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PROCESSO DE TRABALHO EM CENTRAL

DE MATERIAL ESTERILIZADO
ELABORADO POR: MS. MÔNICA FERNANDES FREIBERGER
CAPÌTULO 1

CENTRO DE MATERIAL E ESTERELIZAÇÂO

1. INTRODUÇÂO

A história do Centro de Material e Esterilização (CME) nos hospitais


brasileiros vem acompanhando o desenvolvimento dos estabelecimentos de
saúde em nosso país.
No início da década de 40, a limpeza, o preparo e o acondicionamento
dos artigos hospitalares eram predominantemente realizados pelo pessoal da
enfermagem das próprias unidades de internação, sendo que o CME apenas
realizava a esterilização dos artigos.
Em meados da década de 50, surgiram os centros de materiais
parcialmente centralizados, nos quais parte dos materiais começaram a ser
preparados e esterilizados pelo CME.
Nas últimas décadas do século XX, com o avanço tecnológico e o
desenvolvimento vertiginoso das técnicas e dos procedimentos cirúrgicos, os
materiais e os equipamentos necessários para a realização do ato
anestésico-cirúrgico foram se tornando cada vez mais complexos e
sofisticados, havendo então a necessidade de um aprimoramento nas
técnicas e processos de limpeza, preparo, esterilização e armazenagem dos
artigos hospitalares e, consequentemente, pessoal capacitado para o
desenvolvimento destas tarefas. Surgiu então o CME centralizado, dirigido
por um enfermeiro e subordinado ao serviço de enfermagem (MOURA, 1996;
SILVA, 1996).
Em 1998, SILVA definiu o CME como uma unidade de apoio técnico a
todas as unidades assistenciais, responsabilizando-se pelo processamento,
desde a limpeza, preparo, esterilização, estocagem e distribuição dos

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artigos a todas as unidades consumidoras. Pode também ser definida como
um setor, unidade ou serviço, destinado à limpeza, acondicionamento,
esterilização, guarda e distribuição dos materiais (BRASIL, 1999).
No entanto, a Resolução RDC nº50, de 21 de fevereiro de 2002,
considera o CME como uma unidade de apoio técnico; que tem como
finalidade o fornecimento de materiais médico-hospitalares adequadamente
processados; proporcionando assim condições para o atendimento direto e
assistência à saúde dos indivíduos enfermos e sadios. Determina que as
atividades desenvolvidas nesta área basicamente são:

• Receber, desinfetar e separar os matérias;


• Lavar os materiais;
• Receber as roupas vindas das lavanderias;
• Preparar os matérias e as roupas (em pacotes);
• Esterilizar os matérias e as roupas, através de métodos físicos e/ou
químicos, proporcionando condições de aeração dos produtos, conforme
necessário;
• Fazer controle microbiológico e de validade dos produtos esterilizados;
• Armazenar os materiais e roupas esterilizadas;
• Distribuir os materiais e roupas esterilizadas;
• Zelar pela proteção e segurança dos operadores.

2. ÁREA FÍSICA DO CME

Quanto aos aspectos legais relacionados à planta física, verifica-se


que a Portaria nº554, de 19 de março de 2002, artigo 1º, revoga a Portaria
nº1884, de 11 de novembro de 1994 do Ministério da Saúde, publicada no
Diário Oficial da União (DOU) em 15 de dezembro de 1994, a qual
estabelecia normas para as ações da vigilância sanitária a respeito de
instalações e ambientes de serviços de saúde.
Hoje, a Resolução RDC nº50, de 21 de fevereiro, publicada no DOU em
20 de março de 2002, estabelece as normas para ações de vigilância
sanitária a respeito de instalações de ambientes de saúde. Esta norma
define ambiente como espaço fisicamente determinado e especializado para
o desenvolvimento de determinadas atividades, caracterizado por dimensões
e instalações diferenciadas e determina que “a Central de Material e
Esterilização deve existir quando houver centros cirúrgico, obstétrico e/ou
ambulatorial, hemodinâmica, emergência de alta complexidade e urgência. A
unidade pode se localizar fora do Estabelecimento de Assistência à Saúde”.
Explicita ainda as áreas que compõem essa unidade e suas dimensões mínimas
em metros quadrados (m²). Assim:

• Área para recepção, descontaminação e separação de matérias, área para


lavagem de matérias = 8,0m² (0,08m² por leito).
• Área para recepção de roupas limpas = 4,0m²
• Área para preparo de materiais e roupa limpa = 12,0m² (0,25m² por leito)
• Área para esterilização física, que depende do equipamento utilizado
(distância mínima entre autoclaves = 20cm)
• Área para esterilização química líquida

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• Sala de armazenagem e distribuição de materiais e roupas esterilizados =
10,0m² (0,2m² por leito)
• Área para armazenagem e distribuição de materiais esterilizados
descartáveis = 25% da área de armazenagem de material esterilizado.

Especifica ainda a área da Central de Material e Esterilização


Simplificada para Estabelecimentos e Áreas de Saúde que realizam
atividades cirúrgicas.

• Sala de lavagem e descontaminação = 4,8m²


• Sala de esterilização = 3,2,²

Na área de CME dever ser contemplados ambientes de apoio como:

• Vestiário com sanitários para funcionários e barreiras para área limpa


• Vestiário com sanitários para funcionários e barreiras para área suja. Os
vestiários com sanitários poderão ser comuns às áreas suja e limpa,
desde que necessariamente eles se constituam em uma barreira à área
limpa e o acesso à área suja não seja feito através de nenhum ambiente
de área limpa.
• Depósito de material de limpeza, que pode ser comum às áreas limpa e
suja, desde que seu acesso seja externo.
• Sala administrativa
• Área para manutenção dos equipamentos de esterilização física, exceto
quando de barreira.

Segundo a SOBECC (2005) deve fazer parte desta área um local


destinado ao descanso dos trabalhadores durante seu turno de trabalho, de
acordo com a especificação da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT).
Independente de suas dimensões, o CME deve estar separado em área
contaminada, destinada a receber os artigos sujos e realizar o processo de
limpeza dos mesmos e em área limpa, onde os artigos são secos, preparados,
acondicionados, esterilizados, guardados e distribuídos, como consta na
Resolução SS-392 do Estado de São Paulo (1994).
Para facilitar a limpeza da área física central da material é
importante que o piso e as paredes tenham um revestimento resistente,
impeçam aderência da sujidade, não tenham frestas ou reentrâncias, para
evitar o acúmulo de sujeira. A limpeza concorrente desta área deve ser
realizada diariamente, no piso, nas pias, nas mesas e nos balcões e, pelo
menos uma vez por semana, a limpeza terminal deve ser feita incluindo os
itens limpos diariamente e mais as paredes, os armários, os vidros e as
janelas.
Nesta unidade, deve haver iluminação geral adequada acompanhada de
iluminação direta nas mesas e nos balcões de preparo de materiais, com a
finalidade de facilitar a inspeção dos artigos quanto à eficiência da limpeza,
integridade e funcionalidade dos mesmos. Para que o processo de inspeção
seja eficiente, recomenda-se a utilização de uma luminária acoplada a uma
lupa de aumento. A pia para lavagem das mãos durante a jornada de trabalho
deve ser fácil acesso aos trabalhadores. Para o bom desempenho das
atividades de enfermagem nesta área, é importante contarmos com

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equipamentos e materiais necessários, específicos e adequados para o
desenvolvimento de cada processo como autoclaves, lavadoras ultrassônicas,
desinfectoras, secadoras, seladoras térmicas, pias, balcões, torneiras com
dispositivo para limpeza de lumens, dispositivos de ar comprimido, entre
outros, que serão descritos no decorrer deste manual.
Para o dimensionamento da CME é importante considerar a demanda
diária de materiais, que pode ser baseada no número e na especificidade de
leitos do hospital, na existência de centro cirúrgico, no número de salas de
operações, na média diária de cirurgias, na adoção ou não de materiais de
uso único, nas formas de estocagem e distribuição dos artigos esterilizados
às unidades consumidoras (SILVA, 1996).

Planta Física de um CEMAT com fluxo de material.

3.
DINÂMICA E FLUXOGRAMA NO CME

Quanto à localização, o ideal é que o CME esteja nas proximidades dos


centros fornecedores, como almoxarifado e lavanderia, e de fácil acesso às
unidades consumidoras, como centro cirúrgico, centro obstétrico, unidade de
terapias intensiva, pronto socorro e outras (MOURA, 1996).
A área física do CME deve permitir não só p estabelecimento de um
fluxo contínuo e unidirecional de material, evitando o cruzamento de
materiais sujos com os limpos e esterilizados, assim como evitar que o
trabalhador escalado para a área contaminada transite pelas áreas limpas e
vice-versa (SOBECC, 2005).
O acesso de pessoas devem se restringir aos profissionais desta área.

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FLUXOGRAMA DOS ARTIGOS MÉDICO-HOSPITALARES PROCESSADOS NA
CME (SILVA, 1996).

4. RECURSOS HUMANOS NO CME

O quadro de pessoal que atua no CME deve ser composto por


enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e auxiliares
administrativos, cujas funções estão descritas a seguir.

4.1. Enfermeiro

De acordo com a lei nº7.498, de 25 de junho de 1986 e Resolução SS


392, de 29 de junho de 1994, que dispõe sobre o Regulamento de Exercício
da Enfermagem; o artigo 11 descreve que o enfermeiro exerce todas as
atividades de enfermagem, sendo suas funções privativas: a direção do
órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de
saúde, pública ou privada, a chefia de serviço e de unidade de enfermagem;
a organização e a direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades
técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras de serviços; o planejamento,
a organização, a coordenação, a execução e a avaliação dos serviços de
assistência de enfermagem.
Como integrante da equipe de saúde cabe ao enfermeiro: participar no
planejamento, execução e avaliação da programação de saúde; participar na
elaboração, execução e avaliação dos planos assistenciais de saúde; realizar

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prevenção e controle sistemático de danos que possam ser causados à
clientela durante a assistência de enfermagem; prevenir e controlar
sistemática de infecção hospitalar e de doenças transmissíveis em geral.
Segundo SOBECC (2005), as atividades desenvolvidas pelos
enfermeiros da CME são basicamente:

• Prever e prover materiais necessários para as unidades consumidoras e


que prestam assistência direta aos pacientes
• Planejar sistemas de controle dos processos de limpeza, preparo,
esterilização, armazenagem e distribuição dos artigos
• Desenvolver processos de avaliação dos serviços prestados ao cliente
interno e/ou externo
• Elaborar relatórios mensais de custos, produtividade e estatísticos
• Planejar e fazer anualmente o orçamento do CME, com antecedência de 4
a 6 meses
• estabelecer rotinas para manutenção preventiva dos equipamento
existentes no CME
• Realizar programa de treinamento e educação continuada
• Fazer, de forma sistematizada, o controle e a monitorização dos
processos de limpeza e esterilização de materiais, através de métodos
físicos, químicos, mecânicos e biológicos.
• Elaborar e manter atualizado o manual de normas, rotinas e
procedimentos do CME, o qual deverá estar disponibilizado para consulta
dos colaboradores
• Realizar os testes necessários e emitir parecer técnico, antes da
aquisição de novos materiais e equipamentos
• Checar os relatórios de manutenção de materiais e equipamentos, aprova-
los mediante as evidências do serviço prestado
• Fazer escala mensal de férias e cobertura de feriados
• Fazer relatório diário, contendo informações sobre as atividades
desenvolvidas, atividades pendentes e outras informações importantes
ocorridas durante a jornada de trabalho
• Participar da passagem de plantão, sempre que possível e/ou necessário
• Desenvolver, participar e colaborar com pesquisar e trabalhos científicos
que venham contribuir para o crescimento e as boas práticas da
enfermagem
• Participar ativamente do processo de seleção pessoal
• Manter atualizado inventário de instrumentais, matérias e equipamentos
da CME
• Participar ativamente dos processos de aquisição de materiais e
equipamentos
• Estar atualizado com as tendências técnicas e cientificas relacionadas ao
controle de infecção hospitalar e uso de tecnologias avançadas nos
procedimentos realizados e que englobem material processado pelo CME
• Estabelecer sistemas de prevenção de riscos ocupacionais
• Participar de comissões institucionais que interfiram na dinâmica de
trabalho do CME
• Gerenciar o serviço de enfermagem da unidade

4.2 Técnico de Enfermagem

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Segundo o artigo nº12 da Lei de Exercício Profissional, o técnico de
enfermagem “exerce atividade de nível Técnico, envolvendo orientação e
acompanhamento do trabalho de enfermagem, em grau auxiliar, e
participação no planejamento da assistência de enfermagem”, cabendo-lhe
especialmente participar da equipe de saúde.
Como membro da equipe de enfermagem de uma CME, ao técnico de
enfermagem cabe realizar as atividades com nível de complexidade
intermediário, como:

• Realizar e fazer leitura dos indicadores biológicos, de acordo com


rotinas da instituição
• Receber, conferir, controlar e liberar os materiais consignados
• Realizar a limpeza, preparo, esterilização, guarda e distribuição de
materiais, de acordo com solicitação
• Preparar os carros para cirurgias
• Preparar as caixas cirúrgicas
• Realizar cuidados com materiais endoscópicos em geral
• Monitorar efetiva e continuamente cada lote ou carga, nos processos de
esterilização
• Revisar listagem de caixas cirúrgicas, bem como reposição das mesmas
• Fazer listagem e encaminhamento de materiais e instrumentais para
conserto
• Participar de reuniões de enfermagem e de avaliações, de acordo com a
solicitação do enfermeiro

4.3 Auxiliar de Enfermagem

Segundo o artigo nº12, da Lei do Exercício Profissional, o auxiliar de


enfermagem “exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva,
envolvendo serviços auxiliares de enfermagem sob supervisão, bem como a
participação, em nível de execução simples, em processo de tratamento”,
cabendo-lhe especialmente: participar da equipe de saúde e executar ações
de tratamento simples.
Como membro da equipe de enfermagem de um CME, ao auxiliar de
enfermagem cabe realizar atividades como:

• Recepção e limpeza de artigos médico-hospitalares


• Recepção e preparo de roupas limpas
• Preparo e esterilização dos artigos médico-hospitalares
• Guarda e distribuição dos artigos médico-hospitalares
• Participar de reuniões de enfermagem e de avaliações, de acordo com a
solicitação do enfermeiro.

4.4 Auxiliar Administrativo

As atividades desenvolvidas por este profissional deverão ser


determinadas de acordo com as especificações de cada serviço, mas
geralmente se resumem a pedidos de materiais de consumo, digitação de

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comunicados, escalas de serviço, escala de férias, listagem de caixas
cirúrgicas, de rotina, entre outras. É o meio de ligação entre o ambiente
externo e interno do CME, sendo indispensável para a efetiva comunicação
do setor com os demais setores da instituição.

