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SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO TRIÂNGULO MINEIRO

CURSO DE TEOLOGIA
PESQUISA TEOLÓGICA

APOLOGÉTICA CRISTÃ NO SÉCULO XVI

RENATO ANÉSIO DA COSTA JUNIOR

UBERABA / 2011
RENATO ANÉSIO DA COSTA JUNIOR

APOLOGÉTICA CRISTÃ NO SÉCULO XVI

Trabalho de Produção de Conhecimento apresentado


na matéria de Pesquisa Teológica do Seminário
Teológico Batista do Triângulo Mineiro.

Professor Orientador: Miss. Líbia


A Deus, por ter me ajudado a chegar até aqui
e a todos que acreditam que o valor da vitória
não se mede pelo ouro conquistado, nem
pelos títulos e condecorações, mas pela
vocação de querer continuar lutando com fé e
humildade.
"SENHOR, tu me sondas e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu
levantar; de longe entendes o meu pensamento. Cercas o meu andar, e o meu
deitar; e conheces todos os meus caminhos. Não havendo ainda palavra alguma na
minha língua, eis que logo, ó SENHOR, tudo conheces." Salmos 139:1-4

"Irmãos, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem
de Deus, porque muitos falsos profetas tem saído pelo mundo afora." (1 Jo 4:1)
RESUMO

No início da Igreja Cristã, pressões externas e internas requeriam definições


claras e defesas da verdade, e isso deu origem à teologia. Os primeiros Pais que
assumiram a defesa da verdade são, por essa mesma razão, chamados
“apologetas”, ou como são chamados hoje em dia Apologistas. Os mais importantes
entre eles foram: Justino, Taciano, Atenágora e Teófilo de Antioquia.

Eles defendiam o cristianismo mostrando que não havia provas em prol das
acusações feitas contra seus adeptos. Não satisfeitos com a mera defesa, eles
também atacaram seus oponentes. Finalmente, os apologistas também sentiram a
incumbência de estabelecer o caráter do cristianismo como uma positiva revelação
de Deus.

A apologética tem um papel importante na construção positiva da verdade.


Consideraram-no uma filosofia, porque contém um elemento racional e responde
satisfatoriamente às indagações em que todos os verdadeiros filósofos se têm
ocupado, porém também consideraram-no antítese direta da filosofia, porquanto é
livre de todas as meras noções e opiniões, pó ter-se originado de uma revelação
sobrenatural.

Deve-se admitir que aqueles primeiros Pais deram grande prominência às


verdades racionais, buscando demonstrar sua racionalidade.

Não quero através deste trabalho abrir mão da apologética cristã tradicional,
mais levar a enfoque que a apologética cristã no presente século deve ser um
instrumento para conquistar pessoas. Apologética cristã no século XXI estimula os
leitores a que examine e formule abordagens em defesa do evangelho, adequadas
às suas necessidades e oportunidades particulares. Uma apologética insensível à
individualidade humana e à variedade de situações nas quais as pessoas se
encontram cairá rapidamente no vazio. Assim, a apologética deve ser revitalizada
com criatividade: é ciência por propor-se a conferir integridade e profundidade
intelectuais à evangelização, assegurando que a fé permaneça arraigada na mente
e no coração, ao mesmo tempo que é arte por ser uma tentativa criativa de combinar
a proclamação do evangelho com as necessidades e preocupações das pessoas.
SUMÁRIO

RESUMO .................................................................................................................. 05

1. INTRODUÇÃO...................................................................................................... 11

1.1 Tema Central ..................................................................................................... 12

1.1.1 O ambiente mercadológico............................................................................... 12

1.1.2 Os desafios do setor ........................................................................................ 13

4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES................................................................. 86

4.1 Conclusão ......................................................................................................... 86

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 90


INTRODUÇÃO

Geralmente muitos cristãos nunca ou quase nunca ouviram falar em


apologia e uma grande parcela nunca leu nada sobre o assunto. O que é
apologia? Para que serve? Onde emprega-la? Para sabermos o que é apologia
precisamos primeiro saber o que não é.

O Que Não é Apologia.

1. Apologia não é criticar a religião dos outros.

2. Apologia não é menosprezar as demais crenças.

3. Apologia não é declarar guerra aos demais credos.

O dicionário "Aurélio século XXI" define apologia como: "Discurso para


justificar, defender ou louvar." A palavra grega nos escritos neotestamentario para
"responder" é apologia. Essa palavra aparece em I Pedro 3:15 "antes santificai em
vossos corações a Cristo como Senhor; e estai sempre preparados para
responder com mansidão e temor a todo aquele que vos pedir a razão da
esperança que há em vós".

Portanto, apologia dentro do contexto evangélico-eclesiástico, é a


habilidade de responder com provas adequadas e sólidas a fé cristã perante as
demais religiões. Já que o cristianismo é uma religião de fatos, ou como bem
expressou certo apologista: "é uma religião que apela aos fatos da história", ela se
serve de tais meios para fundamentar seus argumentos.

A apologia é parte inseparável da teologia, sendo que aquela, serve-se


desta, para desenvolver um plano lógico e sistemático nas questões
argumentativas concernentes á fé cristã.

O cristianismo é uma religião que por sua natureza exclui quaisquer outros
credos como verdadeiros, a não ser ele mesmo. Por isso, ele entra em choque
com as demais religiões existentes, que são sem exceções, produtos das idéias
dos homens, que na ânsia de sua procura pelo sagrado, por Deus, aliena-se nas
suas próprias imaginações, resultado da depravação total da qual está sujeita a
humanidade sem Deus. Enquanto as demais religiões apresentam vários
intercessores e deuses e, mormente, vários caminhos que levam a tais deidades,
o cristianismo por sua vez apresenta um só mediador e um só caminho que leva
exclusivamente a apenas um único Deus verdadeiro.
Neste choque de crenças a apologia se torna indispensável. Ela nasce
forçosamente como uma resposta ao ataque á sã doutrina que muitas vezes se
apresenta sob diversas faces.

Quase todas as epístolas foram escritas visando à defesa da fé cristã (no


sentido de corrigir erros doutrinários) contra os ataques de fora, e muitas vezes de
dentro da própria igreja.

Se houver consenso entre as afirmações que dizem que a verdade e a moral


foram substituídas pelo engano e pelo relativismo, estamos, então, diante de um
problema estrutural que desafia educadores, líderes e todos aqueles que ainda
acreditam na verdade absoluta revelada por Deus nas Escrituras Sagradas.

Temos um cenário moldado pelo pensamento pós-moderno em todas as suas


esferas. E suas implicações podem ser detectadas principalmente na religião, na
política, na educação e na ética. Para o pós-modernismo, “a única verdade é que
não existe verdade”, segundo o escritor colombiano Daniel Salinas.

A narrativa de outro autor nos ajudar a compreender melhor o contexto da


pós-modernidade: “Enquanto a modernidade é um manifesto à auto-suficiência
humana e à autogratificação, o pós-modernismo é uma confissão de modéstia e, até
mesmo, de desesperança. Não há verdade. Há apenas verdades. Não há razão
suprema. Só existem razões. Não há uma civilização privilegiada, e muito menos
cultura, crença, norma e estilo. Existe somente uma multidão de culturas, de
crenças, de normas e de estilos. Não há justiça universal. Existem apenas
interesses de grupos. Não há uma grande narrativa do progresso humano. Existem
apenas histórias incontáveis, nas quais as culturas e os povos se encontram hoje.
Não existe realidade simples, e muito menos a realidade de um conhecimento
universal e objetivo. O que existe, de fato, é apenas uma incessante representação
de todas as coisas em função de todas as outras”.

