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Ambiente, Sociedade e Tecnologia: reflexões e práticas de um grupo

multidisciplinar de aprendizagem

Fabrício, T. M.¹ & Matheus, C. E.²

Universidade Federal da São Carlos

¹LAbI – UFSCar: tarciofabricio@uol.com.br ; ²CRHEA – EESC/USP:


matheus@sc.usp.br

Educação Ambiental; Grupos de aprendizagem; Formação de multiplicadores.

O presente trabalho teve como objetivo investigar um processo de


aprendizado e reflexão crítica sobre a relação ambiente-sociedade-tecnologia junto a
um grupo multidisciplinar de aprendizagem ambiental constituído por divulgadores
científicos vinculados ao Laboratório Aberto de Interatividade para a Disseminação
do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI) da Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar). Partindo do princípio de que a Educação Ambiental deve assumir
um papel contestador, buscando, para além da “pregação” de bons hábitos ou
condutas ambientais, um posicionamento crítico frente aos padrões atuais de
injustiça ambiental, e reconhecendo que um processo educativo deve centrar-se
principalmente na partilha do conhecimento, o trabalho amparou-se nos referenciais
da Teoria Crítica e adotou o modelo de pesquisa-ação junto ao grupo, buscando o
empoderamento dos saberes gerados dialogicamente pelos seus Sujeitos
participantes e a emergência destes como multiplicadores daqueles saberes.

As atividades do grupo de aprendizagem, denominado BioLAbI, ocorreram


semanalmente ao longo de todo o ano de 2010. Durante os encontros foram
realizados jogos, discussões, atividades exploratórias e reflexivas do ambiente,
tendo como eixo central do debate o papel do modelo capitalista e da tecnologia no
estabelecimento dos padrões de exploração e degradação ambiental, bem como
seus reflexos no atual quadro de injustiça social.

Pelo fato do estudo proposto assumir um caráter de pesquisa-ação, sendo


construído coletivamente pelos seus Sujeitos participantes, as atividades e
discussões foram encaminhadas concomitantemente ao andamento da pesquisa.
Dessa forma, métodos e atividades desenvolvidas acabaram por se mesclar com
seus resultados e reflexões à medida que o processo de ação-reflexão-ação, aqui
compreendido como praxis, tomava forma. Assim, atividades e resultados foram
divididos em dez momentos distintos: Encontrando-se e se enxergando;
Representando o nosso meio; Exploradores; Das Kapital; Tecnologia e crise
ambiental; Novos encontros: conhecimentos distintos e saberes coletivos;
Reencontros: potencializando o aprender coletivo; CineLAbI: debatendo Sociedade
e Ambiente; Um mergulho na biodiversidade; e finalmente Ações.

Esse último momento revelou o envolvimento dos Sujeitos participantes e seu


esforço para a efetivação do grupo como um espaço constante de aprendizagem-
ação-reflexão sobre as relações entre ambiente e sociedade, bem como a vontade
de, a partir do compartilhamento e disseminação dessa prática, concretizar ações
efetivas no sentido de modificar a relação mercantilista e irreflexiva estabelecida
pela sociedade frente a ela própria, ao ambiente e à tecnologia. Dentre algumas
dessas práticas é possível citar a “ambientalização” do conteúdo de divulgação
científica produzido pelo Laboratório; a elaboração de novas atividades e oficinas
sobre tecnologia, ambiente e sociedade voltadas à comunidade de São Carlos e
região; e, por fim, o estabelecimento de canais de diálogo com outros grupos que
discutem meio ambiente na Universidade e no Município.

Ao final do processo, foi evidenciado o potencial de aprendizagem e reflexão


coletiva, pois os envolvidos motivaram-se a alcançar os objetivos delineados no
trabalho, uma vez que cada participante também ajudou a definir quais eram as
metas do grupo. A formação de multiplicadores foi garantida, na medida em que os
Sujeitos assumiram-se não só como educandos, mas também como educadores,
permitindo a continuidade das ações do grupo e de novas reflexões.

O campo da Educação Ambiental, reconhecido e assumido aqui como crítico


e emancipatório, tem sido construído e consolidado em conjunto com grupos sociais
historicamente excluídos, contudo, cabe também espaço à reflexão sobre o papel
desse enfoque crítico proposto a outros grupos, em especial, àquele que dispõe de
canais que possibilitem essa reflexão nos setores “endurecidos e institucionalizados”
pela razão mecanicista. Por certo, são esses Sujeitos que – a partir do contato com
outras realidades e de uma reflexão profunda sobre os padrões estabelecidos –
podem ajudar em uma aceleração da substituição dos paradigmas vigentes.

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