RESUMO: O presente artigo objetiva relatar noções e conceitos que cercam as modificações no
processo da era digital, tais como sistemas de informações tecnológicas e convergência digital, a
partir de conceitos científicos e pesquisas, propondo a relevância desses temas para o campo da
comunicação e do avanço tecnológico-digital, assumindo como premissa para o desenvolvimento
das organizações a “convergência digital” como um desafio tecnológico. O método de pesquisa
utilizado foi a formulação e aplicação de um questionário, com perguntas fechadas, dirigido aos
formandos de administração de duas instituições de ensino da região da Grande Florianópolis,
Faculdade Estácio de Sá, entidade de ensino superior da rede privada de São José-SC e
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), de Florianópolis-SC, pertencente a rede de ensino
pública. Esta configuração nos permite uma comparação dos resultados entre ambas e a
apresentação de um perfil dos administradores formandos por cada uma delas. Observou-se nos
entrevistados um perfil de jovens empreendedores, com certa deficiência de conhecimento sobre
Teorias Administrativas e uma visão do setor de Tecnologia da Informação (TI) como meio de
controle de produção e desempenho de funcionários, apresentando um alto índice de
desconhecimento do potencial deste setor estratégico como ferramenta facilitadora ao trabalho do
gestor.
Introdução
A partir da Teoria Geral dos Sistemas (TGS), as empresas começaram a preocupar-se com sistemas
de controles e análises de processos, e os gestores puderam dispor de ferramentas básicas para
desempenhar suas atividades com maior rapidez e eficiência.
Concomitantemente, a Tecnologia de Informação (TI) modificou a estrutura e o ambiente
organizacional de forma singular. A TI desempenha dentro da organização um papel fundamental,
concentrando, como nenhum outro setor, dados e informações sobre os mais variados assuntos do
cotidiano da empresa. À medida que a TI é incorporada ao sistema produtivo, ela altera
radicalmente a estrutura e o modo pelo qual o trabalho é executado, sobretudo no que diz respeito
ao trabalho de produção e de coordenação. As palavras-chave do momento são cooperação,
flexibilidade, integração e participação, itens que podem ser mais facilmente atingidos com a
utilização da TI no processo produtivo.
Da mesma forma, a convergência digital prenuncia mudanças no conceito de administração, ao
gatantir mobilidade ao administrador, e lhe permitir acesso a todos os processos de gestão da
empresa a partir de qualquer lugar, como se estivesse no próprio escritório.
Sobremaneira, é consenso no meio empresarial que as soluções digitais de transmissão e
armazenamento de informações devem transformar rapidamente o mundo corporativo, e o ganho
com a convergência será significativo para o mercado. No entanto, a falta de conhecimento sobre as
soluções tecnológicas ainda é um empecilho para as empresas.
Assim sendo, questiona-se a preparação para a convergência digital, dos alunos de Administração
que estão sendo formados pelas faculdades da região da Grande Florianópolis, seus benefícios e
desafios, “em um mercado que busca profissionais dinâmicos, pró-ativos, com liderança acentuada
e que buscam soluções rápidas e definitivas aos problemas das organizações, cujo perfil se faz
presente no papel do empreendedor” (MACEDO, 1997, p.35).
Capítulo I
Segundo SILVA (2005), “por volta de 1940, Ludwig Von Bertalanffy, um biólogo alemão, iniciou
o movimento de volta ao pensamento Aristotélico”. Bertalanffy trouxe às empresas a preocupação
com o controle das entradas (input) e saídas (output) em todos os níveis de processamento da
organização, seja no chão de fábrica, seja entre os vários departamentos administrativos.
Existem 3 (três) aspectos principais da TGS: a ciência de sistema, a tecnologia de sistema e a
filosofia de sistema. A primeira trata da exploração científica dos todos e da totalidade, a segunda
diz respeito às técnicas, modelos, abordagens matemáticas de engenharia de sistema e a terceira nos
mostra a reorientação do pensamento e visão do mundo, considerando a introdução do sistema
como um novo paradigma científico ou modelo ideal.
Para compreender, é preciso analisar não apenas os elementos, mas também suas inter-relações: a
inter-relação das enzimas na célula, de muitos processos mentais conscientes e inconscientes, a
estrutura e a dinâmica dos sistemas sociais. Isso exige a exploração dos muitos sistemas no universo
à nossa volta, com todas suas particularidades. Além disso, é evidente que há aspectos gerais,
correspondências e isomorfismos comuns ao sistema “[...]. A teoria geral dos sistemas, portanto, é
exploração científica de ‘todos’ e ‘totalidade’ que, há pouco tempo eram consideradas noções
metafísicas, que transcendiam as fronteiras da ciência.” (MAXIMIANO, 2006, p. 316). “A palavra
sistema denota um conjunto de elementos interdependentes e interagentes ou um grupo de unidades
combinadas que formam um todo organizado. Sistemas é um conjunto ou combinação de coisas ou
partes, formando um todo complexo ou unitário” (CHIAVENATO, 2002, p. 322).
