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ANÁLISE DA ESTRUTURA PRODUTIVA E COMPLEXO EXPORTADOR DE

FUMO DE SANTA CRUZ DO SUL - RS

O Brasil apresenta-se no cenário mundial como o segundo maior produtor de


tabaco, sendo este o terceiro produto agrícola da pauta de exportações primárias do país
(SINDIFUMO, 2003). Tendo em vista a expressiva participação da região sul, em especial
do Rio Grande do Sul, na produção nacional do fumo e sua importância socioeconômica
para as áreas onde se localiza, faz-se necessária uma abordagem das estruturas que
movimentam a sua cadeia de produção.
Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo a análise da estrutura
produtiva e do complexo exportador de fumo no município de Santa Cruz do Sul – RS.
Faz-se necessário também visualizar o processo produtivo atualmente cristalizado sobre
o espaço, advindo de uma sucessão de fatos históricos, que foram dando à cultura
estudada um caráter hegemônico a ponto de esta constituir-se hoje a base econômica de
muitos municípios da região sul.
Apesar de cultivado durante o período colonial brasileiro, o tabaco expandiu,
atingindo expressivamente o sul do Brasil, a partir 1824, com a chegada dos imigrantes
alemães a São Leopoldo e posteriormente a Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. A
produção de fumo aumentava significativamente uma vez que este era utilizado como
moeda de troca para outros gêneros necessitados pelos colonos
Assim, “a imigração alemã teve forte influência no desenvolvimento do fumo e sua
indústria no Rio Grande do Sul, devido à estrutura da terra - o minifúndio - que favorece a
cultura do tabaco, e o aumento do comércio...” (Nardi,1985).
Concomitante ao aumento da produção, houve a criação de indústrias de
beneficiamento de fumo e fabricação de cigarros. Em Santa Cruz do Sul, no início do
século XX, havia cerca de oito empresas locais neste ramo. A chegada da transnacional
‘’The Brazilian Tabacco Company’’ em 1917, futuramente denominada Souza Cruz, de
propriedade da ‘’British American Tabacco’’ revolucionou a produção do fumo. Introduziu
novas técnicas como a secagem em estufa, o uso de sementes de alta qualidade e o
controle direto da produção, gerando assim o atrelamento da agricultura ao setor
industrial através do fornecimento de insumos e orientações técnicas aos agricultores.
Desta maneira a indústria controlava e fiscalizava a produção desde o plantio até a venda
do fumo à empresa subsidiária, originado o sistema de produção integrada.
Na década 1960, houve uma crise na indústria fumageira em conseqüência de
conflitos internos na Rodésia (atual Zimbábue), que até então era o segundo maior
produtor de tabaco do mundo, prejudicando assim a produção e as exportações. Com
esta abertura no mercado internacional, a indústria brasileira, principalmente a santa-
cruzense, recebeu aplicações de capital estrangeiro. Conseqüentemente ocorreu a
transnacionalização de grande parte do setor e posteriormente a fusão e incorporação
das empresas de menor porte.

…inicialmente o consórcio multinacional injetava recursos em


determinada empresa local, ao adquirir grande parte das ações
desta; posteriormente assumia o controle acionário, total ou
majoritário do empreendimento, quase sempre mantendo os
antigos proprietários ou seus descendentes nas funções
administrativas e gerenciais do estabelecimento. (Vogt, 1997, p.
133).

O acontecimento anteriormente citado, alavancou a produção e industrialização de fumo


na região sul, fazendo com que esta cultura seja hoje uma das mais importantes do país.
Utilizou-se como metodologia um levantamento bibliográfico pertinente ao assunto,
com posterior trabalho de campo a fim de visualizar a estrutura produtiva do tabaco de
Santa Cruz do Sul.
Os resultados obtidos apontam para a produção de fumo como uma cultura
altamente vinculada ao sistema capitalista, sendo que desde a lavoura até o comércio
exterior, o processo é atrelado ao capital. Como constatação deste fato, pode citar-se o
sistema de produção integrado, que iniciou no fim da década de 1910, em Santa Cruz do
Sul, e perdura até os dias atuais.
Desta maneira, necessitando do capital e insumos iniciais à lavoura, e também da
garantia de compra, o agricultor, sem muitas opções, atrela-se ao sistema produtivo
ditado pela empresa. Assim fica clara a dependência da agricultura à indústria.

REVISÃO DE LITERATURA
NARDI, Jean-Baptiste. A História do Fumo Brasileiro. Rio de Janeiro: ABIFUMO, 1985.
SINDIFUMO. Disponível em < http//www.afubra.com.br>. Acesso em 15 de nov. de 2004.
VOGT, Olgário Paulo. A produção de fumo em Santa Cruz do Sul, RS, 1849-1993. Santa
Cruz do Sul: EDUNISC, 1997.

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