– Para que se tenha uma visão abrangente do que hoje se denomina genericamente
como Instrumentação, é necessário verificar a evolução histórica e tecnológica dos
experimentos científicos e dos processos industriais.
– Instrumentação
• É a ciência que estuda técnicas e métodos para a observação e o controle de
grandezas físicas de um sistema termodinâmico.
– Sistema termodinâmico
• É uma porção de matéria limitada por uma superfície imaginária (superfície
termodinâmica), que é o contorno por nós escolhido para conter e delimitar o
objeto em estudo.
– Exemplos:
a) um ser vivo;
b) uma usina siderúrgica;
c) um navio;
d) um motor;
e) as partes de um motor.
– Variáveis termodinâmicas
• São grandezas físicas (primárias ou derivadas) escolhidas para descrever,
monitorar ou controlar o estado de um sistema e seu comportamento.
– Processo
• É todo um complexo de operações que se realizam ou processam dentro de
um sistema termodinâmico e que concorrem para a produção de um bem.
– pode ser dividido em diversas fases e identificadas aquelas em que a necessidade
de monitoração e controle seja mais necessária.
– Sistema de medição
• É o conjunto de transdutores sensores e de todos os instrumentos
necessários para medir, processar, apresentar, analisar ou controlar as
grandezas físicas escolhidas no sistema medido.
– Instrumentação eletroeletrônica
• Torna possível o registro, a indicação e mesmo a digitalização dos sinais
provenientes de dispositivos transdutores específicos que convertem uma
grandeza em uma variável elétrica (tensão ou corrente).
• Monitoração de processos
• Controle de processos
• Análise experimental
– Monitorar
• significa sensorear, avaliar e registrar, sob forma gráfica, visual ou mesmo
digital, uma ou mais variáveis de um processo.
– Diagrama em blocos
Variável “1”
Sensor “1” Indicador
PROCESSO ou
Registrador
Sensor “n”
Variável “n”
– Controlar
• significa sensorear, avaliar e modificar ou manter, uma ou mais variáveis
dentro de limites programados, de forma que o andamento do processo seja
perfeitamente conduzido a um ponto de operação desejado.
– Diagrama em blocos
Variável “1”
Sensor “1” Processador Indicador
PROCESSO ou ou
Sensor “n” Controlador Registrador
Variável “n”
Atuador
Parâmetros
de
controle
– Diagrama em blocos
Indicador
EXPERIMENTO Sensor Processador ou
Registrador
Controlador
Sensor das Parâmetros
condições de
Atuador do Controle
experimento
– Transdutor
• É um dispositivo que converte um estímulo (sinal de entrada) em uma
resposta (sinal de saída) proporcional, adequada à transferência de energia,
medição ou processamento da informação.
– Respresentação esquemática
E Transdutor R
S
Estímulo Resposta
Estímulo Resposta
0 0
10 1
20 2 R y=ax+b
30 3 Resposta
40 4 S
50 5
60 6
70 7
80 8 E
Estímulo
ST
IV Termômetro T L L = ST.T Dilatação Térmica
STP
(T1-T2) V
V Termopar V = STP.(T1-T2) Efeito Seebeck
SS
ε G ∆R/R
VI Extensômetro ∆R/R = SSG.ε Efeito Kelvin
SS
I F
VII Solenóide F= SS.I Eletromecânico
S
IP M θ
– Transdutores conversores
• Dispositivos para converter e transferir energia entre dois sistemas (I, II e III).
– Transdutores sensores
• Dispositivos para sensorear ou medir grandezas físicas (IV, V e VI).
– Transdutores atuadores
• Dispositivos para controlar variáveis que interferem num processo (III, VII e VIII).
• que sua interação com o processo não introduza perturbações (no sentido de extrair ou
introduzir energia no mesmo) que possam alterar as grandezas a serem medidas.
• que a conversão da informação seja feita de forma fiel, repetitiva e monotônica, com o
objetivo de se obter na saída do transdutor sinais sempre proporcionais ao valor da
grandeza física correspondente ao estímulo aplicado à entrada.
– Fiel ⇒ que respeite as relações de correspondência dos valores de estímulo e resposta dentro de
sua faixa de operação.
– Repetitiva ⇒ que haja concordância entre os resultados de medições sucessivas efetuadas sob
as mesmas condições de medição.
– Monotônica ⇒ que se repita continuamente de maneira invariável e uniforme.
– Por mais perfeito que seja o transdutor e por mais cuidados com que se
realize uma medida, sempre o transdutor introduz alguma perturbação
no sistema a ser medido.
Simples
– Transdutor ou
Composto
Ativo
ou
Passivo
– Transdutor
– Simples
• Possui apenas um estágio de transdução entre a entrada e a saída.
Trasdutor
E S R
• Exemplos:
a) Termopar;
b) Termistor;
c) Extensômetro de resistência elétrica
– Composto
• Possui mais de um estágio de transdução entre a entrada e a saída.
