Após décadas de atividades voltadas para o trabalho e capital intensivos, as empresas vivem hoje a
época do conhecimento intensivo, pois neste momento de globalização e competição acirrados, a
informação e o conhecimento são os alicerces da competitividade, onde o sistema de remuneração por
competências e habilidades é um instrumento fundamental para sustentação dessa nova filosofia.
Nos dias atuais, a informação é a principal matéria prima e a comunicação o agente de alavancagem
para mudanças de postura profissional. Uma empresa que “esconde” resultados para os próprios
colaboradores, não pode esperar em troca visões ou posturas estratégicas. Mas apenas isso não é o
suficiente, é preciso estimular o debate sobre a direção estratégica e desdobrar o resultado em
programas e ações.
Pensando nisso, desenvolveu-se o sistema de remuneração por habilidades (aplicada aos níveis
operacionais) e por competências (aplicada aos níveis gerenciais).
A remuneração por habilidades apresenta uma série de vantagens para as empresas, a começar pela
mudança de foco, onde a função é substituída pela pessoa, observando-se ganhos em termos de
desenvolvimento individual e da organização. Outro impacto é a mudança de enfoque da função do
RH, que passa a assumir um papel mais estratégico, integrando os programas de capacitação às
necessidades de organização. Ganha-se em foco e em energia, evitando o desperdício de recursos em
programas sem impacto no desempenho individual e organizacional. Uma vez implantado, o sistema
representa acréscimo da flexibilidade e da adaptabilidade da organização, pois equipes
multiespecializadas e bem treinadas adaptam-se mais facilmente a alterações de processos, produtos e
formas de gestão que grupos organizacionais na forma tradicional. E o mais interessante, a definição
do rol de habilidades individuais pode variar de acordo com a necessidade da empresa em termos de
competitividade e inovação.
A implementação da remuneração por competências tem o duplo papel de exigir mudanças no modelo
de gestão e no estilo gerencial, ao mesmo tempo em que funciona como catalisador destas mesmas
mudanças.
Empresas que adotam essa alternativa como elemento de mudança organizacional estarão reduzindo a
distância entre líderes e liderados, descentralizando as decisões, aumentando a autonomia dos quadros
operacionais e melhorando a prontidão para mudanças. Os resultados poderão ser medidos em termos
de eficiência, eficácia, agilidade, flexibilidade e comprometimento