Diante desse quadro, não podemos, de forma alguma, ignorar o que está
acontecendo à nossa volta, como se não pudéssemos enxergar ou, pior ainda, como
se não estivéssemos interessados em enxergar, simplesmente por acharmos que
não seremos atingidos por essa avalanche de pensamentos. Mas não é bem assim.
Muito pelo contrário. Quando observamos os conteúdos didáticos do ensino
fundamental ao acadêmico, conseguimos identificar sim as abordagens sobre os
conceitos relativistas e desconstrutivos relacionados aos temas fundamentais da
estrutura de uma sociedade, tais como: família, religião e ética.

Identificamos nos livros didáticos baseados no pensamento pós-moderno


idéias que propagam reverência à “mãe Natureza” e ainda propõem o fim das
diferenças religiosas, morais e éticas, sob a égide do pluralismo e do
multiculturalismo. O pluralismo outorga a todas as religiões o mesmo valor
soteriológico, moral e espiritual, ressaltando que nenhuma cultura pode ser
considerada melhor do que qualquer outra. É justamente esse o ambiente que está
formando as novas gerações.

Segundo o escritor Charles Colson, “a maneira como vemos o mundo pode


mudar o mundo. Como isso pode acontecer? Quando o cristão se compromete a
viver sua fé”. Diante disso, devemos encarar a nossa fé com seriedade e
compromisso, sem ignorar que o ser humano é um ser pensante e necessita de
respostas. E a única maneira que temos de fornecer respostas que atendam às mais
profundas necessidades do ser humano é mediante a verdade absoluta revelada por
Deus nas Escrituras Sagradas. Portanto, o desafio está diante de nós, de todos nós,
e, principalmente, dos líderes e educadores cristãos.

É tempo de tocar a trombeta em Sião, de alertar sobre os perigos iminentes,


antes que seja tarde demais. Não podemos nos sentir satisfeitos com discursos
improvisados, simplistas, sem conteúdo. É necessário que haja dedicação e
renúncia, para que o povo de Deus se faça mais sábio e preparado para enfrentar
um mundo que se transforma a cada dia. O que nos remete à reflexão do escritor
Samuel Escobar:

“Estamos entrando numa época bem diferente daquela que chamamos de


‘tempos modernos’. Nessa época denominada ‘pós-moderna’, temos a obrigação e o
dever, como servos de Deus, de anunciar e viver a fé cristã. Fé esta que tem
sobrevivido por vinte séculos, que tem passado de uma cultura para outra. A fé que,
há muito, deixou de pertencer somente aos europeus, pois se espalhou por todo o
planeta. Se agirmos dessa maneira, o cristianismo deste século será um cristianismo
diferente, porque será múltiplo e global. A pessoa central desse cristianismo será o
nosso Senhor Jesus Cristo, cuja memória e presença tiveram a capacidade de
transcender a todas as culturas. E continuará sendo assim. Essa é a nossa firme
esperança”.
1. APOLOGÉTICA CRISTÃ E SUAS METOLOGIAS

A questão da metodologia é basicamente a questão da epistemologia. Nosso


alvo é avaliar as várias cosmovisões que estão competindo pela lealdade do povo.
Mas para fazer isso precisaremos uma base de conhecimento. Como é que eu
posso conhecer a verdade? Qualquer sistema de apologética é um sistema de
epistemologia, embora seja mais que isso também. Ele é mais porque um outro alvo
do sistema é a comunicação da cosmovisão cristã. Para comunicar é preciso um
ponto de contato com o não-crente.

Portanto, qualquer sistema de apologética, para ser completo, deve ter pelo
menos as seguintes partes: 1) Um ponto de partida lógico, 2) um ponto de contato
com o descrente, ou seja, “terreno comum”, 3) provas da verdade, 4) o papel do
raciocínio, 5) a base da fé em Deus, Cristo e a Bíblia. O significado destes aspectos
de uma apologética deve ficar claro ao explicar as metodologias abaixo.

Existe muito debate sobre a metodologia adequada para defender a fé, mas
elas podem ser resumidas dentro de três grupos maiores.

1.1 A apologética tradicional

1.1.1 Evidencialismo

Os “evidencialistas” tomam a postura de que a melhor maneira de se


comprovar a existência de Deus e a veracidade da Bíblia é apelar para a evidência
da história. Eles apontam para a evidência da ressurreição de Jesus, por exemplo,
como a prova de que Ele é Deus. O “evidencialismo” é caracterizado pela tendência
de se asseverar que a verdade do Cristianismo pode ser demonstrada como sendo
altamente provável. Os evidencialistas começam a partir do empirismo e a
abordagem deles pode ser analisada assim:

a) Ponto de partida lógico - O empirismo começa a partir do dado empírico para


construir uma cosmovisão. Ele pressupõe que exista uma correspondência entre a
realidade exterior e as percepções interiores na mente humana e que os cinco
sentidos são confiáveis. Outros pressupostos incluem a unidade da experiência, a
regularidade das leis da natureza e causalidade. É claro que o evidencialismo não
depende apenas dos fatos, mas também de alguns pressupostos metafísicos,
embora nem todos os empiristas admitam isso.

b) Terreno comum - Os evidencialistas dizem que a coisa que temos em comum


com os não-crentes são os fatos. “Um fato é um fato”, eles dizem. Eles pressupõem
que os fatos são os mesmos para todo mundo é que eles têm o mesmo significado.
Alguns evidencialistas admitem que temos em comum com os descrentes as formas
lógicas do raciocínio humano.

c) Prova da verdade - Algo é verdadeiro se ele é consistente com os fatos. Por isso
eles dão muita ênfase aos fatos históricos: a ressurreição de Jesus, etc. Para eles a
evidência exige um veredito. (Daí, o título do livro de Josh McDowell).

d) O papel do raciocínio - Os evidencialistas dependem da lógica indutiva. Eles


tentam raciocinar a partir dos fatos (a ordem no universo, a ressurreição) para os
princípios metafísicos (a existência de Deus, a divindade de Cristo).

e) A base da fé - Certeza absoluta é impossível, segundo os evidencialistas. O


melhor que podemos esperar é um alto grau de probabilidade. Eles dizem que entre
as várias cosmovisões possíveis, o cristianismo é o mais provável e deve ser aceito.

Quais são os problemas do evidencialismo? Os evidencialistas insistem que


apologética não pode começar a partir do pressuposto do Deus da Bíblia. A
epistemologia deles, então, começa no mesmo lugar da epistemologia do descrente.

Os dois pressupõem que o universo pode ser interpretado pela mente humana sem
referência a Deus. Os princípios para interpretar o mundo existem no próprio mundo.
Mas, se o descrente pode descobrir a verdade e interpretar o universo sem Deus,
então por que ele precisa de Deus? E como é que o evidencialista sabe que existe
uma correspondência entre as percepções na sua mente e o mundo exterior dele? A
não ser que ele possa resolver os problemas inerentes à epistemologia do
empirismo, o apologista não pode comprovar a possibilidade do conhecimento. Sem
uma base de conhecimento não é possível comprovar a existência de Deus. Minha
avaliação é que o evidencialismo pode ser muito útil contanto que ele seja colocado
num arcabouço de pressupostos suficientes para o sustentar. O evidencialismo só
não basta para comprovar o cristianismo.
1.1.2 Racionalismo

O racionalismo é uma epistemologia que tenta conhecer a verdade


dedutivamente. Vários filósofos (Anselmo, Descartes) tentaram o comprovar
cristianismo através do racionalismo.

a) Ponto de partida lógico - O racionalismo começa a partir de axiomas ou


pressupostos que não podem ser negados. O cogito ergo sum (penso, logo, existo)
de Descartes é um exemplo.

b) Terreno comum - O ponto de contato entre os não-crentes é a validade universal


das leis da lógica: a lei da não-contradição, a lei da identidade, e a lei do meio
excluído. Estas leis compõem a estrutura da mente humana e definem as
possibilidades na realidade.

A lei da não-contradição — Uma proposição não pode ser afirmada e negada ao


mesmo tempo, no mesmo sentido, e ainda ser verdadeira.

