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CAPÍTULO I
SEGURIDADE SOCIAL
1. CONCEITUAÇÃO
Seguridade Social
(CF, art. 194)
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CAPÍTULO II
BENEFICIÁRIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
Empregado
Empregado Doméstico
Especial
Facultativo
Beneficiários
do Regime
Cônjuge, companheiro
Geral de
(a) e filho(a) não
Previdência
emancipado de qualquer
Social Classe I
condição, menor de 21
anos de idade ou
inválido.
Dependentes
Classe II Os pais
O irmão não
emancipado, de
Classe III qualquer condição,
menor de 21 anos ou
inválido.
1. SEGURADOS OBRIGATÓRIOS
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ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de
trabalho (Lei nº 8.213/91, art. 11, § 7º).
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2. SEGURADO FACULTATIVO
Pode filiar-se ao RGPS como segurado facultativo, mediante contribuição, a pessoa
física maior de 16 anos de idade, desde que não esteja exercendo atividade remunerada que
implique filiação obrigatória a qualquer regime de previdência social no País.
É vedada a filiação ao RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa
participante de regime próprio de previdência social, salvo na hipótese de afastamento sem
vencimento e desde que não permitida, nesta condição, contribuição ao respectivo regime
próprio.
A filiação na qualidade de segurado facultativo representa ato volitivo, gerando efeito
somente a partir da inscrição e do primeiro recolhimento.
A inscrição do segurado facultativo não pode retroagir. Não é permitido o pagamento de
contribuições relativas a competências anteriores à data da inscrição. No entanto, caso o
salário-de-contribuição do segurado facultativo seja igual ao valor do salário mínimo, ele
poderá optar pelo recolhimento trimestral. Nesse caso, as contribuições relativas ao trimestre
em que se inscreveu terão vencimento no dia 15 do mês seguinte ao trimestre civil.
Após a inscrição, o segurado facultativo somente poderá recolher contribuições em
atraso quando não tiver ocorrido perda da qualidade de segurado.
O Regulamento da Previdência Social (art. 11, §
1º) apresenta uma lista de pessoas que podem filiar-se na qualidade de segurado facultativo:
I - a dona-de-casa;
II - o síndico de condomínio, quando não remunerado;
III - o estudante;
IV - o brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior;
V - aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social;
VI - o membro de conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei 8.069/90, quando não esteja
vinculado a qualquer regime de previdência social;
VII - o bolsista e o estagiário que prestam serviços a empresa de acordo com a Lei 6.494/77;
VIII - o bolsista que se dedique em tempo integral a pesquisa, curso de especialização, pós-
graduação, mestrado ou doutorado, no Brasil ou no exterior, desde que não esteja vinculado a
qualquer regime de previdência social;
IX - o presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer
regime de previdência social; e
X - o brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de
país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional.
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3. DEPENDENTES
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CAPÍTULO III
EMPRESA E EMPREGADOR DOMÉSTICO: CONCEITO PREVIDENCIÁRIO
1. EMPRESA
2. EMPREGADOR DOMÉSTICO
O art. 12, II, do RPS conceitua empregador doméstico nos seguintes termos:
“II - empregador doméstico - aquele que admite a seu serviço, mediante remuneração,
sem finalidade lucrativa, empregado doméstico.”
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A Lei nº 8.630/93 dispõe sobre o regime jurídico da exploração dos portos organizados e das instalações portuárias e
dá outras providências.
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CAPÍTULO IV
FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL
Da União
Dos segurados
Contribuições
Das empresas
Sociais
Previdenciárias
Dos empregadores
Receitas domésticos
da Das
Seguridad Contribuições Das empresas, incidentes
e Social Sociais sobre faturamento e lucro
(no âmbito
Outras
federal) sobre a receita de
Contribuições
concursos de prognósticos
Sociais
do importador de bens ou
serviços do exterior
De outras
fontes
1. RECEITAS DA UNIÃO
A contribuição da União é constituída de recursos adicionais do Orçamento Fiscal,
fixados obrigatoriamente na Lei Orçamentária Anual (art. 16 da Lei 8.212/91).
A União é responsável pela cobertura de eventuais insuficiências financeiras da
Seguridade Social, quando decorrentes do pagamento de benefícios de prestação continuada
da previdência social, na forma da Lei Orçamentária Anual (Lei 8.212/91, art. 16, parágrafo
único).
O Tesouro Nacional repassará mensalmente recursos referentes às contribuições
incidentes sobre o faturamento e o lucro das empresas e sobre a receita de concursos de
prognósticos, destinados à execução do Orçamento da Seguridade Social (Lei 8.21/91, art.
19).
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De acordo com o parágrafo único do art. 195 do RPS, constituem contribuições sociais:
I - as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos
segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
II - as dos empregadores domésticos, incidentes sobre o salário-de-contribuição dos
empregados domésticos a seu serviço;
III - as dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário-de-contribuição;
IV - as das associações desportivas que mantêm equipe de futebol profissional,
incidentes sobre a receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em
todo território nacional em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e
de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade,
propaganda e transmissão de espetáculos desportivos;
V - as incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção
rural;
VI - as das empresas, incidentes sobre a receita ou o faturamento e o lucro; e
VII - as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos.
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Direito à Aposentadoria
por tempo de Base de cálculo Alíquota
contribuição
Salário-de-contribuição, respeitados os
Com direito 20%
limites de R$415,00 a R$3.038,99
Sem direito Um salário mínimo. 11%
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Observações:
1) As empresas optantes pelo SIMPLES contribuem com uma alíquota incidente sobre
seu faturamento em substituição às contribuições patronais (contribuições a cargo da
empresa).
2) As entidades beneficente e de assistência social são isentas das contribuições
patronais (contribuições a cargo da empresa).
3) RAT: Contribuição destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos
benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente
dos riscos ambientais do trabalho.
4) O enquadramento da empresa para fins de recolhimento do RAT é feito em virtude
da atividade preponderante da empresa.
5) Atividade preponderante é aquela que ocupa, na empresa, o maior número de
segurados empregados e trabalhadores avulsos.
