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A moça e o rei

Todo o cheiro de macadâmia incensava o quarto e apagava qualquer fogo que pudesse haver
dentro dela. As poesias tortas já não completavam as noites. Virara pedra, aquela menina
depressiva.

Escorregava por entre os que a queriam bem. Mas era impossível fazer-lhes entender o quanto
doía ser feliz. Eles, apenas eles, queriam. Ela sequer conseguia se imaginar sem viver mais uma
decepção.

O sono demorava a vir. Os cigarros, a esta altura, já estavam intragáveis, mas ainda assim
amenizavam o cheiro das rosas. Era aquele o sinal. As rosas malditas. O sinal do fim.

O cachorro chorava baixinho, compadecido. A mãe ficara preocupada, com olheiras aparentes.
Todos começavam a adoecer com a moça branca. E a noite tratou de cumprir o seu papel.
Silêncio, alguma dor, angústia.

Enfim, uma piscadela para descansar o corpo e o sol brilhou sob os pés da garota, fazendo
entrar raios de luz pelas brechas da janela. Um suco de laranja foi posto à mesa e o cachorro
olhava para ela como quem diz – é dia, nascemos mais uma vez!

Um micro-sorriso brotou imperceptível quando sentiu o sol forte queimar os seus pés. E ela
percebeu que a hora havia chegado.

As casas astrológicas se apressaram em ir para o lugar certo, assim como os ponteiros dos
relógios urgiam. As moças de sua idade começavam a sair de casa, andando pelo asfalto ainda
molhado da chuva de verão.

E aquela noite infeliz tornou a ficar para trás. O sol ainda era o rei.

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