A lei da identidade — A=A A não é igual a não-A

A lei do meio excluído - ou A = B ou A não = B, não existe uma terceira opção, por
exemplo, ou Sócrates é um homem ou não é um homem. Não pode ser um ente que
seja parcialmente homem.

c) Prova da verdade - A consistência lógica é a prova da verdade final.

d) O papel do raciocínio - O processo de raciocinar, segundo o racionalismo, é


deduzir as conclusões que se seguem logicamente dos axiomas. A razão é
puramente dedutiva.

e) A base da fé cristã é a certeza dos silogismos lógicos.

Problemas? O problema do racionalismo é que os argumentos são apenas


tão bons como os pressupostos. Um argumento pode ser válido e ainda falso por ter
falsos pressupostos. O racionalismo pretende construir um argumento com
pressupostos fundamentados no mundo finito e concluir com um Deus infinito. Mas
pressupostos finitos (pensou, logo existo, etc.) não são suficientes para chegar a um
Ser Infinito. O raciocínio, para ser suficiente, deve começar a partir de um ponto de
referência infinito.
1.1.3 Misticismo

a) Ponto de Partida lógico - Testemunho pessoal sobre sua experiência de Deus.

b) Terreno comum - Não existe terreno comum porque os não-crentes não podem
entender o que eles não experimentaram.

c) Prova da verdade - A auto-autenticação da experiência. O místico responde aos


incrédulos ao dizer: “Jesus mudou a minha vida”. A prova final é a realidade de um
encontro com Deus.

d) O papel do raciocínio - A razão pode interpretar a experiência, mas ela é incapaz


de avaliar a verdade da experiência. As vezes o raciocínio é visto como um
obstáculo a uma experiência de Deus.

e) A base da fé - Os místicos dizem que eles têm uma certeza psicológica. A fé é


irracional.

Problemas? Os Mórmons têm a sua experiência, os Hindus, e todas as outras


religiões também. A experiência precisa de um ponto de referência objetivo para
validá-la.

1.2 Metodologias recentes

1.2.1 “Verificacionismo”

Os “verificacionalistas” combinam os métodos tradicionais e ainda


acrescentam outras provas. Eles propõem que a probabilidade da veracidade da
religião cristã pode ser aumentada através da viabilidade existencial. Um sistema
que não é viável ao nível prático é considerado improvável.

a) Ponto de partida lógico - Eles propõem a existência de Deus como uma hipótese
que precisa ser testada.

b) Terreno comum - Os verficacionalistas dizem que todos os homens têm em


comum os fatos da experiência, as leis da lógica, a busca de valores e as leis
morais.
c) Prova da verdade - Consistência sistemática, ou seja, aquilo que corresponde aos
fatos (com menos problemas do que outros sistemas), sem contradições lógicas, e
pode ser vivido sem hipocrisia é o mais provável.

d) O papel do raciocínio - A razão humana é o juiz que verifica a hipótese através da


lógica e experiência.

e) A base da fé - A probabilidade intelectual e a certeza moral são as bases da fé,


segundo os verificacionalistas. O cristianismo é a cosmovisão mais provável e esta
probabilidade é tão alta que exige certeza moral.

Problemas? O verficacionalismo é uma combinação do empirismo, o


racionalismo e o misticismo. Começando com os pontos de partida finitos que estes
sistemas têm, ele sofre as mesmas fraquezas.

1.2.2 Pressuposicionalismo

Os “pressuposicionalistas” discordam, dizendo que os apóstolos não


pregavam que a veracidade da Palavra de Deus era apenas provável. Eles
atacavam a estrutura do pensamento dos pecadores e nós devemos fazer o mesmo.
Então os “pressuposicionalistas” procuram expor os pressupostos dos incrédulos e
demonstrar a sua insuficiência. Através da destruição dos alicerces do pensamento
pagão, as idolatrias do mundo são derrubadas e o Evangelho é apresentado como a
única esperança.

a) Ponto de partida lógico - Os pressuposicionalistas começam onde a Bíblia


começa, com o pressuposto do Deus Triúno da Bíblia e a inerrância das Escrituras.

b) Terreno comum - O ponto de contato com o descrente é o fato de que ele é uma
criatura de Deus, feito à imagem dEle e que ele mora no mundo que Deus criou.
Não existe terreno comum entre o sistema (epistemologia) do descrente e do crente,
porque a interpretação do mundo feita pelo descrente pressupõe que Deus não
existe. Mas o descrente não é consistente com os seus próprios pressupostos. Ele
aceita várias verdades que ele roubou do sistema cristão. Podemos aproveitar este
“terreno comum” para falar com eles. Por exemplo, os humanistas aceitam
relativismo ético e negam que existem absolutos morais, mas quando alguém rouba
o carro deles, eles insistem que roubar é errado.

c) Prova da verdade - As reivindicações da Bíblia são auto-autenticadas. No fim, a


prova da verdade do sistema cristão é que, se não fosse verdadeiro, não existiria
verdade. Os pressupostos da cosmovisão cristã são necessários para qualquer
predicação.

d) O papel do raciocínio - O crente pode se colocar no lugar do não-crente para


mostrar-lhe os resultados do seu sistema não-cristão. O crente usa a razão para
desconstruir a cosmovisão do não-crente e revelar os seus absurdos e problemas.
Além disso, o crente mostra que a Bíblia contém uma cosmovisão que é suficiente
para resolver os problemas da epistemologia, da ética, da ontologia, e da teleologia.

e) A Base da fé - No fim das contas, a Palavra de Deus e a autoridade de Deus são


as bases da fé cristã. Os pressuposicionalistas dizem que a veracidade da fé ristã é
absoluta.
2. DEFENDER A FÉ OU NÃO? CRÍTICA OU APOLOGIA?

2.1 O conselho de Gamaliel, reflete o pensamento Cristão?

Em nosso Brasil hodierno, as seitas pseudo-cristãs tem se multiplicado com


tal rapidez, que é possível presenciar diariamente o surgimento de diversas
instituições eclesiásticas que, apesar de exibirem a alcunha de “cristãs” ou
“evangélicas”, pouca semelhança têm com Cristo e seu evangelho. Tais
movimentos, apesar de falarem no nome de Deus, trazem em seu bojo doutrinário
uma série de preceitos alheios à Palavra de Deus. Correntes de libertação,
pregações triunfalistas com ênfase em prosperidade financeira e muitos milagres
são exibidos pelos apóstolos do momento. Estas lideranças costumam valer-se dos
milagres para autenticar seus ministérios e amedrontar aqueles que lhes são
contrários.

A intimidação espiritual e a falta de exegese autêntica são as marcas destes


ministérios emergentes. Certo tele-apóstolo, costuma respaldar-se nos milagres que
produz. “Olha o milagre aí igreja! Quero ver dizer agora que eu não sou homem de
Deus.” – reverbera Valdemiro Santiago, fundador da Igreja Mundial do Poder de
Deus. “Se essa obra não for de Deus, vai acabar; mas se ela for de Deus, ninguém
vai nos parar” - diz o apóstolo, supostamente respaldado pelo conselho de Gamaliel,
em At 5.34-39:

“Mas, levantando-se no conselho um certo fariseu chamado Gamaliel,


doutor da lei, venerado por todo o povo, mandou que, por um pouco,
levassem para fora os apóstolos; e disse-lhes:

Varões israelitas, acautelai-vos a respeito do que haveis de fazer a estes


homens.Porque, antes destes dias, levantou-se Teudas, dizendo ser
alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi
morto, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos e reduzidos a
nada. Depois deste, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e
levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe
deram ouvidos foram dispersos.
E agora digo-vos: Dai de mão a estes homens, e deixai-os, porque, se este
conselho ou esta obra é de homens, se desfará, mas, se é de Deus, não
podereis desfazê-la, para que não aconteça serdes também achados
combatendo contra Deus”.