6) As alíquotas de RAT serão acrescidas de 12%, 9% ou 6%, respectivamente, se a
atividade exercida pelo segurado empregado ou trabalhador avulso a serviço da empresa
ensejar a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de contribuição.
7) Será devida contribuição adicional de 9%, 7% ou 5%, a cargo da empresa tomadora
de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho, incidente sobre o valor bruto
da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, conforme a atividade exercida pelo cooperado
permita a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos respectivamente.
8) A cooperativa de trabalho, em relação aos trabalhadores cooperados, é isenta de
contribuições. Esta contribuição fica a cargo da empresa tomadora dos serviços (15% sobre o
valor bruto da nota fiscal emitida pela cooperativa à empresa). Em relação aos segurados
empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais, a cooperativa contribui
normalmente como empresa em geral.
9) A cooperativa de produção contribui com 20% sobre as importâncias por ela
pagas, distribuídas ou creditadas aos respectivos cooperados. Será devida contribuição
adicional de 12%, 9% ou 6%, a cargo da cooperativa de produção, incidente sobre a
remuneração paga devida ou creditada ao cooperado filiado, na hipótese de exercício de
atividade que autorize a concessão de aposentadoria especial após 15, 20 ou 25 anos de
contribuição, respectivamente.
10) Quando o contribuinte individual for um transportador rodoviário autônomo, a base
de cálculo da contribuição da empresa será de 20% do valor do frete.
11) As alíquotas de que tratam os incisos I e III do art. 22 da Lei nº 8.212/91, em
relação às empresas que prestam serviços de tecnologia da informação - TI e de tecnologia da
informação e comunicação - TIC, poderão ser reduzidas pela subtração de um décimo do
percentual correspondente à razão entre a receita bruta de venda de serviços para o mercado
externo e a receita bruta total de vendas de bens e serviços, observado o disposto neste artigo
(Medida Provisória nº 428/2008, art. 14).
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VII - 40% do resultado dos leilões dos bens apreendidos pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil;
VIII - 50% do valor total do prêmio recolhido pelas companhias seguradoras que
mantêm o seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias
terrestres (Seguro DPVAT). Este valor deve ser destinado ao Sistema Único de Saúde (SUS)
para o custeio da assistência médico-hospitalar aos segurados vitimados em acidentes de
trânsito;
Nota: apesar da Lei 8.212/91 (art. 27, parágrafo único) determinar que 50% do DPVAT
sejam destinados à Seguridade Social, o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/97),
art. 78, parágrafo único, determina que 10% dos valores destinados à Seguridade
2
“A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá arrecadar, fiscalizar e cobrar, mediante remuneração de 3,5% do
montante arrecadado, contribuição por lei devida a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, desde que
provenha de contribuições cuja base de cálculo seja a mesma das que incidem sobre a remuneração paga, devida ou
creditada a segurados do RGPS ou instituídas sobre outras bases a título de substituição (Lei nº 11.457/2007, art.
3º).
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4. SALÁRIO-DE-CONTRIBUICÃO
Dizer que um determinado valor que o segurado receba da empresa integra o salário-
de-contribuição significa dizer que sobre este valor vai incidir contribuição previdenciária, ou
seja, esse valor vai compor a base de cálculo da contribuição previdenciária.
A legislação previdenciária (Lei 8.212, art. 28, § 9º e RPS, art. 214, § 9º) relaciona
apenas as parcelas que não integram o salário-de-contribuição. Por exclusão, as parcelas que
não constarem dessa relação integram o salário-de-contribuição. A título de exemplo,
enumeramos abaixo algumas parcelas que integram o salário-de-contribuição:
I – Salário
II - Saldo de salário pago na rescisão do contrato de trabalho
III - Salário-maternidade
IV - Férias gozadas
V - 1/3 de férias gozadas (CF, art. 7º, XVII)
VI - 13º salário
VII - Horas extras
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VIII - O valor total das diárias para viagem, quando excederem a 50% da remuneração mensal
do empregado.
IX – Gorjetas (espontâneas ou compulsórias)
X - Comissões e percentagens
XI - Salário pago sob a forma de utilidades (salário in natura)
XII - Remuneração do aposentado que retornar ao trabalho
XIII – Aviso prévio.
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p) o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo a programa de
previdência complementar, aberto ou fechado, desde que disponível à totalidade de seus
empregados e dirigentes, observados, no que couber, os arts. 9º e 468 da CLT;
q) o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico, próprio da
empresa ou por ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas com medicamentos, óculos,
aparelhos ortopédicos, despesas médico-hospitalares e outras similares, desde que a cobertura
abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da empresa;
r) o valor correspondente a vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos ao
empregado e utilizados no local do trabalho para prestação dos respectivos serviços;
s) o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado e o reembolso creche pago
em conformidade com a legislação trabalhista, observado o limite máximo de seis anos de
idade, quando devidamente comprovadas as despesas realizadas;
t) o valor relativo a plano educacional que vise à educação básica, nos termos do art. 21 da Lei
nº 9.394/96, e a cursos de capacitação e qualificação profissionais vinculados às atividades
desenvolvidas pela empresa, desde que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e
que todos os empregados e dirigentes tenham acesso ao mesmo;
u) Revogado.
v) os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;
x) o valor da multa prevista no § 8º do art. 477 da CLT (multa paga ao empregado em
decorrência da mora no pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão do
contrato de trabalho).
Observação:
As parcelas definidas como não-integrantes do salário-de-contribuição, quando
pagas ou creditadas em desacordo com a legislação pertinente, passam a integrá-lo para
todos os fins e efeitos, sem prejuízo da aplicação das cominações legais cabíveis.