5. CRITÉRIOS MÍNIMOS RECOMENDADOS PARA PROCESSAMENTO DOS


ARTIGOS

5.1. Definição e Objetivos

Critérios mínimos são conceitos básicos utilizados para determinar as


recomendações de processamento de artigos.
Os artigos a serem processados dever ser classificados segundo os
riscos potenciais de transmissão de infecções para os pacientes (SOBECC,
2005). Desta forma:

Artigos Críticos: são artigos ou produtos utilizados em procedimentos


invasivos com penetração em pele e mucosas adjacentes, tecidos
subepiteliais e sistema vascular, incluindo também todos os artigos ou
produtos que estejam diretamente conectados com estes sistemas. O
processo básico do uso deste artigo ou produto é esterilização para
satisfazer os objetos a que se propõem. Exemplos: agulhas, cateteres
intravenosos, implantes, instrumental cirúrgico, soluções injetáveis.

Artigos Semi Críticos: são artigos ou produtos


que entram em contato com a pela não íntegra,
restritos às suas camadas ou aqueles que
entram em contato com mucosas íntegras.
Requerem desinfecção de alto nível ou
esterilização, para ter garantida a qualidade do
seu múltiplo uso. Exemplos: sonda nasogástrica,
equipamentos respiratórios.

Artigos Não Críticos: são artigos ou produtos destinados ao contato com a


pele íntegra e também aqueles que não entram em contato direto com o
paciente. Requerem limpeza e desinfecção de baixo nível, dependendo do uso
a que se destinam ou do último uso realizado. Exemplos: termômetro,
comadre.

Outros conceitos importantes utilizados nas recomendações de


processamento de artigos

Reprocessamento é o processo a ser aplicado a artigos médico-hospitalares,


exceto os de uso único, para permitir sua reutilização, incluindo limpeza,

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desinfecção, preparo, embalagem, rotulagem, esterilização, testes
biológicos e químicos, analise residual do agente esterilizante.

Reesterilização é o processo de esterilização de artigos já esterilizados,


mas não utilizados, em razão de eventos ocorridos dentro do prazo de
validade do produto ou da esterilização, que comprometeram o processo ou
os resultados da esterilização inicial, de forma que esta deixou de ser
segura.

6. LIMPEZA DE ARTIGOS MÉDICO-HOSPITALARES

6.1. Definição

Limpeza é o processo que visa à remoção de sujidade visível (orgânicos


e inorgânicos) e, por conseguinte, a retirada da carga microbiana. Portanto
trata-se de uma etapa essencial e indispensável para o reprocessamento de
todos os artigos médico-hospitalares, sejam críticos, semi-críticos ou não
críticos.
A limpeza sempre deve preceder os procedimentos de desinfecção ou
esterilização (RURALA, 1990). Vários estudos, como os de RUTULA (1993) e
ZANON (1987), comprovaram que a presença de matéria orgânica protege os
microrganismos, tornando os processos subseqüentes ineficientes.
O emprego da ação mecânica e soluções adequadas aumentam a
eficiência da limpeza. Se um artigo não for adequadamente limpo, isto
dificultará os processos de desinfecção e esterilização. Quando o número
inicial de microrganismos contaminantes, “bioburden”, é muito alto, há
redução na probabilidade de eliminação destes microrganismos ao final do
processo de limpeza. A matéria orgânica impede que o agente esterilizante
ou desinfetante entre em contato com o artigo. Resíduos de matéria
orgânica ou outros (óleo, medicamentos, soluções) podem estimular pontos
de corrosão e favorecer reações cruzadas com soluções esterilizantes e/ou
desinfetantes, reduzindo a vida útil dos artigos.

6.2. Objetivos

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Um processo de limpeza no mínimo deve:

• Reduzir a carga microbiana natural dos artigos


• Remover contaminantes orgânicos e inorgânicos
• Remover a sujidade dos artigos

É sabido que a carga microbiana dos artigos médico-hospitalares varia.


RUTALA et al (1998) realizou trabalhos para dimensionar esse nível nos
instrumentos cirúrgicos após o uso clínico e também depois do processo de
limpeza padrão, manual ou automatizado, com detergente enzimático,
enxágüe e secagem. Tais estudos evidenciaram que os artigos utilizados em
áreas estéreis continham uma carga microbiana baixa (< 103), quando
comparada com a dos empregados em áreas não estéreis (105 a 109 por
peça).

6.3. Recomendações:

• Elaborar rotinas técnicas escritas para o procedimento de limpeza,


secagem e encaminhamento dos artigos.

• Selecionar o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI)


adequados: luvas de borracha antiderrapante e de cano longo, avental
impermeável, gorro, proteção de face, máscara e óculos, botas plásticas
ou impermeáveis e protetores auditivo se utilizar ultras sônica;

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• Selecionar o método de limpeza de acordo com o tipo de artigo.
• Selecionar os produtos de limpeza que apresentem eficácia e boa relação
custo-benefício.
• Os produtos devem possuir registro no Ministério da Saúde para a
aplicação a que se destinam. O rótulo dos produtos devem estar de
acordo com as exigências legais para o tipo de produto, devendo incluir
recomendações sobre manuseio, diluição, EPIs necessários, indicação e
contra indicação
• Aplicar os seis passos do processo de limpeza: agrupar por tipo de artigo,
imergir ou embeber em solução, limpar, enxaguar em água potável,
• enxaguar em água deionizada ou desmineralizada e secar.
• Observar o preenchimento dos lumes dos artigos com a solução de
limpeza, assim como o enxágüe.

6.4 Produtos de limpeza

6.4.1. Limpadores enzimáticos

Definição:

Os limpadores enzimáticos são compostos basicamente por enzimas,


sulfactantes, solubilizantes e álcool isopropílico. A combinação balanceada
desses elementos faz com que o produto possa remover a matéria orgânica
do material em curto período de tempo (em média 3 minutos).

A eficiência da limpeza é aumentada quando são utilizados limpadores


enzimáticos. Seu princípio ativo são as enzimas protease, amilase,

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carboidratases e limpases, que a propriedade de promover transformações
nas proteínas, nos polissacarídeos e nas gorduras. O mecanismo de limpeza
ocorre pela ação das enzimas sobre a matéria orgânica, que decompõe o
sangue e os fluídos corpóreos aderidos aos artigos, facilitando sua remoção
e promovendo uma limpeza adequada (RUTALA citado por SCARPITTA, 1997).
Essa associação enzima-detergente promove uma limpeza química rápida em
locais de difícil acesso ou em lumes estreitos. O detergente enzimático tem
pH neutro, não são corrosivos, são atóxicos e permitem o enxágüe simples.
Resíduos de limpadores enzimáticos em artigos podem provocar eventos
adversos no paciente, caso não sejam adequadamente removidos (LEE et al
2000), Muitos fabricantes possuem opção diferenciada de limpadores
enzimáticos para a limpeza manual ou mecânica automatizada.

Recomendações:

• Utilizar limpadores enzimáticos sempre que possível e desde que


justificada a relação custo-benefício
• Verificar o modo de diluição, prazo de validade após a diluição, tempo de
imersão e método de utilização, de acordo com as recomendações do
fabricante.
• Selecionar apenas limpadores enzimáticos que possuam registro no
Ministério da Saúde para a aplicação a que se destinam.
• Remover completamente os limpadores enzimáticos com água corrente
abundante
• Utilizar obrigatoriamente os limpadores enzimáticos para limpeza de
instrumentos endoscópicos.
• Selecionar o tipo de limpadores enzimáticos para a limpeza manual ou
mecânica automatizada, de acordo com a recomendação do fabricante.

6.4.2. Detergentes e Desincrostantes

Definição: Os detergentes são todos os produtos que contêm em sua


formulação um tensoativo, com finalidade de reduzir a tensão superficial da
água e promover umectação, dispersão e suspensão das partículas. Os
desincrostantes são detergentes para a limpeza de artigos, por imersão.
Embora a eficiência da limpeza comparativa com os produtos
enzimáticos seja menor, há indicações de uso destes produtos quando se tem
pouca matéria orgânica, devido ao baixo custo relativo, salvo se o
detergente ou o desincrostante apresentar maior relação corrosiva do que o
enzimático. A mistura de produtos de limpeza entre si ou a associação com
produtos desinfetantes pode reduzir a eficiência da limpeza e aumentar o
risco ocupacional pela formação de produtos tóxicos.

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Atenção: Cabe ressaltar que os desincrostantes são detergentes, porém nem
todo detergente tem ação desincrostante.

Recomendações:

• Empregar detergente em artigos cujo volume de matéria orgânica seja


pouco ou desprezível.
• Remover completamente detergente ou o desincrostante em água corrente
abundante.
• Utilizar apenas um tipo de agente limpante (detergente, desincrostante
ou enzimático) para cada processamento.
• Não utilizar detergentes em instrumentos cirúrgicos, pois podem ocorrer
pontos de corrosão.

Quando tipos de solução podem ser utilizados na descontaminação dos


artigos: água potável, água associada a um detergente, detergente
enzimático ou detergente desinfetante. O quadro a seguir, mostra as
vantagens e as desvantagens das quatro soluções de descontaminação dos
artigos.

6.5. Métodos de limpeza

A seleção do método é a etapa de escolha e elaboração de normas e


rotinas para os métodos de limpeza a serem empregados.
A limpeza de qualquer artigo deve ser feita de maneira rigorosa e
meticulosa, procurando desenvolver, para cada tipo de material, a melhor
maneira de executar essa tarefa. Deve-se selecionar o método que seja mais
adequado ao tipo de material utilizado, de acordo com as necessidades e
recursos disponíveis no serviço. Dessa maneira a limpeza poderá ser feita
manualmente ou mecanicamente.

Vantagens e desvantagens de diferentes soluções para imersão de


artigos. (NINEMEIER, 1998)

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SOLUÇÃO VANTAGENS DESVANTAGENS

Não amolece a
Mantém o sangue e a sujeira e nem
Água potável
sujidade úmida. remove a sujeira
encrostada.

A ação mecânica é
necessária para
Detergente Facilitar a retirada
remover a
neutro da sujidade seca.
sujidade
encrostada.

A efetividade da
limpeza depende
Efetivo na remoção
da concentração
Limpador de sujidade, sem a
de enzimas,
enzimático necessidade da ação
temperatura da
mecânica.
solução e tempo
de contato.

A matéria
Retirar a sujeira orgânica
ainda não aderida e existente afeta a
amolece a ação do
Desinfetante encrostada. Reduz o desinfetante e
número de pode causar falsa
microrganismos dos impressão de
artigos. segurança ao
profissional.

6.5.1 Limpeza manual

Definição: É a limpeza executada


através de fricção com escovas e uso
de soluções de limpeza.

Recomendações:

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• Restringir a limpeza manual para os artigos delicados que não possam ser
processados por métodos mecânicos.
• Empregar preferencialmente soluções enzimáticas para a limpeza.
• Utilizar EPI adequados: luvas grossas de borracha antiderrapantes de
cano longo, aventais impermeáveis, bota, gorro, protetor facial ou
máscara e óculos de proteção.
• Utilizar escovas não abrasivas.
• Estabelecer freqüência de limpeza de escovas e substituição das que
estiverem em más condições de uso.
• Friccionar os artigos sob a água para evitar aerosóis de microrganismos.
• Enxaguar abundantemente com água até remover a sujidade e o
detergente

6.5.2 Limpeza mecânica

Definição: É desenvolvida através de equipamentos como lavadora ultra-


sônica, lavadora esterilizadora, lavadora desinfectadora e lavadora de
descarga.
O uso de maquinas para a limpeza de artigos minimiza o risco de
acidentes com material biológico, pela redução do manuseio destes artigos
contaminados. Mesmo assim, o profissional deve utilizar os EPIs adequados.

Lavadora ultra-sônica: remove a sujidade pelo processo de cavitação,


segundo o qual inúmeras bolhas, produzidas por oscilações de ondas ultra-
sônicas, explodem na superfície das peças, criando pressões negativas, tipo
ventosas, que dissolvem e dispersam
os resíduos aderidos aos artigos
(TAKEITI; GRAZIANO, 2000). É um
método efetivo de limpeza dos
instrumentos cirúrgicos,
principalmente os que possuem
conformações complexas e lumes, de
acordo com a Associação Paulista de
Estudos e Controle de Infecção
Hospitalar (APECIH, 1999)

A Association of peri-Operative
Room Nurse (AORN, 2002) recomenda
a limpeza manual ou mecânica previa
no processamento dos instrumentos
cirúrgicos em lavadoras ultra-sônicas. Após a limpeza por meio dessas
maquinas, deve-se proceder ao enxágüe e à secagem. A água da lavadora
ultra-sônica necessita de troca quando suja.

Lavadora esterilizadora e desinfetadora: a limpeza é feita pela ação da


força do spray e de jatos da água, associados à ação do detergente para a
remoção da sujidade. Esse processo mecânico envolve sucessivas etapas, tais
como a pré-lavagem com água fria, a lavagem propriamente dita com
detergente e finalmente, o enxágüe. A solução de detergente é aplicada sob

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pressão por meio de bicos ou braços rotativos existentes em tais
equipamentos. Usualmente, é utilizada a água leve deionizada no enxágüe
final. O ciclo completo inclui também a secagem, feita com ar quente. A
diferença da lavadora esterilizadora esta no ciclo completo de lavagem um
ciclo de esterilização.
O mercado nacional e internacional oferece vários modelos dessa
lavadora, com diferentes tipos, tempos e temperatura de processamento,
cabendo ao usuário selecionar o tipo que melhor se adeqüe à sua realidade.

Lavadora de descarga: destinada à limpeza e à desinfecção de comadres,


papagaios e frascos de vidro para a coleta de secreções e excreções. Neste
tipo de equipamento, não há necessidade de esvaziamento prévio dos
recipientes, visto que os dejetos vão diretamente para o esgoto na etapa
inicial do processamento, não voltando a circular nas etapas subseqüentes.

6.6. Recomendações para procedimentos de limpeza para artigos


específicos

6.6.1. Instrumentos cirúrgicos e outros artigos de uso geral

Definição: Instrumentos cirúrgicos envolvem uma enorme gama de materiais,


que se classificam como artigos críticos, sendo utilizados nos mais diversos
procedimentos anestésico-cirurgicos.

Recomendações:

• Os instrumentos cirúrgicos devem ser submetidos ao processo de limpeza


o mais breve possível para facilitar a remoção de sujidades aderidas em
reentrâncias.
• É recomendável a lavagem em lavadora desinfectora antes da manipulação
pelos funcionários.
• Lavar peça por peça, fazendo fricção delicadamente, utilizando escova
apropriada no corpo, nas articulações e na cremalheira da pinça, segundo
a direção das ranhuras.
• Lavar manualmente os instrumentos cirúrgicos delicados, pois podem ser
danificados se lavados em maquinas.