O argumento apresentado por Gamaliel, famoso rabino da seita dos Fariseus,


tem sido perpetuado como sendo um conselho verdadeiro e inspirado. Muitos
defensores dos novos movimentos de fé também se valem deste argumento quando
dizem:

“Não fale do bispo tal, porque ele é ungido de Deus. Aliás, se


ele não é de Deus, como a igreja dele cresce tanto? Deixa ele,
pois se essa obra for de Deus, você estará lutando contra
Deus!”

2.1.1 Onde está o problema com o conselho de Gamaliel?

Em primeiro lugar, devemos reconhecer que na Bíblia há registros inspirados


e mandamentos inspirados. Ela é descritiva e prescritiva. Por exemplo: A Bíblia
descreve algumas das mentiras de Satanás, mas ela não ensina a mentira. As
mentiras do diabo, portanto, são descrições e não prescrições. Ela também
descreve o adultério de Davi, mas não prescreve o adúltério. Ela descreve a traição
de Judas, mas isso não quer dizer que o cristão deve trair a confiança dos seus
amigos. A boa heremenêutica nos exorta a reconhecer que nem tudo o que está na
Bíblia é um mandamento para o cristão.

O mesmo acontece com o conselho de Gamaliel. A Bíblia o descreve, mas


não prescreve sua atitude como correta. Ora, Gamaliel sequer era cristão; muito
pelo contrário: Ele era membro da seita que mais se opôs ao cristianismo durante os
primeiros anos da sua existência. Além disso, a premissa de Gamaliel não resiste à
prova da história: A experiência humana tem se encarregado de provar que o
argumento deste rabino judeu não passa de uma grande falácia. Quantas seitas que
surgiram desde antes do advento do cristianismo, e que perduram até hoje?
Tomemos como exemplo o budismo. A seita fundada por Sidharta Gautama
mais de 500 anos antes do nacimento de Cristo perdura até hoje, tendo milhares de
adeptos ao redor do mundo. Ora, se o argumento de Gamaliel estiver correto, então
serei forçado a crer que o budismo, religião que ensina a reencarnação, animismo e
tantas outras abstrações, também é de Deus! Lembre-se que passaram mais de
dois milênios e a religião contina crescendo em número de adeptos, inclusive no
Brasil. O mesmo pode ser dito do Confucionismo, Jainísmo e Taoísmo, todas com
mais de quatro séculos antes do cristianismo! Numa tradição mais recente está o
maometismo (islamismo), com cerca de quinze séculos de história, o que segundo o
conselho de Gamaliel, é mais do que suficiente para justificar a fé terrorista que se
impõe por meio da espada.

2.1.2 Gamaliel versus Paulo de Tarso

Apesar de ter sido instruído aos pés de Gamaliel, o ex-fariseu Paulo de Tarso
não se deixava enganar pelo seu estranho pressuposto do antigo mestre. O apelo à
“tolerância” de Gamaliel fora abandonado tão logo o cristianismo começou a ser
bombardeado pelas doutrinas dos falsos mestres. Diferente de Gamaliel e seu apelo
à conivência, o apóstolo dos gentios se opôs a tudo aquilo que pusesse tropeço a
obra de Deus:

* Repreendeu a Pedro na cara, por sua dissimulação – Gl 2.11-14


* Mandou Tito “tapar a boca” dos falsos mestres – Tt 1.10-11
* Chamou os falsos obreiros de cães – Fp 3.2
* Citava nomes, quando julgava preciso – 2 Tm 2.17; 2Tm 4.10

Paulo não estava disposto a seguir o conselho de Gamaliel. Ele já não estava
submisso ao antigo rabi. Seu mestre agora era outro, o Cristo.
2.1.3 Gamaliel versus Jesus Cristo

Penso sinceramente que estes que se respaldam em Gamaliel estão em


franca oposição ao evangelho. Ora, diferente do rabino fariseu, que em sua “extrema
prudência” nos conclama a abrir mão do sublime dom de discernir, crendo que Deus
dará aos falsos mestres o mesmo destino de Teudas e Judas Galileu (At 5.36-37),
ordenando sobre eles perseguição e matando-os à espada (bem ao estilo dos
fariseus!), Cristo nos ensina a discernir a conduta dos falsos mestres, julgando-os à
luz dos seus frutos:

“Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como
ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Por seus frutos os
conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos
abrolhos? [...] Toda árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no
fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” – Mt 7.15-19

Jesus ensinou que não devemos nos deixar seduzir por milagres, pois,
diferente do que diz o teleapóstolo da Igreja Mundial do Poder de Deus, os milagres
não autenticam o ministério de ninguém:

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão
naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em
teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas
maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-
vos de mim, vós que praticais a iniqüidade” – Mt 7.21-23

Ora, ainda sobre milagres, cabe dizer que João Batista não realizou nenhum
milagre (Jo 10.41), mas Jesus testificou dele dizendo que ele foi o maior entre os
homens (Mt 11.11). Por outro lado, o ministério de Judas foi seguido por sinais (Mt
10.1), mas Jesus testificou contra ele chamando-o de diabo! (Jo 6.70)
2.2 Devemos Julgar?

"Procuro alguém pra resolver meu problema, pois não consigo me encaixar
nesse esquema, são sempre variações do mesmo tema, meras repetições.
a extravagância vem de todos os lados, e faz chover profetas, apaixonados,
morrendo em pé, rompendo em fé dos cansados....que ouvem suas
canções... estar de bem com a vida é muito mais que renascer....deus já me
deu sua palavra..e é por ela que eu ainda guio meu viver! Reconstruindo o
que Jesus derrubou.. recosturando o véu que a cruz já rasgou..
ressuscitando a lei, pisando na graça, negociando com deus! No show da fé
milagre é tão natural, que até pregar com a mesma voz é normal. nesse
evangeliquês universal....se apossando dos céus...estão distante do trono,
caçadores de deus ao som de um shofar. E mais um ídolo importado dita as
regras para nos escravizar: É proibido pensar !!!!!"

Gostei demais desta música do grande João Alexandre, que foi muito feliz em
seu novo cd "É Proibido Pensar" em abordar um tema tão necessário para a reflexão
do povo de Deus. Recomendo o CD.
Nestes últimos dias o que mais nos deparamos é as heresias que estão
sendo pregadas em muitas igrejas por aí. A cada dia ficamos mais indignados com
tamanha distorção Bíblica, o Evangelho genuíno está sendo deixado de lado e
sendo trocado por uma “teologia popular” voltada ao misticismo, aos modismos, as
falsificações bíblicas e fetiches populares. Apóstolos, pai-póstolos, gurus gospel tem
surgido por aí trazendo um "outro evangelho". A palavra de Deus em sua essência é
trocada por modismos, por hierarquias eclesiásticas, por dinheiro e por interesses
particulares destes "super crentes". São tantos "chofár proféticos" que não aguento
mais tanta barulheira. É tanto "mantra gospel" que meus ouvidos já estão
estourando, é tanto ré-plé-plé que meu senso de racionalidade clama por socorro!
Quebra de maldições hereditárias onde o crente nunca se converte de verdade,
seções de descarrego, sabonetes de arruda, rosa ungida, sal grosso... é tanto "copo
d'agua consagrado" que dá até vontade de ir ao banheiro. Unções especiais, urros,
gritos, histerias, regressões, encontros tremendos, pastores poderosos, super
apóstolos.
Diante de tudo isso, muitos Cristãos infelizmente tem se calado para tanta
heresia, pois existe um conceito errado de que não devemos julgar nada, que não é
o nosso papel estar julgando o que ocorre com estas pessoas, principalmente se
vamos falar de algum “líder” que esteja em um comportamento que vai contra as
escrituras. Resumindo, querem nos calar mesmo! Já não bastasse a perseguição
contra os Cristãos que hoje em dia ocorre em muitos lugares no mundo, inclusive no
Brasil, ainda temos que aguentar a distorção bíblica de que jamais deveremos abrir
a boca de pastor x, apóstolo y, pois são os "ungidos de Deus". Nestes ninguém fala,
até Davi foi repreendido pelo profeta Natan, mas estes líderes contemporâneos não
podem ser repreendidos por algum erro ou heresia. É proibido pensar, é proibido
julgar! Muitas mentes estão sendo cauterizadas por esta "nova doutrina".
Existem algumas passagens Bíblicas que muitos Cristãos têm interpretado
erroneamente a respeito de julgamento. Meu compromisso nesta postagem é
desmistificar e esclarecer ao Povo de Deus de que não devemos nos calar jamais,
pelo contrário, devemos por obrigação exortar e lutar pelo Evangelho genuíno de
Cristo, afinal, quem ama luta pela verdade, pois "O amor não se alegra com a
injustiça, mas regozija-se com a verdade". (1 Co 13:6).
A primeira passagem Biblica a ser analisada é talvez a mais usada para
afirmar que nunca devemos julgar ninguém que esteja praticando e difundindo um
erro ou algo que vai contra as Escrituras. Esta passagem é Mateus 7:1

