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Análise do conto Tentação, Clarice Lispector

O conto Tentação de Clarice Lispector narra um encontro de olhares entre


uma menina com soluço, sentada à frente de sua casa em um dia de calor e um
cão. Encontram-se numa pequena cidade e essa paixão dura o tempo do cão virar
a esquina com sua verdadeira dona.
É um conto repleto de metáforas. O próprio título TENTAÇÃO nos sugere
às conotações bíblicas do pecado, daquilo que é proibido. A paixão é considerada
um pecado, logo, é uma tentação.
A pequena cidade é comprovada quando a autora diz que a “rua estava
vazia [...] só uma pessoa esperando inutilmente no ponto do bonde [...] apesar de
na rua deserta não haver nenhum sinal de bonde”. A paixão neste caso é
justificada quando a escritora diz que “entre tantos seres que estão prontos para
se tornarem donos de outro ser, lá estava a menina que viera ao mundo para ter
aquele cachorro”. Porém, é uma paixão efêmera, evidenciada pelo narrador
quando diz que a menina acompanhou o cão “com olhos pretos que mal
acreditavam [...] até vê-lo dobrar a outra esquina” .
“Numa terra de morenos, ser ruivo era uma revolta involuntária.” Neste
caso, o actante está em disjunção com tudo ao seu redor, pois se vê diferente de
todos; quando ocorre a identificação “quando se aproximou de sua outra metade
neste mundo, um irmão em Grajaú [...] Era um basset lindo e miserável [...] um
basset ruivo.” É como se encontrasse uma escapatória para viver, nesse momento
ela foi abastecida por um novo sentido na vida.
O desejo de se terem era muito forte, a autora usou sensações e cores que
marcaram esse desejo da paixão efêmera “ela era ruiva [...] era um basset ruivo
[...] Os pêlos de ambos eram curtos, vermelhos [...] vibravam de calor” o calor,
o vermelho todos remetem à paixão – o fogo que destrói e constrói.
Mas por ser uma paixão efêmera, o sujeito logo entra em disjunção com seu
objeto de desejo “sabe-se também que sem se falar eles se pediam. Pediam-se
com urgência [...] mas ambos eram comprometidos. Ela com sua infância
impossível [...] Ele com sua natureza aprisionada”. Todo sentimento de luto é
mostrado novamente pelo olhar, olhar esse que fez a actante se ligar a sua outra
metade também a fez vê-lo partir “Acompanhou-o com olhos pretos que mal
acreditavam [...] até vê-lo dobrar a outra esquina”.

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