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• Escolher um método de limpeza que seja eficaz e conserve o material,
pois a imersão prolongada de instrumentos cirúrgicos em produtos
químicos pode danificá-los e reduzir sua vida útil.
• Separar os instrumentos cirúrgicos cortantes e pesados, colocando-se os
leves por cima.
• Desmontar os instrumentos cirúrgicos, sempre que possível.
• Abrir as pinças e desconectar componentes desmontáveis.
• Colocar instrumentos cirúrgicos organizadamente nos cestos aramados,
de maneira que todos eles fiquem expostos à ação da lavadora.
• Utilizar produtos e escovas não abrasivos, a fim de evitar a corrosão dos
instrumentos cirúrgicos.
• No caso de materiais pontiagudos, abrir, realizar limpeza cuidadosa,
enxaguar e fechar novamente.
• Em materiais canulados, utilizar pistola da água sob pressão de ar
comprimido.
• Utilizar na lavadora ultra-sônica apenas instrumentos com o mesmo tipo
de liga metálica, pois no caso de diferentes ligas pode ocorrer
transferência de íons e produção de pontos de corrosão e quebra.
• Instrumentos cirúrgicos e outros artigos recém adquiridos devem
receber um processamento de limpeza antes da primeira esterilização e
uso, para remover poeiras e gorduras.
• Enxaguar abundantemente o artigo.
• Realizar secagem rigorosa, em área limpa, com bancada previamente
desinfetada com álcool 70% e forrada com tecido de cor clara, para
facilitar a inspeção.
• Inspecionar criteriosamente a qualidade da limpeza, com o auxilio das
lentes e boa iluminação.
• Lubrificar as articulações dos instrumentais com lubrificantes minerais e
permeáveis ao vapor, pois os lubrificantes oleosos podem abrigar esporos
bacterianos, mesmo após a esterilização.
• Validar o processo de limpeza dos artigos.

6.6.2. Artigos endoscópicos

Definição: endoscópios são equipamentos que permitem a visualização direta


de cavidades corporais através de instrumentos ópticos, podendo executar
funções diagnósticas ou terapêuticas.
Os artigos endoscópicos apresentam configuração extremamente
complexa, requerem o uso obrigatório de soluções enzimáticas e cuidados
especiais para a limpeza. A etapa da secagem, após a limpeza, é importante
para que resíduos líquidos não apresentem interação com o produto químico
(ETO, formaldeído, peróxido de hidrogênio) e também para que não ocorra
diluição do desinfetante. O enxágüe abundante, após a desinfecção, é
fundamental para evitar irritação química nas estruturas manuseadas.
Microrganismos presentes na água comum podem ser transferidos para o
paciente durante o procedimento, por isto, há necessidade de enxágüe com
água estéril, após a desinfecção, exceto quando se tratar de endoscópios
para via digestiva alta. A desinfecção deve ser feita entes do primeiro
procedimento do dia, após o uso e entre um paciente e outro. Os artigos

18
devem ser guardados escrupulosamente limpos e secos para evitar corrosão
e crescimento de microrganismos (FERNANDES, 2000).

Recomendações:

• Desconectar os componentes dos endoscópios e imergi-los em soluções


enzimáticas, instilando, com auxilio de uma seringa, a solução dentro dos
lumes.
• Manter o tempo de imersão de acordo com as recomendações do
fabricante.
• Utilizar escova de cerdas macias para realizar a limpeza mecânica do
instrumento, dando especial atenção às cremalheiras e aos canais
internos.
• Enxaguar abundantemente e secar os componentes com tecido absorvente
ou ar comprimido, de acordo com a configuração do artigo.
• Encaminhar os componentes termo-resistentes para esterilização por
autoclave a vapor saturado.
• Encaminhar os componentes termo-sensíveis para o método de
esterilização adequado, de acordo com as recomendações da Comissão de
Controle de Infecção Hospitalar (CCIH).
• No caso de desinfecção com soluções germicidas, enxaguar
abundantemente com água esterilizada e secar assepticamente. Utilizar
luvas estéreis nesta etapa.
• Após a ultima utilização do dia, lavar, desinfetar, e secar os artigos
criteriosamente para guardar.
• Limpar os componentes dos endoscópios, que não podem ser imersos com
tecido contendo solução enzimática e, em seguida, friccionar álcool 70%.

6.6.3 Materiais de Assistência Respiratória

Definição: são artigos semi-


críticos utilizados na
assistência ventilatória: Ex:
nebulizadores, circuitos de
anestesia, circuitos de
equipamentos de suporte
respiratório.

Justificativa: Os artigos de
uso respiratório senso, de
modo geral, classificados
como semi-criticos, devem ser
esterilizados ou receber desinfecção de alto nível. Em muitas situações, a
relação custo-benefício justifica a opção para esterilização, especialmente
quando se trata de preservar a vida útil do material.
O hipoclorito de sódio é o desinfetante de escolha para artigos de uso
respiratório que não possuam componentes metálicos, devido ao seu alto

19
poder germicida, baixo custo e baixa toxidade. O hipoclorito de sódio,
contudo, não deve ser utilizado em componentes metálicos, devido à sua
atividade corrosiva. Neste caso, a opção é pelo glutaraldeído 2%. Quando se
utiliza glutaraldeído, é obrigatório o enxágüe abundante, a fim de evitar
irritação química das mucosas devido a eventuais resíduos do germicida.
Quando se trata de componentes plásticos, borracha e outros
materiais porosos, é contra indicada a utilização de desinfetantes à base de
fenol sintético, pois estes artigos podem absorver o fenol, aumentando o
risco de toxidade.

Recomendações:

• Utilizar equipamentos que realizam limpeza e termodesinfecção


simultâneas, que favorecem a redução dos riscos com o pessoal e a
padronização do processo de limpeza.
• Desconectar cuidadosamente válvulas, diafragmas e pequenos copos de
reservatório e imergir em recipiente plástico com detergente enzimático,
afim de evitar perdas.
• Imergir artigos, traquéias, ambús, máscaras, etc, em recipiente com
detergente enzimático.
• Lavar os artigos com escovas adequadas, após o tempo de imersão
recomendado pelo fabricante.
• Enxaguar com água abundante.
• Utilizar preferencialmente secadoras ou pistolas de secagem.
• Secar cuidadosamente antes de proceder à desinfecção ou esterilização,
com o auxilio de tecido absorvente e que não solte resíduos.
• No caso de realizar desinfecção através de imersão em germicidas,
realizar o enxágüe abundante, secagem e uso imediato do artigo.
• Desenvolver técnicas de desinfecção ou esterilização de acordo com os
artigos específicos, conforme descrito no quadro abaixo:

Limpeza com jato de ar


medicinal

20
Material de assistência respiratória, segundo tipo de processamento.

MATERIAL PROCEDIMENTO
Analisador de O2 Realizar limpeza seguida de desinfecção com álcool 70%
Cabo de Limpar com tecido embebido em solução detergente ou
laringoscópio enzimática, remover com pano úmido, secar e desinfetar com
álcool 70%.
Cânula de entubação e Descartar após o uso.
sonda de aspiração
Circuito tubular e Aplicar um dos processos, de acordo com preconização da CCIH:
intermediário esterilização por óxido de etileno, plasma de peróxido de
hidrogênio ou autoclave de formadeído; ou desinfecção com
hipoclorito de sódio 1%.
Fio guia Realizar limpeza, seguida de esterilização em autoclave a vapor

Lamina de Desconectar a lâmpada e limpa-la, lavar a lâmina com água


laringoscópio corrente e detergente;proceder à desinfecção, através de
imersão em glutaraldeído 2% ou fricção com álcool 70% por três
vezes.
Máscara Realizar limpeza seguida de desinfecção com hipoclorito de sódio
1% ou álcool 70%.
Nebulizador, ambú, Realizar limpeza seguida de desinfecção com hipoclorito de sódio
cânula de guedel, 1%. O componente metálico do ambú requer desinfecção com
inalador glutaraldeído 2%.

Limpeza de material de assistência respiratória em lavadoras ultra-sonicas.

21
6.6.4. Motores, serras, aparelhos elétricos e pneumáticos.

Definição: são equipamentos utilizados para serrar e perfurar ossos em


cirurgias ortopédicas, cardíacas, neurológicas, entre outras.

Recomendações:

• Desconectar cada acessório, como: motor, peça de mão, protetor de


broca, broca, serra e lâmina, e manter no próprio recipiente do aparelho,
a fim de evitar perdas.
• Imergir em recipiente com detergente enzimático, exceto a peça do
motor.

Quando se trata de equipamentos pneumáticos deve-se:

• Conectar o chicote na peça de mão do aparelho; enxaguar em água


corrente, removendo o excesso de sujidade e deixando a ponta do
aparelho virada para baixo, a fim de evitar danos aos rolamentos e
engrenagens. Alguns fabricantes contra indicam a utilização de água
corrente nos chicotes.
• Lavar todos os acessórios, como lâminas, brocas e chicotes, manualmente,
com o auxilio de escovas apropriadas, micro escovas de cerdas curtas e
macias, esponjas e detergente enzimático.
• Enxaguar abundantemente os acessórios com água corrente, evitando a
entrada de água no chicote e secar com uma compressa.
• Organizar os acessórios em recipiente já limpo e encaminhar para a área
de preparo.
• Realizar inspeção visual para observar resíduos de sujidade e a presença
de danos no aparelho.

Quando se tratar de equipamentos elétricos deve-se:

• Realizar o processo de limpeza com um tecido macio umedecido em


detergente enzimático, seguida da limpeza com tecido macio úmido, até
que se retire todo o detergente do aparelho.
• Não imergir em soluções químicas ou em água corrente.
• Organizar os acessórios em recipiente já limpo e encaminhar para a área
de preparo.
• Realizar inspeção visual, para observar a existência de resíduos de
sujidade e a presença de danos no aparelho.
• Preceder à lubrificação com lubrificante vegetal ou o que for
recomendado pelo fabricante do aparelho.

22
6.6.5 Artigos tubulares

Definição: são todos os artigos que apresentam lume, como, por exemplo as
borrachas de aspiração usadas para aspiração de secreções.

Justificativa: A configuração de artigos tubulares não permite verificar a


eficiência da limpeza na parte interna, o que compromete o controle da
esterilização. Devido ao número de reprocessamentos de artigos de látex,
ocorre desgaste do material, colabamento, ressecamento e rachadura,
favorecendo a permanência de microorganismos, que não poderão ser
eliminados nas limpezas subseqüentes. Muitos serviços já comprovaram uma
relação custo positiva quando se utiliza artigos tubulares descartáveis. As
tubulações de silicone para lipoaspiração permitem a esterilização por meio
de autoclave a vapor.

Recomendações:

• Utilizar preferencialmente tubulações de PVC, silicone ou poliuretano


(polivinil), de uso individualizado e descartável.
• No caso de utilizar tubulações que serão reprocessadas, recomenda-se a
compra de artigos transparentes, para melhor visualização da limpeza.
• Limpar as tubulações o mais rápido possível após o uso.
• No caso de utilizar tubulações de látex, após cada utilização, deve-se
aspirar a água abundantemente, para evitar o ressecamento da matéria
orgânica na luz do tubo.
• Submergir as tubulações, garantindo que o ar possa sair do lume,
observando-se a entrada da água por todo o lúmen ou forçando a entrada
do líquido, com o auxilio de uma seringa.
• Imergir em solução enzimática no CME ou em solução de peróxido de
hidrogênio 3% (para artigos não-metálicos), ou ainda utilizar a limpeza
por meio de máquina ultra-sônica.
• Enxaguar abundantemente, com água corrente, utilizando-se torneiras
com bico de pressão, que permitam a adaptação direta da tubulação.
• Secar com ar comprimido.
• Encaminhar ao processo de desinfecção ou de esterilização por óxido de
etileno ou autoclave a vapor, de acordo com o preconizado pela CCIH da
instituição.
• Desinfecção por hipoclorito de sódio a 1%.

7. DESINFECÇÂO DE ARTIGOS

7.1. Definição

Desinfecção é o processo de eliminação ou destruição de microorganismos,


patogênicos ou não, forma vegetativa, presentes nos artigos e objetos
inanimados, mediante a aplicação de agentes físicos ou químicos (Brasil,
2001). Este processo é dividido em três níveis:

23
Desinfecção de alto nível: destrói todas as bactérias vegetativas,
microbactérias, fungos, vírus e parte dos esporos. O enxágüe devera ser
feito preferencialmente com água estéril e a manipulação deve seguir o uso
de técnica asséptica. É indicada para artigos, com lâmina de laringoscópio,
equipamento de terapia respiratória, anestesia e endoscópio de fibra
flexível. Os agentes mais comumente utilizados são os glutaraldeído e o
ácido peracético, além do processo de pasteurização.

Desinfecção de nível intermediário: tem ação viruscida, bactericida para


formas vegetativas; inclusive contra o bacilo da tuberculose; não destrói
esporos. Os compostos mais utilizados são: cloro, iodóforos, fenólico e
álcoois.

Desinfecção de baixo nível: é capaz de eliminar todas as bactérias na


forma vegetativa; não tem ação contra esporos, vírus não lipídicos, nem
contra o bacilo da tuberculose; tem ação relativa contra fungos. O composto
mais comumente utilizado é o quartenário de amônia.

7.2 Objetivo

Evitar a propagação dos focos de infecção de um paciente a outro.

7.3. Métodos de Desinfecção de Artigos

O método deve ser escolhido em função das características do artigo.

Processo físico: compreende a exposição ao calor úmido, através da água em


ebulição por 30 minutos ou, preferencialmente, utilizando-se sistemas
automáticos, pressão de jatos d’água com temperatura entre 60 e 90ºC
durante 15 minutos, como nas máquinas lavadoras sanitizadoras,
esterilizadoras, de alta pressão, termodesinfectadoras e similares (BRASIL,
1998).

Processo químico: compreende a utilização de produtos químicos, cujos


princípios ativos preconizados pela Portaria nº15, de 23 de agosto de 1988,
do Ministério da Saúde (MS) são os seguintes:

• Aldeídos (formaldeído e glutaraldeído)


• Fenólicos (fenol sintético)
• Quartenário de amônio
• Compostos orgânicos liberadores de cloro ativo
• Compostos inorgânicos liberadores de cloro ativo (hipoclorito de sódio)
• álcoois
• peróxidos

7.4 Recomendações

• Utilizar a EPI: gorro, máscara, óculos de proteção, avental


impermeável, luvas de borracha.

