17 de janeiro de 2011
“Ao longo do processo de discussão com os diversos setores da sociedade sobre a retirada do produto do mercado, não
foram apresentadas provas de que o produto é seguro para a saúde das pessoas”, explica o diretor da Anvisa, Agenor
Álvares. O metamidofós já teve o uso banido em países como China, Paquistão, Indonésia, Japão, Costa do Marfim, Samoa
e no bloco de países da Comunidade Europeia. O produto também encontra-se em processo de retirada do mercado norte-
americano.
Atualmente, o referido inseticida pode ser utilizado para controle de pragas nas culturas de algodão, amendoim, batata,
feijão, soja, tomate para uso industrial e trigo. O metamidofós já havia passado por reavaliação da Anvisa no ano de 2002.
Na ocasião, haviam sido excluídas várias culturas agrícolas e o modo de aplicação costal, devido à não segurança do
agrotóxico para os agricultores expostos.
Retirada do metamidofós
De acordo com o cronograma de retirada programada do produto do mercado brasileiro, as empresas só poderão produzir
agrotóxicos com o ingrediente ativo metamidofós com base nos quantitativos históricos de comercialização de anos
anteriores de cada empresa e com base nos estoques já existentes no país de matérias-primas, produtos técnicos e
formulados. A comercialização destes produtos só poderá ser feita até 31 de dezembro de 2011 e a utilização, até 30 de
junho de 2012. “O procedimento é aplicado para que, neste período, os agricultores substituam o metamidofós por outros
inseticidas”, afirma Álvares.
De imediato, não serão autorizados novos registros de agrotóxicos à base de metamidofós, bem como não serão autorizadas
novas importações do agrotóxico pelo Brasil. As deliberações finais e recomendações para retirada do metamidofós foram
discutidas na Comissão de Reavaliação da qual também fizeram parte a Fiocruz, o Ministério da Agricultura e o Instituto
Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).
Empresas
Após o cancelamento da comercialização e utilização, as empresas fabricantes do agrotóxico deverão recolher os estoques
remanescentes em distribuidores e em poder dos agricultores, no prazo máximo de 30 dias, a partir do vencimento dos
respectivos prazos. Além disso, essas empresas deverão controlar a quantidade de todos os estabelecimentos comerciais e de
produtores que adquirirem metamidofós, apresentando semestralmente este controle à Anvisa.