4.3. PROPORCIONALIDADE
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5. PRAZO DE RECOLHIMENTO
PRAZO DE
CONTRIBUIÇÕES
RECOLHIMENTO
Dia 15 do mês a) As contribuições do contribuinte individual, quando recolhidas pelo
seguinte ao da próprio segurado;
competência, b) As contribuições do contribuinte individual (cooperado) quando
prorrogando-se para o descontadas e recolhidas por cooperativa de trabalho;
dia útil subseqüente c) As contribuições do segurado facultativo;
quando não houver d) As contribuições descontadas do segurado empregado doméstico;
expediente bancário. e) As contribuições a cargo do empregador doméstico;
Dia 20 de dezembro,
antecipando-se para o Contribuição incidente sobre o valor do 13º salário.
dia útil imediatamente Obs.: No caso de Rescisão de contrato de trabalho, as contribuições
anterior quando não devidas serão recolhidas no dia 10 do mês seguinte ao da rescisão,
houver expediente computando-se em separado a parcela referente ao 13º salário.
bancário.
Até 2 dias úteis A contribuição de 5% incidente sobre a receita bruta de espetáculos
após a realização do desportivos.
evento
a) As contribuições descontadas dos segurados empregados e
trabalhadores avulsos;
b) As contribuições descontadas do contribuinte individual (exceto
quando for cooperado e prestar serviço por intermédio de cooperativa
de trabalho);
Dia 10 do mês c) As contribuições da empresa incidentes sobre a remuneração de
seguinte ao da segurados empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual;
competência, d) As contribuições da empresa (15%) incidentes sobre o valor bruto
prorrogando-se o da nota fiscal ou fatura de serviço, relativo a serviços que lhe tenha
vencimento para o dia sido prestados por cooperados, por intermédio de cooperativas de
útil subseqüente trabalho;
quando não houver e) As retenções de 11% sobre o valor dos serviços contidos em nota
expediente bancário fiscal prestados mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada;
no dia 10. f) As contribuições incidentes sobre a comercialização da produção
rural;
g) A contribuição de 5% incidentes sobre patrocínio, licenciamento de
uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de
espetáculos.
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6.3. MULTA
SITUAÇÕES MULTA
Para pagamento após o vencimento de obrigação não incluída em Notificação Fiscal
de Lançamento de Débito (NFLD):
Dentro do mês de vencimento 8%
No mês seguinte; 14%
A partir do 2º mês seguinte ao do vencimento da obrigação. 20%
Para pagamento de obrigação incluída em Notificação Fiscal de Lançamento de
Débito (NFLD):
Até 15 dias do recebimento da notificação; 24%
Após o 15º dia do recebimento da notificação; 30%
Após apresentação de recurso desde que antecedido de impugnação, sendo ambos
tempestivos, até 15 dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da 40%
Previdência Social;
Após o 15º dia da ciência da decisão do CRPS, enquanto não inscrita em dívida
50%
ativa.
Para pagamento de crédito inscrito em dívida ativa:
Quando não tenha sido objeto de parcelamento; 60%
Se houver parcelamento; 70%
Para pagamento de créditos que já estão sendo cobrados judicialmente:
Após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha
80%
sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento;
Após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha
100%
sido citado, se o crédito foi objeto de parcelamento.
Observações:
a) Na hipótese de as contribuições terem sido declaradas em GFIP, ou quando se tratar
de empregador doméstico ou de empresa ou segurado dispensados de apresentar o citado
documento, a multa de mora será reduzida em 50% (RPS, art. 239, § 11). É o caso, por
exemplo, dos recolhimentos dos segurados facultativos, dos contribuintes individuais sem
outros segurados prestando-lhes serviço. Nesta condição, o segurado está dispensado de
elaborar GFIP e, portanto, pagará a multa reduzida pela metade.
b) Nas hipóteses de parcelamento ou de reparcelamento, incidirá um acréscimo de 20%
sobre a multa de mora (RPS, art. 239, § 2º). Assim, por exemplo, a multa que seria de 20%
passaria a ser de 24%.
c) Não se aplicam as multas impostas e calculadas como percentual do crédito por
motivo de recolhimento fora do prazo das contribuições, nem quaisquer outras penas
pecuniárias, às massas falidas de que trata o art. 192 da Lei no 11.101/2005, e às missões
diplomáticas estrangeiras no Brasil e aos membros dessas missões quando assegurada a
isenção em tratado, convenção ou outro acordo internacional de que o Estado estrangeiro ou
organismo internacional e o Brasil sejam partes (RPS, art. 239, § 9º).
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7. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS
7.1. GFIP
GFIP é a guia de recolhimento do FGTS e informações à Previdência Social. Como se
pode ver, a GFIP tem duas funções básicas: recolher o FGTS e prestar informações à
Previdência Social.
As informações da GFIP, prestadas à Previdência Social, servirão:
a) Como base de cálculo das contribuições arrecadadas pela Secretaria da Receita
Federal do Brasil;
b) Para composição da base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios
previdenciários;
c) Na hipótese de não recolhimento das contribuições declaradas, constituir-se-ão em
termo de confissão de dívida.
A entrega da GFIP será efetuada na rede bancária até o dia 7 do mês seguinte à
competência a que se refere. Não havendo expediente bancário no dia 7, o prazo de entrega é
antecipado para o dia útil imediatamente anterior.
A GFIP é exigida a partir de janeiro de 1999.
7.3. CONTABILIDADE
Os lançamentos contábeis dos fatos gerados das contribuições, como também, das
próprias contribuições e os totais recolhidos, devidamente escriturados nos livros Diário e
Razão, serão exigidos pela fiscalização após 90 dias contados da ocorrência dos fatos
geradores das contribuições.
Requisitos da contabilidade:
a) Atender ao princípio contábil do regime de competência;
b) Registrar, em contas individualizadas, todos os fatos geradores de contribuições
previdenciárias de forma a identificar, clara e precisamente, as rubricas integrantes e não
integrantes do salário-de-contribuição, bem como as contribuições descontadas do segurado,
as da empresa e os totais recolhidos, por estabelecimento da empresa, por obra de construção
civil e por tomador de serviços.
A empresa deverá manter à disposição da fiscalização os códigos ou abreviaturas que
identifiquem as respectivas rubricas utilizadas na escrituração contábil (plano de contas).
