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4. Brandão AG, Horta BL, Tomasi E.

Sintomas de
distúrbiososteomusculares em bacários de Pelotas e
região: prevalência e fatores associados. Rev Bras
Epidem.2005;9(1):94-102.

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Revista Brasileira de Epidemiologia


Print ISSN 1415-790X

Rev. bras. epidemiol. vol.8 no.3 São Paulo Sept. 2005

doi: 10.1590/S1415-790X2005000300011

ARTIGOS ORIGINAIS

Sintomas de distúrbios osteomusculares em


bancários de Pelotas e região: prevalência e
fatores associados

Signs of musculoskeletal disorders in bank


workers from the city of Pelotas and region:
prevalence and associated factors

Andréa Gonçalves BrandãoI, *; Bernardo Lessa


HortaII; Elaine TomasiI

I
Mestrado em Saúde e Comportamento,
Universidade Católica de Pelotas
II
Programa de Pós-Graduação em
Epidemiologia, Universidade Federal de
Pelotas.
RESUMO

Este estudo objetivou conhecer a prevalência


de sintomas de distúrbios osteomusculares
em bancários de Pelotas e região e investigar
fatores associados. O estudo foi transversal e
os dados foram coletados através de
questionário auto-aplicado no local de
trabalho. O desfecho foi relato de dor
osteomuscular com freqüência em três ou
mais de dez regiões anatômicas (Questionário
Nórdico de Sintomas Osteomusculares –
QNSO). De 502 bancários estudados, 60% da
amostra mencionaram dor músculo-
esquelética no último ano, 43% referiram nos
últimos sete dias, 19% tiveram que evitar o
trabalho devido às dores e 40% relacionaram
esta dor com a atividade que realiza no seu
trabalho. Dor com freqüência foi relatada por
39% dos bancários. Maiores prevalências
foram observadas em mulheres, pessoas que
não praticavam atividade física, usuários de
terminal on-line e máquinas autenticadoras,
aqueles que referiram seu ritmo de trabalho
como "acelerado", aqueles que trabalhavam
na maior parte do tempo sentados e aqueles
que classificaram seu ambiente de trabalho
como "inadequado".

Palavras-chave: Dor osteomuscular.


Bancários. Saúde do trabalhador. Riscos
ocupacionais. Vigilância de saúde.

Introdução
Com o grande avanço tecnológico, o processo
de trabalho evoluiu em busca de maior
produtividade num esquema de
automatização e especialização. Tal situação
obriga o trabalhador a intensos e
inadequados movimentos da coluna,
membros superiores, região escapular e
pescoço, levando freqüentemente a
desordens neuro-músculo-tendinosas.

As lesões osteomusculares são hoje o mais


freqüente dos problemas de saúde
relacionados ao trabalho em todos os países,
independente do seu grau de
1
industrialização . Essas lesões são um modo
de adoecimento emblemático, revelador das
contradições e da patogenicidade social desse
novo ciclo de desenvolvimento e crise do
modo de produção capitalista.

O trabalhador, exercendo atividades que


exijam determinado esforço físico associado à
repetitividade de movimentos, após um certo
período de trabalho, começa a ter seu
rendimento prejudicado pela instauração do
processo de fadiga muscular e mental. A
primeira está associada aos movimentos
propriamente ditos (ainda com a possibilidade
deste movimento estar sendo realizado em
posturas inadequadas que prejudicam não
somente a circulação como também o
funcionamento ideal do sistema nervoso),
enquanto a segunda ocorre devido à
necessidade de concentração e/ou monotonia
provenientes da tarefa. Neste momento não é
apenas o rendimento do trabalhador que está
sendo prejudicado, pois concomitantemente
estão ocorrendo microtraumatismos, em
princípio indolores e imperceptíveis. As
microlesões dos tendões, com o passar do
tempo, e com a continuidade da atividade,
vão se agravando, podendo levar à
incapacidade permanente se não tratadas
adequadamente a tempo2.
O trabalho bancário tem sofrido, nas últimas
décadas, profundas modificações tecnológicas
e de relações de trabalho que têm causado
um impacto significativo no desenvolvimento
da atividade laboral. A introdução da
automação em larga escala com a crescente
utilização dos microcomputadores em todos
os setores produtivos tem ocasionado rotinas
de trabalho altamente rápidas e repetitivas.
Estas mudanças têm provocado novas
exigências físicas e mentais aos
trabalhadores, modificando o padrão de
desgaste destes bancários e alterando as
condições de saúde da categoria3.

