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AULA 1 (27/07/2010)
1ª Prova: 5 questões subjetivas Teoria geral + letra de câmbio + nota promissória
cadeiras
X cheque
Y Z
A
cheque
CRÉDITO
1. Acepções (Bugarelli):
a. Filosófica: confiança, ter fé.
b. Econômica: crédito é a troca de um valor atual por um valor futuro. Supondo que eu vá a
um posto de gasolina e pague a conta com cartão de crédito. O posto receberá
posteriormente da operadora de cartão. Trocou-se o valor atual da gasolina pelo valor futuro
de quando ele será pago.
c. Jurídica: crédito é o direito a uma prestação de caráter patrimonial.
2. Conceito: “Crédito é uma relação jurídica de confiança, pela qual se troca um valor atual por um
valor futuro” (Túlio Ascarelli)
a. Elementos Essenciais:
i. confiança1, tempo (Ascarelli)
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A confiança aqui não é necessariamente subjetiva (juízo de valor da pessoa), pode ser objetiva, como por exemplo, os fiadores em
contrato de locação de imóvel.
1
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TÍTULOS DE CRÉDITO
1. Conceito: “Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo
nele mencionado” (Vivante). Em outras palavras, são documentos para exercer direitos com
peculiaridades para favorecer os credores.
a. CC, art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
2. Funções:
a. Simplificar o exercício de um direito, constituir um meio técnico para seu exercício. Por
exemplo, um cheque é um documento que permite o exercício do crédito, sem necessidade
de testemunhas ou qualquer processo mais complexo.
b. Agilizar circulação de riquezas. A exemplo da operação de factoring, em que eu passo o
título para frente (um cheque) e recebo parte do seu valor antes da data estipulada.
3. Tipos:
a. Letra de câmbio: usada para pagamentos entre pessoas em locais distintos.
b. Nota promissória: usado para pagamentos entre pessoas em um mesmo local.
c. Cheque: concebido para pagamentos à vista, imediatos, permitindo que não se andasse
com dinheiro.
d. Duplicatas:
2
Faz-se a crítica de que a idéia de risco é inerente ao prazo, pois se há um prazo, haverá um risco necessário.
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Covello faz menção aos juros. O enfoque de Covello é essencialmente bancário, pois é sua prática profissional. Nem todos os
créditos terão juros.
2
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e. Cédulas: diferentemente dos outros tipos, são usadas para vencimentos parcelados. Muito
comum para os títulos bancários.
f. Letra financeira: mais recentemente criada.
4. Típicos x Atípicos: os típicos possuem lei própria, enquanto os atípicos não.
a. A maioria da doutrina brasileira admite os títulos criados pelos particulares, que são títulos
atípicos. No centro oeste existe, por exemplo, o fica (ou vaca papel), no qual se mede o
gado pelo peso. Nele, aliena-se o gado por um valor e devolve-se ele engordado.
o CC possui um capítulo genérico sobre títulos de crédito, arts. 887 a 926. O artigo 903 diz que “Salvo
disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.” Visto que
todos os tipos vistos possuem lei que os regulem, entende-se que o CC vale inteiro para os títulos atípicos e
subsidiariamente para os títulos típicos.
5. Características: em regra se aplicam tanto para os típicos quando para os atípicos.
a. São regidos pelo Direito Empresarial. Isso confere proteção para o credor.
b. São bens móveis, no sentido que como seu interesse é a celeridade, eles não podem ter os
requisitos exigidos para outros atos.
c. São créditos de circulação, portanto, sua transferência é facilitada.
d. São títulos de apresentação, no sentido que o credor precisa ser apresentado para que
possa ser descontado.
e. São títulos de resgate;
f. Contém uma obrigação quesível, ou seja, a iniciativa do cumprimento é do credor.
g. Natureza pro solvendo dos títulos de crédito , ou seja, a emissão do título de crédito não
extingue a obrigação, somente o pagamento. As partes podem transformá-lo em pro soluto.
h. Presunção de liquidez e certeza: é certa quando é exigível e líquida quando se pode exigir.
i. Executividade (ou eficácia processual abstrata): não há necessidade do juiz citar o réu para
que ele possa executar, apresentar defesa... os atípicos não possuem essa características,
ou seja, os atípicos não podem ser explorados.
j. Formalismo: (CC, art. 887) significa que um documento só vale como título de crédito se
preencher os requisitos legais. Ex. o cheque precisa estar assinado no lugar certo.
k. Solidariedade cambial: em regra, todas as pessoas que assinarem um título de crédito se
tornam devedoras dele. A emite um TC pra B que endossa pra C que endossa pra D. B tem
um avalista X e C também um avalista Y. A, B, C, X e Y são devedores solidários do título
(art. 47, LUG, DEC57663).
i. A solidariedade no Direito Comercial possui diferenças em relação ao Direito Civil.
ii. Do direito civil, o direito de regresso do devedor solidário é apenas da cota parte.
No direito cambiário, esse direito engloba a dívida inteira (art. 48, 49, LUG).
iii. No direito civil, quem paga a dívida tem direito de regresso contra todos os co-
devedores. No direito cambiário, ele tem direito de regresso apenas contra os co-
devedores anteriores. X, por exemplo, só tem direito de regresso contra A, B só tem
direito de regresso contra X e A e assim por diante.
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A B C D
Xa Ya
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Direito de propriedade = usar + fruir + dispor
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Nº Vencimento em de de .
R$
A
CPF/CNPJ
Ou à sua ordem, a quantia de
na praça de .
, de de .
Sacado Sacador
CPF/CNPJ CPF/CNPJ
Endereço Endereço
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LETRA DE CÂMBIO
Nº 01/2008 Vencimento em 08 de outubro de 2010.
R$ 10.000,00
Aos oito dias do mês de agosto do ano de dois mil e dez (ou à vista)
pagará(ão) por esta única via de LETRA DE CÂMBIO a JOHN BONHAM, CPF/CNPJ
999.999.999-99.
Aceito (amos)
Jimmy Page
ROBERT PLANT JIMMY PAGE
Sacado Sacador
888.888.888-88 777.777.777-77
CPF/CNPJ CPF/CNPJ
Av. Blackdog, 1974 Rua Rock’n Roll, 1780
Endereço Endereço
b. Supríveis:
i. Local de emissão: pode ser suprido pelo endereço do sacador.
ii. Local de pagamento: pode ser suprido pelo endereço de quem tem que pagar
(sacado)
iii. O vencimento não é requisito da letra de câmbio.
6. Letra em branco: esses requisitos devem estar presentes na hora de receber. O título pode ser
emitido em branco, bastando a assinatura para o resto ser preenchido depois. É permitido ao
próprio credor que preencha os demais campos, desde que agindo de boa-fé. Isso é regra geral que
vale a todos os demais títulos.
7. Outras assinaturas: a única obrigatória é a assinatura do sacador. Porém, pode-se ter outras
assinaturas que são: o aceite, o endosso e o aval.
5
A doutrina chama frente pelo nome “anverso”.
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A assinatura pode ser de próprio punho ou por meio de procurador com poderes especiais.
A assinatura sempre tem de estar escrito no próprio título, devido ao princípio da literalidade.
Art. 29 diz que o sacado pode se arrepender pelo aceite, podendo riscar a assinatura.
Contudo, se o sacado mandar uma carta dizendo que aceitou, ele não pode mais riscar e se
riscar, não terá valor.
3. Apresentação: para que ocorra o aceite, é necessária uma apresentação ao sacado para que ele
possa assinar. A apresentação é o ato material.
4. Vencimento:
a. À vista: vence no momento em que se apresentou o título. Apresentou, a obrigação pode
ser exigida.
b. Em dia certo: uma data do calendário. É o mais usual.
c. A certo termo (tempo) da data: em vez de se escrever o dia em que vai vencer o título,
escreve-se o intervalo de tempo (prazo) à partir da data da emissão;
d. A certo termo da vista: também é um prazo, mas é contado a partir da data do aceite.