CAPÍTULO V
EXAME DA CONTABILIDADE
1. PRERROGATIVA DA FISCALIZAÇÃO
2. INSCRIÇÃO DE OFÍCIO
Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua
apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) pode, sem prejuízo
da penalidade cabível, inscrever de ofício importância que reputarem devida, cabendo à
empresa ou ao segurado o ônus da prova em contrário (Lei nº 8.212/91, art. 33, § 3º).
Assim, a inscrição de ofício pode ocorrer quando houver:
a) Recusa – existem os documentos, mas não são apresentados;
b) Sonegação – não foram sequer elaborados os documentos; portanto, as
informações foram sonegadas;
c) Apresentação deficiente – considera-se deficiente o documento ou informação
apresentada que não preencha as formalidades legais, bem como aquele que contenha
informação diversa da realidade, ou, ainda, que omita informação verdadeira (RPS, art. 233,
parágrafo único).
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3. AFERIÇÃO INDIRETA
Se, no exame da escrituração contábil e de qualquer outro documento da empresa, a
fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real de remuneração dos
segurados a seu serviço, do faturamento e do lucro, serão apuradas, por aferição indireta, as
contribuições efetivamente devidas, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário (Lei nº
8.212/91, art. 33, § 6º).
A aferição indireta pode ser feita mediante a fixação de parâmetros que a fiscalização
entender pertinentes. Cabe à empresa provar que o valor devido é menor que o aferido
indiretamente.
Na atividade de construção civil, este procedimento é bastante usado, já que a Lei nº
8.212/91, art. 33, § 4º, expressamente, autoriza a sua adoção, nos seguintes termos:
“Na falta de prova regular e formalizada, o montante dos salários pagos pela execução
de obra de construção civil pode ser obtido mediante cálculo da mão-de-obra empregada,
proporcional à área construída e ao padrão de execução da obra, cabendo ao proprietário, dono
da obra, condômino da unidade imobiliária ou empresa co-responsável o ônus da prova em
contrário.”
CAPÍTULO VI
RETENÇÃO E RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
1. RETENÇAO DE 11%
A retenção de 11% foi instituída pela Lei 9.711/98 e está em vigor desde fevereiro de 1999. É
adotada quando uma empresa (contratada) presta serviço a outra empresa (contratante)
mediante empreitada ou cessão de mão-de-obra.
Cessão de mão-de-obra: colocação a disposição do contratante, em suas
dependências ou nas de terceiros, de segurados que realizem serviços contínuos, relacionados
ou não com a atividade fim da empresa, independentemente da natureza e da forma de
contratação, inclusive por meio de trabalho temporário na forma da Lei 6.019/74 (RPS, art.
219, § 1º).
Empreitada: é a execução, contratualmente estabelecida, de tarefa, de obra ou de
serviço, por preço ajustado, com ou sem fornecimento de material ou uso de equipamentos,
realizada nas dependências da empresa contratante, nas de terceiros ou nas da empresa
contratada, tendo como objeto um resultado pretendido (IN 3/2005, art. 144).
Observações:
1) O percentual de 11% será acrescido de 4%, 3% ou 2%, relativamente aos serviços
prestados pelos segurados empregados, cuja atividade permita a concessão de aposentadoria
especial, após 15, 20 ou 25 anos de contribuição, respectivamente (Lei 10.666, art. 6º).
Assim, nestes casos, os percentuais de retenção serão de 15%, 14% ou 13%,
respectivamente.
2) Na contratação de serviços em que a contratada se obriga a fornecer material ou
dispor de equipamentos, fica facultada ao contratado a discriminação, na nota fiscal, fatura ou
recibo, do valor correspondente ao material ou equipamentos, que será excluído da retenção,
desde que contratualmente previsto e devidamente comprovado (RPS, art. 219, § 7º). Neste
caso, a retenção de 11% incidirá somente sobre o valor dos serviços.
3) Quem recolhe a retenção é a contratante, mas no campo 5 da GPS (identificador)
deve ser identificado o CNPJ ou CEI da empresa contratada.
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4) A retenção se presumirá feita. A empresa contratante não pode alegar omissão para
se eximir do recolhimento.
Observações:
1) As importâncias retidas não podem ser compensadas com contribuições arrecadadas
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para outras entidades (terceiros). Somente podem
ser compensadas com contribuições previdenciárias.
2) Na impossibilidade de haver compensação integral na própria competência, o saldo
remanescente poderá ser compensado nas competências subseqüentes, inclusive na relativa à
gratificação natalina, ou ser objeto de restituição (RPS, art. 219, § 9º).
3) Para fins de recolhimento e de compensação da importância retida, será considerada
como competência aquela a que corresponder à data da emissão da nota fiscal, fatura ou
recibo (RPS, art. 219, § 10).
De acordo com o § 3º do art. 219 do RPS, haverá retenção de 11% nos seguintes
serviços quando contratados mediante empreitada de mão-de-obra.
I - limpeza, conservação e zeladoria;
II - vigilância e segurança;
III - construção civil;
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IV - serviços rurais;
V - digitação e preparação de dados para processamento;
Tanto em relação à cessão de mão-de-obra como à empreitada, a lista de serviços
sujeitos à retenção é exaustiva. Assim, os serviços não-listados não se sujeitarão à incidência
da retenção.
A empresa optante pelo SIMPLES, que prestar serviços mediante cessão de mão-de-
obra ou empreitada, está sujeita à retenção sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do
recibo de prestação de serviços emitido (IN 3/2005, art. 142).
Não haverá retenção de 11% sobre o valor bruto da nota fiscal emitida por cooperativa
de trabalho. A empresa que contratar a cooperativa de trabalho é que fica obrigada a recolher
uma contribuição de 15% incidente sobre o valor bruto da nota fiscal. Neste caso, não se trata
de uma retenção, mas de uma contribuição a cargo da empresa contratante.
2. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
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nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, quando corroborada por
escrituração contábil;
b) Pela comprovação do recolhimento das contribuições incidentes sobre a remuneração
dos segurados, aferidas indiretamente nos termos, forma e percentuais previstos pelo Instituto
Nacional do Seguro Social;
c) Pela comprovação do recolhimento da retenção de 11%, permitida, porém opcional.