A partir da TGS as empresas começaram, mesmo que de uma forma rudimentar, a preocupar-se
com sistemas de controles e análises de processos e os gestores puderam dispor de ferramentas
básicas para desempenhar suas atividades com maior rapidez e eficiência.
2. Tecnologia da Informação (TI)
3. Convergência Digital
Um novo conceito que tem ganhado bastante espaço na mídia e no mundo corporativo é a
convergência digital. Esta nova forma de lidar com dados, e que está prenunciando mudanças no
processo administrativo, promete economizar tempo e dinheiro nos negócios empresariais,
possibilitando ao empresário ou gestor a alternativa de gerenciar seus negócios de qualquer ponto
do planeta onde seja possível conectar-se à internet, como se estivesse no próprio escritório
Segundo Albertin, 2004, p. 21, a “convergência, amplamente definida, é a junção de componentes
eletrônicos de consumo, televisão, publicação, telecomunicações e computadores, com a finalidade
de facilitar novas formas de comércio, baseadas em informação. O Deutsche Brank Research1
define convergência como "um processo de mudança qualitativa que conecta dois ou mais mercados
existentes e anteriormente distintos”.
Na União Européia, desde 2003, os serviços de comunicação eletrônica estão sujeitos à New
Regulatory Framework (Nova Estrutura Regulatória - NRF). Dentro dessa estrutura estão
enquadrados serviços como voz sobre IP (VoIP) e as condições de autorização visam assegurar a
não-interferência com outras redes, a proteção ao consumidor e a prevenção e combate ao
comportamento anti-competitivo.
No Brasil o ano de 2007 pode ser definido como o ano em que a convergência chegou ao Congresso
Nacional. Existem quatro projetos tramitando conjuntamente na Câmara, são eles: o PL-29/07 (do
deputado Paulo Bornhausen, DEM/SC) que pretende regulamentar o que chama de “comunicação
social”; o PL-70/07 (do deputado Nelson Marquezelli, PTB/SP) trata da “produção, programação e
provimento de conteúdo nacional”; o PL-332/07 (dos deputados petistas Paulo Teixeira e Walter
Pinheiro), fala da “produção, programação, provimento, empacotamento e distribuição de
1
IT, telecoms & New Media: The dawn of technological convergence (PDF). Deutsche Bank Research (2006-05-03).
comunicação social eletrônica”; e o recém-proposto PL-1908/07 (do deputado João Maia, PR/RN)
propõe a criação do Serviço de Comunicação Eletrônica de Massa.
No Senado Federal tramita o PLS 280/07 (do senador Flexa Ribeiro, PSDB/PA) que versa sobre a
“produção, programação e provimento de conteúdo brasileiro para distribuição por meio
eletrônico”.
A possibilidade de por meio de uma senha em um portal digital, ser possível fazer a movimentação
financeira da conta, gerenciar a relação com clientes e fornecedores, realizar pagamentos e
recebimentos, têm atraído cada vez mais empresas. Este tipo de Administração (on-line), garante
economia de tempo e dinheiro, com investimentos acessíveis a empresas de qualquer porte.
Os altos custos, principal empecilho à adoção de soluções eletrônicas, tendem a cair com o
crescimento da adoção da convergência digital como ferramenta administrativa, pois segundo
estimativas do mercado, os processos automatizados oferecem relevante economia em relação aos
métodos tradicionais.
Existe, atualmente, oferta de convergência semelhante a um Enterprise Resource Planning (ERP)
de um conjunto de empresas, apresentando, em um único site, as informações comuns entre elas.
Uma indústria consegue enxergar todos os supermercados para os quais fornece, por exemplo, e o
supermercado tem acesso a todos os seus fornecedores.
O segmento de produtividade é o mais crescente entre as tecnologias para convergência. Aparelhos
de celular que funcionam como ferramentas de trabalho e parecem computadores em miniatura são
cada vez mais comuns entre os executivos ávidos por terem o escritório sempre na palma da mão. A
tendência para a tecnologia não é necessariamente tornar os equipamentos menores, mas oferecer
cada vez mais funcionalidades no mesmo espaço.
Com a chegada da terceira geração na telefonia móvel, popularmente chamada de 3G, será possível,
com a conexão mais rápida, oferecer serviços de vídeo-conferência e outras ferramentas mais
complexas, não suportadas pelos aparelhos atuais.
