27 de Maio/Quinta Feira
Para receber Marina, os verdes criaram uma cláusula de consciência que permite a
filiados se opor a itens do estatuto do partido por convicções religiosas.
Avalista da ideia, o presidente do partido, José Luiz Penna, é o principal alvo dos
rebeldes. “Ele parece o Fidel Castro, não sai nunca do poder. Está usando até aquele
bonezinho verde”, ataca Rose. “Hoje o PV apoia todos os governos. Virou um partido
de aluguel”.
No cargo desde 1999, Penna não quis comentar as críticas e a criação da nova legenda.
A dissidência promove hoje seu primeiro encontro nacional, em Belo Horizonte. Vai
anunciar apoio a Dilma Rousseff, do PT. A justificativa é que ela apoiaria as causas
renegadas por Marina.
Os dissidentes dizem ter “quase 100 mil” assinaturas, bem menos que as 468 mil
exigidas para fundar um partido. Apesar disso, fazem planos ambiciosos. “Vamos
mostrar que o Livre veio para mudar a história do Brasil”, promete o vice-presidente
Carlos Taborda”.
O grupo ainda não atraiu políticos com mandato, mas sonha com o ministro Juca
Ferreira (Cultura), que se licenciou do PV para apoiar Dilma. Ele já recusou o convite.
Por enquanto, o maior desafio é escapar da sigla PL, usada pelo antigo Partido Liberal
(atual PR). “Queremos cair fora dessa coisa de rótulos. A gente se considera livre”, diz
Rose.