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CAPÍTULO VII
CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO PREVIDENCIÁRIO
CAPÍTULO VIII
PARCELAMENTO
1. NÚMERO DE PRESTAÇÕES
O parcelamento será concedido em até 4 prestações mensais por competência em
atraso, desde que o total não exceda o limite máximo de 60 prestações (RPS, art. 244).
4. DEFERIMENTO
O deferimento do parcelamento fica condicionado ao pagamento da primeira prestação
(Lei 8.212/91, art. 38, § 7º).
Não sendo paga a primeira parcela, proceder-se-á à inscrição da dívida confessada,
salvo se já tiver sido inscrita, na Dívida Ativa da União e à sua cobrança judicial (Lei 8.212/91,
art. 38, § 8º).
5. RESCISÃO
6. REPARCELAMENTO
Será admitido o reparcelamento por uma única vez (Lei 8.212/91, art. 38, § 5º).
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CAPÍTULO IX
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO
CTN, art. 174 – A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em 5 anos, contados
da data da sua constituição definitiva.
Observações:
• O crédito está definitivamente constituído quando não possa mais ser modificado na via
administrativa.
• O curso da decadência termina no momento da lavratura do AI; o início do prazo de
prescrição só se inicia depois de concluído o contencioso administrativo fiscal referente
a este AI. Assim, no intervalo entre a lavratura do AI e a decisão final administrativa
não se tem nem decadência nem prescrição.
3. REVISÃO DE BENEFÍCIO
É de 10 anos o prazo de decadência de todo e qualquer direito ou ação do segurado ou
beneficiário para a revisão do ato de concessão de benefício, a contar do dia primeiro do mês
seguinte ao do recebimento da primeira prestação ou, quando for o caso, do dia em que tomar
conhecimento da decisão indeferitória definitiva no âmbito administrativo (Lei 8.213/91, art.
103).
CAPÍTULO X
COMPENSAÇÃO, RESTITUIÇÃO E REEMBOLSO
1. COMPENSAÇÃO
Compensação é o procedimento facultativo pelo qual o sujeito passivo se ressarce de
valores pagos indevidamente, deduzindo-os das contribuições devidas à Previdência Social.
A compensação independe de requerimento, podendo ser efetuada diretamente pelo
sujeito passivo, ficando sujeita a posterior conferência pela fiscalização previdenciária.
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2. RESTITUIÇÃO
Restituição é o procedimento administrativo mediante o qual o sujeito passivo é
ressarcido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, de valores recolhidos indevidamente à
Previdência Social ou a outras entidades ou fundos.
Caso o sujeito passivo recolha indevidamente um valor a título de contribuição
previdenciária ou contribuição para outras entidades (SESC, SENAC, SEBRAE etc.), cabe o
pleito de restituição do montante correspondente ao pagamento indevido. O valor a ser
restituído pode corresponder ou não ao total do valor pago, pois muitas vezes apenas uma
parte era indevida.
Cabe ao sujeito passivo credor requerer sua restituição junto à Secretaria da Receita
Federal do Brasil. Este órgão é responsável pela análise e despacho conclusivo a respeito do
pedido de restituição.
Verificada a existência de débito em nome do sujeito passivo, o valor da restituição será
utilizado para extingui-lo, total ou parcialmente, mediante compensação (Lei 8.212/91, art.
89, § 8º, acrescido pela Lei 11.196, de 21/11/2005).
A restituição de contribuição ou de outra importância recolhida indevidamente, que
comporte, por sua natureza, a transferência de encargo financeiro, somente será feita àquele
que provar ter assumido esse encargo ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este
expressamente autorizado a recebê-la (RPS, art. 248).
A restituição de contribuição indevidamente descontada do segurado somente poderá
ser feita ao próprio segurado, ou ao seu procurador, salvo se comprovado que o responsável
pelo recolhimento já lhe fez a devolução (RPS, art. 249, parágrafo único).
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4. REEMBOLSO
Reembolso é o procedimento pelo qual a Secretaria da Receita Federal do Brasil
ressarce a empresa ou o equiparado de valores de cotas de salário-família e salário-
maternidade pagos a segurados a seu serviço.
O reembolso poderá ser efetuado mediante dedução no ato do recolhimento das
contribuições devidas à Previdência Social, correspondentes ao mês de pagamento do benefício
ao segurado.
Quando o valor a deduzir for superior às contribuições previdenciárias devidas para o
mês do pagamento do benefício ao segurado, o sujeito passivo poderá deduzir o saldo a seu
favor no recolhimento das contribuições dos meses subseqüentes, ou poderá requerer o seu
reembolso à Secretaria da Receita Federal do Brasil.
Caso o sujeito passivo não efetue a dedução na época própria, essas importâncias
poderão ser compensadas, ou serem objeto de requerimento de restituição. Optando pela
compensação, esta não fica sujeita ao limite de 30% do valor a ser recolhido à Previdência
Social.
O valor das cotas de salário-família ou das parcelas de salário-maternidade só poderá
ser deduzido das contribuições devidas à Previdência Social, sendo vedada a dedução das
contribuições arrecadadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para outras entidades
ou fundos.
CAPÍTULO XI
ISENÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES: REQUISITOS MANUTENÇÃO E PERDA
1. REQUISITOS NECESSÁRIOS
As exigências às quais o dispositivo constitucional acima citado faz referência estão
previstas na Lei 8.212/91.
De acordo com o art. 55 da Lei 8.212/91, fica isenta das contribuições para a
seguridade social a entidade beneficente de assistência social que atenda, cumulativamente,
aos seguintes requisitos:
a) Seja reconhecida como de utilidade pública federal;
b) Seja reconhecida como de utilidade pública pelo respectivo Estado, Distrito Federal
ou Município onde se encontre a sua sede;
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2. CONTRIBUIÇÕES ISENTAS
Ou seja, a isenção atinge todas as contribuições para a seguridade social a cargo da
pessoa jurídica, mas não abrange as contribuições descontadas dos segurados empregados,
trabalhadores avulsos e contribuintes individuais.