É consenso no meio empresarial que as soluções digitais de transmissão e armazenamento de
informações devem transformar rapidamente o mundo corporativo, e o ganho com a convergência
será significativo para o mercado. A falta de conhecimento sobre as soluções tecnológicas ainda é
um empecilho para as empresas de pequeno porte, mas a redução de custos vai acabar superando os
fatores culturais. Diante deste quadro, surge o seguinte problema: Os Administradores que estão
sendo formados pelas faculdades da região da Grande Florianópolis estão preparados para a
convergência digital, seus benefícios e seus desafios?
4. Justificativas e métodos
A escolha do tema e do problema levantado justifica-se pela relevância do assunto no cenário
administrativo e empresarial da atualidade e pela carência de estudos na área, o que dificulta
qualquer tipo de análise sobre a matéria. A importância dada à convergência digital nos meios
políticos e na mídia em geral reflete as tendências de um panorama, aparentemente, bastante
promissor, que estará à disposição do gestor da próxima década.
O método de pesquisa utilizado foi a formulação e aplicação de um questionário, com perguntas
fechadas, dirigido aos formandos de administração de instituições de ensino da região da Grande
Florianópolis. Optou-se por uma faculdade da rede pública de ensino e outra da rede privada. Esta
opção tem por finalidade uma comparação dos resultados entre ambas. Procuraremos traçar um
perfil dos administradores formandos por cada uma delas. As instituições que colaboraram nesta
pesquisa foram a Faculdade Estácio de Sá, entidade de ensino superior da rede privada situada na
cidade de São José-SC e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), situada em
Florianópolis-SC e pertencente a rede de ensino pública.
CAPÍTULO II
A 10ª, e última questão, procurava nos entrevistados o conhecimento sobre “alguma empresa, na
região da Grande Florianópolis, especializada em ambientes eletrônicos de negócios”.
A exemplo do resultado da questão anterior o índice de respostas afirmativas foi bastante reduzido,
apenas 22 % do total dos entrevistados afirmaram ter conhecimento de alguma empresa que atue
neste segmento. Este percentual de 22% sofre uma variação bastante acentuada quando analisamos
as respostas de forma institucionalizada, na Estácio 31% responderam de forma afirmativa, contra
apenas 15% na UFSC.
Não temos, neste momento, subsídios suficientes para apontar uma causa para esta disparidade de
variação nos índices das duas instituições, pois nosso objetivo é traçar um perfil do acadêmico
formando em administração, e não analisar e responder a questões socioeconômicas destes
acadêmicos ou instituições de ensino. Deixaremos, desta forma, a questão em aberto, talvez até
como sugestão para uma nova pesquisa.
De acordo com França (2007), a Nexxera, empresa especializada em ambientes eletrônicos de
negócios, com sede em Florianópolis, compete no mercado com gigantes como IBM e Microsoft e
não se intimida com o porte das concorrentes, já tendo vencido, inclusive, a General Eletric em
concorrências internacionais com a tecnologia 100% brasileira.
Conclusão
Pela análise dos dados coletados pudemos observar nos entrevistados um perfil de jovens
empreendedores com distribuição homogênea entre os sexos masculino e feminino, que apresentam,
de forma geral, certa deficiência de conhecimento sobre Teorias Administrativas.
Além desses fatos, fica evidente a visão dos futuros administradores do setor de Tecnologia da
Informação (TI), como meio de controle de produção e desempenho de funcionários, com um alto
índice de desconhecimento do potencial deste setor estratégico como ferramenta facilitadora ao
trabalho do gestor.
De igual forma, o tema “convergência digital” apresentou-se como uma novidade, total ou parcial,
aos entrevistados, que mostraram certa confusão quando abordados sobre as possibilidades e
regulamentações acerca do tema.
Em vista disso a visão de custos dos formandos em relação ao aludido no desenrolar da pesquisa
mostrou-se equivocada quanto aos valores de referência para o uso de um recurso de convergência
digital na administração financeira para microempresas.
Registra-se, ainda, um pouco conhecimento e interação dos formandos em administração das
instituições pesquisadas com o mercado de tecnologia de ponta da região da Grande Florianópolis,
demonstrado pelo pequeno número de pesquisados de demonstraram conhecer empresas aqui
instaladas.
Em suma, o resultado espelhou algumas observações de professores que nos auxiliaram e
participaram do processo de entrevistas, onde nos foi dito que apesar de o assunto já ter vindo à
baila em diversas oportunidades durante as aulas, ainda faltava um conhecimento mais aprofundado
sobre o tema por parte de docentes e discentes.
Bibliografia