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Marlon Tomazette marlon@opendf.com.

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DIREITO EMPRESARIAL CAMBIÁRIO

AULA 1 (27/07/2010)
1ª Prova: 5 questões subjetivas  Teoria geral + letra de câmbio + nota promissória

Princípios do Direito Empresarial


1. Simplicidade das formas: as formas devem ser simples, pois os negócios são em massa, realizados
de forma célere. Por exemplo, no direito civil, ao se passar um imóvel, exige-se uma escritura
pública e a sua transcrição em um cartório de registro de imóveis e ainda a outorga do cônjuge se
for o caso. No direito empresarial, para se transferir um cheque para terceiro, basta a assinatura nas
costas do cheque.
2. Onerosidade: no direito civil, alguns atos se presumem gratuitos; já no direito empresarial, nada se
presume gratuito. Pode até haver atos gratuitos, porém não se presumem gratuitos.
3. Cosmopolitismo: o direito empresarial não se limita a fronteiras nacionais, ele não pode ser
exclusivamente nacional, mas deve ser composto também por regras internacionais, em geral
regidas por tratados internacionais.
4. Tutela do crédito: o direito empresarial protege o credor, pois a atividade empresarial precisa do
crédito para existir.
a. X compra móveis (cadeiras) de Y, que passa o cheque para Z. Este cobra o X o valor do
cheque, que se recusa a pagar por não terem sido compradas as cadeiras que ele
desejava. O credor Z será protegido. X terá direito de acionar Y em ação independente.

cadeiras
X cheque
Y Z
A
cheque

CRÉDITO
1. Acepções (Bugarelli):
a. Filosófica: confiança, ter fé.
b. Econômica: crédito é a troca de um valor atual por um valor futuro. Supondo que eu vá a
um posto de gasolina e pague a conta com cartão de crédito. O posto receberá
posteriormente da operadora de cartão. Trocou-se o valor atual da gasolina pelo valor futuro
de quando ele será pago.
c. Jurídica: crédito é o direito a uma prestação de caráter patrimonial.
2. Conceito: “Crédito é uma relação jurídica de confiança, pela qual se troca um valor atual por um
valor futuro” (Túlio Ascarelli)
a. Elementos Essenciais:
i. confiança1, tempo (Ascarelli)

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A confiança aqui não é necessariamente subjetiva (juízo de valor da pessoa), pode ser objetiva, como por exemplo, os fiadores em
contrato de locação de imóvel.

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ii. confiança, prazo, risco2, interesse3 (Covello)


3. Importância: o crédito é necessário para o desenvolvimento da economia. Quanto maior a
quantidade de crédito, maior será o nível de desenvolvimento econômico do país. Dados mostram
que em junho de 2010, o crédito é 45,7% do PIB do Brasil, cerca de R$ 1,53 trilhões. Chile, 70%,
China, 123%, EUA, 187%.
4. Classificações:
a. Garantia:
i. Pessoal: quando a garantia do crédito é o patrimônio de uma ou várias pessoas. A
garantia não é um bem específico, mas todo o patrimônio da pessoa.
ii. Real: quando a garantia do crédito se faz por meio da vinculação de um bem
específico.
b. Objetivo:
i. Consumo: satisfação de necessidades pessoais. O crédito não serve para o
exercício de atividade econômica. Ex.: comprar um carro, um computador para mim
mesmo.
ii. Produção: se dirige a produção de novas riquezas. Ex.: os créditos fornecidos pelo
BNDES.
c. Instrumento:
i. Contratos de crédito: mútuo
ii. Títulos de crédito: cheque, nota promissória, duplicatas.

TÍTULOS DE CRÉDITO
1. Conceito: “Título de crédito é o documento necessário para o exercício do direito literal e autônomo
nele mencionado” (Vivante). Em outras palavras, são documentos para exercer direitos com
peculiaridades para favorecer os credores.
a. CC, art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele
contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei.
2. Funções:
a. Simplificar o exercício de um direito, constituir um meio técnico para seu exercício. Por
exemplo, um cheque é um documento que permite o exercício do crédito, sem necessidade
de testemunhas ou qualquer processo mais complexo.
b. Agilizar circulação de riquezas. A exemplo da operação de factoring, em que eu passo o
título para frente (um cheque) e recebo parte do seu valor antes da data estipulada.
3. Tipos:
a. Letra de câmbio: usada para pagamentos entre pessoas em locais distintos.
b. Nota promissória: usado para pagamentos entre pessoas em um mesmo local.
c. Cheque: concebido para pagamentos à vista, imediatos, permitindo que não se andasse
com dinheiro.
d. Duplicatas:

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Faz-se a crítica de que a idéia de risco é inerente ao prazo, pois se há um prazo, haverá um risco necessário.
3
Covello faz menção aos juros. O enfoque de Covello é essencialmente bancário, pois é sua prática profissional. Nem todos os
créditos terão juros.

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e. Cédulas: diferentemente dos outros tipos, são usadas para vencimentos parcelados. Muito
comum para os títulos bancários.
f. Letra financeira: mais recentemente criada.
4. Típicos x Atípicos: os típicos possuem lei própria, enquanto os atípicos não.
a. A maioria da doutrina brasileira admite os títulos criados pelos particulares, que são títulos
atípicos. No centro oeste existe, por exemplo, o fica (ou vaca papel), no qual se mede o
gado pelo peso. Nele, aliena-se o gado por um valor e devolve-se ele engordado.
 o CC possui um capítulo genérico sobre títulos de crédito, arts. 887 a 926. O artigo 903 diz que “Salvo
disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.” Visto que
todos os tipos vistos possuem lei que os regulem, entende-se que o CC vale inteiro para os títulos atípicos e
subsidiariamente para os títulos típicos.
5. Características: em regra se aplicam tanto para os típicos quando para os atípicos.
a. São regidos pelo Direito Empresarial. Isso confere proteção para o credor.
b. São bens móveis, no sentido que como seu interesse é a celeridade, eles não podem ter os
requisitos exigidos para outros atos.
c. São créditos de circulação, portanto, sua transferência é facilitada.
d. São títulos de apresentação, no sentido que o credor precisa ser apresentado para que
possa ser descontado.
e. São títulos de resgate;
f. Contém uma obrigação quesível, ou seja, a iniciativa do cumprimento é do credor.
g. Natureza pro solvendo dos títulos de crédito , ou seja, a emissão do título de crédito não
extingue a obrigação, somente o pagamento. As partes podem transformá-lo em pro soluto.
h. Presunção de liquidez e certeza: é certa quando é exigível e líquida quando se pode exigir.
i. Executividade (ou eficácia processual abstrata): não há necessidade do juiz citar o réu para
que ele possa executar, apresentar defesa... os atípicos não possuem essa características,
ou seja, os atípicos não podem ser explorados.
j. Formalismo: (CC, art. 887) significa que um documento só vale como título de crédito se
preencher os requisitos legais. Ex. o cheque precisa estar assinado no lugar certo.
k. Solidariedade cambial: em regra, todas as pessoas que assinarem um título de crédito se
tornam devedoras dele. A emite um TC pra B que endossa pra C que endossa pra D. B tem
um avalista X e C também um avalista Y. A, B, C, X e Y são devedores solidários do título
(art. 47, LUG, DEC57663).
i. A solidariedade no Direito Comercial possui diferenças em relação ao Direito Civil.
ii. Do direito civil, o direito de regresso do devedor solidário é apenas da cota parte.
No direito cambiário, esse direito engloba a dívida inteira (art. 48, 49, LUG).
iii. No direito civil, quem paga a dívida tem direito de regresso contra todos os co-
devedores. No direito cambiário, ele tem direito de regresso apenas contra os co-
devedores anteriores. X, por exemplo, só tem direito de regresso contra A, B só tem
direito de regresso contra X e A e assim por diante.

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A B C D

Xa Ya

6. Princípios: os 3 primeiros valem sempre, os 2 últimos valem quase sempre.


a. Cartularidade: também conhecido como Incorporação. Postula que o título de crédito é
essencial para se exercer o direito literal e autônomo nele mencionado, ou seja, o título de
crédito incorpora o direito (art. 887, CC). Sofre mitigação em alguns casos, por exemplo, se
o título original está em outro processo, ou títulos de valores muito altos, ou quando o título
se perde após o início do processo, também se aceita a cópia autenticada. Isso evita casos
como o do advogado que comeu o cheque. Homenageia-se a boa-fé.
i. Hoje já existem títulos eletrônicos (art. 889, §3º, CC).
b. Literalidade: todos os direitos do título decorrem do que está escrito nele.
i. Literalidade indireta (Túlio Ascarelli): quando o título se refere a outro documento,
ou seja, é cobrável o que está no título e aquilo que decorre de outro documento a
que o título faz remissão (RESP 167.707).
c. Autonomia das obrigações: as várias obrigações que existem no título de crédito não se
influenciam, são independentes umas das outras. Vale tanto para os devedores quanto para
os credores.
i. Lado do devedor: A emite o título para B e X é avalista de B. Porém A é incapaz. A
obrigação de X permece, continua a existir. Vícios de uma não se estendem às
outras. Ex.: A emite título para B, que emite para C, que não paga. A não pode
cobrar de C.
1. Inoponibilidade das exceções pessoais ao credor de boa-fé.
d. Abstração: o título de crédito se desvincula do negócio jurídico que lhe deu origem, não
sendo mais influenciado por ele. Ou seja, o devedor não pode discutir o negócio jurídico
como matéria de defesa. Não vale para os títulos de crédito causais (duplicata e cédulas de
crédito).
i. Ex.: A emite nota promissória para B para comprar cadeiras, que passa para C, que
pode cobrar de A, mesmo que as cadeiras não sejam entregues. O sujeito dá 10
cheques para a academia que passou o título para frente; o sujeito sofre um
acidente e não pode mais ir para a academia, mesmo assim, deverá pagar pelos
cheques.
 Esse princípio só vale para credores de boa-fé (objetiva). Em 3 casos, afasta-se a
boa-fé: a) quando credor participa do negócio jurídico (dou o cheque para a empresa
de cadeiras, que não me entrega as cadeiras e ainda me cobra o cheque); b) quando
o credor tem ciência do negócio jurídico (A emite o cheque para B, estelionatário, que
emite para C, que sabe do estelionato ocorrido); c) quando o título está
expressamente vinculado ao negócio jurídico (A emite o título e escreve “referente ao
negócio jurídico X”, quem receber o título tem que verificar se o negócio foi cumprido).
RESP 162.332; RESP 612.423; RESP 111.961

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e. Independência: também chamado de “completude”. Significa que o título de crédito vale


por si só, não precisando ser completado por outros documentos. Não vale para as cédulas
de crédito bancário (CCB), que precisa ser completada pelos extratos da conta corrente da
pessoa que usou o crédito especial (art. 28, §2º, L10931/2004).
7. Natureza:
a. Lado Ativo: o credor é aquele que tem o direito de propriedade4 sobre o título, ou seja, é o
proprietário do título.
b. Lado Passivo: as dívidas dos títulos de crédito são declarações unilaterais de vontade. Ex.:
o cheque não precisa da concordância do credor. Em que momento se dá a validade da
obrigação? A partir do momento da assinatura ou da entrega do título assinado. Para a
teoria da criação, basta assinar que a obrigação já é fato. Por outro lado, para a teoria da
emissão, é necessário a assinatura a entrega do título. Nos títulos típicos vale a teoria da
criação (art. 16 e 17, LUG – DEC 57663/66). Para os títulos atípicos, o CC em seus artigos
896, 901 e 905 adota a teoria da criação e em seu artigo 909, a teoria da emissão, ou seja,
o CC adotou a teoria da criação, mas excepcionalmente adota a teoria da emissão.
8. Documentos de Legitimação: são documentos necessários para o exercício de direitos literal e
autônomos neles consubstanciados.
a. Títulos de crédito próprios: o direito está consubstanciado no documento (princípio da
cartularidade).
b. Títulos impróprios: o direito não decorre do documento, sendo este meramente probatório.
Não são títulos de crédito, apenas parecem um. Não serão estudados neste curso.
i. Títulos de legitimação: documento probatório que pode ser transferido. Ex.: vale
postal (o documento é meramente probatório, o direito decorre da promessa que o
devedor fez em outra agência do correio).
ii. Comprovantes de legitimação: documento probatório que não pode ser transferidos.
Ex.: vale transporte (tem o nome da pessoa que é empregada da empresa e só
pode ser utilizada por ela), bilhete de loteria (quando você escreve o seu nome no
verso), bilhete de passagem aérea (possui o nome, não permitindo sua
transferência).
9. Classificações:
a. Natureza:
i. Causais: aqueles que fazem referência ao negócio jurídico que lhes deu origem e
por isso não obedecem ao princípio da abstração. Ex.: duplicatas e cédulas de
crédito (tem origem em financiamento bancário e tem nele escritos “referente ao
financiamento x ou y”).
ii. Abstratos: aqueles que não fazem referência ao negócio jurídico que lhes deu
origem e por isso obedecem ao princípio da abstração. Ex.: letra de câmbio, nota
promissório, cheque.
 Os títulos abstratos podem se tornar causais se as partes quiserem, bastando
para isso que seja expresso no título a referência ao negócio que lhes deu origem.
b. Estrutura: diz respeito à forma como o título é criado.

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Direito de propriedade = usar + fruir + dispor

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i. Promessas de pagamento: a pessoa que emite o título promete pessoalmente


efetuar o pagamento: “Eu vou pagar no dia tal, a quantia tal”. Ex.: nota promissória,
cédulas de crédito.
ii. Ordens de pagamento: quem cria o título promete fazer outra pessoa efetuar o
pagamento: “Eu vou fazer o banco pagar a quantia tal”. Ex.: cheque, letra de
câmbio, duplicata.
c. Prestação:
i. Títulos representativos: o objeto do título é a entrega de mercadorias que não são
dinheiro. Ex.: CDR - cédula de produto rural (promessa de entrega de um avestruz
pela Avestruz Master), CDA - certificado de depósito agropecuário.
ii. Títulos de dinheiro: o objeto do título é a entrega de dinheiro. Ex.: letra de câmbio,
nota promissória, duplicata, cédula de crédito, cheque.
d. Circulação:
i. Títulos nominativos: aqueles que são transferidos na escrituração nos livros do
devedor. O devedor cria o título e registra no livro que deve ao credor tal. Quando
este passar para frente, deve comunicar ao devedor para que ele mude o registro.
Ex.: letra imobiliária, letra hipotecária
ii. Títulos à ordem: podem ser transferidos por endosso (simples assinatura do credor
no verso indicando a pessoa para quem ele quer passar). São assim chamadas,
pois o que permite o endosso é uma cláusula denominada “à ordem”. Na letra de
câmbio, nota promissória e cheque, a cláusula à ordem é presumida, implícita (art.
11 da LUG e art. 17 da L7357/85). A duplicata sempre pode ser endossada, ou
seja, a cláusula à ordem é obrigatória e não presumida (art. 2º, §1º, L5474/68).
iii. Títulos não à ordem: quando se escreve no cheque, na letra de câmbio ou na nota
promissória, a expressão “não à ordem”, eles não podem mais ser endossados.
Circulam por meio da cessão de crédito.
iv. Títulos ao portador: aqueles que circulam por simples tradição, basta entregar o
título que ele circulou. Só podem ser criados por lei. “É nulo o título ao portador
emitido sem autorização de lei especial.” (art. 907, CC). Ex.: o cheque até R$100,00
(art.69, L9069/95).
 os títulos atípicos só podem ser nominativos ou à ordem.

LETRA DE CÂMBIO (Bill of Exchange)


1. Histórico: primeiro título de crédito criado. Fases:
a. Período Italiano: nasceu na Itália na Idade Média (séc. XI e XII até os sécs XVI e XVII). A
letra de câmbio é apenas um instrumento de troca de moeda. Cada cidade, por exemplo,
Gênova e Veneza, tinham moedas diferentes. Os comerciantes, que não queriam viajar
com seu dinheiro devido aos riscos, deixavam sua própria moeda no banco e recebiam uma
carta e assim que chegassem ao destino trocavam a carta (lettera di cambio) pela moeda
local. Problemas: desentendimentos entre os bancos, desencontro entre o comerciante e o
responsável pelo banco local.