24
• Utilizar recipiente de vidro ou plástico rígido com tampa, sendo
recomendado recipiente duplo: um perfurado e outro íntegro.
• Caso seja necessária a utilização de cuba metálica, esta deve ser
forrada com compressa, para evitar que sua superfície entre em
contato com os instrumentos metálicos, formando-se uma corrente
galvânica, que desgasta os materiais submetidos à desinfecção
química.
• Lavar o material minuciosamente e secar antes da submersão
completa em solução desinfetante.
• Imergir o artigo na solução em quantidade suficiente para envolvê-lo
completamente.
• Preencher com solução desinfetante o artigo que contenha áreas
ocas.
• Obedecer ao tempo de imersão recomendado pelo fabricante.
• Enxaguar abundantemente os artigos submetidos à desinfecção
química com água estéril (AORN, 2000). Para a desinfecção de nível
intermediário e de baixo nível poderá ser utilizada água potável.
• Adotar métodos de validação e monitorização dos processos de
desinfecção.
• Seguir as normas legais: utilizar produtos com registro no Ministério
da Saúde, que contenham indicações precisas no rótulo, toxidade
mínima para os artigos e para os profissionais da saúde e custo
acessível.
• Controlar a qualidade nos processos de desinfecção.
• Zelar para não recontaminar o material.
• Proceder à secagem rigorosa, antes de guardar, para evitar o
crescimento de fungos.

7.5 Recomendações para estocagem

• A AORN (2002) não recomenda a estocagem dos artigos submetidos à


desinfecção e, caso seja necessário, devem receber, no mínimo,
desinfecção de alto nível antes do uso, sendo esse método mais prudente
para proteger os pacientes de infecção.
• Restringir a circulação de pessoal na área de estocagem.
• Manter a umidade relativa do ambiente em torno de 30 a 50%, com
temperatura próxima de 20ºC.

8. PASTEURIZAÇÂO

8.1. Definição

Pasteurização é o sistema mecânico de desinfecção, usado para


reprocessamento de produtos semi críticos e não críticos, visando a
destruição de microorganismos na sua forma vegetativa.

O Centers for Disease Control and Precention (CDC) recomenda a


desinfecção de alto nível como o tratamento mínimo para os artigos semi
críticos. Deve ser esperado que se destrua microorganismos vegetativos, a

25
maioria dos esporos de fungos, bacilos da tuberculose, vírus pequenos e não
lipídicos e vírus médios ou lipídicos.

8.2. Objetivo

Realizar a desinfecção de alto nível.

8.3. Mecanismo de ação

O processo de pasteurização destrói bactérias, por meio da coagulação


da proteína da célula e a água, por causa da alta condutividade térmica (20
vezes maior que o ar), é um meio eficiente para transmitir o calor exigido
para destruir os microorganismos. A pasteurização reduz o risco
ocupacional; é econômico e seguro para o meio ambiente.

8.4. Parâmetros do processo

Temperatura = 76ºC
Tempo = 30 minutos

8.5. Ciclo da pasteurização

ETAPA JUSTIFICATIVA

1) Preenchimento do Início do processo de


tanque 1 limpeza

2) Lavagem Limpeza pré pasteurização

26
3) 1ª Rinsagem Enxágüe do detergente

Reforçar remoção do
4) 2ª Rinsagem
detergente
5) Transferência da
água armazenada do Início do processo de
tanque 2 para o tanque pasteurização
1
Período de pasteurização,
6) Pasteurização propriamente dito, em 30
minutos

Armazenamento da água
7) Retorno da água do
(que deverá ser trocada
tanque 1 para o tanque
semanalmente ou conforme
2
orientação do fabricante)

8.6. Recomendações

• Lavar as mãos.
• Usar EPI: gorro, máscara, óculos de proteção, avental impermeável, luvas
de borracha.
• Desconectar conjuntos respiratórios e acondicionar em bolsas de nylon,
específicas do equipamento, evitando-se perdas, impacto, danos no
equipamento e prevenir recontaminação no manuseio após o processo.
• Carregar o equipamento com os artigos a serem processados.
• Programar o equipamento conforme orientações do fabricante.
• Utilizar técnica asséptica para retirada do material (luvas, touca e
máscara).
• Encaminhar o material para secagem, preferencialmente para a secadora
ou secagem manual em ambiente limpo, sobre bancada previamente limpa
com álcool isopropílico e forrada com tecido limpo, com boa iluminação e
provida de pistola de ar comprimido de uso hospitalar, livre de umidade.
• Enxaguar com álcool 70% ou absoluto, de acordo com o CDC, para facilitar
a secagem com ar comprimido.
• Realizar o processo em área física limpa e especifica.
• Utilizar embalagem de polietileno não reciclado, com gramatura mínima de
1 micra.
• Utilizar secagem térmica.
• Validar o processo conforme os critérios estabelecidos no documento de
validação para pasteurização (Interntional Organization for
Standardization, 2000).
• Registrar, documentar e arquivar ao término de cada ciclo do processo.

27
9. PREPARO E EMPACOTAMENTO DE MATERIAIS.

Área de Encartuchamento.

9.1. Definição

Trata-se da preparação do artigo de acordo a sua classificação


(crítico; semi-crítico e não crítico), embalando-o em invólucro compatível
com o processo e com o próprio artigo.

9.2. Objetivo

Oferecer ao usuário um artigo em boas condições de funcionalidade e


proteção adequada, com principal atenção ao preparo dos artigos a serem
esterilizados para favorecer a transferência asséptica, sem risco de
contaminação.

9.3. Recomendações:

• Lavar as mãos antes de iniciar o preparo e o empacotamento dos artigos.


• Inspecionar o artigo antes do empacotamento, quanto à limpeza,
integridade e funcionalidade.
• Selecionar a embalagem, de acordo com o processo, o peso e o tamanho do
artigo.
• Avaliar a necessidade de utilização de embalagens duplas, de invólucros
compostos por plástico e/ou papel para empacotar diversos itens a serem
apresentados em embalagens únicas, ao campo estéril.
• Realizar o ajuste perfeito de embalagens duplas, verificar se as mesmas
não apresentam dobras internas e se ajustam perfeitamente à parte
externa.
• Fazer identificação, antes da esterilização, na embalagem do artigo, com
as seguintes informações: descrição do conteúdo, método de
esterilização, controle do lote, data de esterilização, data de validade,
identificação do responsável técnico.
• As informações devem constar em fita ou etiqueta adequada e não
diretamente no invólucro. O papel grau cirúrgico deve ser etiquetado na

28
porção plástica. As canetas utilizadas devem não manchar e a tinta deve
ser atóxica.
• Observar se a selagem está íntegra, pois falhas na selagem permitem
entrada de microorganismos.
• Remover o ar do interior das embalagens compostas de papel grau
cirúrgico ou filme plástico antes de selar, porque a expansão de ar no
interior da câmara de esterilização pode produzir a abertura do pacote.
• Adotar técnica de empacotamento universalmente aceita.

10. SELEÇÂO DE EMBALAGENS DE MATERIAIS

10.1. Definição

Os sistemas de embalagens incluem tecido não tecido, invólucros


compostos por plásticos e/ou papel e sistema de “containers”, devendo
assegurar a esterilidade do conteúdo do pacote até sua abertura e facilitar
a abertura do mesmo, com técnicas assépticas.

10.2. Recomendações

É necessário selecionar o sistema de embalagem de acordo com as seguintes


características:

• Ser apropriado para o artigo e o método de esterilização e suportar as


condições físicas do processo.
• Prover integridade adequada de selagem a ser à prova de violação.
• Ser barreira microbiana.
• Fornecer barreira adequada a líquidos.
• Permitir adequada remoção do ar.
• Permitir a penetração e a remoção do agente esterilizante.
• Proteger o conteúdo do pacote de danos físicos.
• Resistir rasgos e perfurações.
• Ser livre de furos e microfuros.
• Não conter ingredientes tóxicos, alvejante óptico, corante ou amido.
• Ter impresso o indicador químico específico para cada tipo de
esterilização.
• Evitar a liberação de fibras ou partículas.
• Não oferecer dificuldades à abertura do pacote, permitindo observar os
princípios da técnica asséptica.
• Ter relação custo-benefício positiva.
• Ser de fácil obtenção no mercado.
• O sistema de embalagens deve ser usado de acordo com as instruções
escritas do fabricante a ter registro no Ministério da Saúde.

Técnica de acondicionamento de Material

29
Técnica de Dobradura de Avental

Técnica de Dobradura de Campo


Fenestrado

30
O sistema de embalagem deve ser compatível com o processo de
esterilização, de acordo com o quadro anexo (ANEXO 1).

Papel de grau Cirúrgico Seladores

31
Contêiner

Seladores

Material embalado em Papel de Grau Cirúrgico

Tambores Manta de Polipropileno

11. PROCESSOS DE ESTERILIZAÇÂO

32
11.1 Definição

Esterilização é o processo pelo qual os microorganismos são mortos a


tal ponto que não seja possível detectá-los no meio de cultura padrão no
qual previamente haviam proliferado. Um artigo é considerado estéril quando
a probabilidade de sobrevivência dos microorganismos que o contaminam é
menos do que 1:1.000.000 (GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000).

11.2. Considerações gerais

Um dos avanços que pode ser destacado nas áreas da desinfecção e da


esterilização dos instrumentos cirúrgicos, no contexto hospitalar, é a
compreensão de que os microorganismos não morrem todos ao mesmo tempo
quando submetidos à maioria dos processos de esterilização.
A morte de tais agentes ocorre em uma curva exponencial, na qual, num
primeiro momento, chamado de valor D, 90% dos microorganismos
desaparecem. Sucessivamente, em um segundo instante de valor D, 90% dos
10% restantes são eliminados e assim por diante, até atingir um nível de
segurança de 10 elevado a -6, em que o valor D tenha sido aplicado por 12
vezes para um artigo contaminado.
Entende-se como valor D o tempo de exposição de exposição
necessário para reduzir em um logaritmo a concentração de microorganismos
expostos a um segundo agente esterilizante (GRAZIANO; SILVA; BIANCHI,
2000; PADAZONE; DEL MONTE, 1999).
Essas considerações se aplicam a todos os processos de esterilização
convencionalmente utilizados em instituições de saúde e demonstram a
importância de garantir, por meio da limpeza, um contingente microbiano
inicial reduzido nos artigos (GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000).

11.3. Tipos de processos de esterilização

33
A esterilização pode ser realizada por meio de processos físicos,
químicos ou físico-químicos:

Processos físicos

• Vapor saturado sob pressão (autoclave)


• Calor seco (estufa)
• Radiação (raio gama-cobalto 60)

Autoclave

Estufa

Processos químicos

• Grupo dos aldeídos (glutaraldeído, formaldeído).

Processos físico-químicos

• Óxido de etileno (ETO)


• Plasma peróxido de hidrogênio (H2O2)
• Paraformaldeído
• Ácido peracético

11.3.1. Esterilização por vapor saturado sob pressão

Definição:

O equipamento consiste em uma câmara de aço inoxidável, com uma ou duas


portas, contendo válvula de segurança, manômetro de pressão e indicador de
temperatura. É o processo mais utilizado em hospitais e é o mais econômico
para esterilização de artigos termo resistentes (SOBECC, 2000).

34
O aparelho tem o principio da marmita de Papin, ou seja, a água
aquecida em ambiente fechado forma vapor sob pressão e pode atingir
temperaturas elevadas (BRASIL, 2001).

Os tipos de autoclaves são:

• Gravitacional: a injeção do vapor na câmara força a saída do ar frio


por uma válvula localizada na sua parte inferior. Neste processo pode
ocorrer formação de bolhas de ar no interior do pacote, o que
impede a ocorrência da esterilização. Para que a penetração do vapor
ocorra em todos os materiais, o tempo deve ser mais longo.
• Pré-vácuo: através de bomba de vácuo, contida no aparelho, o ar é
removido do material e da câmara, podendo ter um ou três ciclos
pulsáteis, o que favorece a penetração mais rápida do vapor dentro
dos pacotes. Após a esterilização, a bomba a vácuo faz a sucção do
vapor e da umidade interna da carga, tornando a secagem mais rápida
(LOPEZ; CRUZ, 1998).

Mecanismo de ação: o processo baseia-se na transformação das partículas


de água em vapor, sob a mesma temperatura. A atividade esterilizante de
autoclave tem como princípio de morte celular a termo coagulação das
proteínas bacterianas, através do calor, de modo que o microrganismo perde
suas funções vitais e morre.

Parâmetros do processo:

• Vapor: o calor pode destruir as bactérias, porem no caso dos esporos,


necessita de calor e umidade, por certo período de tempo;

• Temperatura e pressão: temperaturas mais elevadas requerem


pressões igualmente mais elevadas (T = 121 a 132ºC; P = 1 a 1,80 atm).

• Tempo: pode variar de 03 a 30 minutos, de acordo com a temperatura


utilizada e com o tipo do equipamento.

Ciclo de esterilização: O ciclo varia de acordo com o tipo de


equipamento. Assim, o ciclo das autoclaves gravitacionais compreende: a
entrada de vapor, saída de ar da câmara, exposição dos artigos, exaustão do
vapor, secagem da carga, retorno à pressão atmosférica e entrada de ar
filtrado. O ciclo das autoclaves pré-vácuo: compreende: três pulsos de
sucção de ar e entrada do vapor na câmara, exaustão do vapor por sucção,
secagem da carga, retorno à pressão atmosférica, entrada de ar filtrado
(SOBECC, 2000).

Invólucros: Os invólucros recomendados para esterilização em autoclaves


são: algodão cru duplo, sem goma; papel grau cirúrgico, com fibra longa, sem
anilina, pesando de 60 a 80 g; poliamida; tecido não tecido; caixa metálica
perfurada; materiais termo seláveis.

35
Controle de processo de esterilização:

• Eficácia do equipamento, por maio de manutenção preventiva ou


corretiva.
• Registro dos instrumentos mecânicos (tempo, temperatura,
manômetro de pressão), durante o ciclo.
• Indicadores químicos consistem em substratos químicos contidos em
tiras de papel, que reagem a uma determinada condição temperatura,
mudando de cor. Eles indicam se a esterilização do material foi
completa e se houve penetração do vapor, mas não dão segurança de
que o material está estéril, apenas que passou pelo processo. Devem
ser colocados em todos os pacotes que serão submetidos ao processo.
• Indicadores biológicos contem esporos do Bacillus
stearothermophilus, que validam a esterilização do material. As
cepas são colocadas em vários pacotes e após o processo devem ser
encaminhados ao laboratório para proceder a incubação, por um
período de 2 a 7 dias.
• Integradores químicos incluem as variáveis do processo de
esterilização a vapor (temperatura, tempo, presença de vapor
saturado).
• Teste de Bowie-Dick é utilizado para testar a eficácia do sistema de
vácuo da autoclave pré-vácuo. A presença de ar quente entre os
pacotes forma bolsões, que prejudicam a penetração do vapor e
nestes locais não ocorre mudança de coloração do teste.

Recomendações:

• O vapor deve penetrar em todas as regiões dos pacotes, sem haver


presença de bolhas de ar.
• Não apertar muito os pacotes, para facilitar a penetração do vapor.

