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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS

CURSO DE DIREITO
ESTÁGIO DE PRÁTICA JURÍDICA I
Profª. Ana Luiza Berg Barcellos

AÇÃO DE CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO


FICHAMENTO

Sandra Regina Bergmann Schneider


Pelotas/RS, maio 2011.

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS
CURSO DE DIREITO
ESTÁGIO DE PRÁTICA JURÍDICA I
Profª. Ana Luiza Berg Barcellos

FICHA DE DESTAQUE DE TEMA

1. AUTOR DO FICHAMENTO: Sandra Regina Bergmann Schneider

2. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ARAUJO Jr, Gediel Claudino de. Prática no Processo Civil: Cabimento/ações
diversas, competência, procedimentos, petições, modelos. 14ª Ed. – São Paulo :
Atlas, 2011.
GAGLIANO, Pablo Stolze, PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito
Civil, Volume II: Obrigações. 1ª edição – São Paulo: Saraiva, 2009.
SCAVONE Jr, Antonio Luiz e outros. Comentários ao Código Civil. 2ª edição.
Revisada, atualizada e ampl. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.
WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso de Processo Civil Avançado, volume 3:
processo cautelar e procedimentos especiais. 9ª edição, revisada, atualizada e
ampliada – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,2008.
3. RESUMO DO TEMA FICHADO
O tema aborda uma das formas de extinção da obrigação, um cumprimento indireto
da obrigação, meio que ampara o devedor diante da mora do credor ou dos demais fatos
previstos em lei, ou seja, a Consignação em Pagamento, prevista nos arts. 334 a 345 do
CC e amparada pelo rito especial nos arts. 890 ss do CPC.
4. DESTAQUES DO FICHAMENTO
4.1. O cumprimento de uma obrigação, via de regra, é feito diretamente ao credor ou
seu representante, nos casos de pagamento de quantia certa ou de entrega de
uma coisa. No entanto em casos em que seja impossível o cumprimento desta
obrigação diretamente, quer seja por recusa do recebimento do valor ou coisa
pelo credor ou outras causas impeditivas possíveis, tem-se aí a possibilidade
expressa em lei arts 334 a 345 CC da Consignação em Pagamento.
4.2. Finalidade - A ação de consignação em pagamento é o meio legalmente
concedido ao devedor para extinguir sua obrigação. Portanto, o devedor ou

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terceiro podem requerer através de uma ação judicial a consignação da quantia
ou da coisa devida, e esta consignação tem efeito de pagamento compulsório.
4.3. Legitimidade das partes - Os legitimados para esta ação são as pessoas
interessadas na extinção da obrigação.
Desta maneira, possui legitimidade ativa o devedor ou terceiro, sendo que o
terceiro interessado não se sub-roga nos direitos do credor e possui legitimidade
passiva o credor, seus herdeiros ou sucessores, em sendo credores forma-se o
litisconsórcio passivo.
4.4. Cabimento - A lei processual civil (Código de Processo Civil) não dispõe sobre
os casos de cabimento da consignação. Coube à lei civil (Código Civil)
enumerá-los. Desta forma as hipóteses de cabimento de consignação são:
Art. 335 do CC. "A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento,
ou dar quitação na devida forma;
O inciso I constitui a hipótese mais usual de consignação em pagamento:
• Necessidade de ser a causa injusta - se a causa da recusa for justa não
cabe a consignação;
• Recusa em dar quitação na forma devida - a quitação é a prova do
pagamento e se o devedor não recebe a prova do pagamento, pode
consigná-lo.
Ressalta-se que a consignação de obrigação em dinheiro é a mais freqüente.
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e
condição devidos;
Caso esteja estipulado que será o credor quem deve buscar o pagamento com o
devedor, este não é obrigado a procurar o credor para pagá-lo, podendo
consignar o pagamento.
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente,
ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
Este é um dos casos que demonstram circunstâncias impeditivas. Por exemplo,
no caso de morte do credor originário, se o devedor desconhecer os seus
sucessores, poderá consignar em pagamento. Este pagamento deve ser
consignado em nome do credor (de cujus), que será citado por edital. Ao julgar
procedente a ação, o juiz desobriga o devedor e o valor continua depositado até
que os sucessores provem o direito de levantá-lo.

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IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do
pagamento;
Como bem leciona Humberto Theodoro Júnior: "(...) no caso de incerteza,
quanto à titularidade do crédito, são todos os possíveis interessados, havendo
lugar até mesmo para a citação-edital de interessados incertos, quando o
devedor não conseguir definir todos os possíveis pretensos credores."
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento."
Neste caso, com o litígio sobre o objeto do pagamento entre o credor e um
terceiro, a melhor alternativa é consignar em pagamento para que o devedor não
pague duplamente.
No entanto este rol não é taxativo, existem outros casos em que se pode
consignar em pagamento.
4.5. O procedimento de consignação para pagamento de quantia em dinheiro difere-
se do procedimento para entrega de coisa. Isso porque, quando se trata de uma
obrigação em dinheiro, há a possibilidade de consignação extrajudicial,
mediante depósito em estabelecimento bancário.
Assim, a lei concede ao devedor de obrigação em dinheiro a faculdade de
escolher se ajuíza diretamente a ação judicial de consignação em pagamento ou
consigna extrajudicialmente o valor devido.
4.6. Competência – O foro competente para a ação de consignação em pagamento
é o do lugar do pagamento (art 891 CPC). Em regra, este é o domicílio do
devedor (art 327, 1ª parte, CC). Todavia nada impede que as partes optem por
foro diferente na constituição do negócio jurídico. Em caso de dúvidas a quem
pagar e onde, o foro pode ser em qualquer dos domicílios dos réus (art. 94, § 4º,
CPC).
O parágrafo único do art. 891 CPC, prevê, que mesmo que tenha sido elegido
foro pelas partes, se a obrigação consistir em entrega da coisa no lugar, o foro
será onde estiver o bem. Em se tratando de prestação relativa a imóvel, dispõe o
art. 328 CC que o pagamento far-se-á no local do imóvel. A consignação de
aluguel de imóvel, art 58,II da Lei 8245/91 determina que é competente o foro
do lugar da situação do imóvel, exceto, se houver, no contrato, expressa
estipulação de outro foro eleito pelos contratantes.
4.7. Procedimento Extrajudicial – O Direito Positivo Brasileiro prevê a
consignação em pagamento de forma extrajudicial, o que simplifica

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sobremaneira a solução de conflitos, utilizando-se do depósito bancário e
declinando as vias judiciais, as partes podem acelerar a contenda.
Caso opte pelo depósito extrajudicial, este deve ser feito em estabelecimento
bancário oficial (onde houver), situado no lugar do pagamento, em conta com
correção monetária.
Deverá o devedor cientificar o credor por carta de aviso de recepção, assinando
o prazo de 10 (dez) dias (contados a partir da data que o credor receber a
cientificação) para a manifestação de recusa.
A carta de cientificação válida deve conter necessariamente qual é o objeto do
depósito, bem como expressamente o prazo de 10 dias para a recusa, sob pena
de reputar-se o devedor liberado da obrigação.
Decorrido o prazo de 10 dias sem manifestação de recusa, o devedor reputa-se
liberado da obrigação e a quantia depositada fica à disposição do credor.
Contudo, havendo a recusa do credor, que deve ser feita por escrito ao
estabelecimento bancário onde o depósito houver sido efetuado, o devedor ou o
terceiro (pessoa legitimada para propor a ação) poderá propor a ação de
consignação em pagamento dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data
do conhecimento da recusa, instruindo a petição inicial com a prova do depósito
e da recusa.
Se a ação não for proposta no prazo de 30 (trinta) dias, deve o devedor levantar
o depósito efetuado pois este perde sua eficácia.
No caso de divergência entre o credor e o devedor sobre a tempestividade da
recusa ou validade da cientificação, não pode o estabelecimento bancário
permitir o levantamento, por qualquer das partes, da quantia depositada. Isto
deve ser resolvido judicialmente.
4.8. Procedimento Judicial - Havendo ou não o procedimento extrajudicial
anterior, a propositura de uma ação de consignação em pagamento deve ser
feita no lugar do pagamento. Se o lugar do pagamento não tiver sido fixado,
nem houver foro de eleição, segue-se a norma geral: a ação deve ser proposta
no domicílio do réu.
Na inicial deverão ser preenchidos todos os requisitos do art. 282 do CPC, e,
ainda, o requerimento de:
Art. 893, CPC: caput

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"I - o depósito da quantia ou da coisa devida, a ser efetivado no prazo de 5
(cinco) dias contados do deferimento, ressalvada a hipótese do § 3o do art.
890;
II - a citação do réu para levantar o depósito ou oferecer resposta."
É importante lembrar que a partir do momento em que o devedor efetua o
depósito, os juros e os riscos, cessam. Entretanto, estes não cessam caso a ação
seja julgada improcedente.
Com a citação válida, o réu (credor da obrigação) pode:
• oferecer contestação;
• receber o valor depositado e dar quitação;
• não contestar e sofrer os efeitos da revelia.
Caso o réu não receba o valor depositado e não conteste a ação, o juiz julga
procedente o pedido, declara extinta a obrigação e o condena nas custas e
honorários advocatícios.
Caso o réu opte por contestar a ação, pode alegar em suas razões de defesa, as
preliminares enumeradas no art. 301 do CPC, e, no mérito que:
• não houve recusa ou mora em receber a quantia ou coisa devida;
• foi justa a recusa;
• o depósito não se efetuou no prazo ou no lugar do pagamento;
• o depósito não é integral. Neste caso, a alegação será admissível se o réu
indicar o montante que entende devido, possibilitando, assim, que o
autor da ação complemente o depósito.
Apesar do CPC não mencionar, o réu pode apresentar todos os tipos de resposta
que podem ser formuladas no procedimento ordinário.
Apresentada a resposta, a consignação em pagamento segue os passos do
procedimento ordinário.
No entanto, se o réu alegar insuficiência de depósito, o procedimento ganha
algumas particularidades, conforme informa o art. 899 do CPC:
“Art. 899, CPC. "Quando na contestação o réu alegar que o depósito não é
integral, é lícito ao autor completá-lo, dentro em 10 (dez) dias, salvo se
corresponder a prestação, cujo inadimplemento acarrete a rescisão do
contrato.
§ 1o Alegada a insuficiência do depósito, poderá o réu levantar, desde logo, a

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quantia ou a coisa depositada, com a conseqüente liberação parcial do autor,
prosseguindo o processo quanto à parcela controvertida.
§ 2o A sentença que concluir pela insuficiência do depósito determinará,
sempre que possível, o montante devido, e, neste caso, valerá como título
executivo, facultado ao credor promover-lhe a execução nos mesmos autos."
Na insuficiência do depósito, e sendo comprovado a sentença proferida tem
validade de título executivo, podendo o réu executá-la conforme a previsão de
cumprimento de sentença no art 475-I CPC, nos mesmos autos
4.9. Prestações Periódicas – Nas relações jurídicas de trato sucessivo, ou seja
pagamentos periódicos, o art. 892 CPC autoriza a consignação no mesmo
processo.
Art. 892, CPC. "Tratando-se de prestações periódicas, uma vez consignada a
primeira, pode o devedor continuar a consignar, no mesmo processo e sem
mais formalidades, as que se forem vencendo, desde que os depósitos sejam
efetuados até 5 (cinco) dias, contados da data do vencimento."
Existe uma divergência jurisprudencial no que tange ao momento em que deve
cessar o depósito das prestações periódicas. Algumas jurisprudências
demonstram que estes depósitos podem ser feitos até o trânsito em julgado da
decisão final e outros, até que seja proferida a sentença (neste sentido encontra-
se o art. 67, III da Lei do Inquilinato).
4.10. Coisa Indeterminada - Se o objeto da prestação for coisa indeterminada
e a escolha couber ao credor, este é citado para:
• exercer o seu direito dentro de 05 (cinco) dias, se outro prazo não
constar de lei ou do contrato;
• ou aceitar que o devedor o faça, devendo o juiz, ao despachar a petição
inicial, fixar lugar, dia e hora em que se fará a entrega, sob pena de
depósito.
4.11. Dúvidas sobre a quem pagar - Em caso de dúvida sobre quem detém a
legitimidade para receber o pagamento, o procedimento segue de forma um
pouco diferente.
O autor, na petição inicial, deve requerer o depósito (que deve ser feito em 05
dias) e a citação dos credores que disputam o pagamento para provarem o seu
direito.
O procedimento segue de forma diferente conforme as atitudes dos réus:

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• não comparecendo nenhum dos potenciais credores, o depósito é
convertido em arrecadação de bens de ausentes e o juiz declara extinta a
obrigação do devedor;
• comparecendo apenas um dos potenciais credores disposto a receber o
valor depositado, o juiz, presumindo que nenhum dos outros potenciais
credores citados se considera com direito, decide de plano;
Subentende-se, com a omissão do CPC que nenhum pretendente não ofereceu
contestação, apenas comparecendo um deles, disposto a receber o valor
depositado;
• comparecendo apenas um dos potenciais credores oferecendo
contestação sob a alegação de insuficiência do valor do depósito, o juiz
abre prazo de 10 dias para o autor complementar o depósito. Mas o juiz
pode, também, de plano autorizar o credor a levantar a quantia
incontroversa;
• comparecendo mais de um, o juiz declarará efetuado o depósito e extinta
a obrigação do devedor, continuando o processo a correr unicamente
entre os credores, pelo procedimento ordinário.
Com o prosseguimento do feito são dadas aos credores todas as oportunidades
para provarem seus direitos.
4.12. Questões Incidentais - Pode o juiz apreciar todas as questões a ele
submetidas relacionadas ao direito do devedor de se ver livre de suas
obrigações. Assim, caso sejam postas ao juiz questões prejudiciais que
envolvam a existência da dívida, o quantum debeatur ou a interpretação de
cláusulas contratuais que influenciem em sua decisão, deverá o juiz apreciá-las.
"A jurisprudência do STJ acolheu entendimento no
sentido de que a ação de consignação em pagamento,
como ação de natureza especial que é, não se presta à
indagação e discussão de matéria outra que não a
liberação de obrigação. Todavia, para o desempenho de
tal desideratum muitas vezes se faz necessário ampliar-se-
lhe o rito para questionar temas em torno da relação
material ou acerca de quem seja o consignado, qual o
valor da obrigação ou perquirir desta outros aspectos

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para esclarecimentos." (STJ, REsp. 32.813-9 ac. de
04.05.93, in JSTJ/TRFs 52/188).
Em que pese este entendimento do STJ, o TRF da 1ª Região já sumulou de
forma contrária no que tange ao reajuste de prestações dos contratos
habitacionais, senão vejamos:
Súmula Nº 47: "A ação de consignação em pagamento, em virtude da sua
natureza declaratória, é imprópria para a discussão do reajuste da prestação
dos contratos habitacionais, quer como substitutivo dação de rito ordinário,
quer como sucedâneo da ação cautelar."
4.13. Sentença - O ato judicial que julga a ação de consignação em pagamento
tem natureza de sentença e é impugnável por meio de apelação.
A apelação, por sua vez, é recebida em duplo efeito: devolutivo e suspensivo.
A sentença será proferida conforme o art. 458 ss CPC e poderá ser na própria
audiência de instrução e julgamento ou no prazo de 10 dias. Julgado procedente
o pedido, fica extinta, pelo pagamento, a obrigação (art.334,CC).
4.14. Consignação dos Alugueres - A Lei do Inquilinato dispõe sobre o
procedimento para consignação de alugueres e acessórios. O art. 67 da Lei
8.245/91 determina que este tipo de ação deve ser processada da seguinte
forma:
• a petição inicial, além dos requisitos exigidos pelo art. 282 do Código de
Processo Civil, deve especificar os aluguéis e acessórios da locação com
indicação dos respectivos valores;
• determinada a citação do réu, o autor é intimado a, no prazo de vinte e
quatro horas, efetuar o depósito judicial da importância indicada na
petição inicial, sob pena de ser extinto o processo;
• o pedido envolve a quitação das obrigações que vencerem durante a
tramitação do feito e até ser prolatada a sentença de primeira instância,
devendo o autor promover os depósitos nos respectivos vencimentos;
• não sendo oferecida a contestação, ou se o locador receber os valores
depositados, o juiz acolhe o pedido, declarando quitadas as obrigações,
condenando o réu ao pagamento das custas e honorários de 20% do
valor dos depósitos;