No vencimento à vista não tem apresentação para aceite.
em “b” e “c”, a apresentação para aceite é facultativa.
em “d”, a apresentação para aceite é obrigatória, pois caso contrário não se sabe quando o
título vencerá, pois não se sabe a data a partir da qual começará a contar o prazo, ou seja, a
data do aceite. O credor tem o prazo de 1 ano para apresentar o título para aceite. O sacador
pode alterar esse prazo e os endossantes podem reduzir esse prazo para apresentação para
aceite.
o sacado sempre pode decidir se vai ou não aceitar.
5. Efeito: tornar o sacado aceitante do título de crédito, ou seja, devedor do título. O aceitante se
tornará o devedor solidário e principal, pois a lei faz presumir que ele já recebeu o dinheiro. Ser
devedor principal tem seus efeitos. O prazo prescricional dele são 3 anos e não 1 ano como é o
caso do sacador (LUG 70). A lei exige para se cobrar do sacador um documento do cartório
chamado protesto. Para se cobrar do aceitante, não há necessidade de protesto (LUG 73). O
aceitante não tem direito de regresso contra ninguém, pois se presume que ela já recebeu o
dinheiro. Se se pressupõe que ele já recebeu o dinheiro, todo mundo tem direito de regresso contra
ele.
6. Recusa: se ele não recebeu o dinheiro, deve recusar o aceite. Quando ele não aceita o título, ele
será apenas um nome no título sem nenhum efeito. Outro efeito é que a lei estipula a possibilidade
da cobrança imediata do título do sacador (LUG 43). Não precisa esperar vencer o título. Embora a
recusa gere direito de se cobrar antes, será preciso provar a falta do aceite por meio do protesto.
7. Qualificado: é o aceite que altera algum dos elementos do título.
a. Limitativo: aquele que reduz o valor do aceite.
b. Modificativo: aquele que altera ou o vencimento ou o local ou a moeda.
para o sacado, o aceite qualificado o vincula. Ele fica obrigado nos termos que ele postulou.
para o credor, o aceite qualificado equivale a uma recusa, a menos que ele aceite os novos
termos. Ou seja, se ele não aceitar as alterações, ele pode cobrar antecipadamente do sacador.
Para a maioria da doutrina, a cobrança antecipada do aceite qualificado limitativo é apenas
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parcial, ou seja, da parte que não foi aceita, pois se a recusa foi parcial, a cobrança também
será parcial. Há doutrina contrária no sentido de que se o aceite qualificado equivale a recusa, o
credor pode cobrar imediatamente a totalidade do título do sacador, em homenagem ao
princípio da cartularidade.
a lei permite que o sacador impeça a cobrança antecipada, desde que ele escreva a
expressão “não-aceitável” no título desde o início.
8. Não-Aceitável: é a expressão que pode ser escrita pelo sacador que o libera da obrigação de pagar
antecipadamente no caso de recusa (ou aceitação qualificada) por parte do sacado. Contudo, há
três casos em que ela não é possível:
a. Vencimento a certo termo da vista. Se o sacado não aceitar, não se sabe quando irá
vencer, portanto, ou ele vence na data certa ou antecipadamente;
b. Quando pagável fora do domicílio do sacado
c. Quando pagável em domicílio de terceiro;
9. Data do Aceite: em regra, não tem importância, exceto no caso de vencimento a certo termo da
vista. Nesse caso, se não tiver sido escrita a data do aceite, é necessário levar o título ao cartório
para que ele comprove o dia que foi dado ou defina um dia que com certeza já havia aceite, ou em
último caso, considera-se o último dia da data de apresentação.
LETRA DE CÂMBIO
Jimmy Page
Robert Plant
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ENDOSSO6
A B
1. Conceito: meio próprio de transferência dos títulos de crédito
que contenham a cláusula “à ordem”7. Em termos práticos, é a
assinatura de “C”.
C D
6
O endosso tradicional é também chamado de endosso translativo, pois tem finalidade de transferir a propriedade do Título de Crédito.
7
Sempre que o título tiver cláusula “à ordem”, ele pode ser endossado. Nas letras de câmbio, nota promissória e cheque, a cláusula à
ordem é presumida, ou seja, no silêncio, ela pode ser endossada. Se restar escrito “não à ordem”, não poderá ser endossado (LUG 11
+ L7357, Art. 17).
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21/08
C D
8
L9249/95, Art. 15, §1º, III, d – conceitua factoring.
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Também chamado endosso tardio ou posterior, o que ocorre com o endosso tradicional (translativo).
10
A grosso modo, é uma prova feita pelo cartório.
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A emite NP para B com vencimento em 19/04. B endossa o título para C em 19/05. C ajuíza
ação de execução contra A. A se defende dizendo que não tem que pagar o título, pois este se
referia a uma compra de gado furtado. C responde dizendo que é terceiro de boa-fé e por isso,
teria direito de receber o título de crédito. Nesse caso, o endossatário (C) não terá direito de
receber o título, pois se trata de endosso póstumo e seus efeitos são do direito civil
19/04 19/05
A B C
8. Impróprio: endosso que não tem finalidade de transferir a propriedade11 do Título de Crédito, mas
tem a finalidade de transferir apenas a posse12 dele, ou seja, apenas a faculdade de usar o Título de
Crédito (LUG 18 e 19). Com que finalidade?
a. Mandato: objetiva constituir procurador para a cobrança do título (LUG 18). “endosso
mandato é aquele que transfere o exercício e a conservação do direito sem dispor deles”
(Pontes de Miranda). É simplesmente o endosso para outra pessoa cobrá-lo. Tem que estar
escrito expressões do tipo “por procuração”, “para cobrança”, “endosso mandato”, etc.
quem endossa o endosso mandato é chamado endossante mandante, e quem recebe o
endosso (procurador) é chamado de endossatário mandatário.
Endosso p/ procuração
A B C
Credor Possuidor devedor
Proprietário Procurador
Endossante mandante Endossatário mandatário
o endossatário mandatário só pode usar o título, ou seja, pode cobrar, questionar em juízo,
pode até fazer outro endosso do tipo mandato, que funciona como um subestabelecimento. O
que ele não pode fazer é um endosso translativo, pois estaria transferindo a propriedade que
não é dele.
Se B cobrar indevidamente de C (protesto) e C entrar com ação de danos morais contra A e
B, A sempre responderá pelos danos causados, pois é quem tem o proveito do título. B só
responderá se tiver agido de má-fé (RESP 602.280).
caberá direito de regresso do endossante mandante contra o endossatário mandatário, pois
trata-se de uma relação contratual (e não cambial), que é a relação de mandato que se
11
Direito de usar, fruir e dispor de um bem.
12
Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade (CC
1196)
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estabelece, e será regida pelo CC. Há uma única exceção prevista na LUG, que é o fato de a
morte do mandante não extinguir o endosso mandato 13.
b. Caução: também transfere a posse com a finalidade de garantir o título (LUG 19). Funciona
como “penhor de jóias”. Peço um empréstimo na CEF e ela me pede uma garantia em jóias.
Pego o dinheiro e deixo a coisa móvel (jóias) como penhor (CC1431). Se eu pagar o
empréstimo, recebo de volta minhas jóias, senão, a CEF vende minhas jóias. No endosso
caução, ocorre a mesma coisa, só que com o título de crédito. Trata-se, portanto, de deixar
o título na posse do credor. A propriedade é de quem pega o empréstimo. Não se presume,
tem de estar escrito “para penhor”, “em garantia”.
Endosso p/ penhor
A B
Dono Possuidor
Credor Credor pignoratício
o credor pignoratício não pode vender, fazer novo endosso translativo, etc., mas pode
fazer novo endosso do tipo mandato (o que não faz sentido antes do vencimento).
vencida a obrigação que ensejou o título, o possuidor poderá vender o título em proveito
próprio, ou seja, difere do endosso mandato.
Se B causar danos, ele, o credor pignoratício (possuidor do título) responderá sozinho.
AVAL
1. Conceito: ato pelo qual uma pessoa assume a obrigação de pagar um título de crédito nas mesmas
condições que um devedor desse título. Em outras palavras, é uma garantia pessoal própria dos títulos
de crédito. Vale para todos os títulos de crédito (LUG 30 a 32).