“Não julgueis, para que não sejais julgados.”

Em primeiro lugar deixo claro que aqui JESUS claramente proíbe o


julgamento. Mas a grande questão é se JESUS proíbe qualquer julgamento ou
somente certo tipo de julgamento. O versículo 1 por si mesmo não nos dá uma
resposta para esta pergunta. Por isso temos que aplicar uma regra fundamental para
poder interpretar a Bíblia. Analisar sempre o contexto da passagem citada para
poder saber de que se trata a mesma, pois sabemos que texto fora de contexto é um
pré-texto para formar até mesmo uma heresia.
Aqueles que citam esta passagem isoladamente para dizer que não devemos
julgar ninguém e ser tolerante estão gravemente equivocados.
Para sabermos de que tipo de Julgamento JESUS proibiu nesta passagem
vamos analisar o contexto:

“Pois, com o critério com que julgardes, sereis julgados; e, com a medida
com que tiverdes medido, vos medirão também. Por que vês tu o argueiro
no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?
Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando
tens a trave no teu? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho e, então,
verás claramente para tirar o argueiro do olho de teu irmão” Mt 7:2-5

Analisando o contexto podemos ver claramente que JESUS proíbe


especificamente o “julgamento hipócrita”. Jesus diz aos judeus no versículo 1 que
eles não devem julgar. No versículo 2, ele dá a razão pela qual eles não devem
julgar: o padrão que eles usam para julgar os outros será o mesmo padrão que os
outros usarão para julgá-los. Eles não devem ignorar seus próprios pecados,
enquanto condenando os mesmos pecados nos outros. Fazer isto é julgar com um
“padrão Duplo”, ou seja, julgar hipocritamente.
Não é hipócrita condenar o irmão por uma pequena falta, ou mesmo tentar
ajudá-lo a sobrepujá-la, quando você mesmo é culpado de uma falta maior? Esta é a
grande questão que JESUS estava colocando diante do povo nesta passagem.
Note que o pecado dos dois pecadores (a pessoa e seu irmão) é o mesmo em
dois respeitos. Primeiro, é o mesmo em natureza: em ambos os casos um pedaço
de madeira estava no olho da pessoa. Segundo, ambos estão atualmente pecando:
o pedaço de madeira estava no olho deles naquele momento. A diferença entre as
suas faltas é somente uma de tamanho: um pedaço é pequeno, e o outro é grande.
É hipocrisia alguém cujo pecado é maior condenar alguém cujo pecado é
menor, sendo em ambos os casos o mesmo tipo de pecado (vs 5). Em outras
palavras, uma mulher que está abortando um feto de oito meses não está na
posição de repreender um homem que mata um caixa de banco, e o homossexual
não está na posição de criticar infidelidades num casamento homossexual!
Mateus 7:1, de acordo com o seu contexto, não proíbe todo julgamento e
intolerância, mas somente o julgamento e intolerância hipócrita. De fato, ele requer
de nós que, após nos arrependermos dos nossos próprios pecados, condenemos o
pecado do irmão como pecado, e ajudemo-lo a se voltar dele.
“tira primeiro a trave do teu olho” , diz Jesus, “e então, verás claramente
para tirar o argueiro do olho de teu irmão”. Mt 7:5

Jesus ordena uma intolerância genuína, e não hipócrita, do pecado que o


irmão comete.
Outra passagem bastante utilizada é João 8:7-11. O contexto é a história da
mulher que foi pega no próprio ato de adultério e trazida a Jesus pelos escribas e
fariseus. No versículo 7, Jesus diz aos escribas e fariseus: “Aquele que dentre vós
estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra”. No versículo 11 ele fala para
a mulher: “Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais”. Os defensores da
tolerância usam estas palavras para argumentar que ninguém deveria condenar
outras pessoas, pois não é melhor que elas.
Embora explicaremos o que significa julgar em maior detalhe mais tarde,
estendamos por ora que, quando alguém julga, ela dá um veredicto: Culpado ou
inocente. Após ser julgada, a pessoa é sentenciada: A pessoa culpada é condenada
(sentenciada ao castigo) e a inocente é liberta. O ponto é que julgar e condenar são
duas coisas distintas, relacionadas, mas não idênticas.
Tendo isso em mente, note que Jesus de fato julga esta mulher, mas não a
condena. Ao dizer-lhe “vai e não peques mais”, Jesus indica que ela tinha pecado.
Em si mesma, a acusação dos fariseus estava correta, e Jesus julgou o pecado
como sendo pecado. Isto mostra intolerância pela ação pecaminosa! Seguindo o
exemplo de Jesus, devemos dizer aos pecadores que mostrem arrependimento
genuíno não mais cometendo pecado.
Embora Jesus tenha julgado a mulher, ele não a condenou. Ela pode ir
embora: ela não foi executada. O evangelho para o pecador penitente é:

“Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo


Jesus.” Rm 8:1

Esta é a mensagem que Jesus dá à mulher; o próprio Jesus foi condenado


por ela! Ele suportou o castigo que lhe era devido, para que ela pudesse ser livre!
A resposta de Jesus aos fariseus expõe o julgamento hipócrita deles no
assunto (o propósito primário deles, certamente, não tinha nada a ver com a mulher;
era pegar Jesus em suas próprias palavras. Todavia, Jesus sabia que os fariseus se
orgulhavam da justiça própria deles, e respondeu à luz deste fato).
Os fariseus, Jesus Recorda-os, também eram culpados de pecado, e
especificamente de adultério, quer físico ou no coração. Porque também não eram
livres de pecado, também eram dignos de morte como ela. Assim, ao desejar saber
que julgamento ela deveria ter recebido, eles revelaram sua própria hipocrisia e
motivação errônea.
João 8:7 e 11 nos ensinam como tratar com outros que pecam. O versículo 11
nos ensina que devemos desejar o arrependimento do pecador; o versículo 7 nos
ensina que não devemos fazer isso hipocritamente, nem com motivos errôneos ou
de uma maneira imprópria. Contudo, a passagem não quer dizer que nunca
devemos considerar as pessoas responsáveis por seus pecados ( isto é, julgar o
pecado como sendo pecado).
Agora gostaria de colocar as passagens Bíblicas que nos ordenam julgar.

“Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça”. João 7:24

Outras passagens na Escritura nos ordenam positivamente a julgar. Uma


passagem que nos diz isso claramente é esta citada acima. Ela se encontra no
contexto da discussão de Jesus com os judeus que questionaram sua doutrina, e
tinham-no acusado de ter um diabo (Jo 7:20) e de quebrar o dia do Sábado curando
um homem (Jo 5:1-16). A eles Jesus diz: “Não julgueis segundo a aparência, e sim
pela reta justiça”. Ao dizer “não julgueis”, Jesus não pretende proibir o julgamento
como tal, mas proibir certo tipo de julgamento, como a parte positiva deste versículo
deixa claro. Podemos julgar, mas quando o fizermos, devemos julgar justamente.
O julgamento exterior e superficial – isto é, julgar simplesmente sobre base do
que parece ser o caso, sem conhecer todos os fatos – é um julgamento imprudente,
injusto e sem discernimento, que é contrário ao nono mandamento da lei de Deus.
Deus odeia tal julgamento. O Julgamento justo é feito usando a lei de Deus como o
padrão pelo qual discernimos se o que parece ser é o caso é realmente o caso.
I Coríntios 5 é um capítulo importante com respeito ao dever positivo de
julgar. Primeiro, no versículo 3 Paulo declara, sob a inspiração do Espírito, que ele
tinha julgado um membro da igreja em Corinto que estava vivendo no pecado da
fornicação. Seu julgamento foi “seja entregue [tal pessoa] a Satanás para destruição
da carne, para que o espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus”. Este é um
julgamento ousado da sua parte.
Segundo, nos versículos 9-13, Paulo lembra aos santos do seu dever de
julgar as pessoas que estão dentro da igreja, quanto a se eles estão obedecendo ou
não a lei de Deus. Aqueles que alegam ser cristãos e são membros da igreja, mas
que são julgados como sendo impenitentemente desobedientes a qualquer
mandamento da lei de Deus (vs 9-10), devem ser excluídos da comunhão da Igreja.
Paulo, sob a inspiração do Espírito, diz para a igreja não tolerar pecadores
impetinentes.

Outras passagens:
Outras passagens também indicam que é nossa responsabilidade julgar.
Jesus pergunta às pessoas em Lucas 12:57: “E por que não julgais também por vós
mesmos o que é justo?”. Jesus repreende os escribas e fariseus em Mateus 23:23 e
Lucas 11:23, dizendo: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o
dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o
juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém fazer essas coisas e não omitir
aquelas”. Era o dever deles, de acordo com a lei, julgar – mas eles tinham falhado
neste dever. Paulo orou para que o amor do filipenses “aumentasse mais e mais em
pleno conhecimento e toda a percepção”. (Fl 1:9). Ele diz aos Corintos: “Falo como a
criteriosos; julgai vós mesmos o que digo”. (1 Co 1:15).
Os cristãos são solicitados a examinar tudo e reter o bem (1 Ts 5:21). Eles
também são obrigados a provar se os espíritos são de Deus: "Irmãos, não deis
crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque
muitos falsos profetas tem saído pelo mundo afora." (1 Jo 4:1)
Mesmo nas reuniões cristãs eles devem "julgar" o que ouvem: "Tratando-se
de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem." (1 Co 14:29).
Os Crentes de Corinto receberam ordens para julgar imediatamente a
imoralidade existente entre os seus membros (1 Co 5:1-8). Mesmo o estrangeiro de
passagem não deve ser hospedado se for verificado que não se trata de uma
pessoa alicerçada na verdadeira fé ( 2 Jo 10,11). E um anátema (maldição) deve ser
proferido contra aqueles que apresentarem um tipo diferente de evangelho (Gl 1:9).
3. APOLOGÉTICA ATUAL, CONTEMPORÂNEA E EVANGELÍSTICA

3.1 A lógica na Apologia

3.1.1 A Lógica é simplesmente uma ferramenta no arsenal do apologista Cristão.

Lógica é de suma importância na apologia. Para defender a fé cristã, o


Cristianismo tem que usar a verdade, os fatos, e a razão adequadamente. O
apologista do Cristianismo deve escutar e analisar as objeções de seus
antagonistas, e em seguida deverá fazer comentários fortes e racionais em resposta
aos assuntos levantados. A Lógica é simplesmente uma ferramenta no arsenal do
apologista Cristão; é um sistema de argumentar racionalmente. É o princípio pelo
qual os pensamentos chegam a conclusões corretas. A apologética é aquela área na
teologia cristã que acentua argumentos racionais para a existência de Deus e
evidências de usos substanciais para as reivindicações bíblicas. Ela atrai a razão
humana à evidência. Claro que, algumas pessoas são melhores na arte de pensar
logicamente que outras, e não há nenhuma garantia que usando a lógica para
melhorar a habilidade de argumentar com alguém, garantirá a conversão de tal
pessoa por isso. Afinal de contas, a lógica não é o que salva a pessoa, mas sim
Jesus Cristo através da ação do Espírito Santo! Então, o propósito no uso da lógica
na apologia é remover barreiras intelectuais que impedem uma pessoa de aceitar o
Jesus histórico como seu único e suficiente Salvador. Não cabe usar a Lógica como
resposta para todos os problemas que enfrenta o Cristianismo, ou mesmo todas as
objeções levantadas contra ele. Ela tem seus limites. Não pode garantir sabedoria.
Não pode provar ou pode contestar a inspiração das coisas de Deus. Todavia ela é
de fundamental importância para os apologistas. Os primeiros apologistas a usarem
a lógica desta maneira a serviço do Cristianismo foram Agostinho, Anselmo, e
Tomás de Aquino. Destacam-se como apologistas contemporâneos, Norman Geisler
, William Craig, Gleason Archer. Jr, Josh MacDowell, para citar apenas alguns
poucos.

3.1.2 Como os oponentes do Cristianismo usam a Lógica?


Um oponente do Cristianismo poderia usar problemas de lógica como um tipo
de evidência contra a existência de Deus. Considere esta objeção como exemplo:

Proposição: Deus é Todo-Poderoso (pode fazer todas as coisas).

Declaração: Deus poderia criar algo tão grande e pesado como uma pedra que nem
mesmo Ele teria condições ou força para erguê-la.?

Argumento: Já que Deus não pode criar uma pedra assim, então Ele não pode ser
Todo-Poderoso. Agora, caso Deus conseguisse levantar essa pedra já não seria o
Todo-Poderoso, visto não criar uma pedra pesada demais.

Conclusão: Desde que Deus pode fazer todas as coisas e nós mostramos que há
coisas que ele não pode fazer, então, Deus não existe.

Analisando superficialmente, esta lógica poderia ser difícil responder. Mas,


tudo o que nós temos que fazer é pensar um pouco mais e poderemos ver que o
problema levantado acima não é lógico.

Contra argumentando: Quando dizemos que Deus é Todo-Poderoso, não


queremos com isto dizer que Ele seja o “Todo-Poderoso-Absurdo”. É absurdo e
impossível Deus criar uma pedra que Ele mesmo não consiga erguer. Deus não faz
as coisas que seja impossível por definição. A pergunta de certa maneira não faz
sentido, pois admitir que Deus pode criar tal pedra é admitir também que ele não
pode tudo; e admitir que ele não pode criar a pedra é o mesmo que negar sua
onipotência. Então, não se tem aí nenhum fundamento que possa dar margem a um
raciocínio legítimo.

Proposição: Deus não pode violar a própria natureza dele; quer dizer, Ele não pode
ir contra o que Ele é naturalmente.

Declaração: a natureza de Deus não Lhe permite mentir, não ser Deus, não ser
Todo-Poderoso etc.

Conclusão: Então, a declaração de que Deus pode fazer todas as coisas, não é
verdade e a conclusão levantada contra Deus também não é verdadeira.
3.2 Uma Necessidade para o Evangelismo

É indiscutível o fato da apologética se tornar cada vez mais necessária para a


proclamação da Palavra de Deus. Apologética não consiste apenas em defender a
fé cristã, mas também em anunciá-la ou servir como um instrumento indispensável
para esta anunciação. A apologética sem o evangelismo é praticamente vã e o
evangelismo sem a apologética se torna cada vez mais ineficaz.

