A moral "é um facto social indiscutível, no sentido de que não se conhecem
sociedades em que os conflitos intra e interindividuais não apareçam regulados por códigos, costumes, máximas, conselhos, advertências, proibições e exortações mais ou menos tácitas ou expressas", podendo mesmo dizer que "cada homem e cada mulher, enquanto indivíduos, são eles próprios mais os códigos e normas morais, a moral a que aderem". No entanto, nem todos os seres humanos adquirem consciência do denominado processo de moralização apesar de, ou precisamente por causa de terem sido submetidos a ele"; é precisamente "a análise do processo de moralização, a indagação dos valores em jogo ou em litígio", que "torna necessário e ineludível que todo o ser humano que pretenda alcançar um grau determinado de liberdade, de maturidade e critério próprios tenha de embarcar na via de transição da moral à ética", no sentido de esclarecer que normas morais merecem ser obedecidas e quais precisam de ser substituídas ou rejeitadas". (Esperanza Guisán - Introducción a la ética. Madrid: Cátedra, 1995, p. 31-32).
1. Acção Humana
O conceito acção humana, aplica-se apenas às acções que são realizadas de
forma consciente e nas quais existe uma clara intenção de produzir um dado efeito.
2. Fazer e Agir
Entre estas acções intencionais, podemos as que visam "fazer" algo em
concreto e o "agir".
Fazer: aplica-se à nossas acções em que temos em vista a execução ou a
produção de determinados efeitos num qualquer objecto. Trata-se de uma actividade centrada em objectos, que envolve uma série de ocorrências distribuídas no tempo, implicando frequentemente conhecimentos prévios de natureza técnica.
Agir: aplica-se a todas a outras acções intencionais que livremente
realizamos e de que somos facilmente capazes de identificar os motivos porque fazemos o que fazemos. Nestas acções sentimo-nos directamente responsáveis pelas consequências dos nossos actos. Estamos implicados nas escolhas que fazemos.