36
• Dispor os pacotes de modo vertical, para facilitar a entrada e a
circulação do vapor, bem como a eliminação do ar.
• Utilizar apenas 80% da capacidade do aparelho.
• Não colocar os pacotes sobre superfícies frias, após a esterilização,
pois eles podem contaminar.
• Seguir as normas de funcionamento do aparelho.
• Limpar a câmara interna do equipamento, no mínimo semanalmente,
conforme a recomendação do fabricante.

11.3.2. Esterilização ultra-rápida (FLASH STERILIZATION)

Definição: Consiste na esterilização de material termo resistentes por meio


do vapor saturado sob pressão, em um equipamento ajustado para efetuar o
processo em tempo reduzido, diante de situações de urgência, como
contaminação acidental de instrumental essencial ao procedimento em curso.
Seu uso deve ser racionalizado, não devendo ser utilizado para quaisquer
materiais implantáveis (SOBECC, 2000).

Temperaturas e tempos de exposição correspondentes para esterilização


sob vapor saturado sob pressão, segundo recomendação da AORN (2002).

TIPO DE EQUIPAMENTO TEMPERATURA TEMPO DE EXPOSIÇÃO

132 a 135ºC 10 a 25 minutos


Gravitacional 121 a 123ºC 15 a 30 minutos

Pré-vácuo
132 a 135ºC 03 a 04 minutos

37
Parâmetros para exposição de artigos em esterilização “flash”, segundo
recomendação da AORN (2002).

EQUIPAMENTO CARGA TEMPERATURA TEMPO

Metal, itens não porosos e sem 132 a 135ºC 03 min.


GRAVITACIONAL lumes
Metal, itens porosos e com 132 a 135ºC 10 min.
lumes

Metal, itens não porosos e sem 132 a 135ºC 03 min.


PRÉ-VÁCUO lumes
Metal, itens porosos e com 132 a 135ºC 04 min.
lumes

Mecanismo de ação: A atividade esterilizante é a mesma da autoclave, que


tem como principio a morte celular a termocoagulação das proteínas
bacterianas, através do calor, de modo que o microrganismo perde suas
funções vitais e morre.

Parâmetro do processo: são os mesmos da autoclave a vapor saturado, ou


seja, vapor, temperatura, pressão e tempo. Neste caso, o tempo é reduzido
não pela diminuição da exposição do artigo ao vapor, mas sim pela redução ou
supressão do ciclo de secagem.

Ciclo de esterilização: é praticamente o mesmo que o do método de vapor


saturado sob pressão convencional, a não ser pela última etapa, que é a de
secagem. Portanto, o ciclo da esterilização “flash” compreende: drenagem de
ar, emissão do vapor, admissão do vapor e exposição do artigo ao agente
esterilizante (tempo de penetração, esterilização e confiança) e exaustão
do vapor.

Invólucros: Se o equipamento permitir um ciclo de secagem rápido, o


material, após devidamente limpo e seco, poderá ter embalagem simples,
porém, se não houver o ciclo da secagem, o material é colocado na autoclave
em uma caixa metálica com tampa semi-aberta e sim furos. Deve-se fechar a
caixa com técnica asséptica antes de retirá-lo do equipamento e usar
imediatamente. No caso de ser articulado, o material deverá ser
esterilizado aberto.

11.3.3. Esterilização por calor seco

Definição: A estufa é o equipamento elétrico que utiliza calor seco, através


da propagação do calor gerado por resistências elétricas, para destruir
microorganismos, sendo o aparelho equipado com resistência, termostato,

38
contactor, lâmpada piloto, termômetro e interruptor (MOURA, 1990;
BRASIL, 2001). Foi um método de esterilização bastante utilizado até os
anos 80, mas devido a pesquisas, que colocaram em dúvida sua validade, da
forma como era utilizada nos hospitais, caiu em desuso. Ainda é um método
usado em instituições menores, centros de saúde e consultórios médicos e
odontológicos.
O princípio que rege a ação do calor seco com agente esterilizante é a
irradiação do calor das paredes laterais e da base da estufa para todo o
material. O calor seco tem baixo poder de penetração, diferentemente da
autoclave a vapor, pois se faz de forma irregular e vagarosa, necessitando
de longos períodos de exposição (GRAZIANO; SILVA; BIANCHI, 2000).
Os artigos que podem ser esterilizados em estufa são termo
resistentes como: instrumental cirúrgico, material inoxidável em geral,
vidros, ceras, pomadas, óleos e pós. Atualmente recomenda-se a utilização
de calor seco apenas para óleos e pós. Os equipamentos disponíveis no
mercado não são automatizados, e não existe registros confiáveis.

Mecanismo de ação: A destruição dos microrganismos ocorre por oxidação e


dessecação celular, ou seja, as células dos microrganismos expostos ao calor
seco são desidratadas e morrem.

Parâmetro do processo

- Temperatura: varia de acordo com o tipo de material e com a validação


específica, sendo geralmente de 140 a 180ºC.
- Tempo de exposição: varia de acordo com a temperatura, entre 1 a 3 horas
consecutivas, que devem ser contadas a partir de quando a estufa atinge a
temperatura ideal;

Temperaturas e tempos de exposição correspondentes para esterilização


pelo calor seco, segundo PERKINS (1982).

Temperatura Tempo de exposição


121ºC 12 horas
140ºC 180 minutos
150ºC 150 minutos
160ºC 120 minutos
170ºC 60 minutos

Invólucros: caixas de aço inoxidável de paredes finas ou de alumínio e deve-


se proteger as extremidades de material cortante com papel alumínio.

Controle do processo de esterilização:

• Testes biológicos com Bacillus subtilis, diariamente na primeira


carga e após manutenções.

39
• Identificação das caixas com fitas termo sensíveis.
• Anotação em impresso de controle dos horários das etapas do
processo, registro da temperatura em todos os ciclos: nº do
equipamento, nº do ciclo, relação dos materiais e nome do funcionário
responsável pelo processo.
• Manutenção preventiva semanal do equipamento.

Recomendações:

• Aquecer a estufa à temperatura ideal antes da colocação do material


ou antes de iniciar a contagem do tempo.
• Usar invólucros adequados ao processo, que não pode ser de
tecido/papel.
• Evitar volumes pesados e superposição de materiais.
• Evitar sobrecarga do aparelho, a fim de permitir a circulação do
calor (usar de 80 a 85% da sua capacidade).
• Marcar o tempo de exposição a partir do momento que o termômetro
atingir a temperatura desejada.
• Evitar que o bulbo de termômetro toque no material, pois não
marcará a real temperatura do interior da estufa.
• Não abrir a estufa durante a esterilização e, caso haja necessidade,
reiniciar o processo.
• Invalidar o ciclo, caso haja sinal de defeito ou dúvidas quanto ao
processo e providenciar manutenção.
• Usar máscara e luvas de proteção térmica ao descarregar o
equipamento.
• Não colocar os materiais ainda quentes sobre superfície fria, porque
se houver condensação, o material ficará úmido e contaminado por
capilaridade.
• Lacrar as caixas metálicas após a esterilização e quando estiverem
frias.
• Limpar o equipamento, no mínimo semanalmente, conforme
recomendação do fabricante.

Atenção: De acordo com MOURA (1990), a estufa, da forma que é utilizada


nas instituições brasileiras, não é um método de esterilização confiável,
uma vez que no interior de sua câmara encontram-se temperaturas
diferentes das registradas no termômetro. O centro da câmara apresenta
“pontos frios”, onde a autora constatou, por meio de testes biológicos,
presença de formas esporuladas. Desta maneira, não recomendamos o calor
seco/estufa como método de esterilização em qualquer que seja a
instituição de saúde.

11.3.4. Esterilização por Cobalto 60

40
Definição: O Cobalto 60 é utilizado como fonte de radiação gama para
esterilização de artigos críticos. As emissões de 1,333 a 1,73 MeV são
adequadas. Os aceleradores lineares também são usados para produzirem
feixes de elétrons a níveis de energia que não excedam os 10 MeV, porém a
intensidade de penetração é muito mais baixa.
Raios Gama: São ondas eletromagnéticas de alta energia e grande
penetração, devido à ausência de matéria, sendo o inverso no caso de
partículas Alfa e Beta. São produzidos quando da desintegração de certos
elementos radiativos, como pro exemplo, o cobalto.
Mecanismo de Ação: A eficácia das radiações ionizantes depende da
interação com o ácido desoxirribonucléico (DNA). A ação biocida primária
acontece via formação de radicais livres aquosos, após a interação física
primária da radiação ionizante com material biológico. Esses radicais são
extremamente reativos e o DNA pode ser afetado pela radiólise da água. O
conhecimento da exata natureza das alterações bioquímicas no DNA, que são
causados pela radiação ionizante, não é total. O número de rupturas nos
filamentos do DNA, necessárias para causar a morte da célula, pode variar
muito. A capacidade antimicrobiana da radiação ionizante se dá
principalmente por modificações no DNA da célula alvo.

Risco de exposição ambiental: Os limites de exposição ocupacional à


radiação são estabelecidos pela Comissão Nacional de Energia Nuclear
(CNEN). Recomenda-se o registro ocupacional de exposição á radiação
através do uso de filmes dosimétricos, que representam à dose acumulada
em determinado período. O acompanhamento clínico e os exames
laboratoriais são fundamentais, a fim de assegurar que os limites adotados
não apresentem complicações clínicas observáveis. Os dados devem ser
registrados e arquivados por um período de 25 anos.

DOSIMETROS

Parâmetros de esterilização: O único parâmetro a ser controlado no


processo é o tempo de exposição, isto é, o tempo durante o qual o material é
processado. Todos os outros parâmetros permanecem constantes, o que faz
com que a qualidade fique assegurada. A esterilização por radiação é
normalmente realizada a temperatura ambiente, porém elevações de cerda

41
de 10ºC podem reduzir acentuadamente os valores D. A umidade e o oxigênio
também influenciam a sensibilidade, porém uma pequena quantidade de
oxigênio é suficiente para assegurar a sensibilidade máxima.

Processo de esterilização: Realizado em temperatura ambiente, o tempo de


exposição depende da concentração de radiação, que com seu alto poder de
penetração, atravessa facilmente o plástico, o papel espesso e o papelão.
Normalmente se utiliza em torno de 2,5 Mrad, ou seja, 25 Kgy.

Observação: Unidade de medida de radiação: 1 Mrad (megarad) = 10 Kgy


(kilogray).

Controle do processo: O controle da eficácia de tal método é feito pelo uso


de indicador biológico, com Bacillus pumillus, na concentração de
10ºUFC/indicador. Contudo, devido à alta reprodutividade e ao pequeno
número de parâmetros que interferem no processo, utiliza-se, na rotina
diária, o método de liberação por dosimetria. Isto é, uma vez comprovada
que a dose de radiação recebida pelo produto atingiu o valor determinado
como ideal pelo uso de indicador biológicos, a confiabilidade da esterilidade
está assegurada.

O tempo de permanência de caixa frente à fonte é calculado a partir da:

- Distância do artigo até a fonte;


- Atividade da fonte;
- Intensidade do artigo a ser esterilizado.
Recomendações:

No mundo todo, as autoridades governamentais no campo da saúde


estão recomendando o uso de radiações ionizantes em vista de:

• Exigência de pessoal altamente especializado, sendo que o


responsável pela unidade deve ser um físico.
• Controle permanente da equipe para assegurar a integridade de sua
saúde.
• Simplicidade no processo, pois produto já sai esterilizado na
embalagem final.
• Temperatura ambiente, como processo a frio.
• Controle da dose no material irradiado.
• Ausência de resíduos químicos ou radioativos.
• Processo de validação facilmente implantado, de forma a garantir a
reprodutividade do procedimento em condições de rotina.

11.3.5. Esterilização por vapor de baixa temperatura e formaldeído


gasoso (VBTF)

Definição:

É o processo físico- químico de esterilização realizado em autoclaves, por


meio da combinação de solução de formaldeído a 2%, na presença de vapor
saturado, com temperatura entre 50 e 60ºC.

42
Mecanismo de ação: Sua fórmula empírica é HCHO, sendo denominado
também formalina ou formol. É um gás incolor e inflamável, quando em
concentração maior que 7% no ar, de odor picante e irritante, em
concentrações superiores a 1ppm e altamente solúvel em água.
O VBTF por alquilação, na qual a aldoxila (CHO-) do formaldeído
alquila os átomos de hidrogênio lábeis dos radicais aminos (-NH²), hidroxila
(-OH) e carboxila (-COOH) das proteínas e ácidos nucléicos microbianos.
Assim, forma pontes metilênicas ou etilênicas, impedindo que esses
componentes vitais cumpram suas funções celulares.
A solução esterilizante VBTF é composta de 2% de formaldeído, 3% de
metanol e 95% de água. Devido à facilidade de polimerizar-se, o formaldeído
é estabilizado com metanol.

Toxicidade: Concentrações gasosas até 10 ppm (partes por milhão) causam


irritação da conjuntiva, irritação da mucosa das membranas, dores de
cabeça e fadiga. Concentrações acima de 10 ppm provocam distúrbios de
respiração, como pneumonia e edema pulmonar e hepatites tóxicas. Atentar
para os resíduos tóxicos nos artigos.

Parâmetros de esterilização: temperatura, umidade, pressão, concentração


e distribuição do formaldeído no interior da câmara e capacidade do gás
penetrar em toda a carga.
Fases
Pré-aquecimento: O ciclo se iniciará efetivamente quando as paredes da
câmara tiverem atingido a temperatura operacional pré-selecionada.
Remoção de ar: A remoção do ar é feita por combinação de injeção de
formaldeído, vapor e pulsos de vácuo. Têm a finalidade de facilitar a
penetração do vapor e do formaldeído no interior dos artigos e da câmara.
Esterilização: Quando a atmosfera de vapor e formaldeído se forma existe
uma tendência ao formaldeído separar-se e permanecer na parte inferior,
consegue-se, então a mistura necessária para o processo.
Remoção do gás ou desvaporização: Pulsos de vapor de água desmineralizada
são usados para remover o formaldeído da carga e da câmara.

Secagem: A secagem é feita com vácuo, para remover a umidade da carga.

Admissão de ar: Entrada de ar na câmara, passando pelo filtro retentor de


bactérias (0,2 micra).

Fases do processo de esterilização em VBTF

Recomendações:

• Utilizar preferencialmente o processo de esterilização por VBTF pra


artigos termo-sensíveis compatíveis com formaldeídos.
• Dispor os artigos verticalmente nos cestos e não compacta-los.
• Respeitar o volume máximo de preenchimento da câmara, até 70 a
80% da sua capacidade.