CAPÍTULO XII
PROVA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO
A autoridade responsável por órgão do poder público, por órgão de registro público ou
por instituição financeira em geral, no âmbito de suas atividades, exigirá, obrigatoriamente, a
apresentação de CND ou CPD-EN, fornecida pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, nas
seguintes hipóteses:
2.1. DA EMPRESA
Nos termos do inciso I do art. 257 do RPS (e do art. 47, I, da Lei 8.212/91), a CND (ou
a CPD-EN) será exigida da empresa, nas seguintes situações:
a) na licitação, na contratação com o poder público e no recebimento de benefícios ou
incentivo fiscal ou creditício concedidos por ele;
b) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo;
A CND (ou a CPD-EN) será exigida do proprietário, pessoa física ou jurídica, de obra de
construção civil, quando de sua averbação da obra no Registro de Imóveis (Lei 8.212/91, art.
47, II).
Nesta hipótese, a CND é específica da obra, tendo inclusive indicação de finalidade, já
que não leva em consideração os débitos dos demais estabelecimentos da empresa.
Quando a construção for residencial e unifamiliar, com área total não superior a 70
metros quadrados, destinada a uso próprio, do tipo econômico e tiver sido executada sem a
utilização de mão-de-obra assalariada, não será exigida a CND (nem CPD-EN), pois, neste
caso, nenhuma contribuição é devida à seguridade social (RPS, art. 278).
Quando a obra de construção civil for de responsabilidade de incorporador, a CND ou a
CPD-EN da obra independe da apresentada no Registro de Imóveis por ocasião da inscrição do
memorial de incorporação (Lei 8.212/91, art. 47, § 2º).
2.3. DO INCORPORADOR
A CND (ou a CPD-EN) será exigida do produtor rural pessoa física e do segurado
especial quando da constituição de garantia para concessão de crédito rural e qualquer de
suas modalidades, por instituição de créditos pública ou privada, desde que comercializem a
sua produção com o adquirente domiciliado no exterior ou diretamente no varejo a consumidor
pessoa física, a outro produtor rural pessoa física ou a outro segurado especial (RPS, art. 257,
IV).
Nos termos do art. 257, V, do RPS, a CND ou a CPD-EN será exigida na contratação,
com instituições financeiras, de operações de crédito que envolvam:
a) recursos públicos, inclusive os provenientes de fundos constitucionais e de incentivo
ao desenvolvimento regional (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte, Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste, Fundo Constitucional de Financiamento do
Centro Oeste, Fundo de Desenvolvimento da Amazônia e Fundo de Desenvolvimento do
Nordeste);
b) recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), do Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT) e do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); ou
c) recursos captados através de Caderneta de Poupança.
3. PRAZO DE VALIDADE
O prazo de validade da Certidão Negativa de Débito – CND (e da CPD-EN) é de 60 dias,
contados da sua emissão, podendo ser ampliado por regulamento para até 180 dias (Lei
8.212/91, art. 47, § 5º).
Atualmente, de acordo com o § 7º do art. 257 do Regulamento da Previdência Social, o
documento comprobatório de inexistência de débito, quanto às contribuições sociais
previdenciárias e às contribuições devidas, por lei, a terceiros, tem o prazo de validade de até
180 dias, contado da data de sua emissão.
4. VERIFICAÇÃO DA AUTENTICIDADE
A prova de inexistência de débito perante a previdência social será fornecida por
certidão emitida por meio de sistema eletrônico, ficando a sua aceitação condicionada à
verificação de sua autenticidade pela Internet, em endereço específico, ou junto à previdência
social.
Fica dispensada a guarda do documento comprobatório de inexistência de débito, cuja
autenticidade tenha sido comprovada pela Internet.
5.2. A CPD-EN será expedida quando houver débito em nome do sujeito passivo:
I - no âmbito do processo administrativo-fiscal:
a) e for solicitada dentro do prazo regulamentar de defesa, ou, findo este prazo, se o
débito estiver pendente de decisão administrativa em face de apresentação de defesa
tempestiva;
b) e for solicitada dentro do prazo regulamentar para apresentação de recurso ou se o
débito estiver pendente de julgamento por interposição de recurso tempestivo contra decisão
proferida em decorrência de defesa;
II - garantido por depósito integral no valor do débito atualizado, em moeda corrente;
III - em relação ao qual tenha sido efetivada a penhora suficiente garantidora do débito
em curso de execução fiscal;
IV - regularmente parcelado, desde que o sujeito passivo esteja adimplente com o
pagamento das parcelas;
V - com exigibilidade suspensa por determinação judicial;
VI - ajuizado e com embargos opostos, quando o sujeito passivo for órgão da
administração direta da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios ou for
autarquia ou fundação de direito público dessas entidades estatais.
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CAPÍTULO XIII
CRIMES CONTRA A PREVIDÊNCIA SOCIAL
CAPÍTULO XIV
DÍVIDA ATIVA: INSCRIÇÃO E EXECUÇÃO JUDICIAL
Considera-se Dívida Ativa o crédito proveniente de fato jurídico gerador das obrigações
legais ou contratuais, desde que inscrito no livro próprio, em conformidade com os dispositivos
da Lei de Execução Fiscal (Lei nº 6.830/80).
1. INSCRIÇÃO
Para que o crédito previdenciário possa ser inscrito em dívida ativa é necessário que já
esteja definitivamente constituído.
A inscrição do crédito na dívida ativa é medida preliminar necessária para que a
entidade tributante possa cobrá-lo judicialmente.
O débito original e seus acréscimos legais, bem como outras multas previstas em lei,
constituem dívida ativa da União, promovendo-se a inscrição em livro próprio daquela
resultante das contribuições previdenciárias (caput do art. 39 da Lei nº 8.212/91 c/c art. 16 da
Lei nº 11.457/2007).
Serão inscritas como dívida ativa da União as contribuições que não tenham sido
recolhidas ou parceladas resultantes das informações prestadas na GFIP (Lei nº 8.212/91, art.
39, § 3º).
Penhora é o ato judicial pelo qual são apreendidos bens do devedor, com a finalidade de
garantir a satisfação do direito do credor.