- questão: X assina contrato e diz ser avalista do contrato e executou o contrato. X precisa pagar? Não,
pois não se trata de título de crédito, mas contrato. Não há aval em contrato (RESP 707979).
2. Forma:
a. Padrão: simples assinatura na frente (ou anverso) dos títulos de crédito. Por se tratar da mesma
forma que o aceite, como fazer para diferenciar? O aceite é a assinatura do sacado14, se for
qualquer outra pessoa, será AVAL.
b. Secundária: assinatura do verso com a especificação de que a assinatura é AVAL. A simples
assinatura é endosso, para ser aval, tem que assinar e especificar que é AVAL. É pouco
utilizada, com exceção do cheque, em que essa forma é a mais comum. O problema é que
normalmente se esquece de especificar e de acordo com o artigo 31 da LUG, não é aval.
13
Na LUG, por erro de tradução, não se trata da morte do mandatário, mas do mandante. É fisicamente impossível o mandatário
cobrar, se ele morreu.
14
Lembrando que o nome do sacado consta do título.
15
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Contudo, na prática, o STJ postula que se não for endosso (pois o sujeito não é o beneficiário),
será considerado AVAL (AG 468946).
pelo princípio da literalidade, o aval tem de ser escrito no título de crédito. Pode ser ainda por
anexo, alongue ou alongamento, caso não caiba no título.
3. Outorga: O aval dado por pessoa casada depende de outorga conjugal15, salvo regime de separação
absoluta (CC 1647, III). Embora, o CC seja usado mais para títulos atípicos (art. 903), o artigo 1647, III
vale tanto para títulos típicos quanto atípicos e atinge, portanto, o AVAL. Aval exige outorga conjugal.
- e se não houver outorga? Há divergência na doutrina. Uma linha afirma que o aval atingiria apenas a
metade do cônjuge que fez o aval. O TJDF tem julgado inválido o aval sem outorga e é opinião
dominante na doutrina. O STJ tem acolhido o julgamento do TJDF (RESP 1163074). Aval sem outorga
é inválido.
- é questão de nulidade ou anulação. O CC 1649 16 diz que é anulação. O TJDF tem julgado como
nulidade.
4. Avalizado: alguém por quem o aval é dado, o devedor do título de crédito. Pode ou não dizer quem é o
devedor (seria o aval em preto ou aval em branco, terminologia pouco usada). Quando o avalista assina
o título, se torna devedor. É importante saber quem é o avalizado para saber contra quem ele terá o
direito de regresso. Se entrar depois do A, terá direito de regresso contra o A. Se entrar após o C, terá
direito de regresso contra A, B e C. o prazo para cobrar do avalista é o mesmo para cobrar do
avalizado. A forma para cobrar do avalista é a mesma para cobrar do avalizado.
A B C D
Avalista
O avalista em preto entre logo após a pessoa que ele escolhe. O avalista em branco, ele entra logo
depois do sacador (A).
a. Simultâneo: caso em que duas ou mais pessoas se tornam avalistas da mesma pessoa.
b. Antecipado: caso em que alguém se torna avalista daquele que ainda não se tornou devedor do
título.
dois avais em branco e superpostos: considera-se avais simultâneos (RE 189).
o avalista pode fazer aval pelo sacado? Pode, ele pode escolher o sacado. Ou seja, o B ainda
não virou devedor, ainda não deu o aceite, mas o X já se coloca como avalista do B.
o aval antecipado só deveria produzir efeitos se houvesse aceite posterior. Contudo, a doutrina
dominante entende que pelo princípio da autonomia das obrigações, o aval antecipado vale desde o
princípio, ou seja, o avalista se tornará devedor do título, mesmo que o avalizado dele não aceite.
5. Limitado: A LUG 30 diz que pode ser parcial, o CC 897, § único diz que não pode. Portanto, para os
títulos típicos, pode. Para os atípicos, não pode.
15
Outorga uxória: se refere a outorga dada pela mulher.
16
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o
outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.
16
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6. Efeito: tornar o avalista devedor do título de crédito. O avalista sempre será devedor solidário e nunca
possui benefício de ordem (LUG 47). O avalista será devedor principal ou indireto a depender do
avalizado.
a. Se o avalizado for aceitante, o avalista é devedor principal prazo de 3 anos para ser cobrado.
b. Se o avalizado for sacador ou endossante, o avalista é devedor indireto prazo de 1 ano para
ser cobrado.
A obrigação do avalista é autônoma, ou seja, não é contaminada pelos vícios da obrigação do
avalizado (LUG 32 e LUG 6).
a obrigação do avalista não é personalíssima, transmite-se para os herdeiros dentro dos poderes
da herança (RESP 260.004).
7. Direito do avalista: direito de regresso quando ele paga o título de crédito. Pode exercer esse direito
contra quem estiver para trás dele no título, ou seja, contra o avalizado e contra quem estiver antes do
avalizado (LUG 49). O avalista se sub-roga nos direitos do credor.
8. Aval x Endosso:
a. Semelhanças:
i. ambos são assinaturas que vem no próprio título de crédito;
ii. ambos são facultativos;
b. Diferenças:
i. O aval é garantia, o endosso é forma de transferir título de crédito;
ii. Forma padrão do aval é na frente, a forma padrão do endosso é atrás;
iii. O endossante é sempre devedor indireto, o avalista pode ser devedor direto ou indireto
a depender do avalizado;
9. Aval x Fiança:
a. Semelhanças:
i. Ambas são garantias pessoais, servem para garantir obrigações pessoais;
b. Diferenças:
i. O aval é declaração unilateral de vontade, a fiança é contrato unilateral (negócio jurídico
bilateral);
ii. O aval tem de ser escrito no próprio título de crédito, a fiança pode ser escrita em
qualquer lugar;
iii. O aval só é possível em títulos de crédito, a fiança é possível em qualquer obrigação,
inclusive títulos de crédito;
iv. O aval é autônomo, a fiança é acessória, ou seja, o aval não é atingido pelos vícios do
negócio principal, enquanto a fiança segue a sorte do principal;
v. O avalista é sempre solidário (LUG 47), o fiador tem, em regra, benefício de ordem (CC
827). O fiador pode renunciar ao benefício de ordem, tornando-se devedor solidário (CC
828), que é o recorrente na prática;
10. Posterior: é o aval posterior ao protesto e não muda sua natureza, ou seja, continua sendo aval e tem
os mesmos efeitos do anteriormente dado (CC 90017).
11. Garantias Simultâneas: é possível que o avalista seja também fiador da mesma pessoa, mas para
isso, ele tem que ser fiador solidário, ou seja, renunciando ao benefício de ordem (Súmula 26 STJ).
17
Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado.
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VENCIMENTO
Refere-se à Letra de Câmbio, Nota Promissória e Duplicata.
É o momento no qual a obrigação se torna exigível. Enquanto não ocorrer o vencimento, a obrigação
pode até existir, mas não pode ser exigida.
O vencimento do título de crédito tem de ser único, não pode haver um vencimento para uma data e
outro vencimento para outra data, sob pena de nulidade do título de crédito (LUG 33).
1. Tipos (LUG 33):
a. À vista: vence contra apresentação, no momento em que for apresentado ao sacado.
i. A lei define que o título tem que ser apresentado no prazo de 1 ano.
ii. O sacador pode alterar esse prazo tanto para aumentar quanto para diminuir, e os
endossantes podem somente reduzir.
b. Em data certa: ocorre em uma data do calendário;
c. A certo termo da data: em vez de se dizer o dia certo, define-se um prazo contado do dia da
emissão.
d. A certo termo da vista: também é um prazo, mas contado do dia do aceite ou do dia do visto.
Cheque é sempre à vista (L7357/85, art. 32);
Duplicata só à vista ou em dia certo (L5474/68, art. 2º, §3º);
as partes podem escolher dentre os 4, mas no silêncio, considera-se à vista (LUG 2º);
na letra de câmbio e na nota promissória não há prorrogação, pois se escrever outro vencimento,
anula-se o título. Se quiser prorrogar, rasga o título velho e faz-se um novo.
o direito previdenciário e cambiário prevêem a possibilidade de antecipação do vencimento do
título.