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• a contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber,
ficará adstrita, quanto à matéria de fato, a: a) não ter havido recusa ou
mora em receber a quantia devida; b) ter sido justa a recusa; c) não ter
sido efetuado o depósito no prazo ou no lugar do pagamento; d} não ter
sido o depósito integral;
• além de contestar, o réu pode, em reconvenção, pedir o despejo e a
cobrança dos valores objeto da consignatória ou da diferença do
depósito inicial, na hipótese de ter sido alegado não ser o mesmo
integral;
• o autor pode complementar o depósito inicial, no prazo de 05 (cinco)
dias contados da ciência do oferecimento da resposta, com acréscimo de
dez por cento sobre o valor da diferença.
Se desta forma ocorrer, o juiz declara quitadas as obrigações, elidindo a
rescisão da locação, mas impõe ao autor-reconvindo a responsabilidade pelas
custas e honorários advocatícios de 20% sobre o valor dos depósitos;
• havendo, na reconvenção, cumulação dos pedidos de rescisão da locação
e cobrança dos valores objeto da consignatória, a execução desta
somente poderá ter início após obtida a desocupação do imóvel, caso
ambos tenham sido acolhidos.
• o réu poderá levantar a qualquer momento as importâncias depositadas
sobre as quais não penda controvérsia.
4.15. Consignação de Verbas Trabalhistas – A doutrina pouco esclarece as
formas de consignação de parcelas de rescisão contratual quando o empregado
se recusa a receber ou não foi encontrado. A norma tampouco prevê
especificamente sobre o assunto, sendo desta forma deve-se aplicar
analogamente a lei.
A CLT no art. 477§ 6º especifica os prazos para o pagamento das verbas:
“§ 6º - O pagamento das parcelas constantes do instrumento de rescisão ou
recibo de quitação deverá ser efetuado nos seguintes prazos: (Incluído pela Lei
nº 7.855, de 24.10.1989).
a) até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato; ou

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b) até o décimo dia, contado da data da notificação da demissão, quando da
ausência do aviso prévio, indenização do mesmo ou dispensa de seu
cumprimento.”
Para o caso de recusa de recebimento no último prazo estabelecido pela CLT,
não sendo mais possível efetuar depósito bancário para adimplir a obrigação,
cabe utilizar subsidiariamente o CPC, por falta de norma específica, art .
769CLT.
“Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte
subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for
incompatível com as normas deste Título.”
Desta forma a utilização dos procedimentos processuais civis é aplicável,
contudo há que se verificar e adequar às normas trabalhistas.
O art. 890 ss CPC prevê o processo no Civil, contudo não se aplica o art. 890 §
1º pois há regra no art. 477§1º CLT compatível, ou seja de mesma previsão,
assim somente é possível aplicação do art. 890 §3º, senão vejamos:
Ҥ 3o Ocorrendo a recusa, manifestada por escrito ao estabelecimento
bancário, o devedor ou terceiro poderá propor, dentro de 30 (trinta) dias, a
ação de consignação, instruindo a inicial com a prova do depósito e da
recusa.” (Incluído pela Lei nº 8.951, de 13.12.1994)
Referido artigo estabelece, claramente, o prazo de 30 (trinta) dias para a
propositura da ação de consignação em pagamento a partir da recusa no
recebimento dos créditos. Há que se salientar que este dispositivo é
perfeitamente aplicável no Direito Trabalho.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo da ação de consignação em pagamento é permitir ao devedor o


exercício do seu "direito de pagar". Muito embora isso pareça estranho, o devedor
tem o direito de se ver livre do vínculo obrigacional e esta foi a intenção do
legislador ao estabelecer este tipo de procedimento especial de jurisdição
contenciosa.

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