1861: Quentin Quevedo a serviço do governo boliviano faz estudos sobre a viabilização
de transportes nos trechos encachoeirados do Madeira e do Mamoré, a Bolívia precisava criar
condições satisfatórias para a exportação através do Atlântico, das mercadorias produzidas no
Altiplano e nas áreas da Planície Amazônica. O governo do Amazonas envia João Marfins da
Silva Coutinho para efetuar estudos semelhantes na região. Ambos os relatórios apresentam
conclusões semelhantes apontando-se para a necessidade de construção de uma ferrovia na
região encachoeirada.
1869: George Earl Church obtém concessão do governo boliviano para explorar os
transportes entre o Madeira e o Mamoré. Seus planos são modificados para a construção de
uma ferrovia pelos vales do Madeira e Mamoré.
1870-1873: Church obtém do governo brasileiro a permissão para construir uma ferrovia
no vale do alto Madeira. É criada a Madeira-Mamoré Railway Company Ltd. Chegam a Santo
Antônio 25 engenheiros da empreiteira inglesa Publics Works, contratada por Church para as
obras da EFMM. Após ataques indígenas, surtos de febre malária e fome, os engenheiros e os
trabalhadores da Publics Works abandonam Santo Antônio e consideram impossível a
construção da ferrovia
1931: O governo de Getúlio Vargas decreta intervenção federal sobre a EFMM e nomeia
Aluizio Ferreira como seu diretor.
Para que fosse construída uma ferrovia em plena selva, eram necessários trabalhadores.
Na Amazônia do auge do ciclo da borracha todo o insuficiente volume de mão de obra estava
alocado na produção do látex, a expansão das zonas de produção era abastecidas pela
exploração do silvícola e pelo aliciamento de mão de obra em outras regiões do Brasil,
principalmente do nordeste que na Amazônia, preso ao endividamento se via impossibilitado
de escolher outra ocupação. Esses fatores dificultavam o recrutamento local de um
contingente de trabalhadores que fosse suficiente para a construção da ferrovia e também
impossibilitava um fluxo constante de trabalhadores durante toda a fase da construção, para
repor as baixas ocasionadas por ataques de indígenas, feras, acidentes de trabalho e,
principalmente, pelas doenças epidêmicas da região, previsíveis em face das tentativas
anteriores de construção da ferrovia.
Então um certo capitão Walter Dudley propôs a idéia de aliciar nativos das colônias
inglesas da América Central. A vantagem da atração desse tipo de mão de obra estava em que
muitos já haviam adquirido experiência na construção de ferrovias e do canal do Panamá, em
sua região de origem. Em segundo lugar, as perspectiva de absorção da força de trabalho
nessas colônias eram poucas em face de problemas econômicos ali existentes.