Abstract: The present article has the objective to describe the main modalities
international payment and its respective risks to both of involved parts in the negotiation,
as far as importer (buyer) exporter (supplier). It also presents a flowchart of each
modality to facilitate the understanding of the swing of international documents and
suggest a Resume-Board with each operation characteristics.
1. Introdução
Durante uma negociação internacional de compra ou venda é importante que o
exportador e o importador saibam quais as implicações, os custos, seus riscos e as
responsabilidades que cada modalidade de pagamento imputa às ambas as partes, sob
pena da negociação contemplar interesses de apenas uma das partes em detrimento da
outra. Há casos em que a negociação fracassa e o exportador perde a venda não devido à
falta de competitividade de seu produto, mas sim pelo desconhecimento das normas
internacionais que regem as diferentes formas de pagamento que impedem um acordo
que satisfaça ambas as partes.
Normalmente os exportadores em sua primeira negociação com um novo cliente
tentam se resguardar ao máximo exigindo pagamentos antecipados ou cartas de crédito
como forma de pagamento. Já em casos onde há um histórico de negociações, esta
postura rígida adotada dá lugar a confiança, expressa através de outras modalidades de
pagamento como, por exemplo, a cobrança bancária e a remessa sem saque. Esta última
demonstra a total confiança do exportador em seu cliente, visto que o importador pode
retirar a mercadoria da aduana e não efetuar o pagamento por quaisquer motivos que lhe
convier.
Desta forma este trabalho visa ajudar exportadores e importadores brasileiros com
os conhecimentos básicos das modalidades de pagamento internacional, seus riscos e
responsabilidades, a fim de orientá-los na tomada de decisão da melhor forma de
pagamento, ou seja, que lhe dê maior segurança, menos riscos e garanta o recebimento da
mercadoria ou seu pagamento.
2. Discussão
Quando vendemos ou compramos internacionalmente temos 04 (quatro)
modalidades de pagamento que podemos utilizar. São elas:
Carta de Crédito: É a modalidade de pagamento mais segura para ambas as partes, tanto
vendedor como comprador. Muito utilizada para remessas de altos montantes, a carta de
crédito (Letter of Credit ou simplesmente L/C) é emitida por um banco no exterior (banco
emitente) a pedido do importador (tomador) que nela discrimina as responsabilidades de
ambas as partes e quais documentos deverão ser apresentados pelo exportador
(beneficiário) para comprovação do embarque da mercadoria nas exatas² condições
acordadas. Após o embarque, o exportador entrega ao seu banco, ou ao banco
mencionado na L/C (banco avisador), o conjunto de documentos exigidos como
comprobatórios da exportação. Este, por sua vez, os envia ao banco emissor do crédito
documentário que, somente a pagará mediante a conferência dos documentos, garantindo
assim segurança ao importador de que o pagamento só será feito após comprovado o
embarque nos devidos termos contratuais registrados na carta de crédito.
Neste formato:
O comprador não paga ao vendedor qualquer valor antes do embarque da
mercadoria, na verdade antes da apresentação dos documentos, e o vendedor não
recebe o valor antes do embarque e da apresentação dos documentos em boa
ordem ao banco, o que quer dizer cumpridas as condições estabelecidas
(KEEDI, 2008, p.116).
Conclusões
Concluímos, portanto que as modalidades de pagamentos internacionais não
divergem muito das utilizadas no mercado interno. Devendo ambas as partes ficar atentas
para os riscos envolvidos quando da escolha por uma dessas modalidades.
O pagamento antecipado representa a modalidade mais segura ao exportador.
Porém, em contrapartida é que mais representa riscos ao importador.
A modalidade Remessa sem Saque, ao mesmo tempo em que reduz os custos da
operação, aumenta os riscos assim como na Cobrança Bancária. Esta última que não se
beneficia da redução dos custos, por outro lado, dá um pouco mais de segurança ao
exportador, não o eximindo dos riscos da inadimplência, visto que o banco não tem a
obrigação de receber o pagamento e sim, apenas cobrar.
A única modalidade que garante segurança para ambas as partes é a Carta de
Crédito, porém com altos custos ao importador.
Desta forma podemos também concluir que uma maior segurança ao exportador
implica em um maior risco ao importador e vice-versa.
Deve o exportador considerar alternativas da solicitação de garantias bancárias
disponíveis no mercado, como alternativa para uma eventual situação incômoda quando
que lhe impute riscos.
A seguir um quadro-resumo contendo as principais características de cada forma
de pagamento:
Vantagens Desvantagens Riscos
Forma de
Importador Exportador Importador Exportador Importador Exportador
Pagamento
Pagamento Não há. Financiamento dos custos Risco da não entrega do Não há. ALTO NENHUM
Antecipado de produção. produto.
Remessa Agilidade no recebimento Redução dos gastos com Não há. Risco de atraso no NENHUM ALTO
sem saque dos documentos originais tarifas bancárias. recebimento do
p/o desembaraço pagamento.
aduaneiro.
Cobrança Não há. Redução do risco de Possibilidade de atraso no Aumento dos custos MÉDIO MÉDIO
Bancária inadimplência. recebimento dos bancários com o registro
documentos necessários da cobrança e envio dos
ao desembaraço aduaneiro documentos através do
e conseqüente pagamento banco.
de armazenagem
excessiva.
Carta de Certeza do pagamento Certeza do crédito a Custo da operação é alto. Atraso no recebimento do BAIXO BAIXO
Crédito somente após disposição para pagamento devido à
comprovação do pagamento. Não há risco discrepâncias na carta de
embarque. de inadimplência. crédito, muito comum de
ocorrerem.
Referências Bibliográficas
GARCIA, Luiz Martins. Sistemática de Comércio Exterior. São Paulo: Aduaneiras, 2005.
KEEDI, Samir. ABC do Comércio Exterior. São Paulo: Aduaneiras, 2008.
LOPEZ, José Manoel Cortinas e GAMA, Marilza. Comércio Exterior Competitivo. São
Paulo: Aduaneiras, 2008.
LUNARDI, Ângelo Luiz. Operações de Câmbio e Pagamentos Internacionais no
Comércio Exterior. São Paulo: Aduaneiras, 2000.
RATTI, Bruno. Comércio Internacional e Câmbio. São Paulo: Aduaneiras, 1994.
REGRAS UNIFORMES PARA COBRANÇA DE EFEITOS COMERCIAIS, Revisão de
1978 (Publicação nº 322 da Câmara Internacional de Comércio).