PUERPÉRIO
« As mudanças de humor são frequentes no puerpério. O rápido declínio hormonal, o
conflito sobre o papel materno e a insegurança pessoal contribuem para que as alterações
emocionais ocorram.
« As mulheres com problemas económicos ou familiares apresentam maiores dificuldades
em relação à maternidade. Além do que foi referido, também perdas anteriores de fetos ou
gestações sem sucesso, o desconforto físico tal como dor no períneo, o ingurgitamento das
mamas e o cansaço colaboram nas reacções negativas do puerpério.
« Rubin referiu-se à adaptação materna como as fases do aceitar e do assumir. A primeira
tem início logo a seguir ao parto e dura os primeiros dois dias. Neste período a mãe
demonstra um comportamento dependente, tem necessidade de cuidados e protecção,
apresenta uma atitude de passividade e dependência; estando mais receptiva ao que lhe é
oferecido do que à iniciativa própria.
« Assim, o enfermeiro encontra-se numa posição privilegiada para oferecer ajuda, sob a
forma de ensino e aconselhamento. Conscientes porém que cada mulher representa um
novo desafio, uma vez que as suas necessidades individuais devem ser intensificadas e
satisfeitas. Contudo, as oportunidades são suficientemente importantes para fazer com que
esta seja uma das actividades mais gratificantes da prática de enfermagem.
« A fase do assumir tem início no segundo ou terceiro dia do puerpério, a mãe está pronta
para afirmar a sua independência e a sua autonomia, já toma a iniciativa, está pronta para as
novas responsabilidades, tenta ser uma “boa mãe”. Esta fase é também caracterizada por
uma grande componente de ansiedade. O corpo da mulher sofre modificações físicas
significativas o que colabora para a sua fadiga. O leite começa a aparecer e ela pode ter
dúvidas sobre a sua capacidade de amamentar o filho com sucesso.
Bibliografia
• Bobak; Lowdermilk; Jensen (1999). Enfermagem na maternidade. (4ª ed.) Loures:
Lusociência.
• Burroughs, A. (1995). Uma introdução à enfermagem materna (6ª ed.) Porto Alegre: Artes
Médicas.
• Cordeiro, J. D. (1987). Saúde mental e a vida. (2ª ed.) Lisboa: Edições Salamandra.
• Maldonado, M. T. (1984). Psicologia da gravidez. (6ª ed) Petrópolis: Vozes.
• Rayner, E. (1978). O desenvolvimento humano. Lisboa: Edições 70.
• Winnicott, D. W. (1988). Os bebés e suas mães. São Paulo: Martins Fontes.
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