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b. Período Francês: para resolver esses problemas, os franceses inventaram as figuras do


endosso e do aceite. O endosso servia para quando não se encontrava o banqueiro, e o
comerciante endossava a letra de câmbio para poder passar para terceiro. E o aceite surge
para o caso do banqueiro não querer pagar, pois ele obriga ao banqueiro a pagar sob pena
do judiciário da época obrigá-lo (a letra já tinha a assinatura dos dois bancos). Problema:
começaram a falsificar as letras de câmbio.
c. Período Alemão: os alemães, no séc. XIX, legislaram sobre os princípios da autonomia, da
literalidade e a abstração, consolidando a letra de câmbio da forma como ela é hoje. A letra
de câmbio passou a ser usada para relações de crédito entre locais distintos, deixou de ser
apenas instrumento de troca de moeda para ser um título de crédito entre locais distintos,
independentemente de a moeda ser a mesma ou não. Hoje, na prática, a letra de câmbio
passou a ser utilizada apenas para importação e exportação, embora possa ser utilizada
para adimplemento de obrigações em locais distintos.
2. Conceito: é um título de crédito completo, formal e abstrato no qual uma pessoa assume a
obrigação de fazer pagar determinada soma de dinheiro no tempo e local determinados. É usada
eminentemente para negócios internacionais.
a. O devedor e o credor estão em locais distintos. A idéia é que X dá uma ordem de
pagamento a Y para pagar para Z.
3. Partes:
a. X: sacador  aquele que dá a ordem;
b. Y: sacado  aquele que recebe a ordem;
c. Z: beneficiário ou tomador  o credor inicial.
4. Legislação: por se tratar de ser um título eminentemente para negócios internacionais, ela precisa
de uma lei internacional para regê-la. A LUG (Lei Uniforme de Genebra) é o tratado que trata de
letra de câmbio e notas promissórias. Elaborada em 1930, foi ratificada pelo Brasil em 1942 e
incorporada ao ordenamento nacional em 1966 por meio do DEC57663/66. O Anexo I deste decreto
é a LUG. O Anexo II dita as regras do Anexo I que não são essenciais, as chamadas reservas. O
Brasil fez 13 reservas: 2, 3, 5, 6, 7, 9, 13, 15, 16, 17, 19 e 20. Exemplos: taxa de juros de mora,
prazo do protesto, impossibilidade de procurador. Como resolver essas lacunas? O STF, por meio
do RE71154 diz que a LUG vale no Brasil, mas nas omissões e reservas da LUG, aplica-se a lei
velha, que é o DEC 2044/1908.

LUG da matéria 2044 trata da matéria QUAL VALE


+ + LUG
+ (reserva) + 2044
- + 2044
+ (reserva) - CC
- - CC
O que vale do CC: 202, 206, 406, 900, 1647

5. Requisitos da Letra de Câmbio (LUG, arts. 1º e 2º):


a. Essenciais:

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i. Palavra “letra”: em todos os títulos de crédito, um dos requisitos essenciais é o


nome do título. Assim também é válido para a letra de câmbio. É o que a doutrina
chama de cláusula cambial. A maioria da doutrina afirma que não basta a palavra
“letra”, como está escrito na lei, mas faz-se necessário a expressão inteira “letra de
câmbio”.
ii. Ordem de pagar determinada quantia: a lei fala indevidamente de mandato, o que
se deve ter na verdade é “ordem”.
1. Valor: a lei não define se o valor tem de ser escrito em algarismos ou por
extenso. Se o algarismo disser uma coisa e o extenso disser outra, vale o
extenso. Se houver dois valores escritos da mesma forma, prevalece o
menor. As obrigações podem ser fixadas em moeda estrangeira (Dec-Lei
857/69).
iii. Nome do sacado: a doutrina determina que também é essencial o CPF/CJPJ
(L6268/75).
iv. O nome do beneficiário: a letra de câmbio não pode ser ao portador, sendo que
sempre deve aparecer o nome do primeiro credor.
v. Data da emissão: é preciso saber o dia em que a letra de câmbio fora criada. Serve
para aferir a capacidade do sacador.
vi. Assinatura do sacador: requisito que não pode faltar em hipótese alguma. Essa
assinatura pode ser de próprio punho ou por meio de procurador com poderes
especiais.
LETRA DE CÂMBIO

Nº Vencimento em de de .
R$
A

pagar por esta única via de LETRA DE CÂMBIO a


Aceito (amos)

CPF/CNPJ
Ou à sua ordem, a quantia de

na praça de .
, de de .

Sacado Sacador

CPF/CNPJ CPF/CNPJ

Endereço Endereço

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LETRA DE CÂMBIO
Nº 01/2008 Vencimento em 08 de outubro de 2010.
R$ 10.000,00
Aos oito dias do mês de agosto do ano de dois mil e dez (ou à vista)
pagará(ão) por esta única via de LETRA DE CÂMBIO a JOHN BONHAM, CPF/CNPJ
999.999.999-99.
Aceito (amos)

Ou à sua ordem, a quantia de dez mil reais


na praça de BRASÍLIA.
BRASÍLIA, 08 de AGOSTO de 2010.

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Sacado Sacador
888.888.888-88 777.777.777-77
CPF/CNPJ CPF/CNPJ
Av. Blackdog, 1974 Rua Rock’n Roll, 1780
Endereço Endereço

b. Supríveis:
i. Local de emissão: pode ser suprido pelo endereço do sacador.
ii. Local de pagamento: pode ser suprido pelo endereço de quem tem que pagar
(sacado)
iii. O vencimento não é requisito da letra de câmbio.
6. Letra em branco: esses requisitos devem estar presentes na hora de receber. O título pode ser
emitido em branco, bastando a assinatura para o resto ser preenchido depois. É permitido ao
próprio credor que preencha os demais campos, desde que agindo de boa-fé. Isso é regra geral que
vale a todos os demais títulos.
7. Outras assinaturas: a única obrigatória é a assinatura do sacador. Porém, pode-se ter outras
assinaturas que são: o aceite, o endosso e o aval.

ACEITE (LUG 21-29)


1. Conceito: ato pelo qual o sacado assume a obrigação de cumprir a ordem que lhe foi dada. Só pode
pagar o título quem o tiver assinado. O sacado da letra de câmbio não pode ser processado a
menos que assine o título. É como o banco, ele não é processado por não poder pagar o valor que
está no cheque, pois em momento nenhum assinou a dívida, quem é processado é o emitente do
cheque. O aceitante é o sacado que assinou o título de crédito.
2. Forma:
a. Padrão: simples assinatura do sacado na frente5 do título de crédito. Basta o sacado assinar
na frente que ele vira devedor.
b. Secundária ou subsidiária: assinatura do sacado no verso do título de crédito e especificar
que é aceite.

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A doutrina chama frente pelo nome “anverso”.

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 A assinatura pode ser de próprio punho ou por meio de procurador com poderes especiais.
 A assinatura sempre tem de estar escrito no próprio título, devido ao princípio da literalidade.
 Art. 29 diz que o sacado pode se arrepender pelo aceite, podendo riscar a assinatura.
Contudo, se o sacado mandar uma carta dizendo que aceitou, ele não pode mais riscar e se
riscar, não terá valor.
3. Apresentação: para que ocorra o aceite, é necessária uma apresentação ao sacado para que ele
possa assinar. A apresentação é o ato material.
4. Vencimento:
a. À vista: vence no momento em que se apresentou o título. Apresentou, a obrigação pode
ser exigida.
b. Em dia certo: uma data do calendário. É o mais usual.
c. A certo termo (tempo) da data: em vez de se escrever o dia em que vai vencer o título,
escreve-se o intervalo de tempo (prazo) à partir da data da emissão;
d. A certo termo da vista: também é um prazo, mas é contado a partir da data do aceite.
 No vencimento à vista não tem apresentação para aceite.
 em “b” e “c”, a apresentação para aceite é facultativa.
 em “d”, a apresentação para aceite é obrigatória, pois caso contrário não se sabe quando o
título vencerá, pois não se sabe a data a partir da qual começará a contar o prazo, ou seja, a
data do aceite. O credor tem o prazo de 1 ano para apresentar o título para aceite. O sacador
pode alterar esse prazo e os endossantes podem reduzir esse prazo para apresentação para
aceite.
 o sacado sempre pode decidir se vai ou não aceitar.
5. Efeito: tornar o sacado aceitante do título de crédito, ou seja, devedor do título. O aceitante se
tornará o devedor solidário e principal, pois a lei faz presumir que ele já recebeu o dinheiro. Ser
devedor principal tem seus efeitos. O prazo prescricional dele são 3 anos e não 1 ano como é o
caso do sacador (LUG 70). A lei exige para se cobrar do sacador um documento do cartório
chamado protesto. Para se cobrar do aceitante, não há necessidade de protesto (LUG 73). O
aceitante não tem direito de regresso contra ninguém, pois se presume que ela já recebeu o
dinheiro. Se se pressupõe que ele já recebeu o dinheiro, todo mundo tem direito de regresso contra
ele.
6. Recusa: se ele não recebeu o dinheiro, deve recusar o aceite. Quando ele não aceita o título, ele
será apenas um nome no título sem nenhum efeito. Outro efeito é que a lei estipula a possibilidade
da cobrança imediata do título do sacador (LUG 43). Não precisa esperar vencer o título. Embora a
recusa gere direito de se cobrar antes, será preciso provar a falta do aceite por meio do protesto.
7. Qualificado: é o aceite que altera algum dos elementos do título.
a. Limitativo: aquele que reduz o valor do aceite.
b. Modificativo: aquele que altera ou o vencimento ou o local ou a moeda.
 para o sacado, o aceite qualificado o vincula. Ele fica obrigado nos termos que ele postulou.
 para o credor, o aceite qualificado equivale a uma recusa, a menos que ele aceite os novos
termos. Ou seja, se ele não aceitar as alterações, ele pode cobrar antecipadamente do sacador.
Para a maioria da doutrina, a cobrança antecipada do aceite qualificado limitativo é apenas

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parcial, ou seja, da parte que não foi aceita, pois se a recusa foi parcial, a cobrança também
será parcial. Há doutrina contrária no sentido de que se o aceite qualificado equivale a recusa, o
credor pode cobrar imediatamente a totalidade do título do sacador, em homenagem ao
princípio da cartularidade.
 a lei permite que o sacador impeça a cobrança antecipada, desde que ele escreva a
expressão “não-aceitável” no título desde o início.
8. Não-Aceitável: é a expressão que pode ser escrita pelo sacador que o libera da obrigação de pagar
antecipadamente no caso de recusa (ou aceitação qualificada) por parte do sacado. Contudo, há
três casos em que ela não é possível:
a. Vencimento a certo termo da vista. Se o sacado não aceitar, não se sabe quando irá
vencer, portanto, ou ele vence na data certa ou antecipadamente;
b. Quando pagável fora do domicílio do sacado
c. Quando pagável em domicílio de terceiro;
9. Data do Aceite: em regra, não tem importância, exceto no caso de vencimento a certo termo da
vista. Nesse caso, se não tiver sido escrita a data do aceite, é necessário levar o título ao cartório
para que ele comprove o dia que foi dado ou defina um dia que com certeza já havia aceite, ou em
último caso, considera-se o último dia da data de apresentação.
LETRA DE CÂMBIO

Nº 01/2008 Vencimento em 08 de outubro de 2010.


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Aos oito dias do mês de agosto do ano de dois mil e dez (ou à vista)
pagará(ão) por esta única via de LETRA DE CÂMBIO a JOHN BONHAM, CPF/CNPJ
999.999.999-99.
Aceito (amos)

Ou à sua ordem, a quantia de dez mil reais


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ROBERT PLANT JIMMY PAGE


Sacado Sacador
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11
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ENDOSSO6
A B
1. Conceito: meio próprio de transferência dos títulos de crédito
que contenham a cláusula “à ordem”7. Em termos práticos, é a
assinatura de “C”.
C D

2. Forma: nossa legislação admite duas formas.


a. Padrão: simples assinatura do beneficiário (C) no verso do título.
b. Secundária: assinatura na frente do título, juntamente com declaração de que se trata de
endosso.
 a assinatura pode ser de próprio punho ou por meio de procurador com poderes especiais
(LUG 11).
 o endosso tem de ser escrito no próprio título de crédito (princípio da literalidade).
 pode-se continuar o endossamento sucessivo por meio de anexo, alongue ou alongamento
(LUG 13).
 até dezembro de 2007, o cheque só podia ter um endosso. A partir de então, passou a ser
ilimitado o número de endossos.
 Quem endossa é o endossante, quem recebe o endosso é o endossatário.
3. Espécies:
a. Endosso em preto: diz pra quem se está transferindo o título, ou seja, indica o endossatário
(endosso para Gabriel de Britto Campos).
b. Endosso em branco: não diz para quem se está transferindo o título. Neste caso, o título
passa a circular como se fosse ao portador.
 A L8088/90, que é uma lei tributária, em seu artigo 19 diz “todos os títulos de crédito devem
ser endossados em preto”. Isso significa que o título pode ser endossado em branco, desde que
o credor (endossatário) se identifique no momento que for recebê-lo (RESP 204595).
4. Parcial: o endosso parcial, pelo princípio da cartularidade, é nulo de pleno direito (LUG 12).
5. Efeitos:
a. Transfere a propriedade do título de crédito.
b. Torna o endossante devedor do título do crédito, com 4 exceções (LUG 15):
i. Títulos atípicos: quem endossa títulos atípicos, em regra, não é devedor (CC 914
c/c 903). Lei especial (LUG) prevalece sobre o CC.
ii. Endosso sem garantia: quando o próprio endossante não garante a
responsabilidade. No silêncio, ele é devedor, se ele não quiser ser devedor, ele
deve explicitar isso no título. O endosso é a única forma disso acontecer, nos outros
títulos não acontece. Na prática, isso não acontece.
iii. Proibição de novo endosso: é na verdade uma limitação da responsabilidade do
endossante e ocorre quando este proíbe expressamente novo endosso. Nesse
caso, ele limita o endosso (LUG15) e só se torna é responsável perante o seu

6
O endosso tradicional é também chamado de endosso translativo, pois tem finalidade de transferir a propriedade do Título de Crédito.
7
Sempre que o título tiver cláusula “à ordem”, ele pode ser endossado. Nas letras de câmbio, nota promissória e cheque, a cláusula à
ordem é presumida, ou seja, no silêncio, ela pode ser endossada. Se restar escrito “não à ordem”, não poderá ser endossado (LUG 11
+ L7357, Art. 17).

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endossatário. Se este passar o título adiante, o novo endossatário não poderá


cobrar do primeiro endossante.
iv. Endosso para empresas de factoring: A empresa de factoring8 compra créditos com
desconto. O endossante que vende o título para a empresa de factoring vende junto
o risco do crédito, portanto, ele não pode mais ser devedor do título.
1. RESP 820672: o endossante se torna devedor do título, pois se não tem
regra, vale a regra do endosso.
2. RESP 992421: o endossante não se torna devedor do título, pois a
empresa compra o risco. É a opinião majoritária na doutrina.
 vale lembrar que essa discussão só ocorre no silêncio das partes. As partes
podem acordar se o endossante será ou não devedor.
6. Endosso x Cessão: os dois tem a mesma finalidade: transferir crédito.
a. Endosso: quanto ao âmbito de aplicação: restrito, só se aplica a títulos de crédito com
cláusula à ordem. Quanto à natureza, é uma declaração unilateral de vontade. Quanto à
forma, tem que ser escrito no próprio título, e não há necessidade de comunicação ao
devedor sobre a transferência. Quanto aos efeitos, quem endossa é devedor em regra, ou
seja, o endossante garante a existência e a solvência da obrigação. Ainda quanto aos
efeitos, valem os princípios da autonomia e da abstração, ou seja, transfere direito
autônomo e abstrato (LUG 16, 17). Em outros termos, os vícios não acompanham o título. É
mais favorável ao credor.
b. Cessão: quanto ao âmbito de aplicação: aplicação ampla, se aplica a qualquer crédito.
Quanto à natureza, é um contrato. Quanto à forma, não precisa ser escrito no próprio
documento, e há necessidade de aviso ao devedor da transferência (CC 290). Quanto aos
efeitos, quem cede não é devedor em regra, ou seja, o cedente garante apenas a existência
da obrigação. Ainda quanto aos efeitos, não valem os princípios da autonomia e abstração,
ou seja, transfere direito derivado (CC 294). Em outros termos, os vícios acompanham o
título. É mais favorável ao devedor.
7. Póstumo9: tem forma de endosso (significa que tem de estar escrito no título e não precisa avisar o
devedor), mas efeitos da cessão de crédito. Não se presume o endosso póstumo. Para ser endosso
póstumo, vale o conceito da LUG 20, ou seja, quando é feito após o protesto ou após o prazo do
protesto10. Questão de prova.
a. Letra de Câmbio e Nota Promissória: 1 dia útil após o vencimento do título (Dec 2044/1908,
Art. 28).
b. Cheque: 30 ou 60 dias após a emissão do cheque (Lei 7357/85, Art. 33).
c. Duplicata: 30 dias (Lei 5474/68, Art. 13)
 A emite LC para B, em 15/08, que endossa para C, que 15/08
A B
endossa para D em 21/08. Trata-se, portanto, de endosso
póstumo.

21/08
C D
8
L9249/95, Art. 15, §1º, III, d – conceitua factoring.
9
Também chamado endosso tardio ou posterior, o que ocorre com o endosso tradicional (translativo).
10
A grosso modo, é uma prova feita pelo cartório.

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 os efeitos são de cessão de crédito: transfere a propriedade do título (cessão e endosso);


quem endossa, em regra, não é devedor (CC296).
 A vende para B. C furta de B e endossa para D após o vencimento. Os vícios acompanham,
pois os efeitos são da cessão de crédito, ou seja, quem recebe o endosso póstumo, recebe com
os vícios anteriores.
19/04 furta vícios
A B C D

 A emite NP para B com vencimento em 19/04. B endossa o título para C em 19/05. C ajuíza
ação de execução contra A. A se defende dizendo que não tem que pagar o título, pois este se
referia a uma compra de gado furtado. C responde dizendo que é terceiro de boa-fé e por isso,
teria direito de receber o título de crédito. Nesse caso, o endossatário (C) não terá direito de
receber o título, pois se trata de endosso póstumo e seus efeitos são do direito civil
19/04 19/05
A B C

8. Impróprio: endosso que não tem finalidade de transferir a propriedade11 do Título de Crédito, mas
tem a finalidade de transferir apenas a posse12 dele, ou seja, apenas a faculdade de usar o Título de
Crédito (LUG 18 e 19). Com que finalidade?
a. Mandato: objetiva constituir procurador para a cobrança do título (LUG 18). “endosso
mandato é aquele que transfere o exercício e a conservação do direito sem dispor deles”
(Pontes de Miranda). É simplesmente o endosso para outra pessoa cobrá-lo. Tem que estar
escrito expressões do tipo “por procuração”, “para cobrança”, “endosso mandato”, etc.
quem endossa o endosso mandato é chamado endossante mandante, e quem recebe o
endosso (procurador) é chamado de endossatário mandatário.

Endosso p/ procuração
A B C
Credor Possuidor devedor
Proprietário Procurador
Endossante mandante Endossatário mandatário

 o endossatário mandatário só pode usar o título, ou seja, pode cobrar, questionar em juízo,
pode até fazer outro endosso do tipo mandato, que funciona como um subestabelecimento. O
que ele não pode fazer é um endosso translativo, pois estaria transferindo a propriedade que
não é dele.
 Se B cobrar indevidamente de C (protesto) e C entrar com ação de danos morais contra A e
B, A sempre responderá pelos danos causados, pois é quem tem o proveito do título. B só
responderá se tiver agido de má-fé (RESP 602.280).
 caberá direito de regresso do endossante mandante contra o endossatário mandatário, pois
trata-se de uma relação contratual (e não cambial), que é a relação de mandato que se

11
Direito de usar, fruir e dispor de um bem.
12
Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade (CC
1196)

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estabelece, e será regida pelo CC. Há uma única exceção prevista na LUG, que é o fato de a
morte do mandante não extinguir o endosso mandato 13.

b. Caução: também transfere a posse com a finalidade de garantir o título (LUG 19). Funciona
como “penhor de jóias”. Peço um empréstimo na CEF e ela me pede uma garantia em jóias.
Pego o dinheiro e deixo a coisa móvel (jóias) como penhor (CC1431). Se eu pagar o
empréstimo, recebo de volta minhas jóias, senão, a CEF vende minhas jóias. No endosso
caução, ocorre a mesma coisa, só que com o título de crédito. Trata-se, portanto, de deixar
o título na posse do credor. A propriedade é de quem pega o empréstimo. Não se presume,
tem de estar escrito “para penhor”, “em garantia”.

Endosso p/ penhor
A B

Dono Possuidor
Credor Credor pignoratício

 o credor pignoratício não pode vender, fazer novo endosso translativo, etc., mas pode
fazer novo endosso do tipo mandato (o que não faz sentido antes do vencimento).
 vencida a obrigação que ensejou o título, o possuidor poderá vender o título em proveito
próprio, ou seja, difere do endosso mandato.
 Se B causar danos, ele, o credor pignoratício (possuidor do título) responderá sozinho.

 um possível questionamento: quais as modalidades de endosso? Resposta: Translativo (tradicional e


póstumo) e Impróprio (mandato e caução)

AVAL
1. Conceito: ato pelo qual uma pessoa assume a obrigação de pagar um título de crédito nas mesmas
condições que um devedor desse título. Em outras palavras, é uma garantia pessoal própria dos títulos
de crédito. Vale para todos os títulos de crédito (LUG 30 a 32).
- questão: X assina contrato e diz ser avalista do contrato e executou o contrato. X precisa pagar? Não,
pois não se trata de título de crédito, mas contrato. Não há aval em contrato (RESP 707979).
2. Forma:
a. Padrão: simples assinatura na frente (ou anverso) dos títulos de crédito. Por se tratar da mesma
forma que o aceite, como fazer para diferenciar? O aceite é a assinatura do sacado14, se for
qualquer outra pessoa, será AVAL.
b. Secundária: assinatura do verso com a especificação de que a assinatura é AVAL. A simples
assinatura é endosso, para ser aval, tem que assinar e especificar que é AVAL. É pouco
utilizada, com exceção do cheque, em que essa forma é a mais comum. O problema é que
normalmente se esquece de especificar e de acordo com o artigo 31 da LUG, não é aval.

13
Na LUG, por erro de tradução, não se trata da morte do mandatário, mas do mandante. É fisicamente impossível o mandatário
cobrar, se ele morreu.
14
Lembrando que o nome do sacado consta do título.

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Contudo, na prática, o STJ postula que se não for endosso (pois o sujeito não é o beneficiário),
será considerado AVAL (AG 468946).
 pelo princípio da literalidade, o aval tem de ser escrito no título de crédito. Pode ser ainda por
anexo, alongue ou alongamento, caso não caiba no título.
3. Outorga: O aval dado por pessoa casada depende de outorga conjugal15, salvo regime de separação
absoluta (CC 1647, III). Embora, o CC seja usado mais para títulos atípicos (art. 903), o artigo 1647, III
vale tanto para títulos típicos quanto atípicos e atinge, portanto, o AVAL. Aval exige outorga conjugal.
- e se não houver outorga? Há divergência na doutrina. Uma linha afirma que o aval atingiria apenas a
metade do cônjuge que fez o aval. O TJDF tem julgado inválido o aval sem outorga e é opinião
dominante na doutrina. O STJ tem acolhido o julgamento do TJDF (RESP 1163074). Aval sem outorga
é inválido.
- é questão de nulidade ou anulação. O CC 1649 16 diz que é anulação. O TJDF tem julgado como
nulidade.
4. Avalizado: alguém por quem o aval é dado, o devedor do título de crédito. Pode ou não dizer quem é o
devedor (seria o aval em preto ou aval em branco, terminologia pouco usada). Quando o avalista assina
o título, se torna devedor. É importante saber quem é o avalizado para saber contra quem ele terá o
direito de regresso. Se entrar depois do A, terá direito de regresso contra o A. Se entrar após o C, terá
direito de regresso contra A, B e C. o prazo para cobrar do avalista é o mesmo para cobrar do
avalizado. A forma para cobrar do avalista é a mesma para cobrar do avalizado.

A B C D

Avalista

 O avalista em preto entre logo após a pessoa que ele escolhe. O avalista em branco, ele entra logo
depois do sacador (A).
a. Simultâneo: caso em que duas ou mais pessoas se tornam avalistas da mesma pessoa.
b. Antecipado: caso em que alguém se torna avalista daquele que ainda não se tornou devedor do
título.
 dois avais em branco e superpostos: considera-se avais simultâneos (RE 189).
 o avalista pode fazer aval pelo sacado? Pode, ele pode escolher o sacado. Ou seja, o B ainda
não virou devedor, ainda não deu o aceite, mas o X já se coloca como avalista do B.
 o aval antecipado só deveria produzir efeitos se houvesse aceite posterior. Contudo, a doutrina
dominante entende que pelo princípio da autonomia das obrigações, o aval antecipado vale desde o
princípio, ou seja, o avalista se tornará devedor do título, mesmo que o avalizado dele não aceite.
5. Limitado: A LUG 30 diz que pode ser parcial, o CC 897, § único diz que não pode. Portanto, para os
títulos típicos, pode. Para os atípicos, não pode.

15
Outorga uxória: se refere a outorga dada pela mulher.
16
Art. 1.649. A falta de autorização, não suprida pelo juiz, quando necessária (art. 1.647), tornará anulável o ato praticado, podendo o
outro cônjuge pleitear-lhe a anulação, até dois anos depois de terminada a sociedade conjugal.

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6. Efeito: tornar o avalista devedor do título de crédito. O avalista sempre será devedor solidário e nunca
possui benefício de ordem (LUG 47). O avalista será devedor principal ou indireto a depender do
avalizado.
a. Se o avalizado for aceitante, o avalista é devedor principal  prazo de 3 anos para ser cobrado.
b. Se o avalizado for sacador ou endossante, o avalista é devedor indireto  prazo de 1 ano para
ser cobrado.
 A obrigação do avalista é autônoma, ou seja, não é contaminada pelos vícios da obrigação do
avalizado (LUG 32 e LUG 6).
 a obrigação do avalista não é personalíssima, transmite-se para os herdeiros dentro dos poderes
da herança (RESP 260.004).
7. Direito do avalista: direito de regresso quando ele paga o título de crédito. Pode exercer esse direito
contra quem estiver para trás dele no título, ou seja, contra o avalizado e contra quem estiver antes do
avalizado (LUG 49). O avalista se sub-roga nos direitos do credor.
8. Aval x Endosso:
a. Semelhanças:
i. ambos são assinaturas que vem no próprio título de crédito;
ii. ambos são facultativos;
b. Diferenças:
i. O aval é garantia, o endosso é forma de transferir título de crédito;
ii. Forma padrão do aval é na frente, a forma padrão do endosso é atrás;
iii. O endossante é sempre devedor indireto, o avalista pode ser devedor direto ou indireto
a depender do avalizado;
9. Aval x Fiança:
a. Semelhanças:
i. Ambas são garantias pessoais, servem para garantir obrigações pessoais;
b. Diferenças:
i. O aval é declaração unilateral de vontade, a fiança é contrato unilateral (negócio jurídico
bilateral);
ii. O aval tem de ser escrito no próprio título de crédito, a fiança pode ser escrita em
qualquer lugar;
iii. O aval só é possível em títulos de crédito, a fiança é possível em qualquer obrigação,
inclusive títulos de crédito;
iv. O aval é autônomo, a fiança é acessória, ou seja, o aval não é atingido pelos vícios do
negócio principal, enquanto a fiança segue a sorte do principal;
v. O avalista é sempre solidário (LUG 47), o fiador tem, em regra, benefício de ordem (CC
827). O fiador pode renunciar ao benefício de ordem, tornando-se devedor solidário (CC
828), que é o recorrente na prática;
10. Posterior: é o aval posterior ao protesto e não muda sua natureza, ou seja, continua sendo aval e tem
os mesmos efeitos do anteriormente dado (CC 90017).
11. Garantias Simultâneas: é possível que o avalista seja também fiador da mesma pessoa, mas para
isso, ele tem que ser fiador solidário, ou seja, renunciando ao benefício de ordem (Súmula 26 STJ).

17
Art. 900. O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado.

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VENCIMENTO
 Refere-se à Letra de Câmbio, Nota Promissória e Duplicata.
 É o momento no qual a obrigação se torna exigível. Enquanto não ocorrer o vencimento, a obrigação
pode até existir, mas não pode ser exigida.
 O vencimento do título de crédito tem de ser único, não pode haver um vencimento para uma data e
outro vencimento para outra data, sob pena de nulidade do título de crédito (LUG 33).
1. Tipos (LUG 33):
a. À vista: vence contra apresentação, no momento em que for apresentado ao sacado.
i. A lei define que o título tem que ser apresentado no prazo de 1 ano.
ii. O sacador pode alterar esse prazo tanto para aumentar quanto para diminuir, e os
endossantes podem somente reduzir.
b. Em data certa: ocorre em uma data do calendário;
c. A certo termo da data: em vez de se dizer o dia certo, define-se um prazo contado do dia da
emissão.
d. A certo termo da vista: também é um prazo, mas contado do dia do aceite ou do dia do visto.
 Cheque é sempre à vista (L7357/85, art. 32);
 Duplicata só à vista ou em dia certo (L5474/68, art. 2º, §3º);
 as partes podem escolher dentre os 4, mas no silêncio, considera-se à vista (LUG 2º);
 na letra de câmbio e na nota promissória não há prorrogação, pois se escrever outro vencimento,
anula-se o título. Se quiser prorrogar, rasga o título velho e faz-se um novo.
 o direito previdenciário e cambiário prevêem a possibilidade de antecipação do vencimento do
título.
2. Antecipado: também chamado de vencimento extraordinário e ocorrem em alguns fatos determinados
(LUG 43). A LUG prevê 5 casos, mas o Brasil fez reserva de 4. O que vale para o Brasil, basta recorrer
ao artigo 19 do decreto 2044/1908:
a. A recusa do aceite que, provada por meio do aceite, pode ser cobrada antecipadamente;
b. A falência do aceitante também gera vencimento antecipado. Note-se que a falência do sacador
ou do sacado não importam, somente a falência do aceitante;
c. A insolvência civil do aceitante18 (CPC 751).
 opinião de Fran Martins acresce três outros casos:

PAGAMENTO
 é o cumprimento da obrigação, a entrega do dinheiro ao credor.
1. Tipos:
a. Recuperatório: é aquele que dá direito de regresso. Não extingue o título de crédito.
b. Extintivo: é aquele que não dá direito de regresso. Extingue o título de crédito, acabando com
sua vida útil.
 na letra de câmbio, há apenas dois pagamentos que são extintivos:

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É como se fosse a falência do aceitante, mas para as pessoas que não podem falir.

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› o pagamento realizado pelo aceitante ou mesmo pelo sacado, pois presume-se que ele
recebeu o dinheiro.
› O pagamento feito pelo sacador quando a letra não houver aceite.
2. Apresentação: o devedor não terá como realizar o pagamento do título se este não for apresentado
para ele. Pode ser feita pelo credor ou qualquer pessoa que receba poderes dele para isso.
a. Prazo para apresentação:
i. Título à vista: vence na data da apresentação, no prazo de 1 ano contado da emissão
do título. Pode ser alterado pelo sacador ou reduzido pelos endossantes.
ii. Outros títulos: Art. 20 DEC2044/1908, que diz que tem de ser apresentado no próprio
dia do vencimento, mas não impõe sanção para o descumprimento desse prazo.
3. Objeto: o valor nominal escrito no título. Deverá ser pago devidamente atualizado se pago com atraso.
a. Juros:
i. Remuneratórios: remuneram o capital, não tendo caráter de penalidade. São os frutos
do capital. É possível a cobrança de juros remuneratórios na letra de câmbio e na nota
promissória (no cheque e em títulos atípicos não pode), desde que atendidas duas
condições previstas no art. 5º da LUG.
1. Os juros têm de estar escritos no título de crédito.
2. O vencimento tem de ser à vista ou a certo termo da vista.
 possuem um máximo que é dobro da taxa legal (DEC 22626/33), com exceção
do contrato de mútuo (empréstimo de coisa fungível), cujo limite é a taxa legal (CC
591), nem os bancos, que não possuem limites (Súmula 596, STF).
 os juros podem ser compostos, ou seja, capitalizados, desde que haja
autorização legal para tanto.
 nas cédulas de crédito também admitem o pacto de remuneração de juros
(Súmula 93, DTJ).
 contratos bancários podem ter juros capitalizados, ou seja, juros compostos (MP
2170, art. 5º).
ii. Moratórios: não possuem caráter de rendimento, mas são uma sanção, penalidade pelo
atraso no pagamento da obrigação.
1. Os juros moratórios não precisam estar escritos no título;
2. Incidem a partir do vencimento do título (LUG 48).
3. A taxa da LUG 48 (6% a.a.) não foi aceito. O DEC 2044 é omissa. A taxa é,
portanto, a prevista no CC 406. A taxa é o valor determinado pela Fazenda
Nacional, que cobra a SELIC, que não é estática e consideras juros e correção
monetária. Muitos autores defendem que não dá para usar a SELIC, mas o
CTN (art. 161, §1º) que é de 1% a.m.. o TJDFT e o TRF da 1ª Região usam
1%, mas o STJ usa a SELIC.
 nada impede que outras penalidades, como multa, sejam previstos no título.
4. Prova:
a. Entrega do título de volta para o devedor.
b. Recibo de quitação escrito no próprio título de crédito. Não vale um recibo separado (LUG 39).
5. Parcial: o credor é obrigado a aceitar pagamento parcial do título de crédito (LUG 39).

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6. Antecipado: o pagamento antecipado do título de crédito pode ser realizado, mas os riscos desse
pagamento cabem ao devedor (LUG 40).

OUTRAS FORMAS DE EXTINÇÃO


1. Todas as outras formas de extinção previstas no Código Civil (compensação, transação, dação em
pagamento, remissão, etc.) podem se aplicar aos títulos de crédito.
2. Quanto à remissão, o Código Civil em seu artigo 388, permite que a remissão a um devedor beneficia
todos os outros devedores que teriam direito de regresso contra ele. Se ele libera B, ele liberaria
também C e D, podendo cobrar ainda de A. Se ele libera C, libera também D, podendo cobrar de A e B.
Se ele libera A, não pode cobrar de mais ninguém.

A B C D

Credor

PROTESTO (L9492/97)
1. Conceito: ato formal e solene feito perante o competente cartório para fins de incorporar ao título a
prova de fato relevante para as relações cambiais. De forma simples, é um meio de prova. Não é forma
de cobrar o título, embora tenha um efeito muito forte de pressão sobre o devedor, mas não é meio de
cobrança, é meio de prova.
2. Tipos: são os fatos que devem ser provados por meio do protesto
a. Protesto por falta de pagamento: é o protesto que prova que o título não foi pago. Todos os
títulos de crédito possuem esse tipo de protesto.
b. Protesto por falta de aceite: prova que o título não teve aceite. Só existe na letra de câmbio e na
duplicata.
c. Protesto por falta de devolução: prova que o título foi remetido ao sacado e não foi devolvido.
Só existe na letra de câmbio e na duplicata.
3. Procedimento: será sempre o mesmo para qualquer tipo de protesto.
a. Pedido: entrega do título ao cartório e exame de sua regularidade formal pelo tabelião. Não
cabe ao tabelião a análise do mérito, apenas aspectos formais. No caso de protesto por falta de
devolução, o título não pode ser apresentado, então apresenta-se uma segunda via do título, no
caso da letra de câmbio, chama-se de duplicata19.
b. Intimação: o cartório intima o sacado ou aceitante para pagar, aceitar ou devolver o título.
i. Prazo de 3 dias úteis. O prazo conta-se a partir da intimação (DF) ou do pedido (SP).
De qualquer forma, depende da região.
ii. Pode ser feita por meio de correio com o aviso de recebimento (AR) ou por um
funcionário do cartório com comprovante de recebimento. Se o sacado ou aceitante não
tiver localização certa, intima-se por edital.
iii. A intimação, a princípio, dirige-se ao sacado ou aceitante, mas o credor pode pedir
expressamente para se intime outros co-devedores.
19
Não confundir com o título de crédito denominado duplicata.

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 Se dentro do prazo, o devedor pagar, aceitar ou devolver, não há protesto. Este só surge
após o prazo para regularização da situação.
c. Lavratura: o cartório lavra certidão atestando o fato que se quer provar. Antes desse ato, não se
tem protesto, apenas apontamento ao protesto. Após esse ato, configura-se o protesto.
4. Efeitos:
a. Protesto por falta de aceite:
i. Possibilita a cobrança antecipada de sacador, endossantes e respectivos avalistas.
b. Protesto por falta de pagamento:
i. Interrupção da prescrição (CC 202, III). A súmula 153 do STF não vale mais;
ii. Configurar a impontualidade injustificada20 para fins de pedido de falência (Lei
11.101/2005, art. 94, I). Impontualidade injustificada é o não pagamento que consta de
título executivo cujo valor ultrapassa 40 salários mínimos
iii. Permitir cobrança de sacador, endossantes e respectivos avalistas. É igual o efeito do
protesto por falta de aceite, só não é antecipado.
1. O artigo 53 da LUG diz que só se pode cobrar sacador, endossantes e
respectivos avalistas com o protesto. Sem protesto, não se pode cobrar desse
pessoal;
2. Só para esse efeito, o protesto tem um prazo para cumprir, que é de 1 dia útil
após o vencimento (art. 28 do DEC 2044/1908) - cai na prova.
iv. Inscrição nos cadastros de inadimplentes (SPC/SERASA);
c. Protesto por falta de devolução:
i. Se feito até o vencimento do título: mesmos efeitos do protesto por falta de aceite;
ii. Se feito após o vencimento do título: mesmos efeitos do protesto por falta de
pagamento;
5. Sustação: é uma medida judicial de urgência para impedir a lavratura do protesto (L9492, Art. 17). Ela
tem que ocorrer nos 3 dias úteis de prazo para lavratura do protesto.
a. Liminares nas ações cautelares (CPC 796): requisitos
i. Fumus Boni Juris: não devo, devo menos ou o protesto é formalmente irregular.
1. A simples existência de ação judicial não é motivo que configure Fumus Boni
Juris, as alegações na ação podem (RESP 507027).
2. A simples prescrição da execução também não é motivo, ainda há ação
posterior que é a monitória (RESP 671486);
ii. Periculum in Mora;
b. Tutela antecipada em ação de conhecimento (CPC 273):
i. Pedido da parte: algumas liminares podem ser feitas de ofício, não é esse caso;
ii. Prova inequívoca: prova já produzida;
iii. Verossimilhança nas alegações feitas;
iv. Risco de dano irreparável ou de difícil reparação;
v. Reversibilidade do provimento antecipado.
 É possível, após os 3 dias de prazo, pedir a sustação dos efeitos do protesto.
6. Cancelamento: é o cancelamento do protesto (Art. 26 da Lei 9492/97)

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Não pagamento que consta de título executivo cujo valor ultrapassa 40 salários mínimos.

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a. Judicial: com trânsito em julgado;


b. Extrajudicial: ocorre quando se provar que o fato não mais existe, ou seja, se se provar ao
cartório o pagamento do título. Se o título já tiver ser destruído, vale uma declaração do credor
com firma reconhecida.
 Não há cancelamento do protesto com decurso de prazo;
7. Sem DespesasP: cláusulas que alteram o regime geral do protesto (LUG 46). Não se presume. Quando
inserida, traz duas mudanças para o regime geral do protesto:
a. O protesto não é necessário para cobrar sacador, endossantes e respectivos avalistas;
b. Os custos do protesto correm por conta do credor, ele não poderá pleitear o ressarcimento dos
custos do protesto, o que normalmente pode.
8. Protesto Indevido:
a. Quando a dívida não existe;
b. O protesto que não obedece ao procedimento legal;
 O responsável pelo protesto indevido responde pelos danos morais que ele causar.

AÇÃO CAMBIAL
1. Noções: é um meio de cobrança do título de crédito, ou seja, a execução do título de crédito;
2. Tipos:
a. Ação direta: ação ajuizada contra seus aceitantes e seus avalistas. Nunca precisa do protesto;
b. Ação de regresso: ação ajuizada contra sacador, endossantes e respectivos avalistas. Em
regra, precisa do protesto, salvo se houver cláusula sem despesas;
3. Legitimidade:
a. Ativa: o autor da ação será chamado de exeqüente. Em regra, será o credor, mas pode ser o
endossatário pignoratício, que é quem recebe o título no endosso caução;
b. Passiva: o réu será chamado de executado. Serão todos os devedores do título de crédito,
aceitantes, sacadores, endossantes e respectivos avalistas. Aqui há solidariedade entre eles, o
que permite ao autor escolher ajuizar contra um, alguns ou todos.
4. Competência: a ação será ajuizada no juízo do lugar do pagamento (CPC 100).
5. Objeto: receber o título de crédito. O valor da causa será: valor nominal do título + correção monetária +
juros de mora à partir do vencimento + despesas do protesto, se for o caso + outros encargos escritos
no título de crédito (custas e honorários não compõe o objeto da ação, pois possuem outra natureza);
VC = VN + CM + JM + D + encargos

6. Documentação: A Petição Inicial (CPC 283) deve vir acompanhada de:


a. O Título de Crédito (Princípio da cartularidade), excepcionalmente admite-se cópia;
b. Planilha denominada memória discriminada de cálculos (CPC 614, II);
c. Protesto se a ação for contra sacador, endossantes ou respectivos avalistas;
d. Procuração;
e. Contrato Social se for pessoa jurídica;
f. Guia de Custas;
7. Rito: o nome do rito é “execução por quantia certa contra devedor solvente” (CPC 652 ss);
a. Ajuizamento;

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b. Despacho: contendo o “cite-se” e honorários;


c. Citação: por oficial de justiça ou carta mandando o devedor pagar em 3 dias. Se o devedor
pagar em 3 dias, os honorários são reduzidos pela metade ou no prazo de 15 dias pedir
parcelamento da dívida;
d. Penhora: constrição judicial de bens do devedor para vinculá-los ao processo; trata-se de
penhora ou avaliação, se for o caso de situações em que se necessite dela;
e. Expropriação: é a idéia de tirar a força dos bens do patrimônio do devedor;
f. Pagamento pelo credor;
g. Extinção do processo;
8. Prescrição: O artigo 70 da LUG (prova).
a. 3 anos para cobrar do aceitante e seus avalistas, contados do vencimento do título de crédito;
b. 1 ano para cobrar do sacador, endossantes e respectivos avalistas, contados do protesto ou do
vencimento se houver a cláusula sem despesas;
c. 6 meses para o exercício do direito de regresso contados do dia do pagamento;
 A LUG não fixa prazos de suspensão e interrupção, portanto, deve-se seguir os casos do CC
(ex.: 198, 202P).
 Há uma regra do CC que não vale, que é o art. 204, §1º, pois o artigo 71 da LUG dispõe
diferentemente. Isso significa que a interrupção feita perante um devedor não se estende aos
demais devedoresP;
 ExemploP: o protesto interrompe a prescrição, mas apenas em relação a quem foi
intimado. Para o avalista que não foi intimado, não interrompe. Se não interrompeu, já está
prescrito, pois já se passaram os 3 anos.
- A (01.01.2007)
- B (Aceitou)
30.10.2009 – Protesto
- X (Avalista)
09.09.2010 – intima-se o C
-C
-D

9. Defesa:
a. Embargos à execução: são uma ação de conhecimento do executado contra o exeqüente com o
objetivo de extinguir a dívida, reduzir o seu valor ou extinguir o processo. É o meio padrão de
defesa do devedor executado (CPC 737ss). O devedor passa a ser o embargante e o credor, o
embargado. O embargante pode alegar qualquer coisa nessa ação. O prazo para ajuizamento é
de 15 dias contados da juntada do mandado de citação. Em regra, eles não param a execução,
mas podem suspender a execução nos casos do artigo 739-A do CPC.
b. Exceção de pré-executividade: não é ação, é simples petição dentro do próprio processo de
execução. Não tem prazo, mas só pode discutir matérias de ordem pública que não dependam
de dilação probatória (produção de prova).
c. Ação anulatória ou ação declaratória de inexistência de dívida : é ação autônoma, muito
parecida com os embargos à execução, mas não possuem prazo, não tem suspensão da
execução, é raramente usada com base no CF 5º, XXXV.

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 em geral, não se admite intervenção de terceiros na ação de execução, mas há duas hipóteses
que merecem atenção:
10. Denunciação da Lide (CPC 70, III): é específica para ações de conhecimento, portanto, não cabe para
ações cambiais, que são processos de execução, em que não há mérito.
a. A – x – B – C – y – D – E : E é o credor do título, que cobra de Y, que tem direito de regresso
aos anteriores, mas não por denunciação da lide.
11. Chamamento ao Processo (CPC 77, III): não cabe, pois não há dívida comum. Vale o princípio da
autonomia das obrigações.
a. A – x – B – C – y – D – E : E é o credor do título, que cobra de Y, que tem direito de regresso
aos anteriores, mas não por chamamento ao processo.

AÇÃO DE LOCUPLETAMENTO ou ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA


 Prevista no DEC2040/1908, art. 48, é admissível para títulos de crédito. É como se fosse uma segunda
ação para receber o título de crédito (a primeira é a ação cambial). Não pode ser ajuizada sempre, submete-
se a pressupostos.
1. Pressupostos:
a. Prescrição da execução: só pode ser ajuizada quando não mais couber ação cambial. Também
chamado de desoneração da responsabilidade cambial.
b. Enriquecimento sem causa do devedor;
c. Empobrecimento do credor;
d. Nexo de causalidade entre o enriquecimento de um e o empobrecimento do outro;
 os três últimos pressupostos demonstram a idéia de proteger o credor. Ela evita prejuízo para o
credor e enriquecimento para o devedor;
2. Legitimidade:
a. Ativa: credor;
b. Passiva: segundo prescreve o artigo 48 do DEC 2040, a ação pode ser ajuizada contra o
aceitante ou contra o sacador. Não há solidariedade nessa ação, é um ou outro. Surgem
problemas quanto aos endossantes e avalistas. A doutrina postula que os endossantes não tem
legitimidade ativa, por falta de previsão legal. Embora os avalistas se equiparem ao avalizado
para a cobrança, também não possuem legitimidade para ajuizar essa ação, por causa do
segundo pressuposto, já que o aval é ato gratuito e por isso o avalista não se enriquece
indevidamente.
3. Competência: é a competência geral, ou seja, o domicílio do réu. Se dará por meio de petição inicial
que deverá cumprir o artigo 282 do CPC.
4. Causa de Pedir: o fundamento jurídico é o enriquecimento sem causa do devedor (causa de pedir
próxima), já o fato a ser narrado não precisa ser a causa debendi (que deu origem ao título), mas é
essencial que se narre o não pagamento do título (causa de pedir remota). Em suma, a causa de pedir
é simplesmente o não pagamento do título, entendimento pacificado na jurisprudência.
5. Pedido: o pedido deve conter suas especificações, ou seja, receber o valor do título de crédito. Deve-se
fazer distinção quanto aos juros de mora. Nesta ação o objeto não contempla os juros de mora, que
incidirão apenas a partir da citação (e não do vencimento como no processo de execução).
6. Procedimento: são quatro os procedimentos possíveis:

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a. Ordinário: pode usado sempre;


b. Sumário: CPC 277ss. Só pode ser usado se a dívida for de até 60 salários mínimos;
c. Procedimento da Juizado Especial: está na lei 9099/95. A princípio só pode ser usado até 40
salários mínimos se for JE Comum e até 60 salários mínimos se for JE Federal;
d. Procedimento da Ação Monitória: é mero procedimento previsto no CPC 1.102 “a” a 1.102 “c”.
 AJ – decisão – mandado monitório – prazo de 15 dias par pagar ou apresentar embargos.
i. Se paga: fica isento de honorários advocatícios e o processo é extinto.
ii. Se apresentar embargos: o procedimento da monitória se converte em rito ordinário.
1. Reconhecimento da dívida: cumprimento de sentença;
2. Não reconhecimento da dívida: extingue o processo;
iii. Inércia do devedor: o procedimento vai direto para o cumprimento de sentença. Aqui se
encontra a grande razão de se ajuizar esse procedimento;
7. Prescrição: 3 anos contados da prescrição da execução (princípio da “actio nata” do Direito Civil –
quando nasce o direito). Total = 6 anos. De onde vem esses 3 anos?
a. LUG, art. 70: se entender-se que é ação cambiária;
b. CC, 206, §3º, IV: se entender-se que é ação civil e o título é mero meio de prova;

DUPLICATA
1. É a segunda via da letra de câmbio, criada por questões de segurança.
2. Ela repete exatamente a mesma coisa do título original, com a diferença de que tem que se saber que é
segunda via (tem que estar escrito) e não se pode dar aceite na segunda via.
3. Tem a mesma utilidade que a primeira via.
4. É pouco usada por sua necessidade de repetir as assinaturas.

CÓPIA
1. É outra possibilidade de se proteger o credor dos riscos da perda do título de crédito.
2. Não substitui o original, serve apenas para provar que o credor teve o título em mãos.
3. A lei permite que para fins de endosso e aval, pode-se usar a cópia.

AÇÃO DE ANULAÇÃO
1. Em caso de perda do título de crédito, move-se essa ação para proteger o credor (DEC 2044/1908, art.
36).
2. Ela anula o título que se extraviou ou foi destruído e o substitui por uma sentença.
3. A sentença só substitui o título para fins de protesto e ações cambial e de locupletamento.
4. Em caso de extravio, cita-se o detentor para entregar o título em juízo e intimam-se os devedores para
não pagar o título. Tudo será feito por edital (prazo de 3 meses).
5. Em caso de destruição, cita-se os devedores para contestar, que será limitada, podendo ser alegada
apenas defeito de forma ou falta de requisito para a execução. Tudo feito também por edital (prazo de 3
meses).

INTERVENÇÃO

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1. Aceite: a princípio, o aceite deve ser dado pelo sacado. Se o sacado recusa o aceite, o título submete-
se ao vencimento antecipado. O aceite por intervenção é o aceite dado por pessoa que não seja o
sacado, com o fim a impedir o vencimento antecipado do título. Possuirá efeitos iguais a um aval,
acrescido do impedimento ao vencimento antecipado. Quem dá o aceite por intervenção não se torna
devedor do título.
a. Tipos:
i. Por intervenção necessário: quando já previsto do próprio título, e nesse caso, o credor
não pode recusar a intervenção.
ii. Por intervenção espontâneo: quando não previsto no título, e nesse caso, o credor
concorda com ele se quiser, podendo portanto escolher cobrar o título
antecipadamente.
2. Pagamento: pagamento feito por alguém que não é devedor do título (similar ao pagamento feito por
terceiro não interessado no direito das obrigações).
a. Peculiaridades:
i. Só pode ser feito até 2 dias úteis após o vencimento do título.
ii. Quem faz o pagamento define onde ele entra no título, ou seja, ele paga por honra de
quem ele quiser, não assumindo a mesma posição que o credor tinha, diferentemente
do terceiro não interessado que se sub-roga nos direitos do credor.

RESSAQUE (LUG 52)


1. Conceito: forma de transferência do exercício do direito de regresso. É a emissão de nova letra de
câmbio à vista, em que o sacador é quem tem o direito de regresso e o sacado será algum devedor
indireto do título (sacador, endossantes e respectivos avalistas) e o beneficiário será a pessoa para
quem se quer transferir o direito de regresso.

NOTA PROMISSÓRIAP
1. Noções: é uma promessa de pagamento, na qual aquele que emite a nota é o emitente e quem o
recebe é o beneficiário ou tomador.
2. Requisitos: LUG 75
a. Essenciais: não podem faltar
i. Denominação de nota promissória;
ii. Promessa de pagar determinada quantia: pode ser em moeda estrangeira e na
divergência entre o valor por extenso e numérico, vale o extenso e na divergência entre
dois valores, vale o menor deles;
iii. Data de emissão;
iv. Nome do beneficiário: não pode ser ao portador;
v. Assinatura do emitente: pode ser de próprio punho ou por meio de procurador com
poderes especiais;
b. Supríveis: podem ser substituídos
i. Local de emissão: pode ser substituído pelo endereço do emitente;
ii. Local de pagamento: pode ser substituído pelo local de emissão;
 o vencimento não é essencial, mas na falta dele, considera-se o vencimento à vista.

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 o título pode nascer em branco a ser completado até o momento do exercício do direito.
3. Peculiaridades: as regras são exatamente as mesmas da letra de câmbio, com 4 peculiaridades:
a. Não existe a figura do aceite;
b. O emitente sempre será o devedor principal da NP, e portanto, as regras que valem para o
aceitante na LC, valem para o emitente da NP;
c. Não tem sacador, portanto, o aval em branco da NP tem como avalizado é o emitente;
d. Não admite segunda via, não existe duplicata de NP.
4. Vinculação a contrato: qualquer título de crédito pode ser vinculado à contrato, porém na NP é mais
recorrente.
a. Qualquer título de crédito vinculado a contrato não segue o princípio da abstração, ou seja, o
devedor só terá que pagar a NP se tiver que pagar o contrato;
b. Embora vinculada a contrato, não adquire natureza de contrato, preservando sua natureza de
título de crédito (RESP 208254).
c. Qualquer título executivo, para ser executado, precisa preencher 3 requisitos: liquidez, certeza e
exigibilidade (CPC 586).
d. A promissória vinculada a contrato não será líquida se o contrato for ilíquido (sumula 258 STJ).

1ª Prova
 Princípios, Endosso, Aval, Protesto (efeitos do protesto por falta de pagamento), Ação Cambial, Ação de
Locupletamento, Nota Promissória. Das ações, não cai questões de procedimento, apenas o direito
material.
Prazos: do protesto (DEC2044/1908, art. 28 e 48), prazos prescricionais da execução (LUG 70), prazo da
ação de Locupletamento (DEC 2044/1908, art. 206, §3º, IV).
CC 202, 206, 903, 914 e 1647.

QUESTOES_TITULO_DE_CREDITO
1,6,17 (Aula de Sábado)
2. John Bonham não tem que pagar, pois não existe aval em contrato, apenas em títulos de crédito.
3. Em razão da vinculação, não vale o princípio da abstração. Só tem que pagar o título se tiver que pagar o
contrato.
5. Desoneração da responsabilidade cambial, enriquecimento sem causa do devedor; empobrecimento do
credor; nexo de causalidade entre o enriquecimento de um e o empobrecimento do outro;
7. o 3º efeito do protesto por falta de pagamento. Para executar o endossante, o protesto é necessário,
portanto não se pode cobrar o endossante.
10.
11. (=6) Trata-se de endosso caução (LUG 19), em que o endossatário age em proveito próprio, portanto é
ele quem responde pelos danos causados (BANCO SAFRA).
16. (semelhante à questão 11) Trata-se de endosso mandato (LUG 18), pois a intenção é constituir um
procurador para cobrar o título. O endossatário age em nome e em proveito do endossante e, portanto, a
responsabilidade é dele (PARADISO ENTRETENIMENTO).
17. Trata-se de endosso póstumo (LUG 20), pois é feito após o prazo do protesto. Possui efeitos de cessão
de crédito e por isso não valem os princípios da autonomia e da abstração. Não valendo o princípio da

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abstração, só tem que pagar a nota se tiver que pagar o contrato. Não tem que pagar o contrato, então, não
tem que pagar o título.
18. O protesto foi fora do prazo? O protesto não é necessário para cobrar o título, pois não é necessário
para cobrar emitente, nem seu avalista.
A ação está prescrita? O prazo é de 3 anos contra o emitente contados do vencimento. Nesse caso, o
protesto não interrompe a prescrição para Maria, só interrompe para quem foi intimado no protesto, no caso,
Ronaldo.
20. Diferenças entre aval e título.
24. Não cabe, pois no título de crédito não existe dívida comum, portanto não se cogita chamamento ao
processo.
25. Sempre, devido ao princípio da autonomia das obrigações (assinou porque quis, vai responder). Sim,
produz efeitos, desde que o avalizado tenha dado o aceite.
26. Não está prescrito, pois conta-se do vencimento e não da emissão. O credor participou do negócio
jurídico, então não vale o princípio da abstração e, portanto, só tem que pagar o título se tiver que pagar o
contrato.
31. Endosso póstumo = igual questão 17.
32. Pode, não decorreram 6 anos (3 anos da prescrição da execução que é de 3 anos)
36. Vale o princípio da abstração, portanto, o contrato não influencia no pagamento do título. Tem que pagar
o título.
37. Para o emitente, a prescrição foi interrompida, portanto conta-se a partir do protesto.
38. Os avalistas não preenchem ao segundo pressupostos da ação de locupletamento, não podendo ser,
portanto, réus da ação, visto que o aval é um ato gratuito e eles não poderiam enriquecer ilicitamente.

---------------------------------------- 1ª prova -------------------------------------------

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CHEQUE
1. Noções: é basicamente uma ordem de pagamento à vista, em que o emitente emite um título de crédito
em favor do beneficiário para ser pago pelo sacado (instituição financeira).
a. Base legal: lei 7.357/85;
b. Conceito: é uma ordem de pagamento à vista;
i. Não há vencimento no cheque;
ii. Assemelha-se à Letra de Câmbio à vista, mas não se confundem.
c. Sujeitos:
i. Emitente: dá ordem de pagamento ao sacado;
→ A lei do cheque fala em sacador para se referir ao emitente;
ii. Sacado (banco): deve pagar o cheque à vista;
→ Necessariamente uma instituição financeira;
iii. Beneficiário: recebe o pagamento;
2. Pressupostos:
a. O sacado é necessariamente uma instituição financeira (na letra de câmbio, não precisa ser).
b. Exige contrato de conta corrente entre o emitente e o sacado.
c. Existência de fundos disponíveis do emitente em poder do sacado. Teoricamente, pois não
caberia para esse pressuposto, o cheque sem fundo.
3. Natureza Jurídica: é um título de crédito, pois obedece aos princípios principais: cartularidade,
literalidade, autonomia, abstração, independência.
a. Há opiniões divergentes
4. Requisitos: um título de crédito só será cheque se preencher os requisitos legais.
a. Essenciais:
i. Todo título de crédito tem de conter a expressão cheque;
ii. A ordem de pagar determinada quantia.
→ O banco central exige que a quantia venha escrita em algarismos e por
extenso, sendo que os centavos não precisam estar por extenso.
iii. O nome do sacado tem que vir impresso;
iv. A data de emissão;
→ O Banco Central afirma que o mês tem que vir por extenso;
→ Para o banco, passados 6 meses, não se pode mais descontar o cheque.
v. Nome do beneficiário (credor). Só será obrigatório para valores acima de R$100,00
(L9099/95), ou seja, abaixo desse valor poderá ser ao portador;
vi. Assinatura do emitente, que pode ser de próprio punho ou por procurador com poderes
especiais;
→ O Banco Central exige que o nome venha escrito, e também o RG e o CPF (ou
CNPJ);
→ O Banco Central tem admitido que a assinatura seja substituída por um carimbo
(chancela mecânica).
b. Supríveis:
i. O local de emissão, que pode ser substituído pelo endereço do emitente;

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→ O Banco Central não aceita, pois o endereço do emitente é segredo dele e não
pode ser impresso no cheque. Para o Bacen, sempre o local de emissão;
ii. O local do pagamento, que pode ser substituído pelo endereço do sacado;
→ O Banco Central não aceita, tem que ser o endereço do sacado, para que o
credor saiba onde ele tem que ir para descontar o cheque;
iii. O Banco Central exige que se expresse a data de adesão do cliente;
 segundo orientação do Banco Central, não há mais essa separação, todos são essenciais 
MNI (Manual de Normas e Instruções)
5. Emissão: é a declaração de vontade obrigatória do emitente, ou seja, sua assinatura (ou carimbo);
6. Aceite: o cheque não admite aceite (L7357/85, Art. ;
7. Endosso: mesmas regras do endosso para letra de câmbio, sendo que há duas diferenças:
a. Endosso quitação: quando se saca o cheque na boca do caixa, ele pede para assinar atrás.
Essa assinatura não tem finalidade de transferir a propriedade do cheque, mas apenas provar o
pagamento (Art. 18).
b. Há opinião doutrinária no sentido que não se admite endosso caução, por falta de previsão
legal. Pouco se fala sobre essa situação. O professor discorda.
i. É possível dar um cheque em garantia. Não é possível o endosso em garantia. A
pessoa pode emitir o próprio cheque em garantia.
8. Aval: valem as mesmas regras do aval para a letra de câmbio, com apenas uma diferença:
a. Na letra de câmbio, qualquer pessoa pode ser avalista. No caso do cheque, o banco não pode
ser avalista, enquanto atuar como sacado. Ademais, enquanto sacado, o banco não pode dar
aceite, nem aval.
b. Embora a forma comum do aval é o escrito na frente, no cheque, a forma comum é a
secundária, ou seja, escrito atrás. De acordo com o STJ, desde que não seja considerado
endosso (ou seja, assinatura do beneficiário), será considerado aval (AG 468946). Não precisa
especificar que é aval.
 Aval, endosso e aceite criam obrigações no título.
 Todo cheque possui vencimento à vista, ou seja, vence quando apresentado ao sacado.
9. Apresentação: momento em que vence o cheque
a. Prazos (Art. 33):
i. 30 dias se pagável na mesma praça (local de emissão = endereço da agência);
ii. 60 dias se pagável em praça distinta;
 importa o que está escrito no título.
 para o banco, esses prazos não tem a menor importância. O banco tem que pagar o
cheque enquanto o cheque não prescrever, ou seja, o prazo da ação cambial, que é, no
caso do cheque, de 6 meses.
 para cobrar endossantes e respectivos avalistas, é preciso de protesto tempestivo, que
é o mesmo prazo da apresentação (30 ou 60 dias). O credor, portanto, que perder o prazo
da apresentação não poderá cobrar endossantes e respectivos avalistas, só o emitente
(súmula 600 do STJ).
 O cheque apresentado fora do prazo, o banco pagará. O banco só não pagará o
cheque se após o prazo, o devedor ficou sem dinheiro por motivo que não lhe seja

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imputável. A doutrina prevê apenas duas únicas hipóteses possíveis: o confisco e a


quebra do banco.
10. Reapresentação: é faculdade do credor.
a. O banco sempre ou pagará o cheque ou devolverá o cheque especificando o motivo da
devolução.
b. Na devolução da reapresentação, o devedor fica impedido de receber novos cheques, o nome
vai para o cadastro de inadimplentes (Motivo 12 – segunda devolução sem fundos).
11. Pagamento:
a. O credor é obrigado a receber pagamento parcial (art. 38).
b. Se o banco receber dois cheques e não puder pagar os dois, ele deverá pagar o mais antigo.
Verifica-se a antiguidade pela data da emissão, e no caso de mesma data, pelo número do
cheque.
12. Devolução:
a. Contra Ordem: declaração de vontade do emitente com objetivo de impedir o pagamento do
cheque (art. 35).
i. Precisa ser motivada pelo emitente;
ii. Só produz efeitos após o prazo de apresentação, ou seja, se eu emito um cheque hoje,
ela só produzirá efeitos após 30 ou 60 dias. Limita o uso do cheque, mas em termos
práticos tem pouca efetividade.
b. Sustação: também chamada oposição (art. 36). Também é declaração de vontade para impedir
o pagamento do cheque;
i. Também precisa ser motivada;
ii. Produz efeitos imediatos;
iii. A motivação pode ser feita tanto pelo emitente quanto pelo credor;
c. Cancelamento: é declaração de vontade, mas cabível apenas quando o cheque não foi
emitido, em casos, por exemplo, de extravio. O banco pode cobrar pela contra ordem e pela
sustação, mas não pode no cancelamento.
13. Protesto: qualquer documento de dívida pode ser protestado. Com o cheque não é diferente.
a. Só há protesto por falta de pagamento.
i. Interrompe a prescrição;
ii. Configura impontualidade para efeitos de falência;
iii. Manda o nome para o SPC e SERASA;
iv. Cobrança de devedores indiretos (endossantes e respectivos avalistas).
→ Só ocorre se apresentado no prazo (30 ou 60 dias);
→ O carimbo de devolução substitui o protesto para fins de cobrança dos
devedores indiretos (art. 47);
14. Ação Cambial: meio próprio para execução do cheque. É a mesma ação da letra de câmbio e da nota
promissória com 2 diferenças:
a. Instrução da Petição Inicial: para cobrar o emitente e seus avalistas, basta o título. Para cobrar
o endossante e seus avalistas, em regra, precisa-se do título e do protesto tempestivo. Para o
cheque, pode ser apenas o cheque e o carimbo de devolução, ou seja, o carimbo de devolução
substitui o protesto, única e exclusivamente para esse fim.

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i. LC e NP: título + protesto (endossantes e avalistas);


ii. Cheque: cheque + protesto ou cheque + carimbo de devolução;
b. Prazo Prescricional: 6 meses contados da expiração do prazo de apresentação – 30 ou 60 dias
(art. 59).
i. Questão de concurso: a prescrição do prazo para execução do cheque é sete ou oito
meses (F)  não se pode converter mês em dia e vice-versa.
ii. Emissão do cheque (mesma praça): 01/01/2010
iii. Apresentação: 02/01/2010
iv.  o prazo de 6 meses conta a partir do dia 02/01 ou 31/01? O RESP 620218 diz que é
a partir de 02/01 e o RESP 162969 diz que é a partir de 31/01.
15. Ação de Locupletamento: enriquecimento sem causa (art. 61).
a. Possui os 4 pressupostos:
i. Prescrição da cambial, enriquecimento do devedor, empobrecimento do credor e nexo
b. Legitimidade ativa: credor;
c. Legitimidade passiva: emitente ou outros coobrigados (não há solidariedade nessa ação). Os
outros coobrigados são: endosso e aval, porém, o aval não cabe, pois é gratuito, não há
enriquecimento. Portanto, só podem ser réus da ação o emitente e endossantes.
d. Foro: domicílio do réu;
e. Ritos:
i. Ordinário;
ii. Sumário;
iii. do juizado especial a depender do valor; e
iv. o rito da monitória.
f. Causa de pedir da PI: não pagamento do cheque (RESP 1018177);
g. Valor da causa: Valor Nominal + Correção Monetária
i. Juros de mora: não entram, pois só começam a incidir a partir da citação
h. Prazo prescricional: 2 anos da prescrição da ação cambial (execução);
16. Ação Causal: terceira oportunidade de recebimento do cheque (art. 62).
a. Fundamento: Funda-se na causa de emissão do título, ou seja, no negócio jurídico que deu
origem ao cheque.
b. Legitimidade: as mesmas partes do negócio jurídico, ou seja, o credor do NJ contra o devedor
do NJ;
c. Foro: domicílio do réu.
d. Rito:
i. Ordinário;
ii. Sumário;
iii. do juizado especial a depender do valor; e
iv. o rito da monitória.
e. Causa de pedir da PI: a doutrina é pacífica no sentido de que precisa narrar a causa debendi.
Para o STJ, nos 3 primeiros, precisa narrar a causa debendi, na monitória não (RESP 365061),
pois nesse procedimento há uma inversão do contraditório, cabendo ao devedor discutir a
causa debendi.

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f. Objeto da ação: valor do NJ = valor do cheque corrigido.


g. Prazo prescricional: 5 anos – CC 206, §5º, I (RESP1038104);
i. Contados de quando? A opinião majoritária é de que conta-se da prescrição da ação
cambial.
Resumo de Prazos:
a. Apresentação: 30/60 dias;
b. Protesto: 30/60 dias (devedores indiretos: endossantes e avalistas);
c. Execução (Ação Cambial): 6 meses;
d. Locupletamento: 2 anos da prescrição da execução;
e. Causal: 5 anos da prescrição da execução;
 Obs.: A e P correm juntos  AL e AC correm juntas;
17. Crime: emitir cheque sem provisão de fundos ou frustrar seu pagamento (CP 171, §2º, VI) –
obviamente, se a recusa do pagamento é ilegítima.
18. Modalidades:
a. Lei do cheque:
i. Cheque visado: aquele em que o banco carimba o cheque e bloqueia o seu valor
durante o prazo de apresentação, ou seja, o banco assegura durante aquele prazo a
existência de fundos para compensar o cheque (art. 8º).
ii. Cheque cruzado: aquele que possui dois traços paralelos na frente e tem que ser
depositado, não pode ser sacado dinheiro na boca do caixa (art. 44).
→ em branco: não tem nada escrito.
→ em preto: tem o nome do banco onde tem que depositar entre os dois traços;
iii. Cheque para ser creditado em conta: escreve-se essa expressão na frente do cheque
para que ele tenha que ser depositado, não podendo ser sacado na boca do caixa.
Mesmo efeito prático do cheque cruzado.
 cruzado: pode ser endossado; para ser creditado em conta não.
b. Banco Central:
i. Cheque administrativo: o emitente e o sacado são a mesma pessoa. O banco é
devedor. Não é só para pagar contas no banco, ele pode ser comprado. Não admite
cheque sem fundo.
ii. Cheque de viagem: é instrumento de troca de moeda. Serve para eu ir para o
estrangeiro e sacar o dinheiro lá. Possui duas assinaturas: quando se pega no país e
quando se retira no outro país.
iii. Cheque especial: é emitido quando o cliente celebra com um banco contrato de
abertura de crédito em conta corrente. É o crédito que o banco abre para ser usado
quando o cliente quiser.
19. Pós-Datado: popularmente conhecido como o “pré-datado”. O nome mais adequado é o pós-datado.
a. Noções: se caracteriza pela combinação de apresentação para data futura.
b. Licitude: É considerado lícito. O artigo 3221 da lei do cheque se dirige ao banco, ou seja, para
ele, a pós-datação não tem a menor importância. Se for apresentado para ele antes da data
acordada entre as partes, o banco pagará, mas nada impedirá o acordo entre as partes.
21
O cheque é pagável à vista. Considera-se não-escrita qualquer menção em contrário.

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c. Natureza: é um cheque + contrato. Possui natureza de título de crédito somado a natureza


contratual. O beneficiário assume o compromisso de não apresentar o cheque antes da data
combinada (obrigação de não-fazer).
i. A pós-datação pode ser provada de qualquer maneira.
d. Conseqüências:
i. Penal: desconfigurar o crime de emissão de cheque sem fundo (CP 171, §2º, VI).
→ RHC 13793: se o cheque é pós-datado não há crime, por falta do elemento
subjetivo do tipo, que seria o dolo específico em emitir uma ordem de
pagamento à vista.
ii. Contratual: quem descumpre o contrato responderá por perdas e danos (CC 389 e
súmula 370 do STJ).
→ Se não houve dano/prejuízo, não há que se falar de indenização.
→ Dano Material:
a. Dano emergente: aquele que efetivamente perdeu (taxa de banco, juros
do cheque especial);
b. Lucro cessante: o que deixou de ganhar (resgatar aplicação para pagar
o cheque e perdeu o ganho da aplicação);
→ Dano Moral: o simples fato do cheque ser devolvido ou outro cheque ser
devolvido em razão de não haver fundo por conta do primeiro já configura o
dano moral.
→ Responsabilidade extracontratual ou aquiliana: se o cheque for passado adiante
e foi descontado antes da data, o terceiro (que recebeu) só responderá se
houver agido com culpa, ou seja, se sabia que o cheque era pós-datado. Quem
passou adiante sempre responderá (CC 186). Em caso de culpa, a
responsabilidade será solidária.
iii. Cambial: a jurisprudência diverge
→ as partes não podem alterar o prazo prescricional, será a data da emissão do
cheque (CC 192 e Agravos 1159272 e 10100110054328-5)  TJDF.
→ Princípio da literalidade, vale a data que está escrita no cheque (RESP 767055)
 STJ, 3ª turma.
→ Princípio da “actionata”, o prazo conta do dia combinado pelas partes, pois só
se pode cobrar licitamente a partir desse dia (RESP 620218).
→ isso vai cair na PROVA!!
DUPLICATA: lei 5.474/68
 o artigo 25 manda seguir as regras da Letra de Câmbio.
 é muito parecido com a Letra de Câmbio, sendo que o sacador é também o beneficiário. Sacador
(vendedor), comprador (sacado)  A – B – A.
1. Conceito: é o título de crédito emitido pelo credor com base em uma fatura para representar o crédito
decorrente de um contrato de compra e venda mercantil ou de prestação de serviços.
a. É o único título de crédito emitido pelo credor.

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b. A duplicata só pode ser emitida nesses dois contratos (compra e venda mercantil ou prestação
de serviços) e ela fica vinculada a esses dois contratos.
c. Sendo um título vinculado, não se aplica o princípio da abstração, em respeito à boa-fé do
credor.
d. Tem origem em um contrato de compra e venda;
e. Quando o título está vinculado ao contrato, o credor tem que verificar se o contrato foi ou não
cumprido. Porém, a jurisprudência diz que se a duplicata tiver aceite + endosso, passará a ser
título abstrato dispensando o credor de verificar o cumprimento do contrato, pois há uma
aparência de que o contrato foi cumprido (RESP 261170).
i. Aceite + endosso = duplicata abstrata.
f. Para ter eficácia, precisará ter aceite, endosso ou aval; A B
g. É invenção brasileira.
2. Emissão:
a. Contrato: primeiro passo para criação da duplicata. A
i. Compra e venda mercantil;
ii. Prestação de serviços;
b. Fatura: segundo passo para criação da duplicata. É documento probatório do contrato.
c. Duplicata: junto com a fatura ou logo depois, o credor pode emitir a duplicata. A duplicata é a
transformação do crédito contratual em título de crédito. É feito para que ele possa ser
endossado.
i. Requisitos: art. 2º, §1º. Todos os requisitos são essenciais. Não há requisito suprível.
→ Nome duplicata;
→ Número da duplicata (nº de ordem);
→ Número da fatura;
→ Data de emissão;
→ Qualificação das partes (nome, endereço e número de documento);
› As duas partes têm que residir no país.
→ Valor (Bacen: em algarismo e por extenso);
→ Cláusula a ordem;
→ Declaração para fins de aceite;
→ Vencimento (em dia certo ou à vista);
→ Praça de pagamento;
→ Assinatura do credor;
ii. Saque: trata-se da assinatura do sacador na duplicata. É o que faz nascer o título.
iii. Aceite:
→ Noções: ato pelo qual o sacado se torna devedor do título de crédito;
› Como a duplicata tem origem em um contrato de compra e venda, que
por si só já gera obrigação para o comprador (sacado), este se verá
obrigado a dar o aceite, com exceção dos artigos 8º e 21 da Lei
5.474/68 (basicamente, problemas na execução do contrato ou o
contrato é diferente do título).

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i. 8º diz respeito à compra e venda;


ii. 21 diz respeito à prestação de serviços;
→ Tipos:
› Ordinário: assinatura do sacado na frente do título (o mesmo da letra de
câmbio);
› Presumido: é o dado mediante prova de que o sacado não quis dar o
aceite (feito mediante protesto) e comprovante de entrega das
mercadorias. É exceção ao princípio da literalidade (não está escrito no
título);  protesto + comprovante = aceite presumido.
→ Remessa: para ocorrer o aceite ordinário, a legislação diz que:
› o credor deve remeter o título ao sacado no prazo de 30 dias da criação
da duplicata. Poderá remeter diretamente ao sacado ou para um
intermediário entregar ao sacado.
› Se remeter para o intermediário, este terá mais 10 dias para entregar
ao sacado.
→ Devolução: O sacado terá então mais 10 dias para dar o aceite e devolver o
título.
 30 (credor) + 10 (intermediário) + 10 (sacado devolver)
→ Retenção: a princípio, a retenção é ilegal e ensejará as penalidades do artigo
885 e 886 do CPC, a menos da prisão prevista que não foi recepcionada pela
CF88.
› O único caso em que a retenção é legítima exigirá 3 requisitos:
i. Remessa feita por intermediário em instituição financeira;
ii. Sacado deverá enviar carta comunicando o aceite e a retenção;
iii. O intermediário precisa concordar com a retenção;
 Obs.: a carta substitui a duplicata para fins de protesto e
execução. Fábio Ulhôa Coelho chamará essa hipótese de aceite por
comunicação.
iv. Endosso: também serve para dar eficácia à duplicata. É o mesmo endosso da letra de
câmbio;
→ A duplicata sempre poderá ser endossada, não há exceção, pois toda duplicata
tem cláusula à ordem. Não há possibilidade de se escrever “não à ordem” na
duplicata.
v. Aval: também serve para dar eficácia à duplicata. Valem as mesmas regras da letra de
câmbio;
→ O artigo 31 da LUG diz que se o aval for em branco, o avalizado será o
sacador. O problema é que o sacador é credor do título, portanto essa parte
não vale para duplicata. A lei da duplicata diz que o avalizado será o nome que
está acima do aval e na ausência deste, o avalizado é o sacado.
vi. Vencimento: momento no qual a obrigação se torna exigível;

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→ Na duplicata, o vencimento ou é a vista ou é em dia certo, nunca poderá ser a


certo termo da data ou a certo termo da vista;
→ O vencimento pode ser prorrogado, que será de iniciativa do credor e depende
do consentimento de endossantes e avalistas;
vii. Pagamento: entrega do dinheiro ao credor;
→ Em regra, a prova do pagamento é feita por meio de recibo escrito no título ou
entrega escrita no título. Há uma terceira forma, que é o recibo fora do título
feito pelo credor fazendo referência à duplicata (Art. 9º). É mais uma exceção
ao princípio da literalidade.
→ O recibo passado por endossante não é prova de pagamento, ele não é credor
do título, mas devedor (RESP 556002);
→ Os juros de mora são a partir do vencimento (LUG 48);
viii. Protesto:
→ Falta de aceite, falta de pagamento, falta de devolução;
→ Seguem as mesmas regras da letra de câmbio, com exceção:
› O prazo do protesto é de 30 dias (art. 13). Não é prazo fatal, mas
resguarda o direito de cobrar endossantes e seus avalistas;
› Protesto por indicações, que é feito sem levar o título ao cartório,
apresentado apenas os dados, indicações sobre aquele título. É
exceção ao princípio da cartularidade (art. 13). PROVA!
i. Há autores que defendem que só é cabível no caso de falta de
devolução do título (RESP 827856)  duplicata virtual não
existe no Brasil;
ii. Há autores que defendem que pode-se fazer em qualquer
caso, com base no artigo 8º, parágrafo único da Lei 9.492/97
(RESP 1037819)  duplicata virtual já existe no Brasil;
ix. Ação Cambial: é o meio de cobrança da duplicata, ou seja, sua execução (CPC 585, I).
Segue as mesmas regras da Letra de Câmbio, com exceção:
→ Quanto à instrução:
› Para cobrar o devedor principal (L5474, art. 15):
i. Duplicata aceita;
ii. Duplicata + protesto + comprovante de entrega das
mercadorias;
iii. Protesto por indicações + comprovante de entrega das
mercadorias;
iv. Carta que substitui a duplicata no caso de retenção do título;
› Para cobrar devedores indiretos:
 Protesto por indicações + comprovante é suficiente? Para uma corrente,
sim, pois o protesto por indicações vale em qualquer caso. Para outra
corrente, o protesto por indicações só é válido em caso de falta de
devolução do título, portanto, ela precisa ser comprovada. PROVA!

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→ Quanto ou prazo de prescrição:


› Para devedor principal (aceitante e avalistas)  3 anos;

› Para devedores indiretos (endossantes e avalistas)  1 ano;


› Direito de regresso  1 ano (não é 6 meses como na letra de câmbio)
x. Ação de Locupletamento: exatamente a mesma da letra de câmbio, nenhuma
diferença:
→ Mesma legitimidade;
→ Mesmos ritos;
→ Mesmos pressupostos;
→ Mesmos prazos;
xi. Triplicata: a segunda via da duplicata e substitui o título original para todos os efeitos;
→ A lei diz que não pode ser emitida sempre, só em casos de extravio ou
destruição do título;
→ A jurisprudência admite em caso de retenção ilegítima do título original (RESP
369808);
xii. Prestação de Serviços:
→ a duplicata serve para compra e venda, a duplicata mercantil, que só pode ser
emitida por empresários),
→ e para prestação de serviços, que pode ser emitida por qualquer pessoa, com
exceção de profissionais liberais e prestadores de serviço de caráter eventual.
Estes podem emitir fatura, que servirá para protesto e execução;
→ no mais, segue as mesmas regras da duplicata de compra e venda, com
exceção de que para protestar a duplicata de prestação de serviços é preciso:
› título + contrato + comprovante;
› na prática, os documentos não são apresentados no cartório, ele se
contenta com declaração de que o credor tem esses documentos;

CONHECIMENTO DE DEPÓSITO E WARRANT (DEC 11.021/1903)


1. Armazéns Gerais: os conhecimentos de depósito e warrants só podem ser emitidos por Armazéns
Gerais, muito comuns em regiões de portos e aeroportos, para guarda e conservação de mercadorias;
a. Hoje, devido à equiparação, também fazem Empresas públicas e sociedades de economia
mista operadoras de silos22, armazéns frigoríficos e entrepostos23 (Lei Delegada nº 3/64);
b. Ou seja, podem ser emitidos pelos armazéns gerais e pela CONAB (silos, frigoríficos e
entrepostos).
2. Depósito: só se emite o título após um depósito de mercadorias, por um prazo de até 6 meses que
pode ser prorrogado;
3. Recibo: quem deposita a mercadoria tem direito a um recibo;
a. Se o depositante desejar, poderá solicitar a emissão do CD e W. Os dois sempre nascem
juntos, grudados, mas podem ser separados na circulação.

22
Espécie de depósito de grãos
23
Espécie de armazém com regras tributárias diferenciadas

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b. CD representa a propriedade das mercadorias depositadas. Quem tem o CD é o dono das


mercadorias. Serve para vender as mercadorias, quem tem o CD poderá retirar as mercadorias
no Armazém Geral ou na CONAB.
c. W é um título que serve para constituir um penhor sobre as mercadorias. Pode-se levar o W
para um banco como garantia de dívida. Serve para não levar as mercadorias para o banco.
Funciona como um penhor de jóias.
4. Emissão: a emissão do CDA é facultativa, o Armazém só emitirá se for solicitado;
a. Endosso:
i. Deve-se endossar primeiro o W;
ii. Servirá para dar a mercadoria em garantia para o banco;
iii. Deverá qualificar a mercadoria, ou seja, dizer qual a dívida que a mercadoria está
garantindo;
iv. No CD também estará escrito que as mercadorias estão garantindo determinada dívida;
5. Circulação:
a. Se forem circular juntos, compra e venda pura e simples;
b. Se não, vende-se primeiro o W (para constituir garantia) e do CD é compra e venda gravada, ou
seja, com ônus.
6. Direitos do Portador:
a. CD + W: direito de levantar as mercadorias, ou seja, retirar as mercadorias;
b. Só o CD: direito de levantar as mercadorias se pagar a dívida ao banco ou depositar o valor da
dívida no Armazém Geral (direito de propriedade gravada com ônus da dívida);
c. Só o W: direito de crédito garantido pelo penhor do W, ou seja, receber ou do endossante do W
ou do dono do CD ou, ainda, pegar o dinheiro depositado no Armazém Geral.
i. O dono do W tem direito de vender as mercadorias, podendo fazê-lo extrajudicial ou
judicialmente;
→ Extrajudicialmente: prazo do protesto da letra de câmbio (1 dia) e faça a venda
em 10 dias contados do protesto;
→ Judicialmente: não vendeu extrajudicialmente, poderá vender as mercadorias
(excussão do penhor);
→ Se mesmo vendendo as mercadorias não foi possível pagar a dívida, poderá
executar o saldo devedor;
7. CDA e WA: Certificado de Depósito Agropecuário e Warrant Agropecuário (Lei 11.076/2004);
a. São os mesmos títulos atualizados;
b. Os títulos antigos não valem para produtos agropecuários, só o CDA e WA.
c. Podem ser emitidos por qualquer entidade certificada pelo Ministério da Agricultura;
d. Podem ter negociação eletrônica;
e. Endosso:
i. Não admite endosso em branco, só endosso em preto;
ii. Os endossantes não respondem pela entrega da mercadoria, não são devedores do
CDA.
iii. Dispensado o protesto para vender as mercadorias extrajudicialmente e para cobrar
endossantes e avalistas do WA.

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CONHECIMENTO DE TRANSPORTE:
1. Conceito: Representa a Propriedade da mercadoria transportada.
a. Serve para agilizar a negociação das mercadorias;
2. Tipos:
a. Terrestre e ferroviário (DEC 19.473/30 – hierarquia de Lei);
b. Marítimo (Código Comercial);
c. Aéreo (Lei 7.565/85);
d. Multimodal (Lei 9.611/98);

CÉDULAS DE CRÉDITO RURAL, INDUSTRIAL, COMERCIAL E À EXPORTAÇÃO


 são cédulas tradicionais. Cada uma tem uma legislação própria, mas por serem semelhantes são
tratadas em conjunto.
→ Rural (DL 167/67)
→ Industrial (DL 413/69)
→ Comercial (L 6840/80)
→ Exportação (L 6313/75)
1. Conceito: promessas de pagamento, com ou sem garantia cedularmente constituída, vinculadas a um
financiamento para a atividade produtiva;
a. É uma promessa de pagamento  A (emitente)  B (beneficiário)
b. O emitente será um produtor;
c. O beneficiário é quem concede um financiamento, um banco;
i. Nas rurais, pode ser um banco ou uma cooperativa. Nas demais, só um banco;
2. Garantias:
a. Nota de crédito: quando não tem garantia real;
b. Cédula: quando tem garantia real;
i. Penhor: garantia real sobre bens móveis. Os bens dados em garantia ficam com o
devedor. Não se aplica o 1431 do CC;
ii. Hipoteca: garantia real sobre bens imóveis. Também se consideram navios e
aeronaves.
iii. Alienação fiduciária: ocorre quando o devedor, reservando-se a posse direta, aliena
certo bem ao credor sob a condição resolutiva do pagamento da dívida garantida;
→ o credor é dono do bem enquanto o devedor não pagar a dívida;
→ não admitida na rural;
→ DL 711/69 e L9114/97 e CC 1361 a 1368-A
→ Os bens dados em garantia não podem ser penhorados (hipotecados ou
alienados fiduciariamente) por nenhuma outra dívida (impenhorabilidade
relativa);
› Há três exceções: credores fiscais, trabalhistas e de pensão alimentícia
(jurisprudência – RESP 563033, RESP 536091);
3. Emissão:

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a. Exige assinatura do emitente (devedor, ou produtor);


b. Declarações unilaterais de vontade;
c. A assinatura do emitente (declaração de vontade) serve para dar validade e eficácia entre as
partes;
4. Inscrição: Para que a cédula tenha eficácia perante terceiros, faz-se necessário a inscrição no cartório
de imóveis;
5. Endosso: é exatamente o endosso da Letra de Câmbio;
a. O endosso conferido após algum pagamento será realizado em relação ao saldo devedor. É o
endosso integral do título naquele momento.
6. Aval: é exatamente o mesmo aval da Letra de Câmbio;
7. Vencimento: não há regra especial, é definido pelas partes.
a. Vencimento antecipado: o artigo 11 do DL 167/67 prevê mais dois casos além dos já
conhecidos:
i. Falência do emitente
ii. Inadimplência de qualquer obrigação da cédula (não pagou uma, todas as outras
vencem antecipadamente);
iii. Inadimplência de outra cédula da mesma natureza entre as mesmas partes;
→ Nesse caso, o vencimento não é automático, precisa de notificação ao devedor
(RESP 55286);
8. Pagamento:
a. pode ser provado em documento separado (não vale o princípio da literalidade no que tange ao
pagamento da cédula);
b. o título definirá o objeto do pagamento;
c. encargos cobrados pelo banco:
i. correção monetária (qualquer critério, com exceção a TBF – súmula 187 STJ);
ii. juros remuneratórios (frutos civis do capital);
→ súmula 93: são juros simples, em regra, mas podem ser juros compostos se
expresso, ou seja, podem ser capitalizados;
→ o CNM é omisso  limite de 1% a.m. ou 12% a.a. (RESP 168202);
iii. em caso de atraso:
→ juros de mora: 1% a.a.
→ multa de até 2%, que só pode ser cobrada uma vez só (CDC – RESP 527230);
→ comissão de permanência: fator de atualização de débitos em atraso em
instituições financeiras (Resolução 1129/86 – CMN);
› quando for cobrada, terá de ser cobrada sozinha;
› não pode cobrar comissão de permanência, pois já há previsão legal de
outros encargos (RESP 500.000);
9. Protesto: só pode ser por falta de pagamento e segue as regras da Letra de Câmbio;
a. O protesto das cédulas não é necessário para cobrar devedores indiretos, ou seja, o prazo de 1
dia útil não tem importância aqui;
10. Ação Cambial: exatamente a mesma ação cambial da Letra de Câmbio, inclusive os prazos
prescricionais;

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11. Ação de Locupletamento: exatamente a mesma ação de locupletamento da Letra de Câmbio;

CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO (CCB)


1. Conceito: são promessas de pagamento vinculadas a uma operação bancária ativa;
a. Lei 10.931/2004, arts 26 a 45;
b. A (emitente)  B (Beneficiário)
c. O emitente pode ser qualquer pessoa, mas o beneficiário (credor da cédula) será sempre um
banco;
d. Básicamente, trata-se de
i. contrato de mútuo; e
ii. abertura de crédito em conta corrente: limite do cheque especial, que se concretiza no
momento em que o crédito é colocado à disposição do cliente;
2. Garantias: apesar do nome não mudar, pode ou não ter garantias reais:
a. Penhor;
b. Hipoteca;
c. Alienação fiduciária;
 Serão cedularmente constituídas, ou seja, nascem com a cédula, e terão eficácia entre as partes
a partir de então. Para ter efeitos perante terceiros, deve ser registrada em cartório;
3. Emissão: é como nasce o título, ou seja, a manifestação unilateral de vontade neste caso;
4. Endosso: mesmas regras, forma e efeitos da Letra de Câmbio;
a. A lei é expressa em dizer que o endosso pode ser feito para qualquer pessoa, inclusive para
quem não é banco;
5. Aval: mesmas regras, forma e efeitos da Letra de Câmbio
a. Qualquer um pode ser avalista do título;
6. Vencimento: livremente combinado pelas partes, inclusive hipótese de vencimento antecipado;
7. Pagamento: o pagamento pode ser provado em qualquer documento, mesmo que separado do título;
a. Encargos que sempre incidem:
i. Correção monetária: qualquer critério, com exceção da TBF (súmula 187, STJ);
ii. Juros remuneratórios: frutos civis do capital, que servem para remunerar o banco;
→ Não tem limite – CMN (súmula 596, STF). Juros excessivos podem ser
revisados;
→ Esses juros pode ser capitalizados, desde que as partes combinem (art. 28, I,
L1093) – RESP 906054;
› O TJDF declarou a inconstitucionalidade formal desse artigo
(2008002000860-8) e para ele não pode capitalizar;
b. Encargos que surgem em função de atraso:
i. Multa: até 2%, que só pode ser aplicada uma vez;
ii. Juros moratórios: decorrem de lei, são penalidades no atraso no cumprimento da
obrigação e pode ser de até 1% a.m. (súmula 379, STJ);
iii. Comissão de permanência: pode ser cobrada a partir do atraso, desde que sozinha,
não podendo ser cumulada com nenhum outro encargo (RESP 1129/86);
8. Protesto: o banco pode promover o protesto por falta de pagamento da CCB;

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a. Não é necessário para cobrar os devedores indiretos (endossantes e respectivos avalistas), ou


seja, o prazo de 1 dia útil não tem importância aqui.
b. Esse protesto pode ser feito por indicações, ou seja, o título pode ser protestado sem ser levado
em cartório, basta levar os dados dele, inclusive por meio eletrônico;
c. Continua sendo um meio de prova e não um meio de cobrança. Esta é a ação cambial.
9. Ação Cambial:
a. Quando a obrigação tem origem em contrato de mútuo, deve-se apresentar além do título uma
planilha. É exceção ao princípio da independência;
b. Se for um contrato de abertura de crédito em conta corrente (limite do cheque especial), além
da planilha, o banco deve apresentar extratos da conta corrente;
c. Qualquer cobrança feita em excesso pelo banco, ele será obrigado a pagar multa ao devedor
no valor do dobro do excesso;
10. Ação de Locupletamento: nos mesmos moldes da Letra de Câmbio;

NOTA PROMISSÓRIA RURAL


1. Conceito: é promessa de pagamento utilizada em negócios rurais;
a. A (emitente)  B (beneficiário);
b. Tratada no DL 167/67;
2. Hipóteses de aplicação:
a. Venda de produtos rurais feita por produtores rurais;
b. Venda de produtos rurais feita por cooperativas rurais;
c. Negócios realizados entre produtores rurais e cooperativas rurais;
3. Finalidade:
a. Agilizar negociações neste âmbito:
4. Peculiaridades:
a. Não é necessário o protesto para cobrar devedores indiretos (sempre);
b. Se o emitente não é produtor rural, nem cooperativa:
i. O primeiro endossante não é devedor da NPR;
ii. As garantias reais ou pessoais só podem ser prestadas por pessoas jurídicas ou por
sócios ou administradores da pessoa jurídica emitente;

DUPLICATA RURAL
1. Conceito: só pode ser emitida no caso de venda de produtos rurais por produtores rurais ou suas
cooperativas. Não pode na prestação de serviços;
a. A (vendedor)  B (comprador)  A
b. Tratada no DL 167/67;
2. Peculiaridades:
a. Não é necessário o protesto para cobrar devedores indiretos (sempre);
b. Se o emitente não é produtor rural, nem cooperativa:
i. O primeiro endossante não é devedor da NPR;
ii. As garantias reais ou pessoais só podem ser prestadas por pessoas jurídicas ou por
sócios ou administradores da pessoa jurídica emitente;

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CÉDULA DE PRODUTO RURAL (CPR)


1. Conceito:
a. Regida pela lei 8929/94
2. Tipos:
a. CPR Física: é promessa de entrega de produto rural, não é promessa de entrega de dinheiro.
Ex.: o exemplo da Avestruz Master;
i. Endosso só em preto;
ii. Endossantes não são devedores da CPR Física;
iii. Não é necessário protesto para cobrar os avalistas;
iv. A execução não é para entrega de dinheiro, mas de coisa incerta;
b. CPR Financeira: promessa de pagamento em dinheiro equivalente a uma determinada
quantidade de produto rural. Não é produto, mas dinheiro equivalente ao produto;
i. A execução é por quantia certa;

SOCIEDADE ANÔNIMA – L6404/76, arts. 1 a 4


1. Conceito: é a pessoa jurídica de Direito Privado de natureza empresarial, cujo capital social se divide
em títulos livremente negociáveis, limitando-se a responsabilidade do acionista ao preço de emissão
das suas ações (Carvalhosa).
2. Características:
a. É sociedade personificada, pessoa jurídica de Direito Privado;
b. Natureza jurídica: é sempre empresarial, sem qualquer exceção (CC 982);
c. É sempre registrada em junta comercial;
d. Em regra, estão sujeitas a falência e à recuperação de empresas (há exceções: art. 2º, Lei
11.101/2005);
e. Capital social dividido em ações (não há cotas)24;
i. Não tem sócios, tem acionistas.
f. Não é sociedade de pessoas, mas sociedade de capitais (intuito pecuniae)
g. Os acionistas têm responsabilidade limitada, não respondendo por qualquer dívida da
sociedade. A responsabilidade do acionista se limita ao valor de suas ações.
i. Preço de emissão: é o preço da primeira venda. Equivale ao valor nominal mais ágio.
ii. Valor nominal da ação: guarda relação com o Capital Social (soma dos valores
nominais);
h. Usa denominação (não usa firma, nem razão social), ou seja, não deve usar o nome dos sócios,
mas outras indicações sobre o objeto exercido;
i. Sempre terá ou a expressão “S/A” no (começo ou no final) ou CIA (no começo).
i. Não tem natureza contratual, tem natureza institucional, ou seja, o fim social é mais importante
que a vontade dos acionistas;
3. Classificações: art. 4º

