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O cheiro de chuva invade o quarto escuro, assim como a saudade vem ao meu encont

ro junto com o som das gotas que se chocam contra o teto. A mesma imagem que vem
a minha mente antes de dormir, é agora projetada contra minhas pálpebras fechadas.
Você.
Será que sente a minha falta? Não sei... Assim como o cheiro da chuva se confunde co
m o cheio da terra molhada, se confude na minha mente o que é mais difícil.
A saudade? As lembranças constantes? O sentimento ainda vivo? Ou simplesmente a fo
rma desinteressada com que nos tratamos?
Tratamo-nos como se nunca tivéssemos nos conhecidos, como se nós nunca tivéssemos troc
ado as mais belas promessas de amor, os beijos mais ardentes. Até parece que um não
conhece cada palmo do corpo do outro, seja do avesso ou não. Nós podemos (poderíamos)
nos reconhecer mesmo se não houvesse nenhum vestígio de face, nenhuma simples mecha
de cabelo queimado na cabeça. Basta-nos os olhos. A afirmativa é tão verdadeira que não
se precisa olhar o interior pra saber que estamos fadados a viver (ou conviver)
eternamente um com o outro. Seja como for, mesmo que só na lembrança. Não somos do tip
o que se esquece.
Entretanto, a situação que nos encontramos hoje é tão deplorável que o olho desatento jama
is notará o que se ocorrou nessa distância de dois passos a frente. Essa mesmisse é o
que nos mata. É o que me mata. Acho que a pior parte disto, é te tratar como eu trat
o a todos os outros. Porque no fundo, eu e você sabemos que jamais os outros serão c
omo nós.
Não existem outros como nós. Não existe outro alguém como você, pelo menos não pra mim. Nem
mesmo as réplicas mais perfeitas terão a profundidade do oceano de teus olhos.
Hoje, aqui, nesta cama, só posso me certificar de uma coisa. Apenas uma frase, uma
afirmação e um verbo. Me certifico que por toda a minha vida você não vai esquecer. Por
que os meus olhos não vão te deixar esquecer.
Você não vai me esquecer.

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