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A mãe de Alice

(em dedicatória inscrita na tese de doutorado:


Eu Músico – configurações subjetivas a duas ou três vozes)

Um dia houve que ela fora embora.


Eu era pequena e entre lágrimas e soluços, mas muita firmeza me disse:
Eu vou embora, filha! Vou lutar e vencer e só então venho te buscar!
Com um abismo no olhar, vi minha mãe partir.
Em sua bagagem, apenas duas sacolas,
Com pesados livros e um pequeno gravador.
Seu corpo vestia um vestido azul.
O tempo passou.
Como eu gostava de admirar as nuvens no céu e brincar que eu era sozinha.
Aquele céu era meu mar, em sonhos reais.
Eu navegava naquele azul, sem medo de me perder e nunca mais voltar.
Um dia houve que vi minha mãe de longe,
Com o mesmo vestido azul,
Igual à cor daquele céu que eu gostava de olhar.
Ela veio sorrindo e me disse;
Voltei, para nunca mais te deixar.
Não lhe perguntei se tinha vencido, mas seu semblante indicava serenidade.
Ela me disse ter me trazido um presente;
E me entregou uma folha e um lápis, dizendo;
Honre a nossa vitória; siga agora tu o teu caminho e agora eu ficarei aqui a tua espera
Porque somos para sempre ligadas pelo amor
Vá. Partas tu também e me traga boas notícias.
Ela então me beijou, sem nenhuma lágrima no rosto.
Senti apenas que o meu céu estava mais azul e,
Que uma força sem origem me fazia levitar e,
Finalmente voar naquele céu com o qual eu brincara.
Olhei para trás e continuei vendo minha mãe,
Seu vestido azul e as duas sacolas ainda cheias de livros.
Fui pra bem longe dela.
Já não ouvia mais sua voz e a saudade ficou branda.
Ao lá chegar, encontrei duas sacolas.
Muitos livros nelas entraram; também pesados.
Comecei a carregá-los.
Ganhei um vestido azul, da cor daquele meu céu, que agora estava mesmo
dentro de mim.
Após uma grande ventania, comecei a flutuar e em algum momento alcei vôo.
De repente, vi minha mãe, agora tão serena, sorrindo e acenando.
Filha, disse ela, te espero com um grande almoço.
Banqueteie-te que tua viagem foi longa e penosa. Sei disso.
Mas agora, estás aqui com a mamãe. Durma no meu colo.
Enquanto dormes, acalentarei teu filho, meu presente para ti.
Quando acordares, o menino estará alimentado e brincando com o pai.
Que Deus agora continue a nos proteger e,
Abençoar para todo o sempre, disse ela,
Com a paz dos vitoriosos,
Com a sabedoria de quem foi e venceu,
De quem teve a paciência de esperar o tempo e,
A vida acontecer e,
Assim, poder ensinar a sua filha e a seu neto o poder do amor.
Obrigada, mãe! Tu és a minha vitória e,
A ti ofereço essa pequena mostra de que teu amor venceu a distância e as
dificuldades,
E agora, ainda com sacolas cheias de livros, carrego tua herança de doutora.
Teu vestido azul ainda é o meu céu.
Com amor e com orgulho,
Tua filha

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