A simples defesa do cristianismo é inútil quando não temos posteriormente a


essencial proclamação da Palavra. A defesa é útil para a proclamação e deve estar
intimamente relacionada a esta última. É preciso entender o quanto à apologética é
útil, mas também o quanto ela pode se tornar inútil quando não utilizada de forma
correta.

O apologista cristão Francis A. Schaeffer dizia que o homem moderno, quase


em sua totalidade, está tomado pelo relativismo. O pensamento moderno mudou
drasticamente o homem e para tanto se torna imprescindível que as formas de
evangelismo também sofram intensas mutações. Uma destas mutações é aliar-se
forçosamente a apologética.

O relativismo a que Schaeffer se referia pode ser verificado na prática. Estou


evangelizando uma jovem de 21 anos, ela diz que todas as coisas etéreas que
formam o homem, tais como moral e sentimentos, tem fundamentação orgânica.

Este pensamento conduz necessariamente ao relativismo, pois reduz a moral


a um mero mecanismo orgânico (como um hormônio, por exemplo), e pensando
assim existe uma relativização do certo e do errado. O homem é reduzido a um ser
impessoal e suas atitudes não são essencialmente certas ou erradas, mas indicam
sua necessidade de sobrevivência. Como na selva os animais lutam pelo seu
espaço (e não precisam se culpar se matam um ao outro para conquistar seus
objetivos), os homens também não precisam se culpar se passam por cima do seu
próximo – isso é inclusive necessário para a manutenção da raça humana.
A minha pergunta é a seguinte: como é possível simplesmente evangelizar
uma pessoa assim? O evangelismo puro e simples neste caso não surtirá muito
efeito, pois a mente desta jovem está tomada pelo relativismo. Se ela não diferencia
o certo e o errado, simplesmente dizer a ela que Cristo morreu em seu lugar se torna
algo incompleto e ineficaz. Aqui nasce a apologética, enquanto uma ferramenta
eficaz para o evangelismo.

No caso desta jovem, preciso prová-la que somos munidos sim de uma moral,
que está longe de ser um mecanismo puramente orgânico, e para tanto necessito da
apologética. Preciso defender racionalmente minha fé e mostrá-la como seu
pensamento está baseado na irracionalidade. A partir daí será possível evangelizar,
sem estar falando ao vento.

Insisto novamente que a apologética é importante, mas que deve ser seguida
do evangelismo, ou tudo volta à estaca zero. A apologética deve fazer parte do
processo evangelístico, e precisa contar para tanto com o essencial auxílio do
Espírito Santo.

É imprescindível preparar a nova geração para evangelizar utilizando-se da


apologética. A cada evolução da ciência, a cada nova filosofia, o homem se afasta
mais da realidade da Palavra de Deus. A ciência vai se multiplicando e a amor se
esfriando. Cabe a nós, como cristãos, defender e comunicar o Evangelho
transformador nos adaptando as inevitáveis transformações do mundo.

3.3 Dilemas e Perigos do Pluralismo Pós-Moderno

Um dos elementos mais salientes do pós-modernismo contemporâneo é a


exaltação do pluralismo, da diversidade, do inclusivismo. Valorizar as diferenças e
as peculiaridades de cada grupo ou segmento da sociedade, principalmente de
minorias historicamente oprimidas e desprezadas, é a atitude “politicamente correta”,
isto é, normativa, segundo os cânones da nova mentalidade. Os inclusivistas alegam
estar lutando contra males antigos como o racismo, a intolerância, o patriarcalismo,
e certamente a história está repleta de horríveis injustiças nessas áreas. Todavia, o
que muitos não percebem, ou não querem perceber, é que a ênfase irrestrita na
diversidade e no multiculturalismo está sorrateiramente lançando as sementes de
novas formas de intolerância e divisão entre os seres humanos. Utilizando uma
imagem bíblica (Mt 13.25), enquanto os homens dormem estão surgindo as raízes
de graves problemas para as gerações futuras.
3.3.1 A questão religiosa

Em nome do multiculturalismo e da pluralidade, o Ocidente está rejeitando de


modo cada vez mais explícito as suas origens cristãs. O mundo ocidental é fruto do
cristianismo. A fé cristã foi o elemento mais importante na formação histórica e
cultural das nações européias e americanas. É claro que houve muitos fatores
negativos nesse processo. A atitude correta seria descartar esses aspectos
condenáveis e preservar os traços positivos, muito mais relevantes. Todavia, o que
se vê é uma rejeição em bloco da herança cristã em favor de uma cosmovisão
materialista e anticristã. Nos Estados Unidos, qualquer atividade de cunho cristão
está sendo progressivamente banida das escolas e outras instituições públicas. É
proibido orar nesses locais, ler a Bíblia, comemorar as datas do calendário cristão e
expor a cruz ou qualquer outro símbolo que tenha alguma conotação cristã. Quando
essa exposição ocorre, os símbolos de outras religiões devem ser colocados ao lado
dos símbolos cristãos. No entanto, a nação norte-americana deve a sua grandeza
justamente às suas raízes cristãs e evangélicas. O que está ocorrendo é uma forma
de suicídio cultural e nacional.

Mas ocorre algo ainda mais grave. Na medida em que o cristianismo é


marginalizado, outros sistemas religiosos se sentem livres para exercer maior
influência na sociedade. O ser humano é religioso por natureza. Durante muito
tempo se acreditou que a única alternativa ao cristianismo seria o secularismo, uma
visão materialista da vida. A experiência tem demonstrado que isso nem sempre
ocorre. Outras religiões ou filosofias religiosas podem ocupar os espaços vazios na
vida e na cultura. É o que tem ocorrido com a Nova Era e outras formas de
neopaganismo que estão em voga no Ocidente. É o que também tem ocorrido com
uma religião que desperta ao mesmo tempo temor e fascínio – o islamismo. O caso
da Europa é revelador. A União Européia tem 30 milhões de muçulmanos. Se a
Turquia for admitida, esse número subirá para 105 milhões. Os muçulmanos não se
integram à sociedade, não se deixam assimilar, mas preservam fortemente a sua
identidade cultural, formando verdadeiros enclaves. Estudiosos islâmicos de
renome, como Tariq Ramadan, advogam uma adaptação temporária às normas
culturais vigentes até que se possa modificá-las. O que ele defende é a gradual
islamização da Europa. Tudo isso enquanto a sociedade assiste passivamente,
concedendo regalias a um grupo religioso que, em muitos países nos quais é
dominante, se mostra cruelmente repressor dos adeptos de outras convicções.

3.3.2 Gênero e sexualidade

A humanidade tem uma longa história de opressão e injustiças contra


determinadas pessoas em razão de seu gênero ou orientação sexual. Durante
séculos, a mulher foi mantida numa posição de subserviência e inferioridade nas
mais diversas culturas. O movimento feminista do século 20 despertou a consciência
da sociedade para esse mal e deu uma grande contribuição ao defender a dignidade
e igualdade da mulher. Todavia, o feminismo radical adotou posturas extremadas
que questionaram fortemente muitos aspectos da organização social vigente, em
particular o entendimento do casamento e da família. As feministas radicais
reivindicam total liberdade na área da sexualidade e do uso do corpo. Esse
precedente estimulou outro segmento social a abraçar a mesma agenda
contestadora e revolucionária – os homossexuais.

De um grupo essencialmente invisível, marginalizado e oprimido, os


homossexuais se organizaram num dos movimentos mais influentes das sociedades
ocidentais. Contando com o apoio crescente da mídia e a simpatia da opinião
pública (ver, por exemplo, a Marcha Gay em São Paulo), esse grupo tem obtido
direitos inimagináveis até poucas décadas atrás. No entanto, o movimento
homossexual vem defendendo agendas que se aproximam perigosamente de novas
formas de discriminação e opressão – contra os que divergem de seu estilo de vida.