Codo & Almeida4, em pesquisa realizada com


pacientes atendidos no Programa de Saúde
dos Trabalhadores da Zona Norte de São
Paulo, ERSA-6 (PST-ZN), observaram que dos
620 casos de doença osteomuscular
diagnosticados no programa, 35,5% eram
bancários, 13,1% dos quais na função de
caixa.

Para contribuir na investigação do efeito de


variáveis demográficas, comportamentais e
características do processo de trabalho na
ocorrência de doenças osteomusculares,
delineou-se o presente estudo com o objetivo
de conhecer a prevalência de sintomas de
distúrbios osteomusculares nos trabalhadores
bancários da cidade de Pelotas e região, e
investigar seus principais fatores associados.

DISCUSSÃO

1- Murofuse & Marziale3 salientam que com o desenvolvimento


do sistema financeiro, a força do trabalho bancário adquiriu
crescente importância na economia mundial. Com isso, as lutas
femininas das décadas de 60 e 70 e a multiplicação dos postos
de trabalho relacionada às operações simplificadas e repetitivas
devido à demanda criada pelos sistemas informatizados
resultaram na maior contratação de mão-de-obra feminina nos
bancos.

Com esse crescente avanço feminino no trabalho bancário,


aumentaram as queixas de dores osteomusculares, muito por
causa da dupla jornada de trabalho a qual são submetidas,
cumprindo obrigações domésticas manuais, além da jornada
diária na empresa em que a mulher é contratada, muitas vezes
em posturas inadequadas ou tarefas repetitivas que acarretam
em grande desgaste físico e mental.

MUROFUSE, Neide Tiemi and MARZIALE, Maria Helena Palucci. Mudanças no


trabalho e na vida de bancários portadores de Lesões por Esforços
Repetitivos: LER. Rev. Latino-Am. Enfermagem, 2001, vol.9, no.4, p.19-25. ISSN
0104-1169.

2- Pinheiro, Tróccoli & Carvalho5 argumentam que dentre as variáveis relativas a


hábitos, as pessoas que praticavam exercícios físicos mostraram sistematicamente
níveis de severidade de sintomas menores do que aqueles que não os realizavam, e
essas diferenças foram significativas para diferentes regiões anatômicas.

5. Pinheiro F, Tróccoli B, Carvalho C. Validação do Questionário Nórdico de


Sintomas Osteomusculares como medida de morbidade. Rev. Saúde
Pública 2002; 36(3): 307-12.

3-A postura de trabalho pode ser considerada um fator gerador de distúrbio


osteomuscular, principalmente se associada ao uso de equipamentos inadequados.
Os bancários que passavam a maior parte de sua jornada sentados apresentaram
quase 30% mais sintomas de distúrbios osteomusculares do que os demais,
provavelmente por permanecerem numa mesma posição durante um longo período,
além de utilizarem equipamentos de trabalho muitas vezes mal posicionados. Yu &
Wong22 referem que 31,4% das queixas de dores osteomusculares relatadas pelos
bancários têm relação direta com o ambiente de trabalho, fazendo o trabalhador
gastar mais energia ao realizar movimentos repetitivos e forçados em má postura,
principalmente devido a mobiliário inadequado ou mal posicionado.

22. Yu I, Wong T. Problemas musculoesqueléticos entre


operadores de computador do Banco de Hong Kong.
Occup Med Lond 1996; 46(4): 275-280. [ Links ]
ARTIGO 02

LER - LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS


UMA PROPOSTA DE AÇÃO PREVENTIVA

* Carlos Roberto Miranda e Carlos Roberto Dias

Em conclusão, pode-se afirmar que, apesar das diferentes abordagens aqui


apresentadas, diversos fatores causais das LER estão hoje consensados e,
entre eles destacam-se:

A. FATORES DE NATUREZA ERGONÔMICA: força excessiva, alta


repetitividade de um mesmo padrão de movimento, posturas incorretas dos
membros superiores, compressão das delicadas estruturas dos membros
superiores, frio, vibração, postura estática, entre outros.
B. FATORES DE NATUREZA ORGANIZACIONAL: concentração de
movimentos numa mesma pessoa, horas extraordinárias, dobras de turno,
ritmo apertado de trabalho, ausência das pausas necessárias, entre outros.
C. FATORES DE NATUREZA PSICOSSOCIAL: pressão excessiva para os
resultados, ambiente excessivamente tenso, problemas de relacionamento
interpessoal, rigidez excessiva no sistema de trabalho, entre outros.

Prevenção da LER

O método mais efetivo para a prevenção da LER é o desenvolvimento de


controles técnicos para identificar os riscos ergonômicos (39, 40, 41).

39ROSS, P & COHN, R. N. Ergonomic Hazards in the Workplace: Assssment


and
prevention. AAOHN Journal, 42(4):171-176, 1994.

40 0CCHIPINT, E . & COLOMBINI, D. Alterazioni Musculo-scheletriche degli


Arti Superiori da Sovraccarico Biomeccanico: Metodi e Criteri per
L’Inquadramento Dell”Eposizione Lavorativa. La Medicina del Lavoro, 87(6):491-
525, 1996.

41. ZABEL, A .M. & McGREW, A .B. Ergonomics: A Key Component in


a
CTD Control Program. AAOHN Journal, 45(7):350-8, 1997.

Em síntese, a prevenção da LER baseia-se em estudos para análise


ergonômica do trabalho e na adoção de medidas relativas a:
a) tempo de exposição: introdução de pausas para descanso, redução
da jornada de trabalho ou do tempo de trabalho na atividade geradora
de LER (42, 43);
42.WERSTED, M. & WESTGAARD, R.H. Working hours as a risk factor in the
development of musculoskeletal complaints. Ergonomics, 34(3):265-276, 1991.

43.WOOD, D. D.; FISHER, D.L.; ANDRES, R.O. Minimizing Fatigue during


Repetitive Jobs: Optimal Work-Rest Schedules. Human Factors, 39(1):83-101, 1997

b) alterações no processo e organização do trabalho: modificações


visando a diminuição da sobrecarga muscular gerada por gestos e
esforços repetitivos, mecanizando ou automatizando o processo,
reduzindo o ritmo de trabalho e as exigências de tempo, diversificando
as tarefas (44, 45);

44.SCHOENMARKLIN, R. W. Industrial wrist motions and incidence of


hand/wrist
cumulative trauma disorders. Ergonomics, 37(9), 1449-59, 1994.
45. LATKO, W. A.; ARMSTRONG, T.J.; FOULKE, J.A. ; HERRIN, G.D.;
RABOURN,
R. A.; ULIN, S.S. Development and Evaluation of an Observational Method
for Assessing Repetition in Hand Tasks. American Industrial Hygiene
Association Journal, 58:278-285, 1997.

c) adequação de máquinas, mobiliários, dispositivos, equipamentos e


ferramentas de trabalho às características fisiológicas do trabalhador, de
modo a reduzir a intensidade dos esforços aplicados e corrigir
posturas desfavoráveis na realização de gestos e esforços repetitivos (46,
47).

46. CARSON, R. Reducing Cumulative Trauma Disorders: Use of Proper


Workplace
Design. AAOHN Journal, 42(6):270-6, 1994.

47. AMERICAN INDUSTRIAL HYGIENE ASSOCIATION. Ergonomics


Guide to
Hand Tool Design. Fairfax, VA, AIHA, 1996.

Mais recentemente, estudos tem demonstrado o valor dos


treinamentos e dos exercícios posturais ergonômicos assim, como
das técnicas educativas na prevenção da LER (48, 49, 50).

48. LAWLER, A . L.; JAMES, A . B.; TOMLIN, G. Educational Techniques


Used
in Occupational Therapy Treatment of Cumulative Trauma Disorders of the
Elbow, Wrist, and Hand. The American Journal of Occupational Therapy,
51(2):113-118, 1996.
49. MELHORN, J.M. A Prospective Study for Upper-Extremity Cumulative
Trauma
Disorders of Workers in Aircraft Manufacturing. Journal of Occupational and
Environmental Medicine, 38(12):1264-71, 1996.
50. MCCOY, T.F. Occupational chronic injury: Educational guidelines to
use
with patients and industry. J Am Osteopath Assoc, 96(12):733-6, 1996.
TABELA 04 - ESTUDO DOS FATORES DE NATUREZA
ERGONÔMICA, SALVADOR, BAHIA, 1998
FATORES ERGONÔMICOS SIM(%) NÃO(%)
1. TRABALHO REALIZADO SENTADO 58 42
2. FLEXIBILIDADE POSTURAL (SENTADO/EM PÉ) 67 33
3. ASSENTO PARA DESCANSO (TRABALHO EM PÉ) 58,3 41,7
4. MOVIMENTOS REPETITIVOS 100 -
5. FLEXÃO/EXTENSÃO DO PUNHO 100 -
6. DESVIO LATERAL DO PUNHO 84 16
7. ELEVAÇÃO DOS BRAÇOS OU ABDUÇÃO DOS OMBROS 36 64
8. MUITA FORÇA COM AS MÃOS 27 73
9. COMPRESSÃO DIGITAL FAZENDO FORÇA 10 90
10. CABEÇA EXCESSIVAMENTE ESTENDIDA 40 60
11. CABEÇA EXCESSIVAMENTE FLETIDA 27 73
12. RODÍZIO (REVEZAMENTO) NAS TAREFAS 57 43
13. CONTATO DA MÃO OU PUNHO COM QUINA VIVA 61 39
14. TAREFA EXIGE USO DE LUVAS 2 98
15.TRABALHO COM FERRAMENTAS VIBRATÓRIAS - 100
TABELA 05 - FATORES DE NATUREZA ERGONÔMICA: AVALIAÇÃO
DAS CADEIRAS, SALVADOR, BAHIA, 1998
FATORES ERGONÔMICOS SIM(%) NÃO(%)
1. CADEIRA ESTOFADA 80,6 19,4
2. ALTURA REGULÁVEL 83,9 16,1
3. DIMENSÃO ÂNTERO-POST. DO ASSENTO ADEQUADA 84,9 15,1
4. LARGURA DA CADEIRA DE DIMENSÃO CORRETA 88,2 11,8
5. BORDA ANTERIOR DO ASSENTO ARREDONDADA 81,7 18,3
6. ASSENTO NA POSIÇÃO HORIZONTAL 94,6 5,4
7. ÂNGULO TRONCO-COXAS DE CERCA DE 100 GRAUS 95,5 4,5
8. APOIO DORSAL FORNECE UM SUPORTE FIRME 79,6 20,4
9. CADEIRA GIRATÓRIA 91,4 8,6
10. EXISTEM RODÍZIOS 69,9 30,1
11. BRAÇOS DA CADEIRA PREJUDICAM APROXIMAÇÃO

ATÉ O POSTO DE TRABALHO 4,5 95,5


12. OS PÉS ESTÃO SEMPRE APOIADOS 84,9 15,1
13. ESPAÇO SUFICIENTE PARA AS PERNAS DEBAIXO DA

MESA OU DO POSTO DE TRABALHO 72,1 27,9


TABELA 06 - FATORES DE NATUREZA ERGONÔMICA: AVALIAÇÃO
DAS MESAS DE TRABALHO, SALVADOR, BAHIA, 1998
FATORES ERGONÔMICOS SIM(%) NÃO(%)

1. ALTURA APROPRIADA 78,9 21,1

2. DIMENSÕES APROPRIADAS 62,1 37,9

3. BORDA ANTERIOR DA MESA ARREDONDADA 42,1 57,9

4. ACESSÓRIOS DENTRO DA ÁREA DE ALCANCE 78,9 21,1

5. GAVETAS LEVES 62,1 37,9


6. MESA DE DATILOGRAFIA MAIS BAIXA 68,2 31,8
TABELA 07 - FATORES DE NATUREZA ERGONÔMICA: AVALIAÇÃO
DO TERMINAL OU COMPUTADOR, SALVADOR, BAHIA, 1998
FATORES ERGONÔMICOS SIM(%) NÃO(%)

1. MONITOR DE VÍDEO MÓVEL 71,4 28,6

2. POSIÇÃO DO MONITOR NA HORIZONTAL DOS OLHOS 31,9 68,1

3. TELA DO MONITOR PERPENDICULAR À JANELA 65,9 34,1

4. PRESENÇA DE REFLEXOS NA TELA 42,9 57,1

5. TELA COM BOM PADRÃO DE LEGIBILIDADE 95,6 4,4

6. DISTÂNCIA OLHOS /TELA ENTRE 45-70 CM 91,2 8,8

7. DISTÂNCIAS OLHO/TELA, OLHO/TECLADO E

OLHO-DOCUMENTO SÃO IGUAIS 90,1 9,9


8. BRAÇOS DO USUÁRIO TRABALHAM NA VERTICAL

(ÂNGULO DE 70-80 GRAUS) 54,9 45,1

CONT. TABELA 07 - FATORES DE NATUREZA ERGONÔMICA:


AVALIAÇÃO DO TERMINAL OU COMPUTADOR, SALVADOR, BAHIA,
1998

FATORES ERGONÔMICOS SIM(%) NÃO(%)

