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SECRETARIA REGIONAL DOS ASSUNTOS SOCIAIS

SERVIÇO REGIONAL DE SAÚDE, EPE

DIRECÇÃO DE ENFERMAGEM DE CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

AUTORES:

Marta Rodrigues
Andreia Sousa
Helena Encarnação
Rita Gonçalves

OUTUBRO
2005
SECRETARIA REGIONAL DOS ASSUNTOS SOCIAIS
SERVIÇO REGIONAL DE SAÚDE, EPE

DIRECÇÃO DE ENFERMAGEM DE CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

Marta Rodrigues (Enf. Supervisora)

Andreia Sousa (Enf. Especialista em Saúde Comunitária)

Helena Encarnação (Enf. Especialista em Saúde Comunitária)

Rita Gonçalves (Enf. Graduada)

OUTUBRO
2005
Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

SIGLAS

ADA – Associação Americana de Diabetes


APDP – Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal
CIPE – Classificação Internacional para a Prática de Enfermagem
DCCT – Diabetes Control and Complications Trial
DGS – Direcção-Geral da Saúde
EUA – Estados Unidos da América
IDF – Federação Internacional da Diabetes
RAM – Região Autónoma da Madeira
SPD – Sociedade Portuguesa de Diabetologia
SRAS – Secretaria Regional dos Assuntos Sociais
UKPDS – United Kingdom Prospective Diabetes Study

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Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

INDICE
P.
NOTA INTRODUTÓRIA ....................................................................................................................................4
1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS NA DIABETES MELLITUS ...............................................................................5
1.1 - CLASSIFICAÇÃO.................................................................................................................................................6
1.1.1 - Diabetes Tipo 1 ..................................................................................................................................................7
1.1.2 - Diabetes Tipo 2 ..................................................................................................................................................8
1.1.3 - Diabetes e Gravidez...........................................................................................................................................9
2 - GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO NA DIABETES MELLITUS .........................................................10
2.1 - ALIMENTAÇÃO.................................................................................................................................................12
2.2 - ACTIVIDADE FÍSICA........................................................................................................................................16
2.3 - REGIME MEDICAMENTOSO...........................................................................................................................18
2.3.1 - Antidiabéticos Orais........................................................................................................................................19
2.3.2 - Insulinoterapia................................................................................................................................................20
2.4 - AUTOVIGILÂNCIA/AUTOCONTROLO..........................................................................................................22
3 - COMPLICAÇÕES NA DIABETES MELLITUS - INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM ...........................25
3.1 - COMPLICAÇÕES MICROVASCULARES .......................................................................................................26
3.1.1 - Retinopatia.......................................................................................................................................................26
3.1.2 - Nefropatia .......................................................................................................................................................26
3.1.3 - Neuropatia........................................................................................................................................................27
3.2 – COMPLICAÇÕES MACROVASCULARES .....................................................................................................28
3.2.1 - Macroangiopatia..............................................................................................................................................29
3.2.2 - Hipertensão Arterial .......................................................................................................................................29
3.2.3 - Dislipidémia .....................................................................................................................................................30
3.3 - COMPLICAÇÕES NEURO, MACRO E MICROVASCULARES.....................................................................30
3.3.1 - Pé Diabético ....................................................................................................................................................31
3.3.1.1 - Pé Isquémico ..................................................................................................................................................33
3.3.1.2 - Pé Neuropático ..............................................................................................................................................34
3.4 - OUTRAS COMPLICAÇÕES ..............................................................................................................................36
4 - GLOSSÁRIO DE TERMOS ...............................................................................................................................37
5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................................................41

ANEXOS
Anexo I - Modelo de Registo do Perfil da Glicémia Capilar e da Pressão Arterial ......................................................45
Anexo II - Precauções Gerais - Prevenção de Úlceras: Orientação à Pessoa com Diabetes ........................................48
Anexo III - Modelo de Registo de Observação aos Pés ................................................................................................50
Anexo IV - Teste de Monofilamento – Semmes Weinstein...........................................................................................52
Anexo V - Exercícios de Buerguer...............................................................................................................................54
Anexo VI - Indicadores de Avaliação...........................................................................................................................56

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Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

NOTA INTRODUTÓRIA

A diabetes mellitus constitui um importante problema de saúde pública, pelas


elevadas taxas de morbilidade e mortalidade e pelo sofrimento humano que acarreta à
pessoa com diabetes e família. Tem vindo a ser evidenciada em todo o mundo ocidental,
uma tendência de crescimento em termos de incidência e prevalência desta doença,
oscilando esta última entre os 2 e os 6%. A prevalência em Portugal estimada com a
IDF (Federação Internacional da Diabetes) foi de 5 a 8 % em 2003 e aumentará para 8 a
11 % em 2025 (SPD).

Na RAM, em termos globais, a prevalência situa-se na ordem dos 2.8 %. Na


mortalidade por doenças endócrinas e transtornos imunitários, que se cifra em 5 %, a
diabetes contribui em 4 % (SRAS, 2003).

Sabendo que o Plano Regional de Saúde, preconiza uma redução das


complicações da diabetes mellitus até ao ano 2010, é nosso dever contribuir para a
obtenção dessa meta, mediante intervenções de enfermagem no tocante à educação da
pessoa com diabetes e família. Assim, para auxiliar a prática profissional dos
enfermeiros, surgiu o presente manual, que deve ser entendido como um adjuvante na
abordagem do autocuidado à pessoa com diabetes, bem como na produção de
indicadores, de processo e resultado, sensíveis às intervenções de enfermagem.

É um trabalho produzido por um grupo nomeado pela Direcção de Enfermagem, e


que poderá vir a ser actualizado, sempre que a evidência científica o justifique. Pretende
constituir uma abordagem transversal, dando o seu contributo na melhoria do
autocontrolo da população diagnosticada, assim como no rastreio e acompanhamento
dos grupos de risco. Faz referência às principais actividades de enfermagem: consultas,
educação para a saúde a grupos e investigação, como fundamentos do atendimento na
pessoa com diabetes mellitus, sua família e comunidade.

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Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS NA DIABETES MELLITUS

A diabetes mellitus (DGS, 2002), é uma doença metabólica crónica,


caracterizada pelo aumento dos níveis da glicose no sangue (≥ 126mg/dl), que se deve
principalmente a duas etiologias:
• Falta de insulina – hormona segregada pelas células β do pâncreas que
regula os níveis de glicose sanguínea, promovendo a sua utilização
celular pela facilitação da entrada desta na célula.
• Diminuição das moléculas receptoras de insulina situadas na superfície
celular, necessárias para a acção fisiológica desta hormona (resistência
insulínica).

Ambas as situações resultam numa alteração da glicose na célula, tendo como


consequência um défice energético, que aquela vai tentar equilibrar recorrendo a uma
via metabólica-neoglicogénese (degradação de proteínas dos ácidos gordos para a
formação da glicose, com a consequente formação de corpos cetónicos e
hipertrigliceridémia).

Neste processo, a insulina é necessária para assegurar a penetração da glicose


nas células, a qual é usada como fonte de energia para o funcionamento vital, a
regulação da temperatura do corpo e a actividade física.

Dentro das alterações metabólicas, resultam como principais sinais e sintomas da


doença (APDPa):
• Poliúria
• Polidipsia
• Emagrecimento
• Astenia
• Perda de massa muscular
• Polifagia e cetose
• Infecções frequentes…

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Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

Em conformidade com o Programa Nacional de Controlo da Diabetes Mellitus,


publicado em 1995, a Direcção-Geral da Saúde (DGS), no âmbito das suas
competências técnico-normativas, actualizou os critérios de diagnóstico e classificação
da diabetes mellitus, resultantes da evolução da evidência científica e que contam com o
aval científico da Sociedade Portuguesa de Diabetologia.

Critérios de diagnóstico de diabetes (Plasma venoso):

I - Glicémia de jejum ≥ 126 mg/dl ou ≥ 7,0 mmol/l

Ou

II - Sintomas clássicos + Glicémia ocasional ≥ 200 mg/dl ≥ 11,1 mmol/l

Ou

III - Glicémia ≥ 200 mg/dl ou ≥ 11,1 mmol/l na PTGO com 75g de Glicose,

às 2 horas

Tolerância diminuída à Glucose (TDG) - glicémia em jejum <126 mg/dl ou

< 7,0 mmol/l e às 2h (PTGO) ≥ 140 e < 200 mg/dl ou ≥ 7,8 e < 11,1 mmol/l

Anomalia da Glicémia em jejum (AGJ) – Glicémia em jejum ≥ 110 e < 126 mg/dl
ou ≥ 6,1 e < 7,0 mmol/l

Fonte: DGS - Circular Normativa 09/DGCG de 04/07/2002

1.1 - CLASSIFICAÇÃO

A nova classificação (DGS, 2002) estabelece a existência de quatro tipos


clínicos de diabetes, etiologicamente distintos:

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I – Diabetes tipo 1 – Corresponde a uma destruição das células β do pâncreas, levando


à insulinopenia absoluta:
• Auto-imune
• Idiopática

II – Diabetes tipo 2 – Ocorre, predominantemente, por insulinoresistência, com


insulinopenia relativa ou por defeito secretor predominante,
coexistindo, frequentemente, ambas as alterações.

III – Diabetes Gestacional – Corresponde a qualquer grau de intolerância à glicose


documentado pela primeira vez, durante a gravidez.

IV – Outros Tipos Específicos de Diabetes – correspondem a situações em que a


diabetes é consequência de um processo etiopatogénico
identificado:
• Defeitos genéticos da célula β pancreática
• Defeitos genéticos na acção da insulina
• Doenças do pâncreas exócrino
• Endocrinopatias
• Indução por químicos ou fármacos
• Infecções
• Formas raras de diabetes auto-imune
• Outras síndromas genéticas associadas à diabetes

1.1.1 - Diabetes Tipo 1

A diabetes tipo 1 verifica-se em 0,5 a 1% da população e representa 20 a 25% do


total de pessoas com diabetes. Ocorre em idades inferiores a 35 anos e o seu
aparecimento é repentino, sendo causado por uma destruição auto-imune das células β

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do pâncreas. Isto significa que o sistema imunitário gera anticorpos contra as células
produtoras de insulina dos Ilhéus de Langerhans, o que rejeita as células β, levando a
uma quebra total da produção de insulina. Por esta razão, a doença começa com
sintomas claros: polidipsia, polifagia, poliúria e perda de peso.