2. Antecipado: também chamado de vencimento extraordinário e ocorrem em alguns fatos determinados
(LUG 43). A LUG prevê 5 casos, mas o Brasil fez reserva de 4. O que vale para o Brasil, basta recorrer
ao artigo 19 do decreto 2044/1908:
a. A recusa do aceite que, provada por meio do aceite, pode ser cobrada antecipadamente;
b. A falência do aceitante também gera vencimento antecipado. Note-se que a falência do sacador
ou do sacado não importam, somente a falência do aceitante;
c. A insolvência civil do aceitante18 (CPC 751).
opinião de Fran Martins acresce três outros casos:
PAGAMENTO
é o cumprimento da obrigação, a entrega do dinheiro ao credor.
1. Tipos:
a. Recuperatório: é aquele que dá direito de regresso. Não extingue o título de crédito.
b. Extintivo: é aquele que não dá direito de regresso. Extingue o título de crédito, acabando com
sua vida útil.
na letra de câmbio, há apenas dois pagamentos que são extintivos:
18
É como se fosse a falência do aceitante, mas para as pessoas que não podem falir.
18
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› o pagamento realizado pelo aceitante ou mesmo pelo sacado, pois presume-se que ele
recebeu o dinheiro.
› O pagamento feito pelo sacador quando a letra não houver aceite.
2. Apresentação: o devedor não terá como realizar o pagamento do título se este não for apresentado
para ele. Pode ser feita pelo credor ou qualquer pessoa que receba poderes dele para isso.
a. Prazo para apresentação:
i. Título à vista: vence na data da apresentação, no prazo de 1 ano contado da emissão
do título. Pode ser alterado pelo sacador ou reduzido pelos endossantes.
ii. Outros títulos: Art. 20 DEC2044/1908, que diz que tem de ser apresentado no próprio
dia do vencimento, mas não impõe sanção para o descumprimento desse prazo.
3. Objeto: o valor nominal escrito no título. Deverá ser pago devidamente atualizado se pago com atraso.
a. Juros:
i. Remuneratórios: remuneram o capital, não tendo caráter de penalidade. São os frutos
do capital. É possível a cobrança de juros remuneratórios na letra de câmbio e na nota
promissória (no cheque e em títulos atípicos não pode), desde que atendidas duas
condições previstas no art. 5º da LUG.
1. Os juros têm de estar escritos no título de crédito.
2. O vencimento tem de ser à vista ou a certo termo da vista.
possuem um máximo que é dobro da taxa legal (DEC 22626/33), com exceção
do contrato de mútuo (empréstimo de coisa fungível), cujo limite é a taxa legal (CC
591), nem os bancos, que não possuem limites (Súmula 596, STF).
os juros podem ser compostos, ou seja, capitalizados, desde que haja
autorização legal para tanto.
nas cédulas de crédito também admitem o pacto de remuneração de juros
(Súmula 93, DTJ).
contratos bancários podem ter juros capitalizados, ou seja, juros compostos (MP
2170, art. 5º).
ii. Moratórios: não possuem caráter de rendimento, mas são uma sanção, penalidade pelo
atraso no pagamento da obrigação.
1. Os juros moratórios não precisam estar escritos no título;
2. Incidem a partir do vencimento do título (LUG 48).
3. A taxa da LUG 48 (6% a.a.) não foi aceito. O DEC 2044 é omissa. A taxa é,
portanto, a prevista no CC 406. A taxa é o valor determinado pela Fazenda
Nacional, que cobra a SELIC, que não é estática e consideras juros e correção
monetária. Muitos autores defendem que não dá para usar a SELIC, mas o
CTN (art. 161, §1º) que é de 1% a.m.. o TJDFT e o TRF da 1ª Região usam
1%, mas o STJ usa a SELIC.
nada impede que outras penalidades, como multa, sejam previstos no título.
4. Prova:
a. Entrega do título de volta para o devedor.
b. Recibo de quitação escrito no próprio título de crédito. Não vale um recibo separado (LUG 39).
5. Parcial: o credor é obrigado a aceitar pagamento parcial do título de crédito (LUG 39).
19
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6. Antecipado: o pagamento antecipado do título de crédito pode ser realizado, mas os riscos desse
pagamento cabem ao devedor (LUG 40).
A B C D
Credor
PROTESTO (L9492/97)
1. Conceito: ato formal e solene feito perante o competente cartório para fins de incorporar ao título a
prova de fato relevante para as relações cambiais. De forma simples, é um meio de prova. Não é forma
de cobrar o título, embora tenha um efeito muito forte de pressão sobre o devedor, mas não é meio de
cobrança, é meio de prova.
2. Tipos: são os fatos que devem ser provados por meio do protesto
a. Protesto por falta de pagamento: é o protesto que prova que o título não foi pago. Todos os
títulos de crédito possuem esse tipo de protesto.
b. Protesto por falta de aceite: prova que o título não teve aceite. Só existe na letra de câmbio e na
duplicata.
c. Protesto por falta de devolução: prova que o título foi remetido ao sacado e não foi devolvido.
Só existe na letra de câmbio e na duplicata.
3. Procedimento: será sempre o mesmo para qualquer tipo de protesto.
a. Pedido: entrega do título ao cartório e exame de sua regularidade formal pelo tabelião. Não
cabe ao tabelião a análise do mérito, apenas aspectos formais. No caso de protesto por falta de
devolução, o título não pode ser apresentado, então apresenta-se uma segunda via do título, no
caso da letra de câmbio, chama-se de duplicata19.
b. Intimação: o cartório intima o sacado ou aceitante para pagar, aceitar ou devolver o título.
i. Prazo de 3 dias úteis. O prazo conta-se a partir da intimação (DF) ou do pedido (SP).
De qualquer forma, depende da região.
ii. Pode ser feita por meio de correio com o aviso de recebimento (AR) ou por um
funcionário do cartório com comprovante de recebimento. Se o sacado ou aceitante não
tiver localização certa, intima-se por edital.
iii. A intimação, a princípio, dirige-se ao sacado ou aceitante, mas o credor pode pedir
expressamente para se intime outros co-devedores.
19
Não confundir com o título de crédito denominado duplicata.
20
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Se dentro do prazo, o devedor pagar, aceitar ou devolver, não há protesto. Este só surge
após o prazo para regularização da situação.
c. Lavratura: o cartório lavra certidão atestando o fato que se quer provar. Antes desse ato, não se
tem protesto, apenas apontamento ao protesto. Após esse ato, configura-se o protesto.
4. Efeitos:
a. Protesto por falta de aceite:
i. Possibilita a cobrança antecipada de sacador, endossantes e respectivos avalistas.
b. Protesto por falta de pagamento:
i. Interrupção da prescrição (CC 202, III). A súmula 153 do STF não vale mais;
ii. Configurar a impontualidade injustificada20 para fins de pedido de falência (Lei
11.101/2005, art. 94, I). Impontualidade injustificada é o não pagamento que consta de
título executivo cujo valor ultrapassa 40 salários mínimos
iii. Permitir cobrança de sacador, endossantes e respectivos avalistas. É igual o efeito do
protesto por falta de aceite, só não é antecipado.
1. O artigo 53 da LUG diz que só se pode cobrar sacador, endossantes e
respectivos avalistas com o protesto. Sem protesto, não se pode cobrar desse
pessoal;
2. Só para esse efeito, o protesto tem um prazo para cumprir, que é de 1 dia útil
após o vencimento (art. 28 do DEC 2044/1908) - cai na prova.
iv. Inscrição nos cadastros de inadimplentes (SPC/SERASA);
c. Protesto por falta de devolução:
i. Se feito até o vencimento do título: mesmos efeitos do protesto por falta de aceite;
ii. Se feito após o vencimento do título: mesmos efeitos do protesto por falta de
pagamento;
5. Sustação: é uma medida judicial de urgência para impedir a lavratura do protesto (L9492, Art. 17). Ela
tem que ocorrer nos 3 dias úteis de prazo para lavratura do protesto.
a. Liminares nas ações cautelares (CPC 796): requisitos
i. Fumus Boni Juris: não devo, devo menos ou o protesto é formalmente irregular.