SA SB SC
E R G O
R = SA ⋅ E
G = SB ⋅ R ⇒ G = SB ⋅ S A ⋅ E
• Exemplo: •
O = S C ⋅ G ⇒ O = S C ⋅ SB ⋅ S A ⋅ E
a) Célula de carga
O = S⋅ E
S = S A ⋅ SB ⋅ S C
– Ativo
• Quando a sua resposta é gerada espontaneamente em função do próprio
estímulo.
Trasdutor
E S R
• Exemplos:
a) Termopar
b) Light Dependent Resistor (LDR)
– Passivo
• Quando for necessário ser excitado por uma fonte de energia externa.
Trasdutor
E S R
Excitação
• Exemplos:
a) Célula de carga;
b) Linear Variable Differential Transformer (LVDT)
– Exemplo 1
Régua
Haste
– Exemplo 2
Núcleo
ferromagnético
v(t)
Haste
– Exemplo 3
R R Strain gage
+
+ v(t) −
V
−
R R +∆R
Elemento mola
Ponte de Wheatstone
– Exemplo:
• Representação gráfica de duas funções de transferências de transdutores
sensores de temperatura
R
ra 2V V
Resposta SA sa = = = 0,1
e a 20° C °C
2V
a
SB
1V
b rb 1V V
sb = = = 0,05
e b 20° C °C
20°C E
Estímulo
R
Resposta
– Efeitos Mecânicos
– Efeitos Elétricos
– Efeitos Mecânicos
– Efeitos Elétricos
• Transdutores elétricos (ou com saída elétrica) podem aceitar uma entre as
cinco seguintes “energias” (estímulos) na entrada:
– mecânica,
– térmica,
– massa,
– química e
– eletromagnética.
– Efeitos Elétricos
ρ
• Variação da Resistência R= ⋅l
A
A
C= ⋅e
d
• Variação da Capacitância
dφ
L= N
di
• Variação da Indutância
09/7/2007 Eduardo Costa da Motta 40
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• Princípios Físicos de Operação de um Transdutor
– Efeitos Elétricos
• Efeitos termoresistivos
• Efeitos mecanoresistivos
• Efeitos eletroresistivos
• Princípio de gerador elétrico
• Efeitos termoelétricos (Seebeck, Peltier e Thompson)
• Princípio do pirômetro de radiação
• Efeito piezelétrico
• ….
• Padrão
– medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou sistema de
medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou
mais valores de uma grandeza para servir como referência. (Vocabulário
Internacional de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia – VIM)
» Exemplos:
a) massa padrão de 1 kg;
b) resistor padrão de 100 Ω;
c) amperímetro padrão;
d) padrão de freqüência de césio;
e) solução de referência de cortisol no soro humano, tendo uma concentração certificada.
• Padrão primário
– Padrão que é designado ou amplamente reconhecido como tendo as mais altas
qualidades metrológicas e cujo valor é aceito sem referência a outros padrões de
mesma grandeza. (VIM)
• Padrão secundário
– Padrão cujo valor é estabelecido por comparação a um padrão primário da mesma
grandeza. (VIM)
• Padrão de referência
– Padrão, geralmente tendo a mais alta qualidade metrológica disponível em um dado
local ou em uma dada organização, a partir do qual as medições lá executadas são
derivadas. (VIM)
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• Métodos e Sistemas de Medição
• Padrão de trabalho
– Padrão utilizado rotineiramente para calibrar ou controlar medidas materializadas,
instrumentos de medição ou materiais de referência. (VIM)
» Observações:
1) é geralmente calibrado por comparação a um padrão de referência.
2) quando utilizado rotineiramente para assegurar que as medições estão sendo executadas corretamente é
chamado padrão de controle.
• Padrão de transferência
– Padrão utilizado como intermediário para comparar padrões. (VIM)
• Padrão itinerante
– Padrão, algumas vezes de construção especial, para ser transportado
entre locais diferentes. (VIM)
» Exemplo:
- Padrão de freqüência de césio, portátil, operado por bateria.
Balança mecânica
– Sistema de Medição
Trasdutor Condicionador
Indicador
Mensurando sensor de sinais
– Precisão x Exatidão
– Tipos de Calibração
• Calibração estática
• Calibração dinâmica
• Calibração automática
– Calibração estática
• A leitura de cada um dos onze valores do estímulo deve ser realizada com um
dispositivo de referência (padrão) cujas características (precisão, linearidade,
histerese, etc.) sejam perfeitamente conhecidas. Assim, é possível traçar uma
curva de calibração referida a um padrão secundário.
