eles são bem poucos, a maioria é feita de areia e não é fácil ser o que se é quando se é arenoso. Porque é difícil subsistir, manter junto o que quer ficar separado.
O pior é ter que fazer isso
to-do-ins-tan-te. Pois a gente seca e desmorona. O vento sopra... a onda arrasta... as pessoas pisam e chutam, a bola bate sem piedade, o cachorro teima atrás de um osso. Os resíduos domingueiros entopem nossas veias por milhares e milhares de anos, e a chuva nos mata num minuto.
E o tempo todo o homem se junta,
dá apaupadelas, prensa, molha, tentando se fortificar, mas no fundo sabe que é inútil e que um dia não terá mais forças, e desmoronará.
Não, ele não desmoronará.
Enquanto for possível, será grande e bom regenerador de cada pedaço perdido independetemente do seu tamanho.
Mas, com o tempo
vai enfraquecendo como os velhos que não ficam velhos de um dia para o outro.
E vai se recompondo cada vez menor,
minguando de tão cansado, aceitando o que lhe diziam: não subsistirás para sempre. A cada dia estarás mais próximo do último.
Mas haverá dias em que será tão grande,
como se fosse outra vez jovem. E toda areia que juntar será da extensão de sua felicidade. Sabe que não será aniquilado enquanto ainda puder unir os grãos ao seu redor e puder formar com eles todo o seu ser.