1. A simples existência de ação judicial não é motivo que configure Fumus Boni
Juris, as alegações na ação podem (RESP 507027).
2. A simples prescrição da execução também não é motivo, ainda há ação
posterior que é a monitória (RESP 671486);
ii. Periculum in Mora;
b. Tutela antecipada em ação de conhecimento (CPC 273):
i. Pedido da parte: algumas liminares podem ser feitas de ofício, não é esse caso;
ii. Prova inequívoca: prova já produzida;
iii. Verossimilhança nas alegações feitas;
iv. Risco de dano irreparável ou de difícil reparação;
v. Reversibilidade do provimento antecipado.
É possível, após os 3 dias de prazo, pedir a sustação dos efeitos do protesto.
6. Cancelamento: é o cancelamento do protesto (Art. 26 da Lei 9492/97)
20
Não pagamento que consta de título executivo cujo valor ultrapassa 40 salários mínimos.
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AÇÃO CAMBIAL
1. Noções: é um meio de cobrança do título de crédito, ou seja, a execução do título de crédito;
2. Tipos:
a. Ação direta: ação ajuizada contra seus aceitantes e seus avalistas. Nunca precisa do protesto;
b. Ação de regresso: ação ajuizada contra sacador, endossantes e respectivos avalistas. Em
regra, precisa do protesto, salvo se houver cláusula sem despesas;
3. Legitimidade:
a. Ativa: o autor da ação será chamado de exeqüente. Em regra, será o credor, mas pode ser o
endossatário pignoratício, que é quem recebe o título no endosso caução;
b. Passiva: o réu será chamado de executado. Serão todos os devedores do título de crédito,
aceitantes, sacadores, endossantes e respectivos avalistas. Aqui há solidariedade entre eles, o
que permite ao autor escolher ajuizar contra um, alguns ou todos.
4. Competência: a ação será ajuizada no juízo do lugar do pagamento (CPC 100).
5. Objeto: receber o título de crédito. O valor da causa será: valor nominal do título + correção monetária +
juros de mora à partir do vencimento + despesas do protesto, se for o caso + outros encargos escritos
no título de crédito (custas e honorários não compõe o objeto da ação, pois possuem outra natureza);
VC = VN + CM + JM + D + encargos
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9. Defesa:
a. Embargos à execução: são uma ação de conhecimento do executado contra o exeqüente com o
objetivo de extinguir a dívida, reduzir o seu valor ou extinguir o processo. É o meio padrão de
defesa do devedor executado (CPC 737ss). O devedor passa a ser o embargante e o credor, o
embargado. O embargante pode alegar qualquer coisa nessa ação. O prazo para ajuizamento é
de 15 dias contados da juntada do mandado de citação. Em regra, eles não param a execução,
mas podem suspender a execução nos casos do artigo 739-A do CPC.
b. Exceção de pré-executividade: não é ação, é simples petição dentro do próprio processo de
execução. Não tem prazo, mas só pode discutir matérias de ordem pública que não dependam
de dilação probatória (produção de prova).
c. Ação anulatória ou ação declaratória de inexistência de dívida : é ação autônoma, muito
parecida com os embargos à execução, mas não possuem prazo, não tem suspensão da
execução, é raramente usada com base no CF 5º, XXXV.
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em geral, não se admite intervenção de terceiros na ação de execução, mas há duas hipóteses
que merecem atenção:
10. Denunciação da Lide (CPC 70, III): é específica para ações de conhecimento, portanto, não cabe para
ações cambiais, que são processos de execução, em que não há mérito.
a. A – x – B – C – y – D – E : E é o credor do título, que cobra de Y, que tem direito de regresso
aos anteriores, mas não por denunciação da lide.
11. Chamamento ao Processo (CPC 77, III): não cabe, pois não há dívida comum. Vale o princípio da
autonomia das obrigações.
a. A – x – B – C – y – D – E : E é o credor do título, que cobra de Y, que tem direito de regresso
aos anteriores, mas não por chamamento ao processo.
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DUPLICATA
1. É a segunda via da letra de câmbio, criada por questões de segurança.
2. Ela repete exatamente a mesma coisa do título original, com a diferença de que tem que se saber que é
segunda via (tem que estar escrito) e não se pode dar aceite na segunda via.
3. Tem a mesma utilidade que a primeira via.
4. É pouco usada por sua necessidade de repetir as assinaturas.
CÓPIA
1. É outra possibilidade de se proteger o credor dos riscos da perda do título de crédito.
2. Não substitui o original, serve apenas para provar que o credor teve o título em mãos.
3. A lei permite que para fins de endosso e aval, pode-se usar a cópia.
AÇÃO DE ANULAÇÃO
1. Em caso de perda do título de crédito, move-se essa ação para proteger o credor (DEC 2044/1908, art.
36).
2. Ela anula o título que se extraviou ou foi destruído e o substitui por uma sentença.
3. A sentença só substitui o título para fins de protesto e ações cambial e de locupletamento.
4. Em caso de extravio, cita-se o detentor para entregar o título em juízo e intimam-se os devedores para
não pagar o título. Tudo será feito por edital (prazo de 3 meses).
5. Em caso de destruição, cita-se os devedores para contestar, que será limitada, podendo ser alegada
apenas defeito de forma ou falta de requisito para a execução. Tudo feito também por edital (prazo de 3
meses).
INTERVENÇÃO
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1. Aceite: a princípio, o aceite deve ser dado pelo sacado. Se o sacado recusa o aceite, o título submete-
se ao vencimento antecipado. O aceite por intervenção é o aceite dado por pessoa que não seja o
sacado, com o fim a impedir o vencimento antecipado do título. Possuirá efeitos iguais a um aval,
acrescido do impedimento ao vencimento antecipado. Quem dá o aceite por intervenção não se torna
devedor do título.
a. Tipos:
i. Por intervenção necessário: quando já previsto do próprio título, e nesse caso, o credor
não pode recusar a intervenção.
ii. Por intervenção espontâneo: quando não previsto no título, e nesse caso, o credor
concorda com ele se quiser, podendo portanto escolher cobrar o título
antecipadamente.
2. Pagamento: pagamento feito por alguém que não é devedor do título (similar ao pagamento feito por
terceiro não interessado no direito das obrigações).
a. Peculiaridades:
i. Só pode ser feito até 2 dias úteis após o vencimento do título.
ii. Quem faz o pagamento define onde ele entra no título, ou seja, ele paga por honra de
quem ele quiser, não assumindo a mesma posição que o credor tinha, diferentemente
do terceiro não interessado que se sub-roga nos direitos do credor.
NOTA PROMISSÓRIAP
1. Noções: é uma promessa de pagamento, na qual aquele que emite a nota é o emitente e quem o
recebe é o beneficiário ou tomador.
2. Requisitos: LUG 75
a. Essenciais: não podem faltar
i. Denominação de nota promissória;
ii. Promessa de pagar determinada quantia: pode ser em moeda estrangeira e na
divergência entre o valor por extenso e numérico, vale o extenso e na divergência entre
dois valores, vale o menor deles;
iii. Data de emissão;
iv. Nome do beneficiário: não pode ser ao portador;
v. Assinatura do emitente: pode ser de próprio punho ou por meio de procurador com
poderes especiais;
b. Supríveis: podem ser substituídos
i. Local de emissão: pode ser substituído pelo endereço do emitente;
ii. Local de pagamento: pode ser substituído pelo local de emissão;
o vencimento não é essencial, mas na falta dele, considera-se o vencimento à vista.
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o título pode nascer em branco a ser completado até o momento do exercício do direito.
3. Peculiaridades: as regras são exatamente as mesmas da letra de câmbio, com 4 peculiaridades:
a. Não existe a figura do aceite;
b. O emitente sempre será o devedor principal da NP, e portanto, as regras que valem para o
aceitante na LC, valem para o emitente da NP;
c. Não tem sacador, portanto, o aval em branco da NP tem como avalizado é o emitente;
d. Não admite segunda via, não existe duplicata de NP.
4. Vinculação a contrato: qualquer título de crédito pode ser vinculado à contrato, porém na NP é mais
recorrente.
a. Qualquer título de crédito vinculado a contrato não segue o princípio da abstração, ou seja, o
devedor só terá que pagar a NP se tiver que pagar o contrato;
b. Embora vinculada a contrato, não adquire natureza de contrato, preservando sua natureza de
título de crédito (RESP 208254).
c. Qualquer título executivo, para ser executado, precisa preencher 3 requisitos: liquidez, certeza e
exigibilidade (CPC 586).
d. A promissória vinculada a contrato não será líquida se o contrato for ilíquido (sumula 258 STJ).
1ª Prova
Princípios, Endosso, Aval, Protesto (efeitos do protesto por falta de pagamento), Ação Cambial, Ação de
Locupletamento, Nota Promissória. Das ações, não cai questões de procedimento, apenas o direito
material.
Prazos: do protesto (DEC2044/1908, art. 28 e 48), prazos prescricionais da execução (LUG 70), prazo da
ação de Locupletamento (DEC 2044/1908, art. 206, §3º, IV).
CC 202, 206, 903, 914 e 1647.
QUESTOES_TITULO_DE_CREDITO
1,6,17 (Aula de Sábado)
2. John Bonham não tem que pagar, pois não existe aval em contrato, apenas em títulos de crédito.
3. Em razão da vinculação, não vale o princípio da abstração. Só tem que pagar o título se tiver que pagar o
contrato.
5. Desoneração da responsabilidade cambial, enriquecimento sem causa do devedor; empobrecimento do
credor; nexo de causalidade entre o enriquecimento de um e o empobrecimento do outro;
7. o 3º efeito do protesto por falta de pagamento. Para executar o endossante, o protesto é necessário,
portanto não se pode cobrar o endossante.
10.
11. (=6) Trata-se de endosso caução (LUG 19), em que o endossatário age em proveito próprio, portanto é
ele quem responde pelos danos causados (BANCO SAFRA).
16. (semelhante à questão 11) Trata-se de endosso mandato (LUG 18), pois a intenção é constituir um
procurador para cobrar o título. O endossatário age em nome e em proveito do endossante e, portanto, a
responsabilidade é dele (PARADISO ENTRETENIMENTO).
17. Trata-se de endosso póstumo (LUG 20), pois é feito após o prazo do protesto. Possui efeitos de cessão
de crédito e por isso não valem os princípios da autonomia e da abstração. Não valendo o princípio da
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abstração, só tem que pagar a nota se tiver que pagar o contrato. Não tem que pagar o contrato, então, não
tem que pagar o título.
18. O protesto foi fora do prazo? O protesto não é necessário para cobrar o título, pois não é necessário
para cobrar emitente, nem seu avalista.
A ação está prescrita? O prazo é de 3 anos contra o emitente contados do vencimento. Nesse caso, o
protesto não interrompe a prescrição para Maria, só interrompe para quem foi intimado no protesto, no caso,
Ronaldo.
20. Diferenças entre aval e título.
24. Não cabe, pois no título de crédito não existe dívida comum, portanto não se cogita chamamento ao
processo.
25. Sempre, devido ao princípio da autonomia das obrigações (assinou porque quis, vai responder). Sim,
produz efeitos, desde que o avalizado tenha dado o aceite.
26. Não está prescrito, pois conta-se do vencimento e não da emissão. O credor participou do negócio
jurídico, então não vale o princípio da abstração e, portanto, só tem que pagar o título se tiver que pagar o
contrato.
31. Endosso póstumo = igual questão 17.
32. Pode, não decorreram 6 anos (3 anos da prescrição da execução que é de 3 anos)
36. Vale o princípio da abstração, portanto, o contrato não influencia no pagamento do título. Tem que pagar
o título.
37. Para o emitente, a prescrição foi interrompida, portanto conta-se a partir do protesto.
38. Os avalistas não preenchem ao segundo pressupostos da ação de locupletamento, não podendo ser,
portanto, réus da ação, visto que o aval é um ato gratuito e eles não poderiam enriquecer ilicitamente.
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CHEQUE
1. Noções: é basicamente uma ordem de pagamento à vista, em que o emitente emite um título de crédito
em favor do beneficiário para ser pago pelo sacado (instituição financeira).
a. Base legal: lei 7.357/85;
b. Conceito: é uma ordem de pagamento à vista;
i. Não há vencimento no cheque;
ii. Assemelha-se à Letra de Câmbio à vista, mas não se confundem.
c. Sujeitos:
i. Emitente: dá ordem de pagamento ao sacado;
→ A lei do cheque fala em sacador para se referir ao emitente;
ii. Sacado (banco): deve pagar o cheque à vista;
→ Necessariamente uma instituição financeira;
iii. Beneficiário: recebe o pagamento;
2. Pressupostos:
a. O sacado é necessariamente uma instituição financeira (na letra de câmbio, não precisa ser).
b. Exige contrato de conta corrente entre o emitente e o sacado.
c. Existência de fundos disponíveis do emitente em poder do sacado. Teoricamente, pois não
caberia para esse pressuposto, o cheque sem fundo.
3. Natureza Jurídica: é um título de crédito, pois obedece aos princípios principais: cartularidade,
literalidade, autonomia, abstração, independência.
a. Há opiniões divergentes
4. Requisitos: um título de crédito só será cheque se preencher os requisitos legais.
a. Essenciais:
i. Todo título de crédito tem de conter a expressão cheque;
ii. A ordem de pagar determinada quantia.
→ O banco central exige que a quantia venha escrita em algarismos e por
extenso, sendo que os centavos não precisam estar por extenso.
iii. O nome do sacado tem que vir impresso;
iv. A data de emissão;
→ O Banco Central afirma que o mês tem que vir por extenso;
→ Para o banco, passados 6 meses, não se pode mais descontar o cheque.
v. Nome do beneficiário (credor). Só será obrigatório para valores acima de R$100,00
(L9099/95), ou seja, abaixo desse valor poderá ser ao portador;
vi. Assinatura do emitente, que pode ser de próprio punho ou por procurador com poderes
especiais;
→ O Banco Central exige que o nome venha escrito, e também o RG e o CPF (ou
CNPJ);
→ O Banco Central tem admitido que a assinatura seja substituída por um carimbo
(chancela mecânica).
b. Supríveis:
i. O local de emissão, que pode ser substituído pelo endereço do emitente;
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→ O Banco Central não aceita, pois o endereço do emitente é segredo dele e não
pode ser impresso no cheque. Para o Bacen, sempre o local de emissão;
ii. O local do pagamento, que pode ser substituído pelo endereço do sacado;
→ O Banco Central não aceita, tem que ser o endereço do sacado, para que o
credor saiba onde ele tem que ir para descontar o cheque;
iii. O Banco Central exige que se expresse a data de adesão do cliente;
segundo orientação do Banco Central, não há mais essa separação, todos são essenciais
MNI (Manual de Normas e Instruções)
5. Emissão: é a declaração de vontade obrigatória do emitente, ou seja, sua assinatura (ou carimbo);
6. Aceite: o cheque não admite aceite (L7357/85, Art. ;
7. Endosso: mesmas regras do endosso para letra de câmbio, sendo que há duas diferenças:
a. Endosso quitação: quando se saca o cheque na boca do caixa, ele pede para assinar atrás.
Essa assinatura não tem finalidade de transferir a propriedade do cheque, mas apenas provar o
pagamento (Art. 18).
b. Há opinião doutrinária no sentido que não se admite endosso caução, por falta de previsão
legal. Pouco se fala sobre essa situação. O professor discorda.
i. É possível dar um cheque em garantia. Não é possível o endosso em garantia. A
pessoa pode emitir o próprio cheque em garantia.
8. Aval: valem as mesmas regras do aval para a letra de câmbio, com apenas uma diferença:
a. Na letra de câmbio, qualquer pessoa pode ser avalista. No caso do cheque, o banco não pode
ser avalista, enquanto atuar como sacado. Ademais, enquanto sacado, o banco não pode dar
aceite, nem aval.
b. Embora a forma comum do aval é o escrito na frente, no cheque, a forma comum é a
secundária, ou seja, escrito atrás. De acordo com o STJ, desde que não seja considerado
endosso (ou seja, assinatura do beneficiário), será considerado aval (AG 468946). Não precisa
especificar que é aval.