Os líderes do movimento demonstram atitudes e linguagem extremamente


agressivas contra os seus críticos, aos quais acusam de homofobia. Especialmente
preocupante é o esforço nas áreas política e jurídica, ditado pelo inclusivismo
relativista, visando a aprovação de sanções legais contra pessoas e instituições que
se posicionem contra o comportamento homossexual. É o que ocorre com alguns
projetos em tramitação no Congresso Nacional brasileiro. Se essas leis forem
aprovadas, isso irá resultar em uma onda de intolerância contra os cristãos
conservadores, com o cerceamento da sua liberdade de consciência, opinião e
expressão. Enquanto isso, sob o olhar complacente da sociedade, o poderoso e
articulado lobby homossexual move a sua cruzada contra os adversários, na forma
de agressões verbais e processos judiciais.

3.3.3 A problemática racial

As ciências já demonstraram a relatividade do conceito de raça. As diferentes


“raças” partilham exatamente do mesmo patrimônio genético, da mesma
humanidade. Raça não é tanto um conceito biológico quanto social e cultural. No
Ocidente, pessoas de pele escura foram consideradas inferiores por causa da
escravidão africana. Todavia, na antiguidade a escravidão não obedecia a qualquer
critério racial. Era comum negros e mulatos terem escravos brancos capturados em
guerras. A América Latina foi a primeira região do mundo em que três grandes
grupos humanos (caucasiano, africano e asiático-aborígene) se uniram para formar
um novo grupo populacional. Em contraste com outras nações, com seus bairros
étnicos e suas escolas e igrejas segregadas, os brasileiros sempre se orgulharam da
convivência pacífica entre pessoas de todas as origens.

Todavia, em nome do multiculturalismo, o atual governo vai lentamente


impondo à sociedade uma divisão segundo premissas raciais, como o sistema de
cotas para admissão nas universidades. Até mesmo representantes da comunidade
negra estão alarmados com os riscos envolvidos nessas iniciativas inconseqüentes.
Os analistas observam corretamente que as chamadas “ações afirmativas” do
governo deviam contemplar os pobres e marginalizados em geral, não importa qual
seja a cor da sua pele. Se as pessoas começarem a ser classificadas pela sua
“raça”, isso não vai produzir o senso de unidade e coesão tão importante para a
construção da nacionalidade e da cidadania. Um caso interessante ocorreu com a
comunidade germânica durante o Estado Novo. Após mais de um século de vida no
Brasil, os alemães do sul mantinham-se isolados da sociedade, com suas
instituições em que se utilizava quase exclusivamente o idioma de origem. Com o
início da II Guerra Mundial, Getúlio Vargas tornou obrigatório o uso da língua
portuguesa e isso contribuiu para a integração desse grupo na vida nacional.
CONCLUSÃO

Nenhum argumento está isento de fraquezas e imperfeições. Muitas


respostas lógicas elaboradas por apologistas foram refutadas por críticos inimigos
do Cristianismo. Mas, os críticos não ficam sem receber respostas dos cristãos, em
troca, aqueles refutaram as refutações destes e vice-versa. Isto acontecerá de um
lado para o outro, num processo contínuo até Jesus voltar. Não obstante, Deus
ordenou-nos a fazer o melhor possível para defender a fé cristã, e a lógica é um dos
meios para se fazer isto. Não há nada a temer. Na realidade, se você aceita a
verdade de que a lógica " pertence " a Deus, então isto deveria ser um incentivo
para que possamos usa-la na defesa da fé cristã. Por outro lado, porém, não deixe
que isto se torne um ídolo; quer dizer, não é a resposta a todos os problemas que
enfrentamos. Na posição de evangelistas, e em nossos esforços para ganhar as
pessoas para Jesus, precisamos usar a lógica, como também a evidência, oração, a
palavra de Deus, amor, bondade, etc.

Algumas passagens da Escritura parecem proibir o julgamento, enquanto


outras claramente exigem isso. Estudando os contextos daquelas que parecem
proibir o julgamento, descobrimos que o que é proibido não é realmente o
julgamento em si, mas sim um tipo errôneo de julgamento. Deus odeia o julgamento
hipócrita! Mas Deus ama o julgamento justo da parte dos seus filhos. Que ele ama
isso é claro a partir do fato de ordenar que o pratiquemos, e de ter dado sua lei
como um padrão pelo qual podemos cumprir tal mandamento.
Portanto, é dever de todo Cristão Julgar! Mas este "julgar" não significa fazer
injúrias, calúnias ou fofocas sobre a pessoa que está no erro. Se vemos que alguém
está se desviando do Evangelho ou pregando heresias, o nosso objetivo principal
deve ser alertar, repreender, exortar e conduzir o pecador ao arrependimento e a
restauração. Caso a disciplina seja indispensável, ela deve ser feita com seriedade,
amor e tristeza, sempre objetivando o arrependimento, e não a condenação eterna
do pecador. E com muito temor também, afinal, não somos pessoas perfeitas e
ninguém deve ser julgado ou condenado injustamente. E também é nosso dever
estar alertando ao Corpo de Cristo sobre determinadas heresias que porventura
continuam a ser pregadas e os autores da mesma não querem dar ouvidos.
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais,
corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também
tentado.” Gl 6:1

“Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende,
exorta com toda longanimidade e doutrina. Pois haverá tempo em que não
suportarão a sã doutrina, pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo
as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se
recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se a fábulas.” 2 Tm 4:2-3

"Aventura-se algum de vós, tendo questão contra outro, a submetê-lo a


juízo perante os injustos e não perante santos? Ou não sabeis que os
santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo deverá ser julgado por vós,
soi, acaso, indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis que havemos
de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!. Entretanto,
vós, quanto tendes a julgar negócios terrenos, constituís um tribunal
daqueles que não têm nenhuma aceitação na igreja. Para vergonha vo-lo
digo. Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa
julgar no meio da irmandade?" Co 6:1-5

É óbvio que existem argumentos válidos na defesa do pluralismo. Afinal, a


diversidade étnica, religiosa e cultural é um fato inquestionável. Todavia, devemos
nos perguntar que grau de diversidade uma sociedade pode suportar sem que
acabe se fracionando e sucumbindo. Sem uma ênfase correspondente na unidade,
em elementos compartilhados por todos, nenhum organismo social pode sobreviver.
Foi o que entenderam os primeiros cristãos, conforme expressou sabiamente o
apóstolo Paulo: “Dessarte, não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem
liberto; nem homem nem mulher, porque todos vós sois um em Cristo Jesus (Gl
3.28; cf. Cl 3.11).

Apologética cristã no século XXI mostra ao leitor que a fé cristã não lida apenas com
sentimentos ou emoções; lida também com crenças.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Comentários e consultas

GEISLER, Norman L. & FEINBERG, Paul. Introdução à filosofia – uma perspectiva


cristã. São Paulo: Vida Nova, 1996.

GRÜNZWEIG, Fritz; HOLMER, Uwe & BOOR, Werner de. Cartas de Tiago, Pedro,
João e Judas. Tradução de Werner Fuchs. Curitiba: Editora Esperança, 2008.

MUELLER, Ênio R. I Pedro, introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova e


Mundo Cristão, 1988.

STOTT, John R. W. Crer é também pensar. A importância da mente cristã. São


Paulo: Editora ABU, 1994.

Bíblias e versões

Almeida Revista e Atualizada, ed. 1993, em BibleWorks for Windows, version 7.

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Bíblia Sagrada [tradução dos originais hebraico, aramaico e grego, versão francesa
dos Monges Beneditinos de Maredsous (Bélgica)]. São Paulo: Editora Ave
Maria, 1966.

Almeida Corrigida Fiel, ed. 1994, em BibleWorks for Windows, version 7.


Bíblia Sagrada: Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH). Barueri/SP:
Sociedade Bíblica do Brasil, 2000.

Bíblia Sagrada: Nova Versão Internacional [traduzida pela comissão da Sