
Rede vodaCom:
Conclusão Parcial 3:
Fórmula:
Tc
PC = × 100 %
Ti
onde:
Ti: Número total de chamadas correctamente marcadas para cada serviço atendido por
operadoras ou operadores humanos; em casos de sistemas automatizados, total de
inventos desde que o utente marca a opção para ser atendido por um operador manual.
Rede mCel:
Tc
PC = × 100 %
Ti
Rede vodaCom:
Tc
PC = × 100 %
Ti
Conclusào Parcial 4:
Analisando os resultados acima apresentados, pode se concluir que é muito mais fácil ter sucesso
ao atendimento telefónico ao cliente na rede vodaCom do que na rede mCel.
5.0 Conclusões
A qualidade dos serviços prestados por estas difere. Segundo a percepção dos clientes de ambas
as operadoras o nível de satisfação dos clientes da vodaCom é relativamente elevado em relação a mCel
no que se refere aos parâmetros de capacidade de retenção das chamadas e no pronto atendimento da linha
do cliente. As demonstrações efectuadas pelo autor do trabalho permitem concluir que os seus
resultados vão de acordo com a percepção dos clientes.
As telecomunicações, e a telefonia móvel GSM em particular vieram criar uma grande facilidade
de comunicação no mundo e no caso concreto do nosso país. Esta trás consigo inumeras
vantagens ao utilizador final no que diz sentido a sua mobilidade e acesso a uma vasta gama de
serviços. Face a estas vantagens existe a necessidade de garantir o funcionamento dos sistemas de
comunicação e elevar a qualidade de serviço por eles oferecidos. A observância de indicadores e
normativas internacionais para a qualidade de serviço é o método mais eficaz para se conseguir
lograr tal objectivo.
“A percepção dos clientes quanto a Qualidade de Serviço oferecida pelos operadores, está ao
nível que este é oferecido aos mesmos”. Mulhaísse, 2009
5.1 Recomendações
• Aos operadores, deviam apresentar reletorios regulares sobre o seu desempenho ao INCM,
de forma a demonstrar a qualidade de Serviço oferecida aos seus clientes;
• Aos operadores, recomenda se o uso de pesquisa de opinião com o fim de buscar o nível de
satisfação dos clientes mediante a recolha de opinião das expectativas dos mesmos.
6.0 Bibliografia
4. Redes GSM, GPRS, EDGE e UMTS – Evolução a Caminho da Terceira Geração, José
Umberto Sverzut
6. [E800 94] E.800, Quality of Service and Dependability Vocabulary, ITU-TS, Ago. 94
7. [I350 93] I.350, General Aspects of QOS and NP in Digital Networks, including ISDNs,
ITU-TS, Mar 93.
12. [Q543 93] Q.543, Digital Exchange Performance Design Objectives, ITU-TS, Mar 93.
13. [Q541 93] Q.541, Digital Exchange Design Objectives – General, ITU-TS,1993
14. [Puki 98] Pukite, Modeling for Reliability Analysis, IEEE Press, 1998.
15. [Mont 99] Montgomery D.C., Runger G.C, Applied Statistics and Probability for
Engineers, J. Wiley, 1999.
http://google.maps.pt/maputo
Teses:
17. “Análise do Papel do INCM no Controlo Dos Parâmetros De Qualidade De Serviço De Telefonia
Móvel Em Moçambique ”, Moisés João Ngomane 2007
18. “Avaliação dos Padrões GSM e CDMA como Soluções para 3G”, Karinne Silva Ribeiro
e Roberta Andrade Abrão http://www.wireless.com.br