Estas pessoas necessitam de terapêutica com insulina para toda a vida. A causa
da diabetes tipo 1, é pois, a falta de insulina, não estando directamente relacionada com
hábitos de vida ou de alimentação errados, contrariamente ao que acontece na diabetes
tipo 2.

1.1.2 - Diabetes Tipo 2

A prevalência de diabetes tipo 2 aumenta com a idade (> 60 anos), sendo que os
índices elevados estão associados a uma obesidade crescente, especialmente quando a
gordura está distribuída pela parte central do corpo. Em todas as populações, uma
história familiar (avós, pais, tios) é um factor de predisposição importante, assim como
a dieta e as condições relacionadas com o estilo de vida, que podem conduzir à
obesidade.

Neste tipo de diabetes verifica-se uma secreção demasiado lenta ou inadequada


de insulina pelo pâncreas (sem destruição das células β), fenómeno este chamado:
resistência à insulina. As células do corpo são insensíveis à insulina, a glicose não pode
entrar na célula e ser consumida, acumulando-se no sangue (hiperglicémia).

Em contraste com a diabetes do tipo 1, podem existir hiperglicémias durante


anos sem que existam queixas graves, mas suficientemente elevadas para prejudicar os
olhos e os rins. Este motivo explica que a diabetes do tipo 2 seja, geralmente,
diagnosticada demasiado tarde.

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1.1.3 - Diabetes e Gravidez

A diabetes gestacional define-se como uma intolerância aos hidratos de carbono,


diagnosticada pela primeira vez durante a gravidez, podendo interferir no
desenvolvimento do feto, constituindo assim um indicador possível de futura diabetes.
Geralmente é transitória, desaparecendo com o fim da gestação. No entanto, após o
parto é obrigatória a sua reclassificação. É essencial que as mulheres a quem lhes foi
detectada diabetes gestacional não aumentem de peso excessivamente, comam de forma
saudável, pratiquem actividade física e façam check-up glicémico anual.

O rastreio (DGS, 1998) deve realizar-se em todas as grávidas entre as 24 e 28


semanas de gravidez. No entanto, este deve efectuar-se no primeiro trimestre de
gravidez, após uma glicémia em jejum, desde que a grávida apresente factores de risco,
tais como:
• Idade ≥ 35 anos
• Obesidade com Índice de Massa Corporal (IMC) ≥ 30
• Multiparidade ≥ 4 partos
• Dois ou mais abortos
• Nados mortos ou morte perinatal sem causa definida
• Macrossomia fetal, com peso ≥ 4 Kg
• Diabetes gestacional em gravidez anterior

As mulheres que tiveram diabetes gestacional, devem ser informadas da


necessidade da programação da gravidez seguinte, sendo-lhes aconselhada uma
contracepção eficaz, de acordo com a idade e a situação metabólica. Por isso, se
aquelas, desejarem engravidar, devem ser, obrigatoriamente, referenciadas à consulta de
Alto Risco Obstétrico para a Diabetes, para avaliação e programação, seis meses antes
da data desejada da concepção e posterior seguimento. Em caso de gravidez, deverão
ser também seguidas na consulta de alto risco até ao final daquela, onde deverá ocorrer
o parto.

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2 - GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO NA DIABETES MELLITUS

As Directivas da Direcção-Geral da Saúde (2000), relativas à educação


terapêutica na diabetes mellitus, apelam a uma educação estruturada, a qual permite
melhorias significativas em certos parâmetros biológicos, como o valor médio das
glicémias, mas sobretudo a adaptação à nova situação, capacitando a pessoa com
diabetes a ser a principal gestora da sua doença.

É fundamental o envolvimento dos vários profissionais intervenientes no


processo educativo da pessoa com diabetes e família, no qual os enfermeiros possuem
uma responsabilidade acrescida, na promoção do autocuidado, indispensável a uma
adequada gestão do regime terapêutico, assim como no apoio para adequados
comportamentos de adesão, no que respeita à autovigilância e autocontrolo.

Conseguir a adesão ao regime terapêutico, é trabalhar o sentimento de pertença


no grupo – equipa técnica e pessoa com diabetes, em direcção à autonomia. Princípios
da relação de ajuda, tais como: a escuta activa, a confrontação, a reformulação,
permitem a verdadeira compreensão da pessoa e são a base de um movimento
motivacional para a adesão à situação de doença crónica.

Na verdade, o processo educativo da pessoa com diabetes e família é muito


complexo, não se limitando à transmissão de conhecimentos, mas a uma educação
continuada, que requer a utilização de técnicas psico-pedagógicas apropriadas. A
assunção de atitudes não punitivas é elementar, sabendo que não é fácil mudar os
hábitos adquiridos durante uma vida.

A educação pode ser realizada de forma individual e grupal, dependendo a sua


escolha do momento, da situação e da necessidade específica da pessoa. Numa primeira
fase de diagnóstico ou primeiro contacto com a equipa de saúde, é importante que se
privilegie o ensino individual em consulta de enfermagem; numa segunda fase, o ensino

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de grupo (grupos de interajuda) é importante porque consolida o processo educativo.


Num ou noutro tipo de educação, deve ser respeitada informação básica, a saber:
• O que é a diabetes
• Papel da alimentação, actividade física e terapêutica no controlo da doença
• Alimentação
• Actividade física
• Autovigilância/autocontrolo (Peso, Pressão Arterial, Glicémia Capilar, Higiene
Geral (Pés), Vacinação e Periodicidade das Consultas)
• Complicações agudas: hipoglicémia, cetoacidose – prevenção e tratamento
• Actuação em situações especiais: viagens e doenças intercorrentes
• Manifestações tardias:
- Neuropatia
- Pé diabético
- Retinopatia

Propõe-se a criação de grupos com um máximo de quinze pessoas com diabetes


incluindo familiares, em que sejam cumpridas, por cada grupo, um mínimo de 5
sessões.

Mas, se se pretende enfatizar a abordagem familiar na nossa prática,


paralelamente ao processo educativo da pessoa com diabetes, é importante ainda actuar
na prevenção da diabetes na população em risco elevado, na qual incluímos
prioritariamente, os familiares próximos de pessoas com diabetes tipo 2, obesos,
hipertensos e dislipidémicos (Duarte, 2004 a).

De facto, diversos estudos científicos, comprovaram que a prática regular de


exercício físico e uma alimentação saudável são eficazes em mais de 60 % dos casos,
impedindo a progressão para uma diabetes (Duarte, 2004 a).

Nesta conformidade, há que intervir na saúde da família, monitorizando o IMC,


a PA (Pressão Arterial) e a GC (Glicémia Capilar), com o intuito de rastrear pessoas de
risco, assim como informar sobre a adopção de estilos de vida saudáveis.

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As intervenções de enfermagem, visam pois a motivação da pessoa e família,


utilizando estímulos positivos, falando sempre em ganhos em saúde, tendo em conta a
influência de múltiplos factores, quer de ordem pessoal quer de ordem ambiental.

Como forma de sistematizar os registos de enfermagem e permitir uma adequada


continuidade de cuidados, é recomendável a execução do plano de cuidados, no qual
constem os diagnósticos mais relevantes e subsequentes intervenções, em ordem à
obtenção de resultados com impacto positivo no autocuidado da pessoa com diabetes.

2.1 - ALIMENTAÇÃO

A alimentação é fortemente condicionada por parâmetros sócio-culturais e


económicos. As bases da alimentação da pessoa com diabetes seguem os mesmos
princípios de uma alimentação saudável, devendo englobar toda a família. Visam, não
só proporcionar um bom estado nutricional, como contribuir para prevenir e tratar as
complicações agudas e crónicas.

Deve ser diversificada, variando o mais possível de alimentos e de refeição para


refeição, preferindo sempre hortaliças, legumes e fruta da época. Deste modo, a
alimentação será apetecível e saudável.

Com uma alimentação correcta pretende-se:


• Alcançar a normalidade bioquímica (glicémia e lípidos plasmáticos)
• Minimizar as flutuações de glicémias pós-prandiais
• Conseguir e manter um peso normal (20 ≤ IMC < 25)

Princípios de Alimentação Saudável

1. Necessidades individuais
Atender à idade, à altura, ao sexo, ao peso, à actividade física, entre outros.

2. Fraccionamento das refeições


No mínimo 5 a 6 refeições/ dia com intervalos de 3 h entre as refeições e o jejum
nocturno não superior a 8 horas.

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3. Hidratos de carbono de absorção rápida vs absorção lenta


A alimentação da pessoa com diabetes deve ser rica em hidratos de carbono
(HC) complexos e de absorção lenta (cereais, leguminosas e tubérculos…), os quais
deverão proporcionar 50 a 60% de energia. Esta é uma forma de proteger da acetose,
contribuir para estabilizar o controlo glicémico e para reduzir o conteúdo de gorduras.
A fruta deve ser consumida moderadamente e sempre acompanhada de outros
alimentos de absorção lenta. Os sumos de fruta devem ser evitados, por ser necessária
mais quantidade de fruta para obter um copo de sumo (excesso de açúcar), além de
conter menos fibras.

4. Lípidos
Proporcionam cerca de 25 a 30 % da energia total diária, o que significa que as
gorduras devem ser consumidas em pequenas quantidades. As gorduras saturadas e
colesterol devem ser substituídas por outras mono e poliinsaturadas. Preferir o azeite de
oliveira para temperar e cozinhar. Dar especial atenção aos óleos para fritar, pois estes
quando aquecidos a altas temperaturas, libertam produtos tóxicos para o organismo.
Utilizar preferencialmente os óleos vegetais (Milho e Amendoim), tendo sempre em
conta o número de utilizações.

É aconselhado o consumo de peixe, aves de capoeira e derivados lácteos


desnatados. O peixe gordo, por conter Ω 3 (responsável pelo aumento de HDL e
redução de LDL) contribui para reduzir em 52% a mortalidade total por doença
vascular. Os peixes que se aconselham por conterem um alto teor de Ω 3 são o salmão,
a sardinha, a cavala, a enguia, o arenque, entre outros (Afonso, 1999).

5. Proteínas
Contribuem com 15% da energia total diária. As necessidades nos adultos são de
0,8-1g/Kg/dia. Em caso de nefropatia clínica é necessário reduzir o consumo para
0,6g/kg/dia. Deve dar-se preferência ao consumo das proteínas vegetais e limitar os
alimentos de origem animal, por terem grandes quantidades de gorduras saturadas.

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6. Fibras
Retardam o esvaziamento gástrico e contribuem para a lentificação da absorção
dos HC e dos lípidos, reduzindo as glicémias pós-prandiais e os triglicéridos.
Recomenda-se o consumo de alimentos ricos em fibra (20 a 35 gr/dia) provenientes de:
fruta inteira, hortaliças (Ex: folhas: espinafre, acelga, agrião), legumes (Ex: cenoura,
nabo, cebola, tomate), leguminosas, cereais integrais e outros. As proporções destes
alimentos para obtenção daquele teor de fibras são de 2-3 peças de fruta por dia e de
cerca de 400 gr de legumes e hortaliças.

7. Água
É essencial à vida e deve ser ingerida em, pelo menos, 1,5 a 2,0 litros/dia,
preferencialmente no intervalo das refeições.

8. Alimentos supérfluos
As bebidas alcoólicas são dispensáveis, porém, se ingeridas devem ser às
refeições e em quantidades limitadas: 16g/dia para a mulher e 24g/dia para o homem.
Em relação à pessoa com diabetes, dever-se-á ter em atenção não só os efeitos nocivos
do próprio álcool, mas também o aporte calórico que contém (7 Kcal/g). Por outro lado,
o álcool pode provocar hipoglicémia por inibição da neoglicogénese hepática. Não é
aconselhado na presença de hipertrigliceridémia ou neuropatia e em pessoas a fazer
doses altas de sulfonilureias.

Equivalências
1 Copo de vinho (150 ml) 14 g de álcool
1 Cerveja (300 ml) 11,1 g de álcool
1 Cálice de aguardente (30ml) 13,2 g de álcool
1 whisky (50 ml) 16 g de álcool

Fonte: SRAS – Folheto - Estudo dos hábitos alimentares da população adulta da RAM

Açúcar e produtos açucarados - alimentos como refrigerantes, sobremesas,


bolos, entre outros, são ricos em HC de absorção rápida, pelo que é necessária a sua
abolição da alimentação ou limitação a datas festivas desde que não sejam frequentes.

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Edulcorantes:
• Nutritivos – Sacarose, Frutose, Sorbitol, Manitol, Xilitol
• Não nutritivos – Sacarina, Ciclamato, Aspartame, Acesulfame K
O uso dos edulcorantes não nutritivos em consumo moderado, é admissível,
apenas se a pessoa não conseguir “tolerar” as bebidas ou alimentos ao natural sem
adoçar.

Alimentos especiais para pessoas com diabetes - são alimentos muito caros e,
por vezes, pouco saborosos e os seus efeitos falseados, podendo, inclusivamente, dar
uma “falsa sensação de segurança”, levando as pessoas a consumi-los
indiscriminadamente.

9. Culinária saudável
Cozinhar de uma forma saudável implica, por um lado, a redução do sal para 6g
diárias (1 colher de chá), quantidade essa que inclui, entre outros, o sal incorporado na
carne e peixe salgados, charcutaria, aperitivos, enlatados e a restrição das gorduras, por
outro, o aumento do uso de vegetais e de ervas aromáticas para temperar.

Para reduzir o sal na cozinha os “truques” baseiam-se em cozinhar com pouca


água ou a vapor, utilizar especiarias e ervas aromáticas e juntar muitos e variados
alimentos no mesmo cozinhado.

A redução da gordura nos cozinhados não implica consumir apenas cozidos e


grelhados. É possível fazer um refogado saudável com pouca gordura. Para isso basta
que, em vez de deixar “fritar” a cebola em gordura, se deixe refogar numa mistura de
água com pouca gordura e se vá acrescentando mais água, quando necessário.

Outro dos segredos para reduzir a gordura num cozinhado, diz respeito aos
cuidados a ter quando se cozinham alimentos de origem animal, sobretudo as carnes.
Estas devem ser limpas de peles e gorduras visíveis antes de as introduzir na panela.

A utilização do vinho como tempero é uma boa alternativa, uma vez que,
quando aquecido o vinho deixa evaporar todo o álcool que contém, conferindo um sabor
muito agradável ao cozinhado.
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Em suma, para que haja uniformização na avaliação dos indicadores relativos


ao cumprimento da alimentação, há a considerar os seguintes parâmetros:
• Diversificação alimentar
• Fraccionamento alimentar
• Consumo de 20 a 35gr/dia de fibras
• Alimentação hipocalórica e hipossalina (tomando como referência a
ingestão adequada de lípidos, HC, assim como formas de culinária
saudável)
• Não ingestão de açúcares e produtos açucarados (admitindo a sua
ingestão apenas em rituais festivos, no máximo 3x/ano e sempre após a
refeição)
• Comportamento adequado perante a hipoglicémia

Conduta perante a hipoglicémia


(aos primeiros sinais)

• Antecipar a refeição que se segue


ou
• Ingerir alimentos de imediato (ex: fruta + bolachas
ou pão).
Se persistir:

• Ingerir açúcar ou bebida açucarada.

2.2 - ACTIVIDADE FÍSICA

A prática de actividade física regular e contínua nas pessoas com diabetes


controladas e fisicamente activas, é fundamental para que o gasto calórico seja eficaz. É
benéfica porque:
• Melhora o metabolismo dos hidratos de carbono, aumenta a sensibilidade à
insulina e diminui a glicémia (durante e depois do exercício);
• Contribui para a redução do peso ou para mantê-lo normal, diminui a massa
gorda e aumenta a massa muscular;

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• Interfere nos factores de risco cardiovasculares, aumenta as HDL e reduz as


LDL e os triglicéridos, bem como a pressão arterial;
• Melhora o rendimento físico, a qualidade de vida, o bem-estar e diminui o
stresse.

O tipo de actividade física a realizar irá depender da idade, da preparação física,


da alimentação, da dose de insulina, das limitações, bem como das preferências da
pessoa. É conveniente que seja do tipo aeróbico e de intensidade moderada
(caminhadas, corridas leves, natação, ciclismo e dança…). Em caso de neuropatia ou pé
diabético, são preferíveis os exercícios em meio aquático, evitando assim, os que
possam provocar algum traumatismo nos pés.

O exercício físico ideal para a maioria das pessoas com diabetes (por ser mais
fácil e seguro), é andar a pé 30 minutos por dia (Correia, 2004). No entanto, admite-se
ser satisfatória a prática de uma actividade moderada durante 40 a 60 minutos, de 3 a 5
dias/semana (Fernandes e Victor, 2002).

Se não praticar actividade física há muito tempo, a pessoa deve ser submetida a
uma avaliação da condição física, iniciando-a de uma forma progressiva (10
minutos/dia).

Convém notar que, fazer demasiado exercício num curto espaço de tempo, ou
durante tempo excessivo pode provocar hipoglicémia e alterar o controlo metabólico
nas horas seguintes, obtendo-se um resultado contrário ao esperado.

Nas pessoas sob insulinoterapia, deve ser evitado exercício físico durante o pico
de acção da insulina. Para que a prática de exercício seja segura, é fundamental a
monitorização da glicémia com alguma frequência de modo a diminuir a dose de
insulina ou aumentar a ingestão de hidratos de carbono antes e/ou após o exercício.

A prática de actividade física (Fernandes e Victor, 2002) não é permitida nas


seguintes situações de descompensação metabólica:
• Glicémia com valores superiores a 250 mg/dl – pelo facto de os mecanismos
inerentes a um maior dispêndio energético poderem originar acetona no sangue;
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• Glicémia com valores inferiores a 80 mg/dl – pelo risco de hipoglicémia, sendo


necessário um reforço alimentar.

2.3 - REGIME MEDICAMENTOSO

O objectivo do tratamento com anti-diabéticos ou insulina é manter a glicémia o


mais próximo possível dos valores normais, de modo a que a pessoa se sinta bem,
prevenindo o desenvolvimento das manifestações tardias (retinopatia, nefropatia, perda
de sensibilidade, alterações vasculares e doenças cardiovasculares) e diminuindo o risco
das descompensações agudas (hiperglicémia, hipoglicémia e cetoacidose).

A terapêutica é prescrita dependendo de alguns factores: idade, estado


emocional, actividade física, hábitos alimentares, horários de trabalho, estabilidade da
diabetes, doenças intercorrentes e presença de manifestações tardias.

O controlo rigoroso, tanto na diabetes tipo1 como tipo 2, é fundamental na


prevenção do aparecimento ou desenvolvimento da doença dos pequenos vasos
(microangiopatia), bem demonstrado em vários estudos internacionais como os famosos
DCCT (Diabetes Control and Complications Ttrial) e o UKPDS (United Kingdom
Prospective Diabetes Study). O DCCT realizado nos EUA e Canadá, entre os anos de
1983 e 1993, a pessoas com diabetes do tipo 1, num total de 1441, concluiu que a
terapêutica intensiva reduzia o risco de retinopatia em 76%, de nefropatia em 50% e de
neuropatia em 60%. O UKPDS, realizado a dois grupos (experimental e controlo), num
total de 5102 pessoas com diabetes do tipo 2, concluiu que o tratamento intensivo com
antidiabéticos orais e insulina reduziu significativamente o risco de complicações
cardíacas (APDP b).

Estes estudos estiveram na base dos critérios adoptados pela IDF e pela ADA
(Associação de Diabetes Americana) que recomendam valores de glicémia em qualquer
hora do dia inferiores a 180 mg/dl e hemoglobina glicosilada (HBa1c) inferior a 6.5 %.

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Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

Índice Bioquímico Objectivo

Glicémia em jejum > 80 e < 140 mg/dl

Glicémia em qq hora do dia < 180 mg/dl

Glicémia ao deitar < 160 mg/dl

Fonte: SEMFYC (Sociedad Española de Medicina de Família Y Comunitaria) – Diabetes mellitus Tipo 2, 2000.

Na maioria das vezes, as alterações dos hábitos diários no que respeita à


alimentação e à actividade física são suficientes para manter a diabetes controlada.
Porém, em alguns casos, apesar de a pessoa com diabetes cumprir com este regime
terapêutico, é necessária a introdução de anti-diabéticos orais ou insulina isolada ou
associada.

2.3.1 - Anti diabéticos Orais

Existem diferentes grupos de fármacos (APDP b), com diferentes acções:

• Sulfonilureias: vão actuar no pâncreas, estimulando a produção de insulina.

Ex: Glibenclamida (Daonil); Gliclazida (Diamicron).

• Biguanidas: actuam noutros órgãos, que não directamente no pâncreas,


facilitando a acção da insulina que se encontra em circulação.

Ex: Metformina (Risidon e Stagid).

• Inibidores das Alfa-Glucosidases: bloqueiam a acção das enzimas, atrasando a


digestão e absorção de açúcares, diminuindo a elevação da glicémia, que
geralmente ocorre após as refeições.