43
• Respeitar as dimensões máximas dos pacotes.
• Selecionar os invólucros compatíveis com o processo: papel grau
cirúrgico, combinação de filme plástico e papel.
• Preconiza-se a não esterilização de
artigos que absorvam grande quantidade
de formaldeído como papel, papelão e
tecidos, pela dificuldade de extrair
p r o d u t o i m p r e g n a d o . Autoclave de Formaldeído

11.3.6. Esterilização por óxido de etileno (ETO)

Conceito: A esterilização por meio do óxido de etileno é um processo físico-


químico de esterilização, onde o agente utilizado é o gás óxido de etileno,
sendo realizado em autoclave à temperatura entre 50 a 60ºC.

Mecanismo de ação: O óxido de etileno (C2H4O) é um gás incolor, miscível


em água, acetona, éter, benzeno e na maioria dos solventes orgânicos; é
altamente explosivo e facilmente inflamável. A solução esterilizante é
inflamável e pode explodir na presença de ar ou oxigênio puro, assim, o uso
de misturas com dióxido de carbono ou hidrocarbonetos cloroflorados é
utilizado, a fim de evitar os riscos de explosão.
Deve-se enfatizar a questão adicional de exigência de controle de
resíduos de óxido de etileno a níveis de 1 ppm, que também imputam
onerosas reformulações de planta física.

44
Toxicidade: Considerando a complexidade do uso do óxido de etileno em
esterilização de artigos hospitalares, foi publicada a Portaria
Interministerial 482 que contém o regulamento técnico para procedimento
de esterilização. O artigo 3º estabelece que “o limite de tolerância de
concentração de óxido de etileno no ambiente de trabalho deve ser de 1,8
mg/m³ ou 1 ppm de concentração no ar, para um dia normal de 8 horas” e, no
artigo 4º, estabelece “ a concentração máxima permitida para exposição das
pessoas ao gás, por período de 15 minutos diários, em 9 mg/m³ ou 5 ppm”.
Em seu artigo 5º, a Portaria ainda “proíbe menores, gestantes e/ou mulheres
em idade fértil de exercerem atividades nas salas de esterilização, na sala
de aeração e no depósito de recipientes de óxido de etileno, bem como na
área de tratamento de gás” (BRASIL, 1999).

Parâmetros de esterilização: umidade relativa, concentração do gás,


temperatura, tempo de exposição.

PROCESSO DE ESTERILIZAÇÂO PELO ETO


FASE JUSTIFICATIVA OBSERVAÇÃO
Evacuação Bombas de vácuo são acionadas para O controlador de pressão mantém as
da câmara retirar todo o ar de dentro da câmara e bombas de vácuo ligadas até que a pressão
conseqüentemente de dentro dos artigos de vácuo pré-definida seja atingida.
embalados.

Umidificaçã Após a evacuação e antes da injeção de gás, A umidade e o calor são adicionados na
o e o produto no interior da câmara deve ser forma de vapor porque isso faz com que as
aquecimento umidificado e aquecido. bactérias se tornem mais suscetíveis à
esterilização pelo ETO.

Injeção de Nesta fase, o gás, na forma de liquido, sai O controle da quantidade de gás que é
gás do cilindro (-76ºC) e vai para o volatilizado. injetada dentro da câmara é realizado
No volatilizado, o ETO é transformado em através da diferença de pressão e do peso
vapor e assim injetado na câmara de dos cilindros.
esterilização.

A fase de exposição é o período em que O tempo que cada produto deve ser
efetivamente o gás ETO, na concentração exposto ao ETO para a esterilização
adequada, fica em contato com os produtos depende do tipo do produto, do material da
Exposição
e promove a redução microbiológica. embalagem. Da facilidade de penetração do
ao gás
gás e da configuração da carga de
esterilização.

45
Quando o tempo de exposição é finalizado, Ao final desta fase, a câmara retorna a
inicia-se a retirada do gás de dentro da pressão atmosférica e o ciclo é
câmara através da realização do vácuo. Em completado.
Evacuação e
seguida, é realizada a injeção de ar
injeção de
comprimido filtrado no interior da câmara.
ar.
Este processo de evacuação, seguido por
injeção de ar comprimido, pode ser
realizado varias seguidas.
A sala de aeração é o local onde os A sala de aeração deve possuir um sistema
produtos recém esterilizados são mantidos de ventilação que realize, no mínimo, 20
por tempos pré-definidos até que o gás trocas de ar por hora e uma temperatura
Sala de
ETO e seus sub produtos sejam eliminados mínima de 30ºC. Quanto maior a
aeração
da superfície dos produtos e atinjam temperatura e o número de trocas de ar da
limites máximos de resíduos em correlatos. sala, maior será a eficiência da aeração dos
produtos.

Recomendações:

• Utilizar o ETO para artigos termo-sensíveis compatíveis com este


processo de esterilização
• Atender aos requisitos da legislação vigente sobre instalação e
manuseio de ETO (BRASIL, 1999).
• Estabelecer os parâmetros de esterilização de acordo com a carga
dos artigos a serem esterilizados.
• Os artigos devem estar completamente limpos e secos antes do
empacotamento.
• Estabelecer métodos de aeração forçada e respeitar o tempo
necessário para a aeração dos diferentes tipos de artigo.
• Estabelecer métodos de controle residual de ETO nos artigos
processados, de acordo com os limites máximos permitidos na
legislação nacional (BRASIL, 1999).
• Selecionar os invólucros compatíveis com ETO: papel grau cirúrgico,
combinação de filme plástico e papel, papel crepado, tecido não
tecido.
• Os requisitos técnicos e legais para o controle ambiental do ETO
desfavorecem seu uso em ambiente hospitalar, pois exige uma planta
física especial.
• A presença de sujidade pode inibir a efetividade da esterilização e
líquidos podem produzir resíduos tóxicos que não são removidos pela
aeração (AORN, 1997).
• A aeração forçada é importante, porque resíduos de óxido de etileno
ou seus subprodutos podem promover ação cancerígena.
• O tempo de aeração varia de acordo com a composição, o tamanho do
pacote e o tipo de embalagem.

46
11.3.7. Esterilização por Plasma de Peróxido de Hidrogênio

Definição: É o processo físico-químico realizado por meio de autoclave


própria (Sterrad), que gera plasma através do substrato de peróxido de
hidrogênio bombardeado por ondas de rádio freqüência. O efeito letal é
produzido por radicais livres reativos que matam os microrganismos,
incluindo os esporos. O plasma tem sido chamado de quarto estado da
matéria, diferente dos outros estados: liquido, sólido e gasoso. O plasma é
definido como uma nuvem de íons, elétrons e partículas neutras, muitas das
quais em forma de radicais livres, as quais são altamente reativas. São
exemplos da formação do gás plasma: aurora boreal (luz do norte), descarga
de um raio, luz artificial de tubos de néon (luz fria) (CASSOLA; MATINHO,
1997). Este processo de esterilização apresenta a vantagem de formação de

47
produtos não tóxicos a partir da decomposição do peróxido de hidrogênio:
água e oxigênio.

Mecanismo de ação: Sua forma empírica é H2O2. O plasma formado do


peróxido de hidrogênio é composto de radicais livres derivados das
hidroxilas (OH) e outras formas químicas, como água (H2O), oxigênio
nascente (O) e prótons livres (H), com alto poder de reação, que interagem
com as membranas celulares dos microorganismos, desestruturando-os. Tem
ação bactericida, esporicida, fungicida e virucida comprovada por testes
aceitos internacionalmente, para a validação de agentes químicos
desinfetantes e esterilizantes.
Os radicais livres gerados no plasma de peróxido de hidrogênio
apresentam-se com cargas negativas e positivas excitadas, que tendem a se
organizar, interagindo com moléculas essenciais ao metabolismo e à
reprodução microbianos, ligando-se, de maneira específica, às enzimas,
fosfolipídeos, DNA, RNA e etc. Essa reação química é extremamente rápida,
viabilizando o processo de esterilização e, curto espaço de tempo.
Toxicidade: O peróxido de hidrogênio tem menos risco de exposição
ocupacional e ambiental, não apresenta resíduos tóxicos, gerando apenas
água. O processo de esterilização é feito à baixa temperatura e pressão
atmosférica, o que diminui a possibilidade de vazamento.

Parâmetro do processo: temperatura, pressão e concentração de peróxido


de hidrogênio no interior da câmara (1,8 ml). Todo processo de esterilização
exige controles para garantir a qualidade da esterilização.
O esterilizador por peróxido funciona num ciclo automático fixo
controlado por um microprocessador, onde todos os principais parâmetros do
processo de esterilização são supervisionados durante o funcionamento do
equipamento e, ao final de cada ciclo, obtêm-se um registro impresso dos
parâmetros envolvidos no processo.

Controles do Processo de Esterilização

a) Controles químicos:

Classe I. Indicador de processo (ISSO 11140-1, 1995): é um sistema


químico aplicado a um substrato (tiras de papel) ou impressos na embalagem,
que muda de coloração ou estado físico quando submetido às condições de
esterilização ao plasma de hidrogênio, passando da cor vermelha para
amarela. Utiliza-se com a finalidade de demonstrar que o artigo foi exposto
ao processo de esterilização e distinguir entre artigos processados e não
processados. Recomenda-se utilizar em todos os pacotes, com tamanho da
fita, no mínimo, 5 cm, ou seja, 3 listras completas.

Classe IV. Indicador multiparamétrico (ISSO 11140-1, 1995):


constituído de uma tira plástica e fita adesiva de Tyvek, impregnado com
tinta especial que muda de coloração quando exposta às condições essenciais
ai processo de esterilização.
Recomenda-se utilizar em todos os pacotes. Colocar indicador,
preferencialmente, no local de maior dificuldade de penetração do plasma
peróxido de hidrogênio. A mudança na coloração de vermelho para amarelo

48
indica que ocorreu exposição ao vapor de peróxido de hidrogênio. Quando
ocorrer a coloração não uniforme do indicador, não se deve utilizar o artigo,
necessitando submetê-lo novamente ao processo de esterilização.

b) Controle Biológico:

Determinado através de cultura de indicadores biológicos e testes de


esterilidade nos produtos (opcional), utilizado para o controle da eficácia
do processo de esterilização.
O ciclo de esterilização é realizado em, aproximadamente, 51 minutos
para o ciclo curto e 72 minutos para o ciclo longo, sendo composto por 8
fases.
Segue em quadro abaixo, o ciclo do processo de esterilização por meio
de plasma de peróxido de hidrogênio.

FASE JUSTIFICATIVA
Vácuo O esterilizador cria um vácuo de até 0,3 Torr (ou 300 mTorr), onde
99,94% do ar é removido da câmara. Ele deixa apenas 1,68x10²¹
moléculas no ar dentro da câmara. Esta fase dura cerca de 5 a 10
minutos; porém, se dentro de 20 minutos não atingir 300 mTorr, o
ciclo será cancelado automaticamente, podendo variar dependendo do
tipo de carga, na presença de umidade ou resíduos voláteis,
ocorrendo preventivamente o cancelamento do ciclo.

Quando a pressão da câmara atingir 300 mTorr, e estando a uma


temperatura mínima de 42ºC, o peróxido de hidrogênio (1,8 ml a 58%)
é injetado, vaporizado, para dentro da câmara. A concentração final
dentro da câmara é 6,0 mg/litro, a pressão dentro da câmara deve
subir e permanecer num limite entre 6,0 a 12,0 Torr, caso contrário,
Injeção 1
o ciclo será cancelado automaticamente. Esta fase dura 2 minutos e
assegura tempo e concentração de peróxido de hidrogênio suficiente
para o inicio da fase seguinte, onde é obtido o fator de segurança de
esterilização previsto.

Como resultado da injeção e difusão do peróxido de hidrogênio na


forma gasosa, a pressão dentro da câmara no final da difusão
permanece demasiadamente elevada (500 mTorr) para a formação de
plasma a baixa temperatura. Por isso, existe uma redução da pressão
Plasma 1 ao final da fase anterior, permitindo assim a formação do plasma,
mediante a aplicação de energia de radiofreqüência no eletrodo da
câmara. Esta fase dura 6 minutos.

Quando a pressão atinge 0,3 Torr e, estando à temperatura mínima


de 42ºC, o conteúdo de uma ampola de peróxido de hidrogênio é
Injeção 2 injetado na câmara de esterilização, sob forma de vapor. Esta fase
dura 6 minutos.

49
O vapor de peróxido de hidrogênio difunde na carga a ser
esterilizada e a pressão dentro da câmara deve permanecer entre
6,0 a 14,0 Torr; fora destes limites o ciclo será cancelado
automaticamente. No final da difusão, nos dois últimos minutos, a
Difusão bomba de vácuo entra novamente em ação para retirar o excesso de
vapor de peróxido de hidrogênio, mantendo uma pressão dentro da
câmara de 500 mTorr. Esta fase dura 6 minutos.

Quando a câmara atinge a pressão de 500 mTorr, é acionado o


Gerador de Rádio Freqüência para formar o plasma dentro da câmara;
a pressão é mantida numa faixa de 475 a 525 mTorr, sendo que fora
Plasma 2
destes limites o ciclo será cancelado automaticamente. Esta fase
dura 6 minutos.

A energia de radiofreqüência é interrompida ao final da fase de


plasma, passando-se para a fase de ventilação. Esta fase possui duas
fases de injeção de ar, o que permite à câmara retornar à pressão
atmosférica num período de 1 minuto. O ar injetado é filtrado por
filtro HEPA (99,97%), previne recontaminação das embalagens. O
Ventilação ciclo de esterilização é automatizado e computadorizado; o processo
se autocontrola através de limites de pressão pré-definidos em
todas as fases do ciclo. Desse modo, pode-se garantir a
reprodutibilidade do processo e a detecção prévia de falhas que
possam ocorrer durante o ciclo de esterilização.

Recomendações:

• Utilizar a esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio para


artigos termo-sensíveis e compatíveis com o processo.
• Utilizar adaptadores (“booster”) para garantir o processo de
esterilização da parte interna dos lumens mais estreitos e longos.
• Selecionar os invólucros compatíveis com o processo: tyvek
siliconizado (poliolefinas expandidas), mylar (polietileno em uma
tripla camada) e manta de polipropileno.

11.3.8 Esterilização por Glutaraldeído

Definição: O glutaraldeído é um dialdeído saturado, com potente ação


biocida, podendo ser utilizado para esterilização química de artigos médico-
hospitalares termo-sensíveis (RUTALA, 1993; RUTALA, 1996). Deve ser
utilizado na esterilização ou desinfecção de alto nível para artigos termo-
sensíveis, ou seja, que não possam ser esterilizados pelos métodos físicos
tradicionais e nas situações em que os métodos físico-químicos não estejam
disponíveis.
Os artigos processados em glutaraldeído não podem ser armazenados,
mesmo em recipiente estéril, pois correm o risco de recontaminação
(SOBECC, 2000).

50
Mecanismo de ação: O glutaraldeído tem atividade bactericida, virucida,
fungicida e esporicida. A atividade biocida é conseqüente da alquilação dos
grupos sulfidrila, hidroxila, carboxila e amino, alterando o DNA, o RNA e a
síntese protéica dos microrganismos (RUTALA, 1996). A atividade esporicida
deve-se às reações com a superfície externa dos esporos, provocando o
enrijecimento da parede e conseqüentemente a morte do esporo.