24
Ações são sempre livremente negociáveis, as cotas não.

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a. Abertas: é aquela que tem a possibilidade de negociação dos seus valores mobiliários no
mercado de valores mobiliários (bolsas de valores ou corretoras, chamadas mercados de
balcão), devendo ser registrado na CVM.
i. Valores mobiliários (L6385/76, art. 2º):
→ Do ponto de vista da SA: são instrumentos de captação de recurso junto ao
público;
→ Do ponto de vista do público: são alternativa de investimento (de risco);
ii. Tem que ser registradas na CVM, que é quem fiscaliza os valores mobiliários;
b. Fechadas: as outras, ou seja, não podem ser negociadas no mercado e não precisam ser
registradas na CVM;

AÇÕES – L6404/76, arts. 10 a 45


1. Noções: são títulos da Sociedade Anônima.
2. Definição: títulos representativos de parcelas de capital de uma Sociedade Anônima.
a. Não são títulos de crédito, são valores mobiliários;
3. Valores:
a. Valor nominal: toma como referência o Capital Social;
i. Sem valor nominal: aquela em que o valor não está escrito no título (não confundir com
aquela que não tem como referência o Capital Social). Seu valor nominal é o CS
dividido pelo número de ações;
b. Preço de emissão: é o valor da primeira venda, que é no mínimo o valor nominal: VN + Ágio;
c. Valor Patrimonial: é o Patrimônio Líquido dividido pelo número de ações: PL/no ações;
d. Valor de Mercado: é o valor de negociação das ações, livremente definido pelas partes;
e. Valor Econômico: é o valor feito mediante perspectiva de rentabilidade, é feito mediante perícia;
4. Propriedade:
a. Todas as ações são nominativas: a propriedade é definida pelo livro de registro das ações
nominativas (art. 20);
i. Livro de transferência das ações nominativas: é o livro que registra a transferência das
ações;
ii. Ações escriturais: a propriedade e transferência são controladas por uma instituição
financeira, não existem em papel;
5. Tipos:
a. Ordinárias: são aquelas comuns, que asseguram os direitos essenciais mais o direito de voto
(art. 109);
i. Direitos essenciais:
→ Participação nos lucros;
→ Participação no acervo social:
+ direito a voto
› Divisão entre os acionistas;
→ Fiscalização;
→ Preferência;
→ Retirada (saída da sociedade);

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b. Preferenciais: são ações que possuem os 5 direitos essenciais com alguma prioridade (art.
17). A prioridade é temporal
i. Prioridade no dividendo: recebe os lucros (dividendo) antes das ações ordinárias;
ii. Prioridade no reembolso: recebe a retirada antes das ações ordinárias;
 Pode ter as duas, mas tem que ter pelo menos uma. Se não tiver dinheiro para pagar
todo mundo, paga-se primeiro quem tem preferência;
 o estatuto pode ou não dar direito de voto às preferenciais. Na prática, elas nunca têm;
 ações preferenciais sem voto podem representar no máximo 50% do Capital
Social.
 Pode ocorrer uma aquisição temporária do voto;
 a ação preferencial sem voto pode ter vantagens políticas, que são: poder de
veto e poder de eleição separada de administradores. É chamada de “Golden
Share”;
iii. Ação preferencial negociável no mercado: prioridade (reembolso ou dividendo) + uma
das 4 vantagens:
→ Direito à voto;
→ Dividendo no mínimo 10% maior que das ordinárias;
→ Dividendo mínimo de 3% do valor patrimonial da ação;
→ Participação no leilão do artigo 254-A da Lei das S.A.’s (Tag Along ou Direito de
Saída Conjunta).
› Os acionistas com direito a voto têm direito de sair junto com o
controlador quando ele vender. Em regra, o controlador consegue
vender por preço maior.
c. De Fruição (art. 44): ações dadas em troca de ações que foram integralmente amortizadas.
i. Amortização: é o pagamento antecipado do que caberia ao acionista em caso de
dissolução da sociedade.
ii. Quando a ação é integralmente amortizada (o dono recebe o prêmio), ela é trocada por
uma ação de fruição.
iii. O estatuto definirá se a ação de fruição tem ou não direito a voto;
iv. Quando a ação de fruição exercer os direitos de retirada e participação no acervo
social, o prêmio será descontado do valor do prêmio;
v. A ação de fruição não recebe os juros sobre o capital próprio, que é uma forma de
participação nos lucros;
→ Quem tem ação de fruição continua tendo direito aos dividendos, mas não
sobre os juros sobre o capital próprio.
6. Negociação:
a. São sempre livremente negociáveis, mas com peculiaridades:
i. Nas sociedades fechadas, o estatuto pode estabelecer condições para a negociação,
desde que não a impeça;

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ii. Nas sociedades abertas, o estatuto não pode estabelecer condições, mas a lei impõe a
condição de que para ser negociada, ela tem que ter sido integralizada em pelo menos
30% do preço de emissão;
iii. A BOVESPA diz que para as ações serem negociadas nela, é necessária a custódia,
que é um serviço de guarda e conservação prestado ao acionista em relação a sua
ação. A custódia tem de ser feita na C.B.L.C. (Companhia Brasileira de Liquidação e
Custódia).
iv. SA pode negociar com suas próprias ações. 3 hipóteses merecem destaque. São elas:
amortização, resgate e reembolso.
7. Amortização: prêmio em dinheiro dado ao acionista sem tirar dele a condição de acionista.
a. A amortização não pode ser feita livremente, somente por sorteio ou abranger todas as ações
de uma classe;
b. O valor pago pode ser integral, ou seja, o valor patrimonial da ação;
8. Resgate: venda compulsória das ações, uma espécie de desapropriação das ações.
a. Aqui, o acionista será obrigado a vender compulsoriamente suas ações.
b. Também o resgate só pode ser feito por sorteio ou abranger todos os acionistas de uma classe.
Nesse caso, pelo menos metade da classe tem que concordar com o resgate.
c. O valor pago pelo resgate diverge na doutrina. A opinião majoritária (que segue Fábio Ulhoa
Coelho) é de que o valor será definido pelo estatuto ou pela assembléia.
9. Reembolso: é uma espécie de compra compulsória das ações pela sociedade por iniciativa do
acionista.
a. O acionista só pode obrigar a sociedade a comprar suas ações se ele exercer seu direito de
retirada. Esse direito não é livre, o acionista deverá obedecer a certos parâmetros legais.
b. Artigo 136, incisos I a VI e IX c/c com 137, 223, 229, 236, 252 e 256 §2º.
c. Além desses artigos, o acionista só poderá exercer o direito se ele não tiver facilidade para
vender no mercado. Essa facilidade é chamada de liquidez e dispersão.
d. O valor a ser pago no direito de retirado será o valor patrimonial da ação, mas o estatuto pode
fixar outro valor, desde que seja no mínimo o valor econômico.

DEBÊNTURES – arts. 52 a 74
1. Noções: são títulos facultativos representativos de um empréstimo público feito pela SA.
a. Constitui um meio da SA pegar dinheiro com o público;
b. A SA emite das debêntures prometendo vantagens para pegar dinheiro com o público, que
esperará obter as vantagens prometidas (juros, por exemplo).
c. É um contrato de mútuo com certas peculiaridades.
d. Bancos não podem emitir debêntures, mas algumas sociedades do seu grupo podem.
2. Comunhão de Interesses: como os vários debenturistas fazem parte de um mesmo empréstimo, eles
possuem comunhão de interesses
a. Será expressa por meio de assembléia de debenturistas.
b. Poderá ser representada por meio de agente fiduciário, que poderá agir pelo conjunto.

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c. A Assembléia Geral ou o Conselho de Administração deliberará a emissão das debêntures que


será documentada por meio de escritura de emissão que definirá o valor do empréstimo, o
número de debêntures, o tipo, as vantagens, o vencimento e pagamento.
3. Emissão:
a. Tipo (art. 58):
i. Com garantia real: há um ou mais bens vinculados à aquisição daquela debênture;
ii. Com garantia flutuante: tem o privilégio geral de receber antes dos devedores comuns
em caso de falência da sociedade;
iii. Quirografárias: não tem nenhum privilégio, nenhuma garantia, são equiparadas aos
devedores comuns;
iv. Subordinadas: aquelas que ficam abaixo das quirografárias na falência, mas costumam
ter vantagens;
b. Vantagens: são definidas na escritura de emissão e podem ser:
i. Correção do valor emprestado: raramente vem sozinha, não atrativa;
ii. Juros fixos ou variáveis: vantagem mais comum;
iii. Prêmio: normalmente chamado de deságio (paga-se valor inferior ao valor nominal);
iv. Participação nos lucros;
v. Conversão em ações: são as mais valiosas e disputadas no mercado;
c. Vencimento: momento no qual o dinheiro emprestado pelo debenturista à SA tem de ser
devolvido. Normalmente são empréstimos de longo prazo;
i. Debêntures Perpétuas (55, §3º): debêntures que tem vencimento condicional,
submetidas a evento futuro e incerto, ou seja, pode ou não acontecer. Normalmente
dão participação nos lucros;
ii. Com vencimento: possuem data certa para vencer;
d. Pagamento: entrega do dinheiro ao credor com as vantagens. Há possibilidade da escritura de
emissão prever o pagamento ser em dinheiro ou em bens produzidos pela sociedade, ou seja,
uma obrigação alternativa a escolha do credor.
4. “Commercial Papers”: notas promissórias negociáveis no mercado. São conhecidas por notas
comerciais ou notas promissórias negociáveis. São promessas de pagamento emitidas pela SA. RES
1723/90 (CMN). É a mesma idéia de uma debênture, representado por uma nota promissória, portanto,
mais simples.
a. Diferenças:
i. nos CP não existe comunhão de interesses (não tem assembléia, nem agente
fiduciário). É cada um por si.
ii. São de curto prazo:
→ 180 dias: sociedades fechadas;
→ 360 dias: sociedades abertas;
iii. Não são utilizados para grandes investimentos, mas para capital de giro (hot money);
5. Bônus de Subscrição: títulos das SAs que dão apenas um direito: subscrever ações em condições
pré-definidas (L6404, arts. 75 a 79).
a. Tem que ser uma SA de capital autorizado, que é a previsão no estatuto de aumento de Capital
Social. Nesse caso, pode ser criado o bônus. Por exemplo, o Banco do Brasil.

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b. Dá apenas uma preferência na compra da ação e garante do valor a ser pago no futuro. Ou
seja, assegura a compra da ação e permite fugir das variações de preço. Se a ação estiver em
um valor menor, o cliente não é obrigado a comprar.
6. Partes Beneficiárias: são títulos que sempre dão dois direitos, mas podem dar outros (arts. 46 a 51):
a. Participação nos lucros anuais (no máximo 10%);
b. Fiscalização;
c. Outros direitos:
i. Resgate;
ii. Conversão em ações;
 Nem SA aberta, nem instituição financeira podem utilizar;
i. Qual é então a natureza jurídica: título de crédito (Carvalhosa);
7. A.D.R.: American Depositary Receipts
a. São instrumentos de levar um título de um país para outro país.
b. No Brasil, são chamados de Certificados de Depósito de Valores Imobiliários;
c. Estão previstos nas convenções 317, 331 e 332 da CVM;
8. Títulos da Dívida Pública: são empréstimos do Governo. Quando eu compro, empresto dinheiro para o
Governo para que ele me devolva com vantagens.
a. LTN: Letra do Tesouro Nacional, vantagem é o deságio em relação ao valor de face;
b. LFT: Letra Financeira do Tesouro, vantagem são os juros equivalentes à taxa SELIC;
c. NTN: Nota do Tesouro Nacional, vantagem são correção + juros;
 esses três servem para pagar tributo Federal;
d. CFT: Certificado Financeiro do Tesouro, paga correção + juros;
e. CTN: Certificado do Tesouro Nacional, paga deságio + juros;
f. CDP: Certificado da Dívida Pública Mobiliária Federal, paga correção + juros e só serve para
pagar débito previdenciário;
g. TDA: títulos da Dívida Agrária, servem para pagar indenização sobre terra improdutiva, tem
correção para até 20 anos de pagamento;
9. LI: Letras Imobiliárias (L4380/64), iguais debêntures quirografárias, sem privilégios, sem garantia, etc.
emitidas por sociedades de crédito imobiliário (que não podem emitir debêntures).
10. LH: Letra Hipotecária (L7684/88), igual debêntures com garantia real (bens vinculados ao pagamento).
Quem emite são as instituições financeiras em geral autorizadas a conceder créditos imobiliários (CEF,
Poupex). A garantia real são os créditos hipotecários.
11. LCI: Letras de Créditos Imobiliários (L10931/04), iguais debêntures com garantia real, mais amplas.
Emitidas por instituições financeiras autorizadas a conceder créditos hipotecários como alienação
fiduciária de imóvel. A garantia real é a alienação desses créditos.
12. CDCA: Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (L11076/04), igual debêntures quirografárias,
emitido por pessoas jurídicas que exercem atividade rural.
13. LCA: Letra de Crédito do Agronegócio (L11076/04), igual a debênture com garantia real, emitida por
instituições financeiras que concedam crédito para o agronegócio. A garantia é a caução desses
créditos.
14. NCA: Nota de Crédito do Agronegócio (IN 422/CVM), igual ao CDCA, ou seja, debênture com garantia
real, mas pode ser negociada no mercado mesmo que o emitente não seja uma sociedade aberta.

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15. CDB: Certificado de Depósito Bancário (L4728/65), igual a debênture quirografária (as instituições
financeiras não podem emitir debêntures quirografárias, a CDB é o substituto. Negociação privada, não
podendo ser negociada no mercado.
16. LCF: Letra de Câmbio Financeira (L4728/75), é letra de câmbio negociável no mercado que conta com
aceite ou aval de instituição financeira. Não existe na prática.
17. LAM: Letra de Arrendamento Mercantil (L11882/08), igual debênture quirografária, mas emitida por
operadoras de Leasing. Não é valor mobiliário, nem empréstimo, pois o banco não pode emprestar
dinheiro para sociedades do seu grupo. O LAM então faz essa função.
18. LF: Letra Financeira (L12249/10), igual a debênture quirografária ou subordinada, emitida por
instituições financeiras em geral. O valor mínimo é R$300.000,00.
19. CH: Cédula Hipotecária (DEC 70/66), não é promessa de pagamento. Serve para transferir créditos
hipotecários. Também serve para arrecadar recurso, mas não mediante promessa, mas por meio de
transferência de crédito. Pode ser integral ou fracionária.
20. CCI: Cédula de Crédito Imobiliário (L10931/04), tem a mesma idéia da CH, mas serve para transferir
tanto créditos hipotecários quanto créditos imobiliários.

Prova:
1) 3 questões de cheque / duplicata
2) Cédulas tradicionais (industrial) ou CCB
3) Ações (tipos ou amortização, resgate, reembolso) ou CPR.

Legislação:
1) Lei do Cheque (L7357/85), arts. 32, 33, 47, 59, 61 e 62.
a. Atenção ao cheque pós-datado (CC 192 – uma das opiniões).
b. Prazo de apresentação;
c. Ações;
2) Lei da Duplicata (L5474/68), arts. 9º, 13 e 15.
a. Recibo separado;
b. Protesto por indicações;
c. Aceite presumido;
3) Cédula Industrial (DEL 413/69), arts. 5º, 11, 57 e 58.
a. Especial atenção aos encargos (limites)
4) CCB (L10931), art. 28.
a. Especial atenção aos encargos (limites)
5) Ações (L6404/76), arts. 16, 17, 18, 44 e 45.
a. Ordinárias ou preferenciais
b. Resgate ou reembolso
6) CPR (L8929/94), arts. 4º, 4º-A e 10.
a. Física e Financeira e peculiaridades;
7) Código Civil, arts. 186, 192, 206, §5º, I e 389.
8) Protesto (L9492/97), arts. 8º e 21.

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