Aval, endosso e aceite criam obrigações no título.
Todo cheque possui vencimento à vista, ou seja, vence quando apresentado ao sacado.
9. Apresentação: momento em que vence o cheque
a. Prazos (Art. 33):
i. 30 dias se pagável na mesma praça (local de emissão = endereço da agência);
ii. 60 dias se pagável em praça distinta;
importa o que está escrito no título.
para o banco, esses prazos não tem a menor importância. O banco tem que pagar o
cheque enquanto o cheque não prescrever, ou seja, o prazo da ação cambial, que é, no
caso do cheque, de 6 meses.
para cobrar endossantes e respectivos avalistas, é preciso de protesto tempestivo, que
é o mesmo prazo da apresentação (30 ou 60 dias). O credor, portanto, que perder o prazo
da apresentação não poderá cobrar endossantes e respectivos avalistas, só o emitente
(súmula 600 do STJ).
O cheque apresentado fora do prazo, o banco pagará. O banco só não pagará o
cheque se após o prazo, o devedor ficou sem dinheiro por motivo que não lhe seja
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b. A duplicata só pode ser emitida nesses dois contratos (compra e venda mercantil ou prestação
de serviços) e ela fica vinculada a esses dois contratos.
c. Sendo um título vinculado, não se aplica o princípio da abstração, em respeito à boa-fé do
credor.
d. Tem origem em um contrato de compra e venda;
e. Quando o título está vinculado ao contrato, o credor tem que verificar se o contrato foi ou não
cumprido. Porém, a jurisprudência diz que se a duplicata tiver aceite + endosso, passará a ser
título abstrato dispensando o credor de verificar o cumprimento do contrato, pois há uma
aparência de que o contrato foi cumprido (RESP 261170).
i. Aceite + endosso = duplicata abstrata.
f. Para ter eficácia, precisará ter aceite, endosso ou aval; A B
g. É invenção brasileira.
2. Emissão:
a. Contrato: primeiro passo para criação da duplicata. A
i. Compra e venda mercantil;
ii. Prestação de serviços;
b. Fatura: segundo passo para criação da duplicata. É documento probatório do contrato.
c. Duplicata: junto com a fatura ou logo depois, o credor pode emitir a duplicata. A duplicata é a
transformação do crédito contratual em título de crédito. É feito para que ele possa ser
endossado.
i. Requisitos: art. 2º, §1º. Todos os requisitos são essenciais. Não há requisito suprível.
→ Nome duplicata;
→ Número da duplicata (nº de ordem);
→ Número da fatura;
→ Data de emissão;
→ Qualificação das partes (nome, endereço e número de documento);
› As duas partes têm que residir no país.
→ Valor (Bacen: em algarismo e por extenso);
→ Cláusula a ordem;
→ Declaração para fins de aceite;
→ Vencimento (em dia certo ou à vista);
→ Praça de pagamento;
→ Assinatura do credor;
ii. Saque: trata-se da assinatura do sacador na duplicata. É o que faz nascer o título.
iii. Aceite:
→ Noções: ato pelo qual o sacado se torna devedor do título de crédito;
› Como a duplicata tem origem em um contrato de compra e venda, que
por si só já gera obrigação para o comprador (sacado), este se verá
obrigado a dar o aceite, com exceção dos artigos 8º e 21 da Lei
5.474/68 (basicamente, problemas na execução do contrato ou o
contrato é diferente do título).
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Espécie de depósito de grãos
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Espécie de armazém com regras tributárias diferenciadas
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CONHECIMENTO DE TRANSPORTE:
1. Conceito: Representa a Propriedade da mercadoria transportada.
a. Serve para agilizar a negociação das mercadorias;
2. Tipos:
a. Terrestre e ferroviário (DEC 19.473/30 – hierarquia de Lei);
b. Marítimo (Código Comercial);
c. Aéreo (Lei 7.565/85);
d. Multimodal (Lei 9.611/98);
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DUPLICATA RURAL
1. Conceito: só pode ser emitida no caso de venda de produtos rurais por produtores rurais ou suas
cooperativas. Não pode na prestação de serviços;
a. A (vendedor) B (comprador) A
b. Tratada no DL 167/67;
2. Peculiaridades:
a. Não é necessário o protesto para cobrar devedores indiretos (sempre);
b. Se o emitente não é produtor rural, nem cooperativa:
i. O primeiro endossante não é devedor da NPR;
ii. As garantias reais ou pessoais só podem ser prestadas por pessoas jurídicas ou por
sócios ou administradores da pessoa jurídica emitente;
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Ações são sempre livremente negociáveis, as cotas não.
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a. Abertas: é aquela que tem a possibilidade de negociação dos seus valores mobiliários no
mercado de valores mobiliários (bolsas de valores ou corretoras, chamadas mercados de
balcão), devendo ser registrado na CVM.
i. Valores mobiliários (L6385/76, art. 2º):
→ Do ponto de vista da SA: são instrumentos de captação de recurso junto ao
público;
→ Do ponto de vista do público: são alternativa de investimento (de risco);
ii. Tem que ser registradas na CVM, que é quem fiscaliza os valores mobiliários;
b. Fechadas: as outras, ou seja, não podem ser negociadas no mercado e não precisam ser
registradas na CVM;
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b. Preferenciais: são ações que possuem os 5 direitos essenciais com alguma prioridade (art.
17). A prioridade é temporal
i. Prioridade no dividendo: recebe os lucros (dividendo) antes das ações ordinárias;
ii. Prioridade no reembolso: recebe a retirada antes das ações ordinárias;
Pode ter as duas, mas tem que ter pelo menos uma. Se não tiver dinheiro para pagar
todo mundo, paga-se primeiro quem tem preferência;
o estatuto pode ou não dar direito de voto às preferenciais. Na prática, elas nunca têm;
ações preferenciais sem voto podem representar no máximo 50% do Capital
Social.
Pode ocorrer uma aquisição temporária do voto;
a ação preferencial sem voto pode ter vantagens políticas, que são: poder de
veto e poder de eleição separada de administradores. É chamada de “Golden
Share”;
iii. Ação preferencial negociável no mercado: prioridade (reembolso ou dividendo) + uma
das 4 vantagens:
→ Direito à voto;
→ Dividendo no mínimo 10% maior que das ordinárias;
→ Dividendo mínimo de 3% do valor patrimonial da ação;
→ Participação no leilão do artigo 254-A da Lei das S.A.’s (Tag Along ou Direito de
Saída Conjunta).
› Os acionistas com direito a voto têm direito de sair junto com o
controlador quando ele vender. Em regra, o controlador consegue
vender por preço maior.
c. De Fruição (art. 44): ações dadas em troca de ações que foram integralmente amortizadas.
i. Amortização: é o pagamento antecipado do que caberia ao acionista em caso de
dissolução da sociedade.
ii. Quando a ação é integralmente amortizada (o dono recebe o prêmio), ela é trocada por
uma ação de fruição.
iii. O estatuto definirá se a ação de fruição tem ou não direito a voto;
iv. Quando a ação de fruição exercer os direitos de retirada e participação no acervo
social, o prêmio será descontado do valor do prêmio;
v. A ação de fruição não recebe os juros sobre o capital próprio, que é uma forma de
participação nos lucros;
→ Quem tem ação de fruição continua tendo direito aos dividendos, mas não
sobre os juros sobre o capital próprio.
6. Negociação:
a. São sempre livremente negociáveis, mas com peculiaridades:
i. Nas sociedades fechadas, o estatuto pode estabelecer condições para a negociação,
desde que não a impeça;
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ii. Nas sociedades abertas, o estatuto não pode estabelecer condições, mas a lei impõe a
condição de que para ser negociada, ela tem que ter sido integralizada em pelo menos
30% do preço de emissão;
iii. A BOVESPA diz que para as ações serem negociadas nela, é necessária a custódia,
que é um serviço de guarda e conservação prestado ao acionista em relação a sua
ação. A custódia tem de ser feita na C.B.L.C. (Companhia Brasileira de Liquidação e
Custódia).
iv. SA pode negociar com suas próprias ações. 3 hipóteses merecem destaque. São elas:
amortização, resgate e reembolso.
