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O papel da mulher na

Revolução Francesa

A Revolução Francesa foi um dos principais acontecimentos da História


Universal, sendo considerada o marco inicial da Idade Contemporânea. O conjunto de
acontecimentos ocorridos em França, entre Maio de 1789 e Novembro de 1799,
alteraram por completo o quadro político e social deste país.
Foi a situação de França no século XVIII, associada aos ideais Iluministas e ao
fulgor da independência americana (1776), que despoletou esta dura (mas necessária)
rebelião. A França era, na época do Antigo Regime, um país absolutista, o que explica a
extrema injustiça social que se fazia sentir. Era ao Terceiro Estado, formado pelos
trabalhadores urbanos, camponeses e a pequena burguesia comercial, que cabia o
pagamento de impostos, tendo estes, como principal objectivo, a sustentação dos luxos
da nobreza. A situação social era tão grave e o nível de insatisfação popular tão grande
que o povo nada temeu no momento de arrancar a monarquia dos braços do rei Luís
XVI, bradando o lema da revolução: “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. O primeiro
alvo dos revolucionários foi a Bastilha, tomada a 14 de Julho de 1789. A queda desta
prisão política, símbolo da monarquia francesa, marca assim o início do processo
revolucionário.
Quando falamos na Revolução Francesa e nos ideais que esta defende
(particularmente no ideal da igualdade), pensamos que esta nos conduziu somente ao
fim da segregação de estratos ou ordens (ou à tentativa de o fazer) …mas ela
proporcionou-nos muito mais do que isso. Esta revolução foi o primeiro passo da longa
caminhada que visava acabar com o preconceito em relação ao género feminino. Para
que possamos perceber, de uma melhor forma, como tal aconteceu, vamos tentar
retroceder um pouco, até chegarmos às primeiras reuniões dos filósofos iluministas…
No século XVI, a mulher era vista como “uma besta imperfeita, sem fé, lei,
temor e constância”, tal como nos diz um provérbio da época.1 Não obstante que ela e o
homem se complementassem, este último era sempre superior. Embora de forma menos
rígida, os filósofos iluministas enveredaram um pouco por este caminho quando se
tratou de elaborar a imagem da mulher ideal, como fez Rosseau, por exemplo (!). Para
1
Godineau, 2003.
eles, a sensibilidade da mulher ditava o seu lugar na sociedade já que, do ponto de vista
destes estudiosos, esta característica dificultava a evolução da sua inteligência. Em
poucas palavras, o homem agia com base na razão, enquanto que a mulher, sempre
habituada a submeter-se, acabava por ter dificuldade em distinguir o real do abstracto.
Esta ideia foi muito explorada pelos Iluministas, tendo sido o marquês de Condorcet –
filósofo, matemático e político – um dos poucos pensadores do seu tempo a defender a
igualdade entre géneros. O marquês defendeu os direitos das mulheres, considerando-as
“metade da espécie humana”. 2
Deixando de parte a opinião de outrem acerca das mulheres francesas do século
XVIII, a verdade é que elas “deixaram de parte” a sua sensibilidade e entraram
verdadeiramente no mundo real durante a revolução. Sim, é verdade…a Revolução
Francesa não foi apenas uma rebelião de homens.
Sendo vítimas da crise de abastecimento, da inflação e da desordem fiscal, as
mulheres francesas das camadas inferiores da sociedade participaram activamente em
protestos.3 Como não tinham direito político e não se podiam insurgir demasiado contra
determinados assuntos, acabavam por se juntar em cafés, salões e outros locais em que
pudessem debater os assuntos do país. Juntas criaram, por toda a França, mais de
sessenta organizações onde eram tratadas questões políticas.
Também o exército começou a atrair as mulheres, que se revelaram, a curto
prazo, extremamente fervorosas e patrióticas. Inicialmente, tentaram formar uma milícia
que lhes permitisse defender a Revolução. Porém, não conseguiram realizar este desejo,
o que fez com que, muitas delas (as mais jovens), acabassem por se disfarçar de homens
para combater nos exércitos dos revolucionários. É de salientar que as mulheres que se
arriscavam desta forma possuíam uma enorme coragem e, geralmente, apoio por parte
dos homens da família (irmãos, pais ou maridos), que as acompanhavam.
Outra faceta descoberta na mulher do século XVIII foi a da agressividade. De
facto, as mulheres revolucionárias também se insurgiam contra aquelas que se opunham
ao fim da monarquia, criando-se acesos conflitos entre as primeiras referidas e as que
faziam parte da contra-revolução.

2
Marand-Fouquet, 1993
3
Quando Luís XVI convocou os Estados Gerais, em 1788, as mulheres fizeram questão de estar presentes
para escolher os representantes da Assembleia Nacional Constituinte. Estas não tinham direito político,
mas participavam através de aplausos ou comentários de desaprovação. Exerciam uma pressão tão grande
sobre os presentes que, em 1793, foram impedidas de assistir às sessões do parlamento!
Com todo este espírito de mudança e um maior à-vontade perante determinadas
situações, as mulheres francesas começaram a reivindicar os seus direitos. Fixaram-se,
sobretudo, no direito ao divórcio, que conseguiram em 1791. O direito à propriedade foi
também fortemente debatido, uma vez que as mulheres estavam totalmente dependentes
dos maridos, não possuindo nenhum bem que fosse realmente seu.
Apesar de todo este avanço em tão pouco tempo, a verdade é que as mulheres só
conseguiram o direito à cidadania política em 1944… uma luta realmente árdua que
durou quase dois séculos! Se reflectirmos um pouco, chegaremos à conclusão de que a
aceitação deste último direito não dista assim tanto dos dias de hoje.
Falemos agora de duas mulheres que se destacaram neste longo processo. A
primeira a manifestar-se de forma mais notada foi Charlotte Corday, que assassinou
Marat – médico, filósofo e chefe político – em 1793. Outra delas foi Olympe de
Gouges, que elaborava panfletos políticos e peças teatrais onde eram defendidos os
ideais da revolução. Gouges escreveu também a Declaração dos Direitos da Mulher e
Cidadã, em 1791, que funcionou como uma espécie de resposta à Declaração do
Homem e do Cidadão, elaborada em 1789.
Podemos concluir que a mulher da época da Revolução Francesa foi brava, pois
lutou contra dois grandes adversários: os costumes da sociedade do Antigo Regime e as
ideias dos filósofos Iluministas. No contexto político e social em que se encontravam,
estas mulheres sairiam, muito dificilmente, vitoriosas. No entanto, é de louvar o seu
mérito, já que foram elas a lançar a verdadeira semente da planta a que se chamaria
igualdade (e que ainda hoje tem muito para crescer…).

Bibliografia:
 http://www.revistafarn.inf.br/revistafarn/index.php/revistafarn/article/view/81/93
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa

Cláudia Anjos, 11ºD nº 4

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