Toxicidade: A exposição ao vapor de glutaraldeído pode ocorrer durante o


processamento dos artigos. O limite máximo de glutaraldeído no ar é de 0,2
ppm; nesta concentração pode ocorrer irritação dos olhos, nariz ou
garganta; sintomas que poderão ser minimizados com ambiente
adequadamente ventilado e utilização de EPI.

Parâmetros do processo: temperatura ambiente; tempo de exposição de 8 a


10 horas de imersão do artigo na solução ou conforme a orientação do
fabricante.

Recomendações:

• Esterilização de artigos médicos hospitalares termo-sensíveis,


seguindo parâmetros do processo.
• Utilizar este método de esterilização só nas situações em que não há
outro recurso disponível.
• Ativar a solução de glutaraldeído, utilizando frasco ativador que vem
junto ao produto ou conforme orientação do fabricante. Normalmente,
esta solução tem validade de 14 e/ou 21 dias, sendo necessário datar
após a ativação, usando luvas de procedimento para a realização desta
tarefa.
• Utilizar um recipiente, preferencialmente de plástico ou vidro com
tampa, estéril; colocar a solução ativada neste recipiente, com técnica
asséptica e fazer uso de EPIs (avental, máscara, óculos e luvas).
• Realizar limpeza e secagem do artigo selecionado e emergi-lo
totalmente na solução de glutaraldeído; tampar o recipiente e registrar
o horário de inicio e término da esterilização, ou seja, o tempo de
imersão de 10 horas.
• É recomendado que o manuseio desta solução seja realizado com
ventilação adequada.
• Ao término do tempo determinado, abrir o recipiente, enxaguar o
artigo abundantemente com água estéril e secar assepticamente. Este
processo deve ser realizado por um funcionário utilizando EPI e
inclusive óculos.
• Utilizar imediatamente o material, pois o mesmo não deve ser
armazenado devido ao risco de recontaminação.
• Realizar controle de qualidade da solução, por meio do uso de
indicadores químicos próprios existentes no mercado e que podem ser
adquiridos com o fabricante da solução.
• O teste com indicadores químicos deve ser realizado a cada uso da
solução.

51
• A solução deve ser desprezada na data de validade expirada e/ou se
for constatado, através dos indicadores químicos, que a solução não
está em condições de uso. Tal fato pode ocorrer depois da
contaminação da solução ou simplesmente depois da imersão de artigos
contendo gotículas de água, que alterarão sua concentração.
• Desprezar o produto em esgoto com grande quantidade de água, como
descarga de vaso sanitário, a fim de promover a degradação do mesmo.

Observação: Pode ser realizado o processo de desinfecção com esta solução.


Os passos e as recomendações são as mesmas, porém os artigos deverão
ficar em imersão durante 30 minutos ou conforme as recomendações do
fabricante.

11.3.9. Esterilização por Ácido Peracético

Definição: O ácido peracético é um peroxidato, reconhecido como um


potente agente microbicida, que apresenta rápida ação sobre todas as
formas de vida de microrganismos, mesmo a baixas concentrações (0,001 a
0,2%), tendo sido considerado como uma alternativa eficaz e segura, quando
comparado ao glutaraldeído. É um método de esterilização de difícil
monitorização, quanto à sua efetividade. Resíduos de água do enxágüe nos
artigos a serem processados podem diluir o produto, reduzindo a
concentração do agente. Dessa forma, este método deve ser utilizado
quando não houver outro método disponível.

Mecanismo de ação: É decorrente da reação das ligações S-S (pontes de


sulfeto) e S-H (sulfeto e hidrogênio) da membrana celular, do conteúdo
citoplasmático e do material genético, oxidando enzimas essenciais para as
reações bioquímicas de sobrevivência e reprodução dos microrganismos.
O ácido peracético é um componente de uma equilibrada mistura entre
ácido acético, peróxido de hidrogênio e água. Seu mecanismo de ação
bactericida é similar ao do peróxido de hidrogênio.

Toxidade: Por ser livre de aldeídos, não possui padrão de exposição


ocupacional, diminuindo assim, os riscos por evaporação para os sistemas
respiratórios e para a mucosa celular.

Recomendações:

• Realizar o processo através da imersão total dos artigos em solução


de ácido peracético à temperatura ambiente, utilizando-se esse
método apenas para materiais termosensíveis e quando não houver
outros métodos disponíveis.
• Selecionar os artigos compatíveis com o ácido peracético e com o
peróxido de hidrogênio.
• Após a limpeza, secagem, e inspeção dos artigos, imergi-los
completamente no agente químico, de acordo com tempo recomendado
pelo fabricante: 60 minutos para esterilização e 10 minutos para
desinfecção de alto nível.

52
• Após o tempo de exposição, enxaguar os artigos com técnica
asséptica em água esterilizada.
• Utilizar imediatamente o artigo, não armazenando-o, pois mesmo em
recipientes estéreis o rico de recontaminação é muito alto.

11.3.10. Esterilização por Pastilhas de Paraformaldeído

Definição: É o processo de esterilização através de pastilhas de


paraformaldeído, cujo principio ativo é o formaldeído. Embora o formaldeído
seja um principio ativo reconhecidamente esterilizante, a utilização do
processo de esterilização através das pastilhas é um recurso obsoleto,
sendo que recomendações atuais de órgãos internacionais não apresentam
indicações para este tipo de processo (AORN, 1997), pois alem de trazer
riscos ocupacionais, há dificuldades de controle e de validação do processo
de esterilização.
Mecanismo de ação: Em concentrações superiores a 20 mg/l, o formaldeído
polimeriza-se à temperatura ambiente, dando origem a um precipitado
branco que é o paraformaldeído, conservando o odor e as propriedades
irritantes ao gás. Este polímero libera formaldeído, tanto à temperatura
ambiente, quanto sob aquecimento (SOBECC, 2000).

Parâmetros do processo:

• Concentração de 3%, ou seja, 3 gramas de pastilhas de


paraformaldeído para cada 100cm³ do volume do recipiente;
• Temperatura da estufa de 50ºC
• Tempo de exposição de 4 horas;
• Umidade relativa de 100%, obtida com a colocação de um chumaço de
algodão molhado com 3 a 5 ml de água destilada no recipiente
(SOBECC, 2000).

Recomendações:

• Utilizar o paraformaldeído somente para artigos termo-sensíveis, nas


situações em que outros recursos não estejam disponíveis.
• Obedecer as recomendações mínimas, conforme parâmetros do
processo.
• Utilizar EPIs ao retirar o recipiente da estufa, ao abri-lo.
• Promover enxágüe do artigo com água estéril para remoção dos
resíduos de formaldeído e secar assepticamente.
• Usar o material imediatamente após o processo de esterilização, não
armazenando-o.
• A estocagem dos artigos não é recomendada, pois, além do risco de
recontaminação, o vapor provocado pelas pastilhas úmidas é
corrosivo.

12. RECOMENDAÇÕES PARA ARMAZENAMENTO E DISTRIBUIÇÃO DOS


ARTIGOS ESTERILIZADOS

53
Definição e objetivos

A área de estocagem deve facilitar a localização do item e manter a


integridade da esterilização do conteúdo.

Justificativa

Ao final do processo de esterilização a vapor, apesar do tempo


adequado de secagem, os itens podem ainda conter alguma quantidade de
vapor. Assim sendo, tocar nos itens neste estágio vulnerável pode
comprometer a propriedade de barreira dos invólucros. O contato de itens
quentes com superfícies frias pode causar condensação do vapor, tanto fora
como dentro dos pacotes e este líquido pode fornecer um caminho por onde
microrganismos podem penetrar nos artigos (AORN, 1997).
O uso de prateleiras fechadas ou coberturas sobre os pacotes é
desejável. Contudo, prateleiras abertas podem ser utilizadas, devendo
merecer maior atenção no que se refere ao controle de fluxo de pessoal, à
limpeza e à ventilação. Espaço adequado nas prateleiras e distância de teto,
piso e paredes são necessários para permitir a circulação de ar e prevenir o
contato entre os itens estéreis e o condensado, que pode formar-se nas
superfícies de estruturas de alvenaria.

Recomendações:

• Manusear os pacotes quando estiverem completamente frios antes de


serem estocados ou removidos do carro do esterilizador.
• Estocar os artigos em área de acesso restrito, separadamente de
artigos não estéreis, em ambiente bem ventilado e com controle de
temperatura (em torno de 25ºC) e umidade relativa (entre 30 e
60%).
• Proteger os artigos de contaminação, danos físicos e perda durante o
transporte, utilizando recipiente rígido ou saco plástico
impermeável.
• Considerar como contaminados os pacotes que caírem no chão ou
estiverem comprimidos, torcidos ou úmidos.

54
• Estocar artigos estéreis a distancia de 20 a 25 cm do piso, 45 cm do
teto e 5 cm das paredes.
• Estocar os artigos, de modo a não comprimir, torcer, perfurar e não
comprometer a esterilidade, permanecendo longe da umidade.
• Efetuar inventário periódico sobre os artigos estocados, sendo que
qualquer anormalidade deverá ser devidamente esclarecida.
• Guardar e distribuir os artigos do estoque obedecendo à ordem
cronológica de seus lotes de esterilização, ou seja, liberar dos lotes
mais antigos antes dos mais novos.
• Estocar os artigos em área que tenha condições de segurança
patrimonial contra extravios.
• Efetuar inspeção periódica dos artigos estocados para verificação de
qualquer degradação visível.
• Verificar se os artigos continuam sob garantia de seus prazos de
validade.
• Estabelecer freqüência de limpeza diária da área de estoque.
• Estabelecer condições ideais de empacotamento.
• Não utilizar artigos que apresentem as seguintes alterações: papel
grau cirúrgico amassado, invólucros que apresentem umidade ou com
manchas, invólucro em não tecido com desprendimento de partículas,
suspeita de abertura do invólucro e presença de sujidade;
• Observar atentamente o prazo de validade fornecido pelo fabricante
da embalagem, evitando ultrapassar este limite, uma vez que o prazo
dado pelo fabricante da embalagem significa garantia assegurada de
sua utilização em perfeitas condições.
• Propiciar condições ideais para embalagem e armazenamento, isto é,
garantir que todos os processos (limpeza, desinfecção e
esterilização) sejam validados (AORN, 1999).
• Proteger os artigos de modo a evitar a contaminação durante o
transporte.
• Adotar sistema de registro para controle de distribuição dos artigos
esterilizados.
• Estabelecer freqüência diária para limpeza dos carros ou caixas de
transporte.

13. RECOMENDAÇÕES PARA VALIDAÇÃO DOS PROCESSOS DE


ESTERILIZAÇÃO

Definição: Validação é o procedimento documentado para obtenção de


registro e interpretação de resultados desejados para o estabelecimento de
um processo, que devera consistentemente fornecer produtos, cumprindo
especificações pré determinadas. A validação do processo de esterilização
deve confirmar que a letalidade do ciclo de esterilização seja suficiente
para garantir uma probabilidade de sobrevida microbiana não superior a 1x10
elevado a -6.

Etapas da validação

55
1. Q u a l i f i c a ç ã o d o p r o j e t o : t e m c o m o o b j e t i v o c o n f e r i r s e t o d o s o s
componentes das instalações atendem as especializações do
projeto solicitado pelo fabricante.
Deve-se conferir as seguintes instalações: ventilação, energia
elétrica, dimensões e peso do equipamento, de acordo com os documentos de
sua aquisição.

2. Q u a l i f i c a ç ã o
da instalação: refere-se à montagem do
equipamento no local da instituição, verificando a funcionalidade
do local projetado, as tubulações hidráulicas, a rede elétrica e o
desaguamento com sistema sinfônico, a fim de evitar o retorno da
água para o equipamento.
Todos esses dados devem ser registrados em instrumentos próprios,
que servirão de documentos legais.

3. Qualificação da operação de esterilização:


Observar o funcionamento dos parâmetros do equipamento, que devem ser
considerados na validação da esterilização:
- funcionamento de manômetro e válvulas
- integridade câmara
- vazamentos
- termostato
- tempo de estágios do processo
- temperatura
- umidade relativa
- pressão da câmara
- concentração do agente esterilizante
- pulsos do agente esterilizante
- tempo de exposição dos artigos ao agente esterilizante
- evacuação do agente esterilizante
- tempo de aeração
- tempo do ciclo completo
- consumo do agente esterilizante por ciclo.

• Observar os registros de microprocessadores, conforme o projeto do


fabricante.
• Observar o funcionamento dos alarmes.
• Controlar os insumos de esterilização utilizados nos diferentes
processos.
• Finalmente, o processo de esterilização deve estar de acordo com
todos os seus parâmetros, segundo as especificações do fabricante.

56
Monitoramento em impressora do processo de esterilização

Recomendações:

• Estabelecer protocolos de manutenção preventiva, de acordo com a


recomendação do fabricante e em conjunto com o serviço de
engenharia e manutenção do hospital. Estes protocolos devem ser
escritos, disponíveis no serviço e discriminar procedimentos de
manutenção diários, mensais, trimensais, semestrais e anuais de
acordo com as orientações do fabricante (APECIH, 1998).
• Estabelecer sistemas de registro e controle do processo de
esterilização.

4. Qualificação do desempenho do equipamento: é realizada através de


sucessivas esterilizações, nas quais se submete um mesmo número de artigos
médico-hospitalares e microrganismos conhecidos aos parâmetros do
equipamento, com o objetivo de verificar a eficácia do processo de
esterilização.

A qualificação do desempenho é feita da seguinte maneira:

- fazer seleção e acondicionamento de todos os artigos médico-hospitalares


que serão submetidos ao processo de esterilização, exceto aqueles que são
compatíveis com o processo
- fazer a determinação dos parâmetros do ciclo de esterilização a serem
utilizados, conforme calibração do equipamento, de acordo com a
especificação do fabricante;
- fazer a distribuição dos indicadores químicos e biológicos nas cargas, a
fim de realizar controles para verificar a eficácia no processo de
esterilização.
Os controles do processo de esterilização podem ser realizados por
meio das seguintes formas:

57
a) Controles químicos:

Indicadores químicos

São sistemas que revelam a chance de falha em um ou mais parâmetros


de um processo pré-definido, baseando-se numa mudança química ou física,
resultante da exposição do indicador ao processo.