7. Amortização: prêmio em dinheiro dado ao acionista sem tirar dele a condição de acionista.
a. A amortização não pode ser feita livremente, somente por sorteio ou abranger todas as ações
de uma classe;
b. O valor pago pode ser integral, ou seja, o valor patrimonial da ação;
8. Resgate: venda compulsória das ações, uma espécie de desapropriação das ações.
a. Aqui, o acionista será obrigado a vender compulsoriamente suas ações.
b. Também o resgate só pode ser feito por sorteio ou abranger todos os acionistas de uma classe.
Nesse caso, pelo menos metade da classe tem que concordar com o resgate.
c. O valor pago pelo resgate diverge na doutrina. A opinião majoritária (que segue Fábio Ulhoa
Coelho) é de que o valor será definido pelo estatuto ou pela assembléia.
9. Reembolso: é uma espécie de compra compulsória das ações pela sociedade por iniciativa do
acionista.
a. O acionista só pode obrigar a sociedade a comprar suas ações se ele exercer seu direito de
retirada. Esse direito não é livre, o acionista deverá obedecer a certos parâmetros legais.
b. Artigo 136, incisos I a VI e IX c/c com 137, 223, 229, 236, 252 e 256 §2º.
c. Além desses artigos, o acionista só poderá exercer o direito se ele não tiver facilidade para
vender no mercado. Essa facilidade é chamada de liquidez e dispersão.
d. O valor a ser pago no direito de retirado será o valor patrimonial da ação, mas o estatuto pode
fixar outro valor, desde que seja no mínimo o valor econômico.
DEBÊNTURES – arts. 52 a 74
1. Noções: são títulos facultativos representativos de um empréstimo público feito pela SA.
a. Constitui um meio da SA pegar dinheiro com o público;
b. A SA emite das debêntures prometendo vantagens para pegar dinheiro com o público, que
esperará obter as vantagens prometidas (juros, por exemplo).
c. É um contrato de mútuo com certas peculiaridades.
d. Bancos não podem emitir debêntures, mas algumas sociedades do seu grupo podem.
2. Comunhão de Interesses: como os vários debenturistas fazem parte de um mesmo empréstimo, eles
possuem comunhão de interesses
a. Será expressa por meio de assembléia de debenturistas.
b. Poderá ser representada por meio de agente fiduciário, que poderá agir pelo conjunto.
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b. Dá apenas uma preferência na compra da ação e garante do valor a ser pago no futuro. Ou
seja, assegura a compra da ação e permite fugir das variações de preço. Se a ação estiver em
um valor menor, o cliente não é obrigado a comprar.
6. Partes Beneficiárias: são títulos que sempre dão dois direitos, mas podem dar outros (arts. 46 a 51):
a. Participação nos lucros anuais (no máximo 10%);
b. Fiscalização;
c. Outros direitos:
i. Resgate;
ii. Conversão em ações;
Nem SA aberta, nem instituição financeira podem utilizar;
i. Qual é então a natureza jurídica: título de crédito (Carvalhosa);
7. A.D.R.: American Depositary Receipts
a. São instrumentos de levar um título de um país para outro país.
b. No Brasil, são chamados de Certificados de Depósito de Valores Imobiliários;
c. Estão previstos nas convenções 317, 331 e 332 da CVM;
8. Títulos da Dívida Pública: são empréstimos do Governo. Quando eu compro, empresto dinheiro para o
Governo para que ele me devolva com vantagens.
a. LTN: Letra do Tesouro Nacional, vantagem é o deságio em relação ao valor de face;
b. LFT: Letra Financeira do Tesouro, vantagem são os juros equivalentes à taxa SELIC;
c. NTN: Nota do Tesouro Nacional, vantagem são correção + juros;
esses três servem para pagar tributo Federal;
d. CFT: Certificado Financeiro do Tesouro, paga correção + juros;
e. CTN: Certificado do Tesouro Nacional, paga deságio + juros;
f. CDP: Certificado da Dívida Pública Mobiliária Federal, paga correção + juros e só serve para
pagar débito previdenciário;
g. TDA: títulos da Dívida Agrária, servem para pagar indenização sobre terra improdutiva, tem
correção para até 20 anos de pagamento;
9. LI: Letras Imobiliárias (L4380/64), iguais debêntures quirografárias, sem privilégios, sem garantia, etc.
emitidas por sociedades de crédito imobiliário (que não podem emitir debêntures).
10. LH: Letra Hipotecária (L7684/88), igual debêntures com garantia real (bens vinculados ao pagamento).
Quem emite são as instituições financeiras em geral autorizadas a conceder créditos imobiliários (CEF,
Poupex). A garantia real são os créditos hipotecários.
11. LCI: Letras de Créditos Imobiliários (L10931/04), iguais debêntures com garantia real, mais amplas.
Emitidas por instituições financeiras autorizadas a conceder créditos hipotecários como alienação
fiduciária de imóvel. A garantia real é a alienação desses créditos.
12. CDCA: Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (L11076/04), igual debêntures quirografárias,
emitido por pessoas jurídicas que exercem atividade rural.
13. LCA: Letra de Crédito do Agronegócio (L11076/04), igual a debênture com garantia real, emitida por
instituições financeiras que concedam crédito para o agronegócio. A garantia é a caução desses
créditos.
14. NCA: Nota de Crédito do Agronegócio (IN 422/CVM), igual ao CDCA, ou seja, debênture com garantia
real, mas pode ser negociada no mercado mesmo que o emitente não seja uma sociedade aberta.
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15. CDB: Certificado de Depósito Bancário (L4728/65), igual a debênture quirografária (as instituições
financeiras não podem emitir debêntures quirografárias, a CDB é o substituto. Negociação privada, não
podendo ser negociada no mercado.
16. LCF: Letra de Câmbio Financeira (L4728/75), é letra de câmbio negociável no mercado que conta com
aceite ou aval de instituição financeira. Não existe na prática.
17. LAM: Letra de Arrendamento Mercantil (L11882/08), igual debênture quirografária, mas emitida por
operadoras de Leasing. Não é valor mobiliário, nem empréstimo, pois o banco não pode emprestar
dinheiro para sociedades do seu grupo. O LAM então faz essa função.
18. LF: Letra Financeira (L12249/10), igual a debênture quirografária ou subordinada, emitida por
instituições financeiras em geral. O valor mínimo é R$300.000,00.
19. CH: Cédula Hipotecária (DEC 70/66), não é promessa de pagamento. Serve para transferir créditos
hipotecários. Também serve para arrecadar recurso, mas não mediante promessa, mas por meio de
transferência de crédito. Pode ser integral ou fracionária.
20. CCI: Cédula de Crédito Imobiliário (L10931/04), tem a mesma idéia da CH, mas serve para transferir
tanto créditos hipotecários quanto créditos imobiliários.
Prova:
1) 3 questões de cheque / duplicata
2) Cédulas tradicionais (industrial) ou CCB
3) Ações (tipos ou amortização, resgate, reembolso) ou CPR.
Legislação:
1) Lei do Cheque (L7357/85), arts. 32, 33, 47, 59, 61 e 62.
a. Atenção ao cheque pós-datado (CC 192 – uma das opiniões).
b. Prazo de apresentação;
c. Ações;
2) Lei da Duplicata (L5474/68), arts. 9º, 13 e 15.
a. Recibo separado;
b. Protesto por indicações;
c. Aceite presumido;
3) Cédula Industrial (DEL 413/69), arts. 5º, 11, 57 e 58.
a. Especial atenção aos encargos (limites)
4) CCB (L10931), art. 28.
a. Especial atenção aos encargos (limites)
5) Ações (L6404/76), arts. 16, 17, 18, 44 e 45.
a. Ordinárias ou preferenciais
b. Resgate ou reembolso
6) CPR (L8929/94), arts. 4º, 4º-A e 10.
a. Física e Financeira e peculiaridades;
7) Código Civil, arts. 186, 192, 206, §5º, I e 389.
8) Protesto (L9492/97), arts. 8º e 21.
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