Também chamado de Seiscentismo, foi o estilo artístico dominante nas cortes européias do
século XVII e dos princípios do século XVIII. Em 1580, ano da morte de Camões, ocorre a
unificação ibérica, e Portugal torna-se domínio espanhol até 1640.
Características
• Antropocentrismo x teocentrismo
• Cultismo (forma)
• Conceptismo (conteúdo)
• Rigidez formal
• Razão x emoção
Obra e autores
ARCADISMO EM PORTUGAL
Em 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana, inicia-se uma nova etapa da literatura.
Características
• Presença da Natureza
• Vida bucólica
• Perfeição formal
•Universalismo
Principais representantes
• Bocage (Manuel Maria Barbosa du Bocage). Usava o pseudônimo Elmano Sadino: Idílios
Marítimos, Rimas (três volumes, 1791) e Parnaso Bocagiano.
- Escreveu poesia lírica e satírica. Com o passar dos anos, afasta-se da estética árcade –
racional e pouco dramática – e envereda por uma linha confessional e dramática que o situa
como pré- romântico.
• Correia Garção - Obras Poéticas (1778); Teatro: Teatro Novo, Assembléia ou Partida.
O Maneirismo em português
Falar-se de Maneirismo é abordar um assunto que foi sempre objecto de polémica; até
algumas décadas, entendia-se que ao Renascimento Pleno se tinha seguido o
Renascimento Final, dominado por sucessores menos criativos dos grandes mestres da
geração anterior - Miguel Ângelo, Rafael, Leonardo, Ticiano e outros - até ao
aparecimento do Barroco no final do século XVI.
Actualmente a questão é encarada doutra maneira, e o período desde 1525 a 1600, entre
o Renascimento Pleno e o Barroco é visto como um tempo de crise generalizado por
toda a Europa, que originou várias tendências antagónicas, mais do que um ideal
predominante. Entre elas, particularmente na pintura italiana, destaca-se o Proto-
Barroco, o Realismo e o Maneirismo que foi sem dúvida a mais discutida. O próprio
título é algo ambíguo e no sentido original possuía uma carga pejorativa, advindo do
facto dos homens do Barroco acusarem os maneiristas de trabalharem " à maneira " dos
grandes mestres da geração anterior, já referidos. Na verdade, muitos artistas fizeram-
no, tomando por base originais ou livros de gravuras dos artistas já consagrados. Mas o
que é facto é que se houve quem fosse por essa via, a maior parte não foi.
Hoje entende-se o Maneirismo como derivado duma série de factores que marcaram o
contexto económico, religioso e social do século XVI europeu: a partir de 1525 passa-se
a viver um clima de instabilidade (ao contrário da época feliz do Renascimento)
provocado por inquietações económicas e religiosas; de facto a prata e ouro espanhóis
levam à subida dos preços e por outro lado está-se em plena Reforma Protestante.
Consequentemente, o nível de encomendas eclesiásticas desce, uma vez que a Igreja se
encontra dividida: será legitimo o luxo e as imagens nas igrejas? Ao mesmo tempo, é
nesta época que o artista toma consciência do seu valor tendo orgulho na sua profissão e
querendo diferenciar-se dos demais. Importa referir que é neste período que aparecem
as primeiras Academias de Belas Artes onde a formação do artista era teórica
colocando-o ao nível do poeta, do filósofo e libertando-o da condição de artífice. É
também nesta altura que uma burguesia cada vez mais rica entra na cultura aumentando
o nível das encomendas; as obras maneiristas perdem o carácter utilitário das obras da
Idade Média (eram a Bíblia dos pobres) para passarem a ser objectos de luxo.
O que distinguiu o Maneirismo dos restantes estilos e em particular na pintura foi uma
deliberada revolta dos artistas contra o equílibrio clássico do Renascimento, explicando-
se como uma atitude de modernidade anticlássica e antiacadémica , criando um estilo,
nas palavras de H. W. Janson "perturbador, voluntarioso, visionário que denuncia uma
profunda ansiedade interior". Assiste-se ao aparecimento das figuras alongadas,
retorcidas, em posições afectadas e teatrais, numa busca de movimento nas composições
às vezes desiquilibradas; as cores usadas são exageradas sem correspondência com as
naturais; os enquadramentos são invulgares em que a cena é vista de cima ou de lado e
verifica-se uma certa ambiguidade na perspectiva: por vezes aparecem mais do que um
ponto de fuga o que dificulta a leitura do quadro, já que não se percebe o que é mais
importante. Enfim, parece ao observador que o pintor teve a intenção de o impedir de
avaliar o que está representado pelos padrões da experiência comum.
Em Portugal...