Ex: Acorbose (Glucobay).

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2.3.2 - Insulinoterapia

Em Portugal só é comercializada insulina igual à insulina humana, produzida


por técnicas de engenharia genética, disponível apenas na concentração de U-100 (1ml
= 100 Unidades).

As insulinas (APDP b), dividem-se consoante:

• O início da acção: tempo que demora a insulina depois de injectada a


começar a actuar;
• O pico máximo: período de tempo em que a insulina actua com maior
actividade;
• A duração da acção: tempo que a insulina actua no organismo.

De acordo com os perfis de acção dispomos de:

• Insulina de acção rápida (Actrapid HM)


• Insulina de acção intermédia (Insulatard HM)
• Insulina com zinco (Monotard HM)
• Insulina de acção lenta (Ultratard HM)

Existem ainda, insulinas pré-misturadas de acção rápida e de acção intermédia


(Mixtard 10 e Humulin M1).

Dispositivos de administração de insulina:

• Seringas de plástico com agulha fixa, de escala de 1 ou 2 Unidades


• Canetas de injecção descartáveis
• Bombas de infusão contínua de insulina - Em Portugal foram colocadas
recentemente à venda, porém em quantidade muito reduzida, atendendo
ao seu custo elevado e à necessidade do acompanhamento por pessoal
especializado na vigilância desta terapêutica (Duarte, 2004 b).

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As seringas de plástico ou agulhas das canetas podem ser reutilizadas, tendo os


seguintes cuidados:
• Colocar a cápsula de protecção sem tocar na agulha após a utilização da
seringa/caneta;
• Guardar a seringa/caneta à temperatura ambiente;
• Não utilizar a seringa/agulha da caneta se esta estiver romba;
• Não limpar a agulha com álcool;
• Aquando da inutilização da seringa/agulha, manter a cápsula e ter
cuidado na sua eliminação.

Locais de injecção

O tratamento com insulina é feito através de injecção subcutânea. A insulina


pode ser injectada na região abdominal, coxas, braços e nádegas.

Fonte: APDP b

Região abdominal - Local de eleição para mais rápida absorção da insulina de


acção rápida e nas injecções durante o dia.

Coxas - Utiliza-se para as injecções de insulina de acção intermédia, sendo a


região das nádegas uma alternativa.

Dever-se-á proceder à rotação dos locais de injecção de insulina distanciando-se


3 cm relativamente à picada anterior, para evitar as lipodistrofias.

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Técnica de injecção e cuidados a ter com a insulina

Fonte: APDP b

Técnica

1º - A insulina deve ser levemente agitada antes da sua aplicação;

2º - A desinfecção da pele não é necessária antes da injecção;

3º - Fazer prega cutânea para que a agulha atinja a gordura por baixo da pele;

4º - Injectar a insulina com a agulha na perpendicular à superfície da pele, ao utilizar


agulhas curtas (5-8mm). Deverá fazer-se um ângulo de 45º no caso de agulhas
mais compridas (12mm).

Cuidados com a insulina

1º - A insulina em uso deve ser conservada à temperatura ambiente, contudo


protegida da luz solar directa e de locais quentes;

2º - A insulina que não se encontra em uso, deve ser conservada no frigorífico, em


local afastado do congelador;

3º - A insulina é estável a 25ºC por um período de 24 a 36 Meses;

4º - É conveniente verificar os prazos de validade da insulina.

2.4 - AUTOVIGILÂNCIA/AUTOCONTROLO

A autovigilância e o autocontrolo são pontos fulcrais no autocuidado da pessoa


com diabetes, pois proporcionam a oportunidade de comportamentos de procura de
saúde adequados, designadamente no que toca à vigilância de saúde periódica, à adesão
à vacinação, entre outros.

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Autocontrolo Glicémico

A determinação dos níveis de glicose no sangue por parte da pessoa com


diabetes, é fundamental para a obtenção de um controlo eficaz da diabetes, pois irá
permitir que ela decida acerca da necessidade de pequenos ajustes no regime
terapêutico.

Determinação da glicémia capilar

Actualmente, os testes para a determinação de glicémia no sangue, são simples,


rigorosos e fidedignos, pelo que se usam com maior frequência, do que os testes na
urina.

Os resultados devem ser registados, pela pessoa com diabetes, em “cadernos”


próprios, com a indicação da data e hora relativamente à refeição em que foram
executados. No caso de se tratar de uma pessoa sob insulinoterapia, esta deve também
registar o tipo e a dose de insulina aplicada.

Idealmente, os testes deveriam ser efectuados diariamente, tornando-se


necessário aumentar a frequência destes nas pessoas com insulinoterapia, de modo a
ajustar a dose de insulina e a prevenir as hipoglicémias (APDP c).

É indispensável também que o enfermeiro defina o perfil glicémico, quer através


dos registos da pessoa com diabetes, quer dos registos das avaliações efectuadas nas
consultas de enfermagem, para assim estabelecer com ela os ajustes necessários à sua
compensação metabólica (Anexo I).

Determinação da Cetonúria

A pesquisa de cetonúria (APDP c), deve ser determinada (de “0” a “++++”) nas
seguintes situações:
• No momento do diagnóstico;

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• Sempre que os valores da glicémia sejam > a 240 mg/dl;


• Na presença de qualquer infecção intercorrente (gripe, amigdalite, febre,
diarreia, vómitos, etc.);
• Em casos de descompensação de diabetes (polidipsia, poliúria, astenia e
xerostomia).

Assim sendo, propõe-se que a Consulta de Enfermagem (CE) seja efectuada de


acordo com as necessidades da pessoa com diabetes, num mínimo, de quatro consultas
anuais. Às pessoas com diabetes recém-diagnosticada, recomenda-se que uma das
consultas seja efectuada no domicílio, com o objectivo de conhecer o contexto familiar
e assim adequar as estratégias de intervenção.

Periodicidade Recomendada da CE à Pessoa com diabetes

Recém Diagnosticada
• 1º Mês – Quinzenal
• Até 1 ano – Mensal

Compensada
• Trimestral

Descompensada
• Mensal ou Bimestral

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3 - COMPLICAÇÕES NA DIABETES MELLITUS: INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM

Aproximadamente 40% das pessoas com diabetes desenvolvem uma série de


manifestações tardias em vários órgãos do organismo, sendo que estas evoluem de uma
forma silenciosa e, muitas vezes, já estão instaladas quando são detectadas.

Nesta matéria, compete ao enfermeiro desenvolver intervenções concretas no


respeitante à vigilância periódica e à educação para o bom controlo metabólico, para o
controlo rigoroso da pressão arterial, incentivando, também, a abstenção tabágica, de
forma a contribuir para prevenir ou retardar o início e/ou a evolução das complicações.
O seu contributo vai igualmente para o rastreio e tratamento de lesões nos pés.

Sumariamente as possíveis complicações da diabetes (APDP d) são:

Complicações Microvasculares
• Retinopatia
• Nefropatia
• Neuropatia
Complicações Macrovasculares
• Macroangiopatia – doença coronária, cerebral e dos membros inferiores
• Hipertensão arterial
Complicações neuro, macro e microvasculares
• Pé diabético
Outras complicações
• Disfunção sexual
• Infecções

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3.1 - COMPLICAÇÕES MICROVASCULARES

As lesões dos pequenos vasos sanguíneos (doença microvascular), são


responsáveis por alterações no fundo do olho (retina), rins e nervos periféricos.

3.1.1 - Retinopatia

A retinopatia é uma lesão dos vasos sanguíneos do olho (retina), causada por
muitos anos de glicémias elevadas.

Sabendo que, habitualmente nas fases iniciais não há alterações de visão e que a
gravidade dessa complicação está frequentemente associada com a duração da diabetes,
torna-se fundamental a vigilância periódica dos olhos (fundoscopia), pelo menos, anual.

Início da vigilância oftalmológica

• Diabetes tipo 1 – 3 a 5 anos de evolução (crianças após 10


anos de idade)

• Diabetes tipo 2 – desde o diagnóstico


(vigilância anual)

Fonte: ADA

3.1.2 - Nefropatia

Denomina-se nefropatia à lesão do rim provocada por hiperglicémias ao longo


dos anos. A microalbuminúria é um sinal de risco que pode indicar a presença de lesão
renal e cardiovascular, pelo que o seu doseamento é a única forma, actualmente
conhecida, de detecção precoce de nefropatia.

Actualmente, já é possível a própria pessoa com diabetes pesquisar a presença


de microalbuminúria, utilizando tiras-teste apropriadas. Contudo, muito poucas pessoas

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o fazem. Esta análise deveria ser obrigatoriamente feita uma vez por ano, e consoante o
resultado, adoptar o procedimento adequado (APDP d).

Pesquisa de albuminúria

• Resultado negativo – 1 x / ano

• Resultado positivo – confirmar em análise laboratorial

Em circunstâncias normais as quantidades mínimas de proteínas na urina não


ultrapassam os 30 mg/dia ou 20 µg/min.

Em face de uma análise aumentada, é sempre necessário proceder à


confirmação, pois só após duas pesquisas seriadas, se pode afirmar a existência de
microalbuminúria.

Pesquisa Laboratorial de albuminúria

• Diabetes tipo 1 – aos 5 anos de evolução

• Diabetes tipo 2 – desde o diagnóstico


(no mínimo três vezes por ano)

3.1.3 - Neuropatia

A neuropatia corresponde a uma lesão dos nervos provocada por glicémias


continuamente elevadas. Compreende alterações do tipo sensitivo, motor e do sistema
nervoso autónomo.

• Neuropatia sensitiva – afecta todas as formas de sensibilidade (álgica,


térmica, táctil e vibratória), assim como a sensibilidade proprioceptiva e
à pressão.

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• Neuropatia motora – manifesta-se por fraqueza e atrofia dos pequenos


músculos dos pés, que levam a deformações e zonas de maior pressão.
As deformações mais frequentes detectam-se à observação directa e são:
Halux valgus, dedos em martelo, dedos em gatilho, pé cavum,
proeminência da cabeça dos metatarsos, entre outros.

• Neuropatia autonómica – traduz-se numa desnervação simpática, a qual


determina anastomoses arteriovenosas com aumento do fluxo sanguíneo
e, por consequência, da temperatura local. A atrofia das glândulas
sudoríparas, confere secura à pele, tornando-a quebradiça,
susceptibilizando à infecção.

A sintomatologia depende da zona atingida e pode incluir:

• Formigueiro nas extremidades dos membros


• Diminuição ou ausência de sensibilidade nas
extremidades
• Dor espontânea e constante nas extremidades
• Atrofia de alguns músculos
• Perda do controlo da bexiga
• Perturbações de ritmo cardíaco
• Alterações gastrointestinais
• Disfunção sexual

Fonte: APDP d

A intervenção de enfermagem, baseia-se essencialmente, na vigilância de saúde,


com particular atenção à observação dos pés.

3.2 - COMPLICAÇÕES MACROVASCULARES

A doença macrovascular define-se por alterações ao nível dos grandes e médios


vasos, com repercussões importantes no cérebro, coração e pés.

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3.2.1 - Macroangiopatia

As complicações macrovasculares incluem o enfarte do miocárdio, o


acidente vascular cerebral (AVC) e a doença vascular periférica, sendo esta última
responsável pela aterosclerose nas artérias dos membros inferiores, que culmina
frequentemente em amputações.

O aparecimento da doença coronária e o risco de ataques cardíacos, aumentam


muito quando à diabetes se associam outros factores de risco como: colesterol e
triglicéridos elevados, hipertensão arterial, obesidade e tabaco.

3.2.2 - Hipertensão Arterial

A hipertensão e a diabetes são doenças inter-relacionadas. Os estudos demonstram


a existência de hipertensão em 40% das pessoas aquando do diagnóstico da diabetes, o
que faz supor uma associação de mecanismos entre a obesidade e a resistência à
insulina, as quais conduzem à hipertensão com consequente intolerância à glicose.

Em conformidade com as recomendações da DGS (2004), no âmbito do


tratamento e controlo da Hipertensão Arterial, os níveis de pressão arterial desejáveis na
pessoa com diabetes devem ser inferiores a 130/80 mmHg. Estas recomendações
sugerem que a Pressão Arterial (PA) quando estabilizada, deve ser avaliada, pelo
menos, de 3-3 meses e, quando estiver instável, de forma mais frequente (uma a duas
vezes por semana). O controlo deve ser feito em conjunção com o autocontrolo da
diabetes já que valores elevados de glicémia ou PA têm impacto recíproco (Anexo I).

Periodicidade recomendada para avaliação da PA à pessoa com diabetes

Estabilizada
• De 3 em 3 meses
Instável
• 1 a 2 vezes por semana

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3.2.3 - Dislipidémia

As alterações lipídicas (colesterol, triglicéridos) muito frequentes nas pessoas


com diabetes, podem estar associadas a fases de descompensação. Importa fazer uma
avaliação no sentido de corrigir alterações, reduzindo significativamente o risco de
complicações cardiovasculares.

Convém realçar que a alteração dos estilos de vida é fundamental e, muitas


vezes, suficiente para a normalização dos lípidos alterados. Assim, é conveniente fazer
uma alimentação equilibrada com redução dos ácidos gordos saturados, redução de peso
e prática de actividade física regular.

Valores bioquímicos – lípidos

Colesterol total - < 190 mg/dl


LDL Colesterol < 100 mg/dl
HDL Colesterol > 40 mg/dl
Triglicéridos < 150 mg/dl

Fonte: CORREIA, Luis Gardete – Controlo da Diabetes - Objectivos a atingir, 2004.

3.3 - COMPLICAÇÕES NEURO, MACRO E MICROVASCULARES

As manifestações tardias da diabetes como a neuropatia periférica, a arteriopatia


e a susceptibilidade às infecções predispõem a pessoa com diabetes ao aparecimento de
lesões nos pés. Estas últimas têm grande impacto na abordagem da diabetes, pelas
consequências que podem originar, desde lesões da pele diversas a gangrena, com
consequente amputação.

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3.3.1 - Pé Diabético

O pé diabético é uma das complicações mais graves da diabetes mellitus, sendo


o principal motivo de ocupação de camas hospitalares pelas pessoas com diabetes e o
responsável por 40 a 60% de todas as amputações efectuadas por causas não traumáticas
(APDP d).
Observação do pé

As pessoas com diabetes (DGS, 2001), devem ser sistematicamente avaliadas


através do exame e da observação do pé. Alterações do pé, tais como: fissuras,
calosidades, escoriações, hiperqueratoses, úlceras de pressão, entre outros, constituem
factores de risco que uma vez identificados, devem beneficiar de uma maior atenção
quanto à educação e vigilância, em ordem a evitar lesões graves (ulceração profunda e
gangrena). Ver precauções gerais em anexo II.

Observação periódica recomendada em função do risco de ulceração do pé

• Baixo risco – ausência de factores de risco – vigilância anual

• Médio risco – ausência de neuropatia ou vasculopatia e presença de,


pelo menos, outro factor de risco – vigilância de 6 em 6 meses

• Alto risco – existência de neuropatia ou isquémia. Prestar atenção à


presença de ulcera cicatrizada ou amputação prévia - vigilância de 1 a 3
meses

A observação ao pé deverá ser efectuada em duas posições:

• Decúbito dorsal
• Posição vertical
O registo dessa observação em impresso próprio é um instrumento valioso na
continuidade dos cuidados (Anexo III).

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Parâmetros a observar (DGS, 2001)

• Pesquisa de pulsos periféricos (pedioso e tibial posterior);


• Pesquisa da sensibilidade táctil com o algodão e sensibilidade à pressão com o
monofilamento de 10g de Semmes-weinstein (Anexo IV);
• Avaliação de temperatura;
• Pesquisa de deformações ósseas;
• Avaliação das unhas e da pele (secura, presença de calosidades, fissuras ou
micoses), presença de edema deformidades dos dedos ou rigidez articular.

Lesões no pé

Quando há lesões é necessário identificar a causa, de modo a formular o


diagnóstico mais eficaz, e assim prevenir o aparecimento de novas lesões.

Alterações no pé Possíveis Causas

Fissura Unhas grandes


Escoriação Quedas
Úlceras de pressão Objectos estranhos
Calosidades Costura da meia
Tesoura, canivete
Andar descalço
Posição mantida por muito tempo
Alteração da cor e/ou temperatura Má circulação
(quente, frio, eritema, queimaduras, Inflamação, infecção
vesículas) Sapatos apertados
Ligas
Botijas de água quente
Exposição solar
Andar descalço na areia quente
Micoses Má higiene
Temperatura
Contágio
Qualidade do sapato

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3.3.1.1 - Pé Isquémico

A isquémia é assinalada principalmente pela ausência de pulsos, sendo que a


oclusão geralmente ocorre nos grandes vasos entre o joelho e o pé, e a aterosclerose é a
principal causadora.

As úlceras isquémicas e neuro-isquémicas surgem com maior frequência nas


extremidades dos dedos ou bordos laterais do pé. O diagnóstico precoce deste tipo de pé
é fundamental, pois as consequências desta situação podem ser repentinas e fatais.

Características:

• Pé frio e pele fina


• Circulação diminuída
• Pé pálido quando elevado
• Pé ruborizado quando pendente
• Dor em repouso
• Lento preenchimento capilar
• Ausência de pulsos distais
• Alterações tróficas da pele
• Rarefacção pilosa
• Atrofia do tecido adiposo subcutâneo
• Unhas deformadas, sem brilho
• Claudicação intermitente (sinal de gravidade, bloqueio da circulação
a partir da popliteia)
• Ulcerações com bordos finos

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Intervenções de Enfermagem

• Executar o tratamento à ferida com desbridamento químico (CRS, 2003). O


desbridamento mecânico não deve ser efectuado nas úlceras isquémicas ou
neuro-isquémicas;
• Aplicar hidratante (nunca nos espaços interdigitais);
• Cobrir com ligadura não compressiva (possibilidade da ligadura ou adesivos
provocarem garrote);
• Ensinar sobre medidas de segurança:
- Repouso com pé elevado para diminuir o edema e a dor;
- Uso de calçado adequado;
- Andar em ritmo de passeio.
• Motivar para medidas que favorecem a circulação:
- Deixar o tabaco;
- Proteger os pés do frio;
- Evitar cruzar as pernas;
- Evitar pressões;
- Não mergulhar os pés em água muito quente ou muito fria.
• Treinar exercícios de “Buerguer” (Anexo V).

3.3.1.2 - Pé Neuropático

As úlceras neuropáticas e a necrose digital são consequências Major


relacionadas com a neuropatia, assim como a diminuição da sensibilidade, reduzindo a
capacidade de autodefesa. As referenciadas lesões são geralmente indolores, surgem
frequentemente na região plantar junto a deformações ósseas, onde a pressão é maior.
Para ocorrer ulceração basta que a pressão na pele seja superior à dos vasos capilares,
durante um período de tempo superior a duas horas.

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Características:
• Pé quente
• Veias visíveis
• Pulsos palpáveis
• Calosidades nos pontos de pressão
• Alteração da forma
• Sensibilidade ao calor, frio e toque diminuído ou ausente
• Parestesias
• Espessamento ungueal
• Frequentes micoses
• Lesão rodeada de calosidades/queratoses com forma circular e profunda

Intervenções de Enfermagem

• Executar o tratamento à ferida com desbridamento mecânico (CRS, 2003):


- Remover queratoses;
- Drenar lesões1;
- Estimular os bordos.
• Aplicar hidratante (nunca os espaços interdigitais);
• Cobrir com ligadura não compressiva (possibilidade da ligadura ou adesivos
provocarem garrote);
• Ensinar sobre medidas de segurança:
- Repouso com pé elevado para diminuir o edema e a dor;
- Uso de calçado adequado.
• Executar quiropodia.

1 - Lavar com água oxigenada e fazer expressão

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3.4 - OUTRAS COMPLICAÇÕES

À semelhança das outras complicações tardias, a descompensação metabólica é


responsável pelo aparecimento de disfunção sexual e susceptibilidade a infecções
diversas.

Com efeito, compete ao enfermeiro promover um autocuidado adequado de


modo a prevenir ou minimizar estas situações.

Disfunção Sexual

A disfunção sexual na diabetes, pode manifestar-se sob a forma de ejaculação


retrógrada ou impotência sexual no sexo masculino e perda do desejo, incapacidade de
orgasmo e défice de lubrificação no sexo feminino.

Estas alterações podem ter origem nas lesões dos nervos mas também nos vasos
sanguíneos. Por outro lado, muitas das disfunções sexuais na pessoa com diabetes não
têm origem em lesões orgânicas mas sim em causas psicológicas.

Importa apoiar psicologicamente as pessoas com fenómenos desta natureza e, se


necessário, encaminhá-las para outros técnicos especializados.

Infecções

As pessoas com diabetes (Bastos, 2004), são mais susceptíveis a infecções da


boca, das gengivas, das vias urinárias, dos pés e ainda a infecções das cicatrizes
cirúrgicas, se os níveis de açúcar do sangue não estiverem bem controlados.

Convém salientar que muitas pessoas com diabetes desconhecem a importância


da higiene oral, na sua compensação metabólica, porém as infecções orais podem
aumentar a resistência à insulina interferindo no controlo.

Nesta matéria, a intervenção específica do enfermeiro no que respeita à higiene


geral, com relevância para a higiene oral e dos pés é de extrema importância e
complementar a toda a educação terapêutica.

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4 - GLOSSÁRIO DE TERMOS

AUTOCONTROLO – É um tipo de Adaptação com as características específicas:


disposições que se tomam para cuidar do necessário para a sua própria manutenção;
para se conservar activo, manejar as suas próprias necessidades básicas e íntimas e as
actividades de vida (CIPE, 2002).
Especificamente na pessoa com diabetes, refere-se à interpretação dos resultados dos
parâmetros observados (Glicémia, PA, Cetonúria e outros), assim como de sinais e
sintomas, com a decorrente tomada de decisão terapêutica.

AUTOVIGILÂNCIA – refere-se à monitorização dos parâmetros (Glicémia, PA,


Cetonúria e outros) indispensáveis à gestão eficaz do regime terapêutico.

BOMBA DE INSULINA – Sistema de infusão contínua de insulina no tecido subcutâneo,


através de um cateter durante o dia e a noite. Os suplementos da dose antes das
refeições são injectados por manuseamento da bomba e calculados a partir da glicémia
da ocasião e da quantidade de hidratos de carbono a ingerir.

CORPOS CETÓNICOS – A gordura é degradada em ácidos gordos quando as células


não conseguem utilizar a glicose, para fornecer energia ao organismo. Os ácidos gordos
são transformados em corpos cetónicos no fígado o que ocorre quando há falta de
insulina (o nível de açúcar será muito alto) ou falta de alimentos (o nível de açúcar será
muito baixo).

ESCORIAÇÃO – É um tipo de Ferida Traumática com as características específicas:


abrasão do tecido da superfície do corpo, pequenas áreas hemorrágicas, pele dolorosa e
magoada até ficar coberta por uma crosta seca sero-sanguinolenta; associada a lesão
física por traumatismo, a fricção contra uma superfície dura ou a queimaduras químicas
(CIPE, 2002).

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FERIDA TRAUMÁTICA – É um tipo de Ferida com as características específicas:


solução de continuidade inesperada de tecido na superfície do corpo associada a lesão
mecânica devido a agressão ou acidente; lesão irregular da pele, mucosa ou tecido,
tecido doloroso e magoado, drenagem e perda de soro e sangue; associada a tecido
pouco limpo, sujo ou infectado (CIPE, 2002).

FISSURA – É um tipo de Tecido com as características específicas: fenda ou rasgão do


tecido de revestimento da superfície do corpo, acompanhada por diminuição da
elasticidade e capacidade de distensão da pele, por marcas vermelhas de estiramento
através das quais se revela o tecido da derme (CIPE, 2002).

GESTÃO DO REGIME TERAPÊUTICO – É um tipo de Comportamento de Adesão


com as características específicas: executar as actividades, cumprindo um programa de
tratamento da doença e das suas complicações, actividades essas que são satisfatórias
para atingir os objectivos específicos de saúde, integrar actividades para tratamento ou
prevenção da doença na vida diária (CIPE, 2002).

HEMOGLOBINA GLICOSILADA (HgA1c) – Análise de sangue que mede a quantidade


de glicose ligada aos glóbulos vermelhos. Fornece uma medida aproximada da glicémia
durante os últimos 2 a 3 meses.
Uma pessoa bem compensada da sua diabetes, tem uma hemoglobina A1c entre 6 a7 %.

INDICE GLICÉMICO – Método de classificação dos hidratos de carbono e alimentos


de acordo com o efeito que têm no nível de glicémia.

INSULINA – Hormona produzida nas células beta do pâncreas. Baixa a glicémia por
“abrir as portas” das células e permitir a entrada da glucose.

INSULINA DE ACÇÃO INTERMÉDIA – Insulina com um tempo efectivo de acção de 8


a 12 horas.

INSULINA DE CURTA ACÇÃO – Insulina solúvel, sem aditivos, com um tempo de


acção de 4 a 6 horas.

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Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

INSULINA DE LENTA/ INSULINA DE LONGA ACÇÃO – Insulina com um grande


tempo de acção de 18 a 28 horas.

INSULINOTRATADA – Habitualmente dá-se esta designação às pessoas com diabetes


tipo 2 ou àquelas ainda sem um diagnóstico definitivo quanto ao tipo de diabetes, se
estiverem sob insulinoterapia.

QUEIMADURA – É um tipo de Ferida Traumática com as características específicas:


rotura e perda da camada exterior do tecido da superfície do corpo ou das camadas mais
profundas, devido a lesões pelo calor resultantes de exposição a agentes térmicos,
químicos, eléctricos ou radioactivos; caracterizada por coagulação das proteínas das
células, aumento do metabolismo, perda da reserva de nutrientes nos músculos e no
tecido adiposo, perda de proteínas e compostos azotados, por grande dor, desconforto e
stress, com risco de choque e com risco de vida; necrose dos tecidos, infecção da ferida,
contracturas, escara hipotrófica com rigidez do espessamento, em que o doente fica
muito desfigurado. Os estádios são graduados de acordo com a gravidade, desde a lesão
superficial com a pele afectada e vermelha e dor na ferida devido à afecção das
terminações nervosas superficiais (queimadura de 1º grau) a profunda lesão do tecido,
pele vermelha ou branca com bolhas ou vesículas e dor na ferida (queimadura 2º grau)
e, finalmente, à destruição do tecido com pele castanha, branca ou preta, perda de
sensação e de dor devido a lesões dos nervos (queimadura de 3º grau) (CIPE, 2002).

QUIROPODIA – Contempla a observação dos pés e calçado, bem como o destacamento


da queratose e calosidades.

ÚLCERA – É um tipo de Tecido com as características específicas: ferida ou lesão


aberta, perda da camada mais profunda de tecido; lesão circunscrita semelhante a uma
cratera, com diminuição do aporte sanguíneo a essa área; tecido de granulação
vermelho, necrose do tecido celular subcutâneo, odor da ferida, dor, crosta de tecido
inflamado e necrótico, associada a um processo inflamatório, infeccioso ou maligno
(CIPE, 2002).

ÚLCERA VENOSA – É um tipo de Úlcera com as características específicas: lesão


circunscrita semelhante a uma cratera, situada acima do maléolo da perna, edema em
torno
Serviço Regional de Saúde – Direcção de Enfermagem de Cuidados de Saúde Primários 39
Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

da ferida, pele seca em torno da ferida, com descamação acastanhada,


lipodermatosclerose, atrofia da pele, exantema, dor e dor na ferida, associada a
insuficiência venosa crónica, lesão dos retalhos venosos e diminuição do retorno do
sangue venoso dos membros inferiores para o tronco (CIPE, 2002).

ÚLCERA ARTERIAL – É um tipo de Úlcera com as características específicas: lesão


circunscrita semelhante a uma cratera, situada no calcanhar, maléolos ou dedos do pé,
pele em torno da ferida pálida ou púrpura escura, úlcera serosa com zonas de necrose
amarelas e pretas, exposição de tendões secos, pés frios, forte dor na ferida e dor ao
andar e em repouso; associada a insuficiência arterial (CIPE, 2002).

ÚLCERA DE PRESSÃO – É um tipo de Úlcera com as características específicas:


inflamação ou ferida sobre as proeminências ósseas devido a compressão e fricção da
pele entre o osso e a superfície subjacente, em que os estádios são graduados segundo a
gravidade; lesão superficial (úlcera de pressão de grau 1) que evolui para uma situação
de flictenas ou solução de continuidade superficial (úlcera de pressão de grau 2);
solução de continuidade da pele com perda de toda a sua espessura e drenagem
sanguinolenta (úlcera de pressão de grau 3) progredindo para úlcera profunda tipo
cratera, com exposição da fascia e do tecido conjuntivo, músculo ou osso (úlcera de
pressão de grau 4) (CIPE, 2002).

Serviço Regional de Saúde – Direcção de Enfermagem de Cuidados de Saúde Primários 40


Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Afonso, Maria João. (1999). A alimentação e a diabetes tipo 2. Revista de Diabetes, (10).
http://www.apdp.pt/o_diabetico/alimentacao_diabetico/aliment_diabetico_ 02.htm

Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. A Diabetes. (On-line). Avaiable:


http://www.apdp.pt/a_diabetes/o_que_diabetes/tema_diabetes.htm (01 Mar. 2004).

(APDP a) Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. A Diabetes – como diagnosticar. (On-line).
Avaiable:
http://www.apdp.pt/a_diabetes/como_diagnosticar/tema_diagnosticar.htm (01 Mar. 2004).

(APDP b) Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. A Diabetes – tratamento da diabetes. (On-
line). Avaiable:
http://www.apdp.pt/a_diabetes/tratamento/tema_tratamento.htm (01Mar.2004).

(APDP c) Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. A Diabetes – a educação do diabético. (On-
line). Avaiable:
http://www.apdp.pt/o_diabetico/educacao/educacao.htm (23 Nov. 2004).

(APDP d) Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. A Diabetes – complicações. (On-line).


Avaiable:
http://www.apdp.pt/a_diabetes/complicacoes/complicacoes_03.htm (01 Mar. 2004).

Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. A Diabetes – glossário. (On-line). Avaiable:


http://www.apdp.pt/glossario/glos.htm (23 Nov. 2004).

Bastos, Ana. (2004). Saúde oral e doente diabético. Revista de Diabetes, (30).
http://www.apdp.pt/o_diabetes/complicacoes/complicacoes _22.htm

Castel-Branco, Nuno. (2002). Comer e andar. Revista de Diabetes, (25).


http://www.apdp.pt/o_diabetico/alimentacao_diabetico/aliment_diabetico_18.htm

Correia, Luís Gardete. (1999). Compensação na diabetes tipo 2. Revista de Diabetes, (10).
http://www. apdp.pt/a_diabetes/compensacoes/compensacao_01.htm

Serviço Regional de Saúde – Direcção de Enfermagem de Cuidados de Saúde Primários 41


Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

Correia, Luís Gardete. (2004). Controlo da diabetes – objectivos a atingir. Revista de Diabetes, (31).
http://www. apdp.pt/a_diabetes/compensacoes/compensacao_06.htm

Duarte, Rui. (2004a). Pré- diabetes – tabela de risco para diabetes. Revista de Diabetes, (31).
http://www. apdp.pt/a_diabetes/compensacoes/compensacao_04.htm

Duarte, Rui. (2004b). Novidades e perspectivas na diabetes. Revista de Diabetes, (33).


http://www. apdp.pt/a_diabetes/novidades/novidades_18.htm

Fernandes, Jorge Paulo e Victor, Helena. (2002). Diabetes e actividade física. Revista de Diabetes, (22).
http://www.apdp.pt/o_diabetico/exercicio_fisico/exerc_fisico_01.htm

IGIF, APE; (2002). Classificação Internacional para a prática de enfermagem CIPE/ICNP, versão ßeta
2. Lisboa. (Gráfica 2000).

PORTUGAL. Direcção-Geral da Saúde. (04 Nov. 1998). Circular Normativa nº 8/98: diabetes e gravidez.

PORTUGAL. Direcção-Geral da Saúde. (12 Dez. 2000). Circular Normativa nº 14/00: educação
terapêutica na diabetes mellitus.

PORTUGAL. Direcção-Geral da Saúde. (24 Abr.2001). Circular Normativa nº 8701: pé diabético –


programa de controlo da diabetes mellitus.

PORTUGAL. Direcção-Geral da Saúde. (07 Set. 2001). Circular Normativa nº 13/01: diagnóstico
sistemático da nefropatia diabética.

PORTUGAL. Direcção-Geral da Saúde. (04 Jul. 2002). Circular Normativa nº 9/02: actualização dos
critérios de classificação e diagnóstico da diabetes mellitus.

PORTUGAL. Direcção-Geral da Saúde. (31 Mar. 2004). Circular Normativa nº 2/04: diagnóstico,
tratamento e controlo da hipertensão arterial.

REGIÃO AUTONOMA DA MADEIRA. Secretaria Regional dos Assuntos Sociais e Parlamentares.


(1998/99). Estudo dos hábitos alimentares da população adulta da Região Autónoma da Madeira,
resultados e recomendações.

REGIÃO AUTONOMA DA MADEIRA. Secretaria Regional dos Assuntos Sociais. (2003). Plano
Regional de Saúde.
http://sras.madinfo.pt

Serviço Regional de Saúde – Direcção de Enfermagem de Cuidados de Saúde Primários 42


Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

REGIÃO AUTONOMA DA MADEIRA. Centro Regional de Saúde. (28 Mai. 2003). Circular Normativa
nº85/03: uniformizar cuidados de enfermagem na prevenção e tratamento de feridas.

SEMFYC (Sociedad Española de Medicina de Família y Comunitaria) (2000). Diabetes mellitus tipo 2 –
protocolo 2000/3. Volumen 7 – Suplemento 6, p. 12-15, 42.

SPD (Sociedade Portuguesa de Diabetologia) – Directivas Práticas sobre o Tratamento e a prevenção do


pé diabético, p. 15-16.

BIBLIOGRAFIA E SITES SUGERIDOS

Moos, Eduardo Coelho. (2004). Relação educador/Educando. Revista de Diabetes, (30).

Raposo, João e outros (2004). Educação Terapêutica – Partilhar responsabilidades: Porquê e como?.
Revista de Diabetes, (31).

Silveira, Alda (2004). Na prática como educar. Revista de Diabetes, (32).

www.apdp.pt

www.dgsaude.pt

www.idf.org.

www.spd.pt

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Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

ANEXOS

Serviço Regional de Saúde – Direcção de Enfermagem de Cuidados de Saúde Primários


Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

Anexo I – Modelo de Registo do Perfil da Glicémia Capilar e da Pressão Arterial

Serviço Regional de Saúde – Direcção de Enfermagem de Cuidados de Saúde Primários 45


SRS, EPE
CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
PERFIL DA GLICÉMIA CAPILAR
Nome:__________________________________________________________ Proc. Familiar ________
DN: _______________ Área ____________
Centro de Saúde______________________________ Enf.
Referência__________________

Data
Meses JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
HI
480
470
460
450
440
430
420
410
400
390
380
370
360
350
340
320
310
Glicémia Capilar (mg/dl)

300
290
280
270
260
250
240
230
220
210
200
190
180
170
160
150
140
130
120
110
100
90
80
70
60
50
40
SRS, EPE
CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS
PERFIL DA GLICÉMIA CAPILAR
Nome:__________________________________________________________ Proc. Familiar ________
DN: _______________ Área ____________
Centro de Saúde______________________________ Enf.
Referência__________________

Data

Meses JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
245
240
235
230
225
220
215
210
205
200
195
190
185
180
175
170
165
Pressão Arterial

160
155
150
145
140
135
130
125
120
115
110
105
100
95
90
85
80
75
70
65
60
Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

Anexo II - Precauções Gerais – Prevenção das Úlceras: Orientação à Pessoa com Diabetes

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Precauções gerais - Prevenção das úlceras
Orientação à pessoa com diabetes

ª Observe os pés diariamente, incluindo os espaços entre os dedos.


ª Cumpra higiene regular dos pés e seque-os cuidadosamente.
ª Evite andar descalço ou com calçado apertado, use meias de algodão, sem
costuras/costuras para fora.
ª Nunca coloque os pés em fontes de calor excessivas (ex: botijas de água
quente).
ª Pratique marcha em ritmo de passeio. Não caminhe no escuro sem ter uma fonte
de luz.
ª Evite actividades que possam lesar os pés (saltar, futebol, andar de bicicleta de
montanha).
ª Observe diariamente os sapatos (por dentro e por fora).
ª Corte/lime as unhas a direito.
ª Corte as unhas num ambiente claro; solicite ajuda se tiver tremor nas mãos.
ª Utilize hidratante para pele seca, mas não o coloque entre os dedos.
ª Informe os profissionais de saúde no caso de surgirem quaisquer alterações na
pele e nas unhas tais como: infecções, bolhas; fissuras, escoriações; inchaços,
alteração da cor e/ou dor.
ª Procure tratamento para as calosidades, por profissionais de saúde. Evite
calicidas.
ª Assegure-se de que os seus pés são observados regularmente pelos profissionais
de saúde
Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

Anexo III – Modelo de Registo de Observação aos Pés

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Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

SERVIÇO REGIONAL DE SAÚDE, EPE

Centro de Saúde:
________________________________________
Enfermeiro(a) Referência:
________________________________________

Pé não deformado Pé deformado

Pé frio Pé quente

Pele fina e luzidia Pele seca

Alterações da unha Onicomicose

Ausência de calosidades Hiperqueratose

Ausência ou diminuição de pulsos Pulso presente

Ruborizado quando pendente Perda de sensibilidade


Pálido à elevação Térmica
Dor em repouso Dolorosa

Pé isquémico Pé misto Pé neuropático

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Anexo IV – Teste de Monofilamento – Semmes Weinstein

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Teste de Monofilamento

O Teste de Monofilamento de 10g de Semmes-Weinstein é utilizado como


marcador de risco de ulceração.

Procedimento:

• O exame sensorial deve ser efectuado num ambiente calmo e relaxante.


Aplicar primeiro o monofilamento nas mãos da pessoa, no cotovelo ou
na testa, de modo a que esta saiba o que deve esperar sentir.

• O monofilamento deverá ser aplicado perpendicularmente à pele sã com


pressão suficiente para o dobrar durante um máximo de dois segundos.

• A pessoa deverá estar com os olhos fechados, sendo-lhe perguntado se


sente a pressão e onde a sente.

• O teste correcto deverá ser efectuado em três locais, com três toques em
cada um desses locais, alternando toques reais com irreais para a
obtenção de resultados convincentes.

Considera-se que existe sensação protectora se, para cada local, duas das
três respostas forem correctas.

DGS, Circular Normativa nº8 24/04/2001


Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

Anexo V – Exercícios de Buerguer

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Exercícios de “Buerguer”:

Procedimento:

1. Deitada na cama em decúbito dorsal, pede-se à pessoa que descanse as pernas num
plano inclinado. Conservar esta posição durante 3 minutos.

2. Sentada na beira da cama, com as pernas pendentes, pede-se à pessoa que faça os
seguintes movimentos, durante 3 minutos:
• Dobrar os pés para cima e para baixo;
• Rodar os pés para dentro e para fora;
• Dobrar os dedos para cima e depois encolhê-los.
Os pés nesta posição (2) devem ficar rosados, se ficarem cianosados e dolorosos, a
pessoa deve deitar-se imediatamente com os pés elevados e repousar.

3. Deitada na cama, cobre-se as pernas com um cobertor, ficando a pessoa nesta


posição durante 5 minutos.

Estes exercícios devem ser efectuados, pelo menos, uma vez por dia
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Anexo VI – Indicadores de Avaliação

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Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização


Indicadores
INTERVENÇÕES:

• Pesar 3x/Ano Índice de Massa Corporal


(no mínimo)
• Medir N.º de pessoas c/ diabetes a quem foi determinado o IMC x 100
N.º total de pessoas c/ diabetes a)
• Avaliar o Estado Nutricional (IMC)

N.º de pessoas c/ diabetes com IMC ≥ 25 x 100


N.º de pessoas c/ diabetes a quem foi determinado o IMC

N.º de pessoas c/ diabetes com IMC ≤ 24.9 x 100


N.º de pessoas c/ diabetes a quem foi determinado o IMC

• Monitorizar a Pressão Arterial (PA) Pressão Arterial


4x/Ano -1/trimestre
(no mínimo)
N.º de pessoas c/ diabetes a quem foi avaliada PA x 100
N.º total de pessoas c/ diabetes

N.º de pessoas c/ diabetes com PA < 130/80mmHg* x 100


N.º de pessoas c/ diabetes a quem foi avaliada PA

*- Nas 3 últimas medições do ano

a) – Diabetes – Diabetes diagnosticada

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INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização Indicadores


INTERVENÇÕES:

• Monitorizar a Glicémia Capilar


Glicémia Capilar (GC)

N.º de pessoas c/ diabetes a quem foi avaliada GC x 100


4x/Ano N.º total de pessoas c/ diabetes
(no mínimo)
Glicémia Capilar Ocasional

N.º de pessoas c/ diabetes com GC entre 80-180 mg/dl* x 100


N.º de pessoas c/ diabetes a quem foi avaliada a GC

*- Nas 3 últimas medições do ano

• Validar Adesão à Vacinação

• Administrar Vacina/s Vacinação

• Calendarizar Vacina/s N.º de pessoas c/ diabetes com adesão à vacinação (PRV) x 100
1ªs Consultas; sempre N.º total de pessoas c/ diabetes
que necessário.

N.º de pessoas c/ diabetes com adesão à vacinação antigripal x 100


N.º total de pessoas c/ diabetes

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INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização Indicadores


INTERVENÇÕES:

• Gerir o Regime Terapêutico Regime Terapêutico

N.º de pessoas c/ diabetes c/ gestão do regime terapêutico eficaz x 100


N.º total de pessoas c/ diabetes

N.º de pessoas c/ diabetes c/ gestão do regime terapêutico eficaz x 100


N.º de pessoas c/ diabetes c/ gestão do regime terapêutico não eficaz

• Informar sobre a tríade: De acordo com o estado


de compensação
Regime Alimentar metabólica
Actividade Física
Regime Medicamentoso
Regime Alimentar

N.º de pessoas c/ diabetes que cumprem regime alimentar x 100


N.º total de pessoas c/ diabetes

Actividade Física

N.º de pessoas c/ diabetes que cumprem a actividade física x 100


N.º total de pessoas c/ diabetes

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INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização Indicadores


INTERVENÇÕES:

Regime Medicamentoso

N.º de pessoas c/ diabetes que cumprem a medicação com antidiabéticos orais x 100
N.º de pessoas c/ diabetes com antidiabéticos orais

1ªs Consultas; sempre


• Instruir/Treinar a Técnica da Administração da insulina
que necessário
N.º de pessoas c/ diabetes com insulinoterapia x 100
N.º total de pessoas c/ diabetes

N.º de pessoas c/ diabetes que praticam correctamente a técnica de inj. x 100


Nº de pessoas c/ diabetes que não praticavam correctamente a técnica de inj

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INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização Indicadores


INTERVENÇÕES:

• Informar sobre Diabetes Conhecimento sobre a Diabetes

N.º de pessoas c/ diabetes c/conhecimento demonstrado sobre Fisiopatologia da


Diabetes (FD) x 100
N.º de pessoas c/ diabetes c/conhecimento não demonstrado sobre FD

N.º de pessoas c/ diabetes c/ conhecimento demonstrado sobre as complicações


x 100
N.º de pessoas c/ diabetes c/conhecimento não demonstrado sobre complicações

De acordo com a Hipoglicémia


necessidade/estádio de
adaptação à doença N.º de pessoas c/ diabetes c/ conhecimento demonstrado sobre medidas de
• Informar sobre Complicações/ Manifestações tardias
hipoglicémia x 100
N.º de pessoas c/ diabetes conhecimento não demonstrado
sobre medidas de hipoglicémia

Vigilância Oftalmológica (VO)

N.º de pessoas c/ diabetes c/ conhecimento sobre VO demonstrado x 100


N.º de pessoas c/ diabetes c/ conhecimento sobre VO não demonstrado

Pesquisa Microalbuminúria

N.º de pessoas c/ diabetes c/ determinação de microalbuminúria x 100


N.º total de pessoas c/ diabetes

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INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização Indicadores


INTERVENÇÕES:

• Observar os pés: Exame aos pés

Teste do monofilamento N.º de pessoas c/ diabetes com exame aos pés x 100
(Semmes - Weinstein) N.º total de pessoas c/ diabetes

N.º de pessoas c/ diabetes (baixo risco) com exame aos pés anual x 100
Avaliação/Monitorização dos pulsos N.º de pessoas c/ diabetes com exame aos pés
(Pedioso e Tibial posterior)
1ªs consultas/consoante o
Avaliação do preenchimento capilar risco/sempre que N.º de pessoas c/ diabetes (médio risco) com 2 exames aos pés/ano x 100
necessário N.º de pessoas c/ diabetes com exame aos pés

Características dos pés (calosidades, unhas,


temperatura, dor, lesões, micoses, alteração da
forma…) N.º de pessoas c/ diabetes (alto risco) com 4 exames aos pés/ano x 100
N.º de pessoas c/ diabetes com exame aos pés
Meias e Calçado
Tipo de pé

N.º de pessoas c/ diabetes c/ pés de caract. Neuropáticas x 100


N.º de pessoas c/ diabetes com exames aos pés
• Diagnosticar o tipo de pé

N.º de pessoas c/ diabetes c/ pés de caract. Isquémicas x 100


N.º de pessoas c/ diabetes com exames aos pés

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INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização Indicadores


INTERVENÇÕES:

Lesões do pé

•Avaliar os Tegumentos N.º de pessoas c/ diabetes c/ lesões x 100


Mod. 226/CS e Mod. IC-3001.01 N.º de pessoas c/ diabetes com exames aos pés

Amputações

N.º de pessoas c/ diabetes com amputações x 100


N.º de pessoas c/ diabetes com exames aos pés
1ªs consultas/consoante o
risco/tipo de pé/ sempre
que necessário
Cuidados podológicos

N.º de pessoas c/ diabetes a quem foram executados cuidados podológicos x 100


• Executar Cuidados podológicos N.º de pessoas c/ diabetes com exame aos pés

(Higiene, hidratação e corte das unhas)


N.º de pessoas c/ diabetes c/ tratamentos a lesões aos pés x 100
• Executar tratamento N.º de pessoas c/ diabetes com exame aos pés
(Circular Normativa nº 85)

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INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização Indicadores


INTERVENÇÕES:

• Observar a Higiene:
Autocuidado: Higiene
Geral N.º de pessoas c/ diabetes com conhecimento demonstrado sobre autocuidado
Oral higiene x 100
N.º de pessoas c/ diabetes c/ conhecimento não demonstrado sobre autocuidado:
• Informar sobre Higiene: higiene

Geral
Oral N.º de pessoas c/ diabetes que cumprem o autocuidado: higiene x 100
De acordo com a N.º total de pessoas c/ diabetes
necessidade

• Informar sobre Autovigilância e Autocontrolo Autovigilância

N.º de pessoas c/ diabetes c/ conhecimento demonstrado sobre autovigilância x 100


N.º de pessoas c/ diabetes c/ conhecimento não demonstrado sobre autovigilância

N.º de pessoas c/ diabetes que efectuam autovigilância (com registo no diário) x 100
N.º total de pessoas c/ diabetes

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INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização Indicadores


INTERVENÇÕES:

Vigilância de Saúde

N.º de pessoas c/ diabetes c/ conhecimento demonstrado sobre VSP x 100


• Informar sobre Vigilância de Saúde Periódica (VSP) N.º de pessoas c/ diabetes c/ conhecimento não demonstrado sobre VSP

• Orientar para outros técnicos De acordo com a


(Nutricionista, Médico, Psicóloga,...) necessidade N.º de pessoas c/ diabetes que cumprem a VSP x 100
N.º total de pessoas c/ diabetes

N.º de pessoas c/ diabetes com 4 consultas de enfermagem /ano x 100


N.º total de pessoas c/ diabetes

N.º de pessoas c/ diabetes orientadas para outros técnicos x 100


N.º total de pessoas c/ diabetes

Serviço Regional de Saúde – Direcção de Enfermagem de Cuidados de Saúde Primários 9 de 13


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INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização Indicadores


INTERVENÇÕES:

Uso do Tabaco
De acordo com a
• Identificar Estilos de Vida necessidade
N.º de pessoas c/ diabetes com consumo excessivo de tabaco x 100
N.º total de pessoas c/ diabetes
(Uso de substâncias)
Uso do Álcool

N.º de pessoas c/ diabetes com consumo excessivo de álcool x 100


N.º total de pessoas c/ diabetes

Uso de Drogas

N.º de pessoas c/ diabetes com consumo de drogas x 100


N.º total de pessoas c/ diabetes

Serviço Regional de Saúde – Direcção de Enfermagem de Cuidados de Saúde Primários 10 de 13


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INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização Indicadores


INTERVENÇÕES:

Família
• Avaliar o estado nutricional da Família (IMC) Índice de Massa Corporal

N.º de elementos da família a quem foi determinado o IMC x 100


Mínimo
N.º total de elementos da família de pessoas c/ diabetes
1x/ano

N.º de elementos da família c/ IMC ≥ 25 x 100


N.º total de elementos da família a quem foi determinado o IMC
Pressão Arterial
• Avaliar a Pressão Arterial da Família
N.º de elementos da família a quem foi avaliada a PA x 100
Mínimo N.º total de elementos da família de pessoas c/ diabetes
1x/ano

N.º de elementos da família c/ PA ≥ 130/85 mmHg x 100


N.º total de elementos da família a quem foi avaliada a PA
• Informar a Família sobre a adopção de Conhecimento sobre comportamentos saudáveis
comportamentos saudáveis:
N.º de elementos da família c/ conhecimento demonstrado sobre comportamentos
Alimentação saudáveis x 100
De acordo com a
Actividade física N.º de familiares c/ conhecimento não demonstrado sobre comportamentos
necessidade
Tabaco saudáveis
Álcool
Vigilância de saúde
Vacinação

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Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Consulta de enfermagem Calendarização Indicadores


INTERVENÇÕES:

• Observar: Consulta ao Domicílio (CD)

Infra-estruturas (habitacionais, esgotos, De acordo com a N.º de CD a pessoas c/ diabetes recém diagnosticada x 100
necessidade N.º total de pessoas c/ diabetes recém diagnosticada
abastecimento de água, resíduos, luz eléctrica)
(Mínimo 1 vez/em
Funcionamento Familiar recém diagnosticadas)
N.º de famílias a quem foi efectuada CD x 100
Rede de suporte
N.º total de famílias de pessoas c/ diabetes
Governo da casa

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Manual de Boas Práticas: Autocuidado na Pessoa com Diabetes

INDICADORES DE AVALIAÇÃO NA DIABETES MELLITUS

Educação Para a Saúde Calendarização Indicadores

• Reforçar o processo educativo Educação para a saúde

N.º de Sessões Realizadas x 100


Mínimo 5 sessões por N.º de Sessões Previstas
grupo
N.º de pessoas c/ diabetes com adesão às sessões x 100
N.º total de pessoas c/ diabetes

N.º de pessoas c/ diabetes que completaram 5 sessões x 100


N.º de pessoas c/ diabetes com adesão às sessões

Investigação Indicadores

Investigação
• Desenvolver Estudos de Investigação na área do Autocuidado na Diabetes
N.º de Estudos de Investigação Realizados x 100
N.º de Estudos de Investigação Previstos

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