UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

JÉSSICA COSTA BENTO CUSTÓDIO

Matrícula: 2008.01.20588.6
LETÍCIA AFFONSO FÁVERO CÉSAR
Matrícula: 2008.01.12442.8
THAÍS CARDOSO DE MELLO
Matrícula: 2008.01.12489.4

TRABALHO DE COMUNICAÇÃO E LINGUAGENS

Petrópolis
2008
 JÉSSICA COSTA BENTO CUSTÓDIO
LETÍCIA AFFONSO FÁVERO CÉSAR
THAÍS CARDOSO DE MELLO

TRABALHO DE COMUNICAÇÃO E LINGUAGENS

Trabalho apresentado ao professor Bibiano Gomes

Como requisito para obtenção de nota.
O trabalho consiste na análise
Do conto A Cartomante,
De Machado de Assis.

Petrópolis
2008
 Sumário

1. Introdução

2. Resumo

3. Análise

4. Bibliografia
 1. Introdução

O conto “A Cartomante”, de Machado de Assis, conta a história de um triângulo

amoroso e o trágico destino dos envolvidos no relacionamento. Explorando a fragilidade das
emoções humanas, Machado aborda com ironia e pessimismo a tão prosaica temática da
traição. Neste trabalho iremos analisar alguns aspectos desse conto.

2. Resumo

“A Cartomante” é a história de três personagens, Vilela, Camilo e Rita, que estão

envolvidos em um triângulo amoroso. A história começa numa sexta-feira de Novembro de
1869 com um diálogo entre os amantes Camilo e Rita. A jovem acredita que o namorado
esteja deixando de amá-la, e após consultar uma cartomante, aconselha-o a fazer o mesmo.
Camilo nega-se veementemente a acreditar na idéia de visitar uma cartomante, e desaconselha
Rita de maneira jocosa.

A cartomante é caracterizada neste conto como uma charlatã, que apenas dá

explicações satisfatórias para aqueles que a procuram . É uma personagem sinistra, que apesar
não ter nem o seu nome revelado, destaca-se como alguém que ludibria os personagens
principais. Rita crê que a cartomante pode resolver todos os seus problemas e angústias.
Camilo, à princípio cético, recorre a esta mesma cartomante no ápice de seu desespero, e
encontra certo conforto nas palavras da mulher.
No fim do conto, a personagem mística usa frases de efeito e metáforas a fim de
parecer sábia e dona do destino de Camilo, que sai de lá confiante em suas palavras. Ao
chegar no apartamento de Vilela, encontra Rita morta e é morto a queima roupa pelo amigo de
infância, que já está sabendo da traição da esposa e o esperava de arma em punho.
 3. Análise

Linguagem

Logo no início do conto, Machado de Assis faz uso da intertextualidade, citando uma
obra conhecida - nesse caso a obra Hamlet, de William Shakespeare.
Machado conta a história em terceira pessoa, o que acentua os momentos mais
dramáticos da narrativa e os conflitos internos das personagens. Existe a presença onisciente
do autor, que usa desta onisciência na descrição dos fatos. O uso constante de uma voz
onisciente é importante porque dinamiza o relato da história.
O autor usa uma linguagem simples e sóbria na maior parte do texto, porém complexa
o bastante para mostrar uma profunda análise psicológica das suas personagens. Machado
apresenta uma visão objetiva sobre as emoções humanas, sendo que os aspectos externos
(como tempo e lugar) mostram-se apenas como ponto de referência. Também envolve o leitor,
pois estabelece “conversas” com ele ao longo da narrativa, fazendo-o participar do conto.

Assunto

O conto fala do triângulo amoroso existente entre os personagens Camilo, Rita e

Vilela e nas reviravoltas consequentes desse caso. Camilo se envolve num romance com Rita,
mulher de seu amigo Vilela, e na ânsia de esconder do amigo o pequeno “crime”, os amantes
se envolvem em diferentes situações que levam a um fim dramático, com o assassinato de
Camilo e Rita.

Temática

Nesse conto, Machado usa temas universais. Suas personagens mostram emoções
comuns que se tornam profundas, levando-os à grandes reflexões ou atos impensados. Ciúme
e insegurança giram em volta da personagem Rita, que tem medo de perder seu amado. Os
mesmos sentimentos fazem com que Camilo abandone suas convicções e se volte para seu
lado espiritual, visitando a cartomante. Desconfiança, raiva e ciúmes envolvem Vilela, que
num acesso de fúria passional, acaba assassinando a própria mulher o e o amigo de infância.
Machado mostra emoções intensas e o modo como estas podem trazer à tona as faces
que nem sempre mostramos ao mundo.

Atualidade

Machado explorou, acima de tudo, o caráter psicológico de suas personagens. As

emoções trabalhadas no conto são próprias de todo ser humano, independente da época em
que vive.
Ciúmes, medo, insegurança e rivalidade são alguns dos sentimentos retratados no
conto, e apesar da visão machadiana ser pessimista - por mostrar atitudes hipócritas e
sentimentos pouco nobres - ela mostra aspectos que são típicos de todas as pessoas.
O apego de Camilo às suas crenças primárias mostra o hábito antigo da busca do
homem pelo divino e o misterioso, para obter respostas que a ciência não provê às suas
perguntas mais profundas. Tal costume perdura até os nossos dias, como sabemos.
O adultério, raiz de toda a problemática do conto, era um assunto delicado e polêmico
na época que Machado de Assis escrevia – e ainda hoje o é. Machado ousou ao tratar do tema,
analisando a consciência de erro e culpa de suas personagens, em vez de abordar apenas o
romance entre elas. Atualmente, muitos escritores utilizam o tema em livros, filmes e novelas,
na maioria das vezes de forma superficial.
Por último, o sentimento de traição vivido por Vilela e sua reação explosiva e
impensada, que culminou no assassinato de sua amada e de seu velho amigo. Machado optou
por um desfecho trágico e perturbador, saindo do típico “final feliz” com o castigo recebido
pelo casal de namorados. A idéia de abordar crime passional em ficção atravessa épocas, e até
os nossos dias é um recurso bastante utilizado na elaboração de histórias. Além do aspecto
fictício, a temática também mostra uma realidade complicada na qual vivem muitas pessoas.
O crime cometido por Vilela é uma amostra do crime mais antigo da história da humanidade,
e o maior sentimento que o causa: o ódio.
4. Bibliografia

Livro:

ASSIS, Machado de. Contos Consagrados. 2. ed. São Paulo: Folha, 1997.

Site:

Resumo de Livros
http://www.resumosdelivros.com.br/m/machado-de-assis/a-cartomante/