Na execução judicial da Dívida Ativa da União, suas autarquias e fundações públicas,
será facultado ao exeqüente indicar bens à penhora, a qual será efetivada concomitantemente
com a citação inicial do devedor. Os bens penhorados ficam desde logo indisponíveis.
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Nas execuções fiscais da Dívida Ativa, o leilão judicial dos bens penhorados realizar-se-á
por leiloeiro oficial, indicado pelo credor, que procederá à hasta pública:
I - no primeiro leilão, pelo valor do maior lance, que não poderá ser inferior ao da
avaliação; ou
II - no segundo leilão, por qualquer valor, excetuado o vil.
Arrematação é ato do processo de execução pelo qual os bens do devedor são alienados
em praça pública ou leilão, por uma importância certa.
Poderá o juiz, a requerimento do credor, autorizar que seja parcelado o pagamento do
valor da arrematação, na forma prevista para os parcelamentos administrativos de débitos
previdenciários.
Todas as condições do parcelamento deverão constar do edital de leilão.
O débito do executado será quitado na proporção do valor de arrematação.
O arrematante deverá depositar, no ato, o valor da primeira parcela.
Realizado o depósito, será expedida carta de arrematação, contendo as seguintes
disposições:
a) Valor da arrematação, valor e número de parcelas mensais em que será pago;
b) Constituição de hipoteca do bem adquirido, ou de penhor, em favor do credor,
servindo a carta de título hábil para registro da garantia;
c) Indicação do arrematante como fiel depositário do bem móvel, quando constituído
penhor; e
d) Especificação dos critérios de reajustamento do saldo e das parcelas, que será
sempre o mesmo vigente para os parcelamentos de créditos previdenciários.
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CAPÍTULO XV
PRESTAÇÕES DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
Salário-maternidade
Observações:
• Prestação é o gênero; benefício e serviço são as espécies.
• Benefícios são prestações pecuniárias, ou seja, são pagas em dinheiro.
• Serviços são bens imateriais postos à disposição dos beneficiários.
• Os benefícios de pensão por morte e auxílio-reclusão são direitos dos dependentes do
segurado. Os demais benefícios são direitos do segurado.
• A reabilitação profissional e o serviço social são serviços prestados tanto ao segurado como
aos seus dependentes.
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Segurado
Empregado Contribuinte
PRESTAÇÃO e individual, Dependente
Especial
Trabalhador Doméstico e
Avulso Facultativo.
Benefícios
Aposentadoria por
Sim Sim Sim Não
invalidez
Aposentadoria por idade Sim Sim Sim Não
Aposentadoria por tempo
Sim Sim (Obs. 1) Obs. 2 Não
de contribuição
Aposentadoria Especial Sim Não (Obs. 3) Não Não
Auxílio-doença Sim Sim Sim Não
Auxílio-acidente Sim Não Sim Não
Salário-família Sim Não Não Não
Salário-maternidade Sim Sim Sim Não
Pensão por morte Não Não Não Sim
Auxílio-reclusão Não Não Não Sim
Serviços
Reabilitação profissional Sim Sim Sim Sim
Serviço Social Sim Sim Sim Sim
Observações:
1) O segurado contribuinte individual, que trabalhe por conta própria, sem relação de
trabalho com empresa ou equiparado, e o segurado facultativo que contribuam com a alíquota
de 11% sobre um salário mínimo, não farão jus à aposentadoria por tempo de contribuição
(Lei nº 8.213/91, art. 18, § 3º).
2) O segurado especial somente terá direito à aposentadoria por tempo de contribuição
se contribuir, facultativamente, com alíquota de 20% sobre o salário-de-contribuição.
3) A pessoa física filiada à cooperativa de trabalho ou de produção, mesmo sendo
considerado contribuinte individual, faz jus ao benefício da aposentadoria especial.
1. CONCEITOS INTRODUTÓRIOS
1.1. CARÊNCIA
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onde:
f = fator previdenciário;
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;
Id = idade no momento da aposentadoria; e
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
A expectativa de sobrevida do segurado na idade da aposentadoria será obtida a partir
da tábua completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), para toda a população brasileira, considerando-se a média nacional única
para ambos os sexos.
Para efeito de cálculo do fator previdenciário, ao tempo de contribuição do segurado
serão adicionados:
I - cinco anos, quando se tratar de mulher; ou
II - cinco ou dez anos, quando se tratar, respectivamente, de professor ou professora,
que comprovem exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na
educação infantil e no ensino fundamental e médio.
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2. BENEFÍCIOS DO RGPS
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Aposentadoria Especial
Exposição contínua e habitual a agentes nocivos físicos, químicos ou
Fato gerador biológicos, prejudiciais à saúde ou à integridade física, durante 15,
20 ou 25 anos.
Segurados empregado e trabalhador avulso.
O cooperado, filiado a cooperativa de trabalho ou de produção,
Beneficiários
embora seja contribuinte individual, também tem direito ao
benefício.
Em regra, 180 contribuições mensais. Para os segurados inscritos
Carência até 24/07/91, observa-se a regra de transição prevista no art. 142
da Lei 8.213/91.
Renda
100% do salário-de-benefício.
mensal
I – Para o segurado empregado:
a) A partir da data do desligamento do emprego, quando requerido
no prazo de 90 dias, contados da data do desligamento; ou
Início do b) A partir da data do requerimento, quando não houver
benefício desligamento do emprego ou quando for requerida depois de 90
dias, contados da data do desligamento;
II - para o trabalhador avulso e o cooperado filiado a cooperativa de
trabalho ou de produção: a partir da data do requerimento.
Em regra, com a morte do segurado. Mas também cessará se o
Cessação do
segurado retornar a atividade que o sujeite aos agentes nocivos,
benefício
que prejudiquem sua saúde ou integridade física.
Auxílio-doença
Incapacidade temporária para o trabalho ou para a atividade
Fato gerador
habitual por mais de 15 dias consecutivos.
Beneficiários Todos os segurados
Em regra, 12 contribuições mensais. Todavia, quando a
Carência incapacidade for decorrente de acidente ou de alguma doença
especificada em lista do MPS, não será exigida a carência.
Renda
91% do salário-de-benefício.
mensal
I - Quando requerido até o 30º dia do afastamento da atividade:
a) para o segurado empregado: a contar do 16º dia do
afastamento da atividade;
Início do b) para os demais segurados: a contar da data do início da
benefício incapacidade.
II - quando requerido após o 30º dia do afastamento da atividade:
a contar da data de entrada do requerimento, para todos os
segurados.
(a) Recuperação da capacidade; (b) transformação em
Cessação do aposentadoria por invalidez; (c) transformação em auxílio-
benefício acidente; (d) transformação em aposentadoria por idade; ou (e)
morte do segurado.
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Auxílio-acidente
Seqüela decorrente de acidente de qualquer natureza que implique
Fato gerador na redução da capacidade para o trabalho que o segurado
habitualmente exercia.
Beneficiários Empregado, trabalhador avulso e segurado especial.
Carência Não é exigida.
Renda 50% do salário-de-benefício que deu origem ao auxílio-doença.
mensal Pode ser inferior a um salário mínimo.
Início do
A partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença.
benefício
a) Aposentadoria do segurado;
Cessação do
b) Morte do segurado; ou
benefício
c) Emissão da certidão de tempo de contribuição.
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Salário-maternidade
a) Parto;
b) Aborto não-criminoso; ou
Fato gerador
c) Adoção ou guarda judicial para fins de adoção de criança de até
8 anos de idade.
Beneficiárias Todas as seguradas.
a) Contribuinte individual e facultativa: 10 contribuições mensais;
b) Segurada especial: exercício de atividade rural nos últimos 10
meses anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício,
Carência quando requerido antes do parto, mesmo que de forma
descontínua;
c) Empregada, trabalhadora avulsa e empregada doméstica:
independe de carência.
a) Empregada e trabalhadora avulsa: remuneração integral,
limitada ao subsídio dos Ministros do STF;
b) Empregada doméstica: seu último salário-de-contribuição;
Renda
c) Segurada especial: um salário mínimo;
mensal
d) Contribuinte individual e facultativa: 1/12 da soma dos 12
últimos salários-de-contribuição, apurados em período não superior
a 15 meses.
a) Será pago pela empresa à segurada empregada;
b) Para as demais seguradas, será pago diretamente pela
Pagamento previdência social.
c) No caso de adoção de criança, será pago diretamente pela
previdência social, mesmo que a adotante seja empregada.
I – Em caso de parto: 120 dias (com início 28 dias antes e término
91 dias depois do parto). Em casos excepcionais, os períodos de
repouso anterior e posterior ao parto podem ser aumentados de
mais duas semanas, mediante atestado médico específico.
Período de
II - Em caso de aborto não-criminoso: duas semanas.
duração
III - Em caso de adoção ou guarda judicial para fins de adoção:
a) se a criança tiver até 1 ano completo: 120 dias;
b) a partir de 1 ano até 4 anos completos:60 dias;
c) a partir de 4 anos até completar 8 anos: 30 dias.
a) Após o decurso do prazo legal (período de duração);
b) Pelo óbito da segurada;
Cessação do
c) Para a segurada empregada, pela dispensa sem justa causa
benefício
durante o período de estabilidade, ou pela dispensa por justa causa
ou a pedido após a gestação (RPS, art. 97).
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Auxílio-reclusão
Recolhimento à prisão do segurado de baixa renda (SC de até
R$710,08) que não receber remuneração da empresa nem estiver
Fato gerador
em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de
permanência em serviço.
Os dependentes do segurado recolhido à prisão (respeitada a
Beneficiários
ordem das classes).
Carência Não é exigida.
100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou
Renda
daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez
mensal
na data em que foi recolhido à prisão.
Início do Data do efetivo recolhimento do segurado à prisão, se requerido
benefício até 30 dias depois desta, ou na data do requerimento, se posterior.
Período de O auxílio-reclusão será mantido enquanto o segurado permanecer
duração detento ou recluso.
No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura
Suspensão
do segurado, será restabelecido a contar da data em que esta
do benefício
ocorrer, desde que esteja ainda mantida a qualidade de segurado.
a) pela morte do dependente;
b) para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, ao completar
Cessação do
21 anos, salvo se for inválido, ou pela emancipação, ainda que
pagamento
inválido, exceto, neste caso, se a emancipação for decorrente de
da cota
colação de grau científico em curso de ensino superior;
individual
c) para o dependente inválido, pela cessação da invalidez,
verificada em exame médico-pericial a cargo da previdência social.
a) Na data do livramento do segurado;
b) Na data do falecimento do segurado;
Cessação do
c) Se o segurado passar a receber aposentadoria; ou
benefício
d) Se o segurado passar a cumprir pena em regime aberto,
trabalhando para determinada empresa com vínculo trabalhista.
Será devido abono anual ao segurado e ao dependente que, durante o ano, recebeu
auxílio-doença, auxílio-acidente, aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte ou
auxílio-reclusão (RPS, art. 120).
Como fica evidente, o único benefício previdenciário que não dá origem ao abono anual
é o salário-família.
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3. SERVIÇOS DO RGPS
Serviços são prestações previdenciárias de natureza imaterial postas à disposição dos
segurados e dos dependentes do RGPS.7
3.1.1. BENEFICIÁRIOS
Cabe ao INSS promover a prestação deste serviço aos segurados, inclusive
aposentados, e, de acordo com as possibilidades administrativas, técnicas, financeiras e as
condições locais do órgão, aos seus dependentes, preferencialmente mediante a contratação de
serviços especializados (RPS, art. 136, § 1º).
3.1.2. CARÊNCIA
A concessão de habilitação e de reabilitação profissional independe de carência (Lei
8.213/91, art. 26, V).
3.2.1. BENEFICIÁRIOS
São beneficiários todos os segurados e seus dependentes.
3.2.2. CARÊNCIA
A concessão deste serviço independe de carência (Lei 8.213/91, art. 26, IV).
7 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Op. cit., p. 598.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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