9. ANTEBRAÇOS DO USUÁRIO NA HORIZONTAL 63,7 36,3

10. OS PUNHOS TRABALHAM APOIADOS 16,5 83,5

11. TECLADO DESTACÁVEL DA UNIDADE DE VÍDEO 74,7 25,3

12. TECLADO TEM SUPORTE PRÓPRIO 40,7 59,3

13. ALTURA DO SUPORTE DO TECLADO REGULÁVEL 44,0 56,0

14. NO SUPORTE DO TECLADO CABE O MOUSE 30,8 69,2

15. EXISTE SUPORTE PARA OS DOCUMENTOS-FONTE 6,6 93,4

16. SUPORTE PARA DOCUMENTOS AJUSTÁVEL 66,7 33,3


Ciência& Saúde Coletiva
ISSN 1413-8123 versão impressa

Ciênc. saúde coletiva v.9 n.1 Rio de Janeiro 2004

doi: 10.1590/S1413-81232004000100019

ARTIGO ARTICLE

Postura sentada: a eficácia de um programa de


educação para escolares*

Seat posture: the efficiency of an educational


program for scholars

André Rocha ZapaterI; Duani Moraes SilveiraI;


Alberto de VittaII; Carlos Roberto PadovaniIII; José
Carlos Plácido da SilvaIV

A postura sentada gera várias alterações nas


estruturas músculo-esqueléticas da coluna
lombar. O simples fato de o indivíduo passar
da postura em pé para a sentada aumenta
em aproximadamente 35% a pressão interna
no núcleo do disco intervertebral e todas as
estruturas (ligamentos, pequenas articulações
e nervos) que ficam na parte posterior são
esticadas – isso se o sujeito estiver sentado
nas melhores condições possíveis. Além dos
problemas lombares, a postura sentada
prolongada tende a reduzir a circulação de
retorno dos membros inferiores, gerando
edema nos pés e tornozelos e, também,
promove desconfortos na região do pescoço e
membros superiores (Coury, 1994).

Caso o indivíduo sentado realize posturas


incorretas por longo período – flexão anterior
do tronco, falta de apoio lombar e falta de
apoio do antebraço – as alterações são
potencializadas, sendo que a pressão
intradiscal aumenta para mais de 70%. Este
fato pode predispor o indivíduo a maiores
índices de desconfortos gerais, tais como dor,
sensação de peso e formigamento em
diferentes partes do corpo e, principalmente,
a processos degenerativos, como a hérnia de
disco (Coury, 1994).

É fundamental lembrar que as estruturas que


compõem a unidade vertebral (ligamentos e
disco intervertebral) sofrem um processo de
degeneração ao longo da vida e não possuem
mecanismos de regeneração (Rebelatto et al.,
1991). Sendo assim, o conjunto de alterações
(posturas biomecanicamente incorretas) é
fator que potencialmente pode criar condições
de prejuízos significativos ao sistema
músculo-esquelético nos escolares,
particularmente às estruturas que compõem a
coluna vertebral.

Os programas de treinamentos preventivos são uma outra


forma de reduzir sobre o organismo humano os efeitos da
postura sentada. De acordo com Stammers & Patrick
(1975), treinamento é o desenvolvimento sistemático de
um modelo de habilidade comportamental – atitudes e
conhecimento – necessário para promover mudanças no
conhecimento e no comportamento dos indivíduos em
relação aos seus hábitos e à sua saúde.

De acordo com Balagué et al. (1996), é


fundamental incorporar programas de
educação postural no currículo de cursos de
formação de professores para o ensino
fundamental, habilitando-os a implementar
no seu dia-a-dia ações preventivas.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS – ASSUNTO: A EFICACIA DE


UM PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PARA ESCOLARES

Coury HJC 1994. Programa auto-instrucional para o controle de


desconfortos posturais em indivíduos que trabalham sentados.
Dissertação de doutorado. Faculdade de Educação, Universidade
Estadual de Campinas, Campinas. 128 pp.

Rebelatto JR, Caldas MAJ & De Vitta A 1991. Influência do transporte


do material escolar sobre a ocorrência de desvios posturais em
estudantes. Revista Brasileira de Ortopedia 26(11-12):403-410.

Stammers R & Patrick J 1975. The psychology of training. Ed.


Methuen, Londres.

Balagué F, Nordin M, Dutoit G & Waldburger M 1996. Primary


prevention, education, and low back pain among schoolchildren. Bulle
Hospital For Joint Diseases 55:130-134.

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