– Calibração estática
• Caracterização de um transdutor, instrumento ou sistema de medição
– Faixa de operação
– Sensibilidade
– Resolução
– Erro
– Linearidade
– Conformidade
– Histerese
– Precisão ou repetibilidade
– Tolerância
– Confiabilidade
– Calibração estática
• Faixa de operação (Fundo de Escala)
Fundo de escala de
saída (FSs) R A amplitude da faixa de
operação (span) é a diferença,
em módulo, entre os dois
limites da faixa de operação.
Faixa de operação
(saída)
– Calibração estática
• Sensibilidade (Ganho)
– Calibração estática
• Resolução de entrada (threshold)
– Menor variação do mensurando para a qual o sistema de medição responderá (dxmín).
dx mín
Re solução de Entrada = ⋅ 100%
FSe
• Resolução de saída
– Maior salto da medida em resposta a uma variação infinitesimal do mensurando (dymáx).
dy máx
Re solução de Saída = ⋅ 100%
FSs
– Calibração estática
• Resolução
dymax
dxmin
R
E
09/7/2007 Eduardo Costa da Motta 60
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• Medição e Calibração
– Calibração estática
• Erro
– Diferença entre a medida e o valor ideal da medida (causado pela influência das
variáveis espúrias).
Variáveis Espúrias
Medida Real
Medida Ideal
Instrumento Ideal
09/7/2007 Eduardo Costa da Motta 61
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• Medição e Calibração
– Calibração estática
• Erro
– Variáveis espúrias
» Variáveis Ambientais
- Armazenamento
- Transporte
- Manuseio
- Instalação
» Variáveis Operacionais
– Calibração estática
• Linearidade
– Quantifica o quão linear é a função de transferência.
– Máximo desvio da função de transferência do instrumento de uma reta de referência.
– Aplica-se a sistemas de medição projetados para serem lineares.
– Na verdade expressa a não linearidade.
Diferença máxima
dif máx R
Linearidade = ± ⋅ 100%
FSs FSs
Reta de referência
E
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• Medição e Calibração
– Calibração estática
• Linearidade
– Linearidade teórica
» Reta unindo a saída teórica mínima e máxima
– Linearidade terminal
» Reta unindo os pontos de zero e fundo de escala de entrada e saída
– Linearidade independente
» Linha média entre linhas paralelas o mais próximas uma da outra englobando todos os
valores obtidos durante o procedimento de calibração
– Calibração estática
• Conformidade
– Quantifica o quão a função de transferência do instrumento se conforma à função de
transferência prevista teoricamente.
– Máximo desvio da função de transferência do instrumento em relação a uma curva
de referência.
– Aplica-se a sistemas de medição não lineares.
dif máx
Conformidade = ± ⋅ 100%
FSs
– Calibração estática
• Histerese
– Quantifica a máxima diferença entre leituras para um mesmo mensurando, quando
este é aplicado a partir de um incremento ou decremento do estímulo.
Hist máx
Histerese = ⋅ 100%
FSs Histerese máxima
R
E
09/7/2007 Eduardo Costa da Motta 66
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• Medição e Calibração
– Calibração estática
• Precisão ou Repetibilidade
– Quantifica a variação nas medidas fornecidas pelo instrumento em resposta ao
mesmo valor de mensurando, quando este é aplicado sob as mesmas condições e
na mesma direção.
– Quantifica os erros não sistemáticos ou a incerteza.
– Na verdade expressa a imprecisão ou incerteza.
∆ymáx
R
Δy máx
Precisão = ± ⋅ 100% X Curva média
FSs X
X
X
X
x
E
09/7/2007 Eduardo Costa da Motta 67
ecmotta@cefetrs.tche.br
• Medição e Calibração
– Calibração estática
• Exatidão
– Quantifica a concordância entre o valor da medida e o valor ideal da medida quando
o instrumento é estimulado com um padrão de comparação
– Quantifica erros sistemáticos e não sistemáticos (todos os erros).
– Estabelece o conceito de “Banda de Erro”.
E
09/7/2007 Eduardo Costa da Motta 68
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• Medição e Calibração
– Calibração estática
• Tolerância
– Quantifica as diferenças que existem em uma determinada característica de um
dispositivo do sistema de medição, de um dispositivo para outro (do mesmo tipo ou
dentro de uma linha de dispositivos), em função do processo de fabricação.
– Calibração estática
• Confiabilidade
– Procura quantificar o período de tempo em que o instrumento fica livre de falhas.
» Sobrecarga
» Tempo de Vida
- Armazenagem
- Operação
- Ciclagem:
09/7/2007 Eduardo Costa da Motta 70
número mínimo de excursões que podem ser
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• Medição e Calibração
– Calibração dinâmica
• Resposta em freqüência
ω-3db ω
• Tempo de resposta
ts t
• Fator de amortecimento
t
09/7/2007 Eduardo Costa da Motta 72
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• Medição e Calibração
– Calibração automática
– Exercício
1 cm
10
9
8
-
7
Tensão (Volts)
3
2
1 cm
1
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Temperatura (°C)
– Solução