Capítulo 9
CONCRETO ASFÁLTICO
Pode ser composto de: Camada de nivelamento, camada de ligação (Binder) e camada
de desgaste ou rolamento, conforme Figura 46.
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As usinas para estas misturas betuminosas podem ser descontínuas (de peso) ou
usinas contínuas (de volume). Deverão ter unidade classificadora de agregado,
misturadores capazes de produzir mistura uniforme, termômetro na linha de
alimentação de asfalto, termômetro para registrar a temperatura dos agregados. A
Figura 47 mostra o esquema geral de funcionamento de uma usina contínua
(volumétrica).
As acabadoras são usadas para espalhar e conformar a mistura nos alinhamentos, nas
cotas de projeto e abaulamentos requeridos. A Figura 48 mostra uma acabadora em
funcionamento.
Os caminhões basculantes são usados para transporte da mistura devem ser providos
de lonas.
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A rolagem deve ser iniciada com baixa pressão dos pneus e sendo aumentada aos
poucos. A medida que se eleva a pressão dos pneumáticos a área de contato pneu-
pavimento vai diminuindo, causando uma maior pressão de compactação. Esta
operação deve ser feita dos bordos para o eixo (nos casos de trechos em tangente) e
do bordo mais baixo para o mais alto (nos casos de trechos em curva). Cada passada
deve recobrir pelo menos a metade da largura rolada anteriormente.
Abertura ao tráfego deve ser feita somente após o completo resfriamento da mistura.
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9.3- Controles
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Vazios Vv
Asfalto VAM
Mb Vb
Mf Filer Vf
Mt
Vt
Maf Agregado Fino Vaf
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Finalidades:
- Cálculo da % de vazios do agregado mineral ( exigência de projeto ).
- Controle de compactação durante a construção.
É a densidade da mistura asfáltica suposta sem vazios. É a relação entre a massa total
da mistura (100%) e os volumes correspondentes ao “cheios“ da mistura:
Vv = D - d × 100
D
É o volume total de vazios dado pela soma dos vazios da mistura mais o volume
ocupado pelo asfalto.
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VAM = Vv + Vb.
VAM = D - d × 100 + d × % b
D db
e) Relação Betume-Vazios
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Na dosagem do concreto betuminoso podem ser usados vários métodos como por
exemplo: Marshall, Hubbard Field, Triaxial, Hveem, Ruiz e mais recentemente a
metodologia SUPERPAVE do programa americano SHRP.
O método Marshall
O teor ótimo de ligante pode ser expresso através da porcentagem de asfalto, em peso,
em relação à mistura ou através da porcentagem de asfalto, em peso, em relação aos
agregados.
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Após a confecção dos corpos de prova podem ser calculados os seguintes parâmetros:
Densidade Real e Aparente (D,d), Porcentagem de Vazios (%vv), Porcentagem dos
Vazios do agregado Mineral (%VAM) e Relação Betume-Vazios (RBV).
Feitos estes cálculos iniciais, os corpos de prova são aquecidos até atingirem 60º e
submetidos aos ensaios de Estabilidade e Fluência Marshall.
Entende-se por estabilidade como sendo a grandeza que mede a resistência da massa
asfáltica à aplicação de carga. Determina a carga máxima que a massa asfáltica pode
suportar.
O ensaio de estabilidade Marshall é feito por cisalhamento e não por compressão, pois
sendo o concreto asfáltico uma camada de rolamento, o maior esforço solicitante é
dado pela ação do tráfego, que é de cisalhamento, devido às cargas horizontais.
Normalmente é expresso em Kg.
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Granulometria
Características específicas
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RBV
(%)
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Para o traçado dos gráficos é considerada a média de três determinações para cada
parâmetro. Quando uma determinação apresentar um valor muito discrepante em
relação às outras duas, pode-se tomar a média apenas destas duas.
O teor ótimo de ligante é adotado como sendo o valor médio dos seguintes teores de
asfalto:
1) Após a definição do teor ótimo de asfalto deve -se estabelecer uma faixa de trabalho
para este valor. Para o CBUQ esta variação é normalmente de ± 0,3%.
2) O teor ótimo de ligante assim determinado deve ser conferido em todas as curvas
traçadas, e caso não satisfaça alguns dos limites impostos pelas especificações, uma
nova mistura deverá ser adotada.
g) Exemplo numérico
Determinar o teor ótimo de asfalto para um CBUQ que esta sendo dosado pelo método
Marshall. A mistura de agregados ficou enquadrada na faixa “C” do DNER e o asfalto
utilizado foi um CAP 85/100 (densidade de 1,031 g/cm3). O produto final deverá
atender as seguintes especificações:
Emim = 350 Kgf (75 golpes)
f = 2 a 4,5 mm
%Vv = 3 a 5 %
RBV = 75 a 82 %
Depois de feita uma previsão inicial para o teor ótimo de asfalto, foram moldados os
corpos de prova para 5 teores diferentes de asfalto e os valores médios determinados
para os parâmetros físicos de interesse se encontram no quadro a seguir:
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Solução
E d
Vv RBV
Este método de ensaio fixa o modo pelo qual se determina a estabilidade e a fluência
de misturas betuminosas a quente utilizando-se o aparelho Marshall.
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- Coleta da mistura betuminosa (± 1000 g). Esta coleta pode ser feita na usina de
fabricação da mistura ou no próprio local de aplicação, dependendo do objetivo do
controle.
- Colocar a amostra em estufa por um período de uma hora (100 a 120º C)
- Pesar a amostra (1000 g) e colocar dentro do extrator de betume junto com papel
filtro.
- Verter no interior do extrator 150ml de solvente (Tetracloreto de carbono CCl4 ou
bissulfeto de carbono ) e deixar e m repouso por 15min.
- Colocar um Becker sob o tubo lateral de escoamento.
- Aplicar movimento rotativo no prato centrifugador, a uma velocidade gradativa, até
que a solução de betume e solvente venha escoar-se pelo tubo lateral.
- Após esta primeira fase, o aparelho é paralisado e adicionado uma nova porção de
solvente (150ml) sobre a mistura no interior do prato.
- Estas operações são repetidas até que o solvente saia completamente limpo no tubo
lateral.
- Após o último ciclo de centrifugação o prato com o material que sobrou (agregados) é
levado para estufa (80 a 100º C) para secagem e eliminação do solvente ainda
presente nos agregados.
- Depois de seco o agregado é pesado.
- A diferença de peso da amostra antes e após o ensaio indica o peso do betume
(asfalto) extraído.
- O cálculo da porcentagem de betume (teor de betume) é dado pela seguinte
expressão:
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