Indicador de processamento

Bowie-Dick

Segundo a International Organization for Standardization (ISO


11.140), os indicadores químicos podem ser classificados em:

Classe 1 Indicador de processamento


Classe 2 Indicador para teste especifico Bowie-Dick
Classe 3 Indicador de parâmetro único
Classe 4 Indicador multiparamétrico
Classe 5 Indicadores integradores
Classe 6 Indicadores simuladores

Indicador multiparamétrico

58
b) Controles microbiológicos:

Indicadores biológicos são caracterizados por uma preparação padronizada


de esporos bacterianos projetados para produzir suspensões contendo 10
elevado a 6 esporos por unidade de papel filtro. As espécies bacterianas
usadas nos indicadores biológicos são diferentes de acordo com o processo
de esterilização.
Deve-se distribuir um indicador em cada canto da câmara do
equipamento e um no centro da câmara, deixando um indicador de fora como
controle. Após a esterilização, os testes devem ser incubados no período de
tempo de 24, 48 ou 72 horas, conforme a orientação do fabricante.

Incubadores Esporos

Testes microbiológicos para avaliar a penetração do agente esterilizante:


utiliza-se um dispositivo de teste estandardizado, constituído por um
cateter de teflon com 1,5 metro de comprimento, 2 mm de diâmetro interno
e 0,5 mm de parede. Além de ser aberto em uma das extremidades, no final
da outra existe uma câmara selada para acondicionar um indicador químico
ou biológico. Tal dispositivo é largamente utilizado para verificar a eficácia
do processo de esterilização.

c) C o n t r o l e r e s i d u a l d o a g e n t e e s t e r i l i z a n t e e m p r o c e s s o d e e s t e r i l i z a ç ã o
química: deve ser utilizado de acordo com as orientações das Normas
Internacionais ou das Portarias do Ministério da Saúde.

d) T e s t e s d e e s t e r i l i d a d e d o s a r t i g o s : t i p o s d e t e s t e s : i n o c u l a ç ã o d i r e t a ,
por meio de cultura direta do artigo e inoculação indireta, usada para
artigos de dimensões elevadas.

e) R e a l i z a ç ã o d e c i c l o s d e e s t e r i l i z a ç ã o c o m p l e t o s c o n s e c u t i v o s : c o n s i s t e
em realizar um ciclo de esterilização com a câmara vazia e outro com a
câmara cheia, registrando-se todos os parâmetros físicos e controles de
esterilidade em instrumentos próprios.

59
4. Manutenção da validação

Recomendações:

• Realizar manutenção preventiva mensalmente.


• Proceder á monitoração rotineira com bio indicadores.
• Registrar os parâmetros físicos e químicos.
• Fazer diariamente os testes químicos com integradores e Bowie-Dick.

5. Revalidação

Recomendações:

• Deve ser realizada anualmente.


• Revalidar a cada mudança de processo.
• Revalidar diante de mudanças no artigo ou na embalagem, que possam
afetar o processo de esterilização.

14. CONTROLE E DOCUMENTAÇÃO DOS PROCESSOS DE ESTRELIZAÇÃO

Definição: O controle de esterilização envolve todos os métodos de


monitorização física, química e biológica o requer documentação
sistematizada sua aplicação, para assegurar a eficácia dos processos de
esterilização utilizados no serviço e documentar as etapas do
processamento. Consiste na observação sistematizada, detalhada e
documentada de todas as rotinas e procedimentos relativos ao
processamento de artigos odonto-médico-hospitalares.

a) Q u a n t o a o s p r o c e s s o s d e v e - s e r e g i s t r a r :

• O resultado do teste de Bowie-Dick no primeiro ciclo do dia, para os


equipamentos assistidos por bomba de vácuo.
• O número do lote, podendo a numeração ser atribuída por plantão, por
dia, por semana, por mês ou por ano, de acordo com o que for
estabelecido pela instituição
• O conteúdo qualitativo e quantitativo do lote.
• Os parâmetros físicos de cada processo.
• O nome do operador responsável pelo processo.
• O resultado dos indicadores biológicos.
• O resultado dos indicadores químicos, quando pertinente.
• O resultado do teste de hermeticidade, caso tenha sido realizado.
• Quaisquer intercorrência ocorridas durante o ciclo e condutas tomadas.

b) Q u a n t o à s m a n u t e n ç õ e s :

A manutenção preventiva deve ser executada segundo um protocolo pré


estabelecido e descrita de acordo com as orientações recomendadas pelo
fabricante.
Segundo a AORN (1999), os dados de manutenção devem ser arquivados
para cada equipamento, sendo que as informações básicas são:

60
• Data do serviço
• Número e série do equipamento
• Localização ou número do equipamento
• Descrição do problema detectado no aparelho
• Nome do técnico responsável pela manutenção
• Descrição do serviço realizado, relacionando-se as peças trocas.
• Resultados dos testes biológicos realizados após a manutenção
• Nome do requisitante do serviço
• Assinatura do enfermeiro responsável pelo período no qual ocorreu a
manutenção
• No caso da manutenção corretiva não ter sido realizada, deve-se
registrar o motivo.
• Os registros dos resultados dos indicadores físicos, químicos e
biológicos, devem ser arquivados durante pelo menos 1 ano ou por um
outro período definido pela instituição e com visto do enfermeiro
responsável.
•Os indicadores químicos internos devem ser devidamente arquivados
no prontuário do paciente ou de acordo com as orientações da CCIH
de cada instituição, com as seguintes informações:
- número da caixa ou pacote correspondente;
- data;
- número do lote;

Observação: Como sugestão para arquivamento dos indicadores químicos


internos recomenda-se colocar todos os indicadores, oriundos de um mesmo
procedimento cirúrgico e de um mesmo paciente, dentro de um envelope. No
lado externo do envelope, deve-se anotar os seguintes dados: nome completo
do paciente e seu número de registro no hospital; nome da cirurgia a que foi
submetido o paciente; nome do cirurgião responsável e do enfermeiro
responsável pelo Centro Cirúrgico; data da realização do procedimento
cirúrgico.

• Elaborar protocolos escritos e registros de recebimento, triagem,


limpeza, preparo, desinfecção e esterilização dos artigos
reprocessáveis, assim como distribuição dos artigos.
• A documentação deve permitir o rastreamento do ciclo em uma
eventual suspeita de contaminação do artigo utilizado em um
paciente.

15. RECOMENDAÇÕES PARA REPROCESSAMENTO DE ARTIGOS DE USO


ÚNICO

Definição: Artigo médico-hospitalar de uso único é o correlato que, após o


uso, perde suas características originais ou que, em função de outros riscos
r e a i s o u p o t e n c i a i s a s a ú d e d o u s u á r i o , n ã o p o d e s e r r e u t i l i z a d o . E n t e n d e - se
por riscos reais ou potenciais aqueles que decorrem de:

a) T r a n s m i s s ã o d e a g e n t e s i n f e c c i o s o s ;

61
b) T o x i c i d a d e d e c o r r e n t e d e r e s í d u o s d e p r o d u t o o u s u b s t â n c i a
impregnados nos usos antecedentes ou no reprocessamento e de
alterações físico-químicos do material com que é fabricado o
correlato, me decorrência ou dos usos prévios ou do
reprocessamento;
c) Alterações das características físicas, químicas e biológicas
originais do produto ou de sua funcionalidade em decorrência da
fadiga, dos usos prévios ou de reprocessamento, com implicações
para o uso seguro e satisfatório para o qual o produto foi
fabricado.

Recomendações:

• Atender a Portaria nº 04, de 07 de fevereiro de 1986, em vigor quanto


à reutilização de artigos médico-hospitalares de uso único.
• Observar as orientações e propostas da Agencia Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) na consulta pública nº 96, de 06 de dezembro de
2001, sobre os procedimentos para adoção de artigos médicos de uso
único e reprocessamento. Tais propostas reconhecem que o
reprocessamento é técnica viável e estabelecem que aqueles que podem
ser reutilizados devem conter condições especificas para cada tipo de
artigo, determinando a necessidade da criação de protocolos de
acompanhamento cada produto.

62
ANEXO

São exemplos de caixas de instrumentais utilizadas em algumas cirurgias:

a) FLEBOTOMIA:
01 jogo de agulhas cilíndricas semicurvas;
02 cabos de bisturi nº. 3;
01 tesoura de Metzenbaum curva de 16cm;

63
01 tesoura de Mayo de 17cm;
01 tesoura de Íris reta de 11,5cm;
01 porta-agulhas de Hegar de 14cm;
01 pinça dente-de-rato de 15cm;
01 pinça anatômica de 11cm;
01 pinça de Adson de 112cm;
04 pinças Halsted curvas de 12cm;
02 pinças Halsted retas de 12cm;
02 pinças Kelly curvas de 14cm;
04 pinças Bakhaus de 10cm;
01 afastador de Farabeuf infantil.

b) SAFENECTOMIA:
02 jogos de agulhas cilíndricas e 01 triangular;
02 cabos de bisturi nº. 3 e 01 nº. 4;
02 tesouras Metzenbaum de 16 e 18cm;
01 tesoura Mayo curva de 17cm;
01 tesoura de Mayo reta de 17cm;
02 porta-agulhas de Hegar de 18cm;
03 pinças anatômicas de 18cm;
03 pinças dente-de-rato de 18cm;
01 pinça de Adson com dente;
01 pinça de Adson sem dente;
06 pinças Kelly curvas de 16cm;
06 pinças Kelly retas de 16cm;
09 pinças Halsted curvas de 12cm;
09 pinças Halsted retas de 12cm;
04 pinças Kocher de 14cm;
02 pinças Kocher retas de 14cm;
01 pinça Cheron de 23cm;
02 afastadores de Farabeuf adulto de 13mm x 15cm;
02 afastadores de Volkmann com 02 dentes;
02 afastadores de Volkmann com 04 dentes rombos;
08 pinças Backhaus de 13cm;
04 pinças Allis de 15cm.

c) SIMPATECTOMIA LOMBAR:
01 jogo de agulhas cilíndricas e 02 triangulares;
02 cabos de bisturi nº. 4;
02 tesouras de Metzenbaum retas de 18cm;
01 tesoura de Mayo curva de 17cm;
01 tesoura de Mayo reta de 17cm;
03 pinças dente-de-rato de 16cm;
02 pinças anatômicas de 16 e 18cm;
01 porta-agulhas de Hegar de 17cm;
01 porta-agulhas de 20cm;
06 pinças Kelly curvas de 16cm;
06 pinças Kelly retas de 16cm;
04 pinças Rochester Pean retas de 16cm;
06 pinças Rochester Pean curvas de 16cm;
04 pinças Kocher retas de 16cm;

64
04 pinças Kocher curvas de 16cm;
02 pinças Mixter pontas finas;
02 pinças Collin;
02 pinças Backhaus de 13cm;
02 afastadores de Farabeuf adulto;
02 afastadores de Langembeck estreitos;
02 afastadores de Volkmann com dentes.

d) HERNIORRAFIA:
02 jogos de agulhas cilíndricas e 01 triangular;
02 cabos de bisturi nº. 4 e 01 nº. 3;
01 tesoura de Metzenbaum curva de 16cm;
01 tesoura de Metzenbaum reta de 18cm;
01 tesoura de Mayo curva de 17cm;
01 tesoura de Mayo reta de 17cm;
02 porta-agulhas de Hegar de 20cm;
02 pinças anatômicas de 14cm;
02 pinças dente-de-rato de 16cm;
06 pinças Kelly curvas de 16cm;
06 pinças Kelly retas de 16cm;
02 pinças Kocher curvas de 14cm;
02 pinças Kocher retas;
06 pinças Allis;
06 pinças Collin coração;
08 pinças Backhaus;
02 afastadores de Farabeuf;
02 afastadores de Volkmann com 04 dentes rombos.

e) HEMORROIDECTOMIA:
01 jogo de agulha cilíndrica e 02 triangulares;
02 cabos de bisturi nº. 4 e 01 nº. 3;
01 tesoura de Metzenbaum de 16cm;
01 tesoura de Mayo curva de 17cm;
01 tesoura de Mayo reta de 17cm;
02 porta-agulhas de Hegar de 16cm;
02 pinças anatômicas de 16cm;
01 pinça dente-de-rato de 16cm;
08 pinças Kelly curvas e retas de 14cm;
04 pinças Kocher curvas de 16cm;
04 pinças Kocher retas de 16cm;
06 pinças Allis de 16cm;
16 pinças Backhaus;
01 espéculo ou válvula Pitanga Santos;
01 anuscópio;
02 curetas Volkmann nº. 1;
01 par de afastadores de Langembeck;
01 pinça Collin coração de 22cm.

f) LAPAROTOMIA:
02 jogos de agulhas cilíndricas e 02 triangulares;
03 cabos de bisturi nº. 4 e 01 nº. 3;

65
01 tesoura de Metzenbaum de 16cm;
01 tesoura de Mayo curva de 18cm e 23cm;
01 tesoura de Mayo reta de 18cm e 26cm;
01 porta-agulhas de Hegar de 18cm;
02 porta-agulhas de Hegar de 20cm;
04 pinças anatômicas de 20cm;
02 pinças dente-de-rato de 20cm;
01 pinça dente-de-rato de 18cm;
08 pinças Kelly curva de 14cm;
08 pinças Kelly retas de 16cm;
04 pinças Kocher curvas de 16cm;
04 pinças Kocher retas de 16cm;
06 pinças Halsted curvas;
06 pinças Halsted retas;
08 pinças Rochester curvas de 17cm;
04 pinças Rochester retas de 17cm;
04 pinças Allis de 16cm;
01 pinça Collin coração de 16cm;
01 pinça Collin coração de 22cm;
01 afastador de Gosset grande;
03 válvulas de Doyen com 45x60, 45x90 e 45x12;
02 pinças Mixter ponta fina;
02 pinças Clamp retas mais 02 curvas;
12 pinças Backhaus de 13cm;
01 espátula de Tuffier de 25cm;
02 afastadores Farabeuf de 15cm;
01 pinça de Adson com dente de 18cm;
02 pinças Mixter delicadas de 18cm.

MATERIAL COMPLEMENTAR PARA COLECISTECTOMIA:


02 pinças de Durval;
02 pinças de Desjardins;
01 pinça Blake curva;
02 pinças de Guyon de 24cm;
04 curetas de Desjardins;
06 sondas de Desjardins para o condutor biliar;
06 sondas de Mayo para o conduto comum;
03 sondas Aschsner especiais.

g) PEQUENA CIRURGIA:
02 jogos de agulhas cilíndricas e 01 triangular;
01 cabo de bisturi nº. 4 e 01 nº. 3;
01 tesoura de Metzenbaum de 15cm;
01 tesoura de Mayo curva de 14cm;
02 tesouras de Mayo retas de 14cm;
01 porta-agulha de Hegar de 14cm;
01 pinça de Adson com dente de 12cm;
01 pinça dente-de-rato de 15cm;
01 pinça anatômica de 15cm;
03 pinças Halsted retas;
03 pinças Halsted curvas;

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02 pinças Kelly retas de 14cm;
06 pinças Backhaus;
02 afastadores Farabeuf de 9cm e 02 de 12cm;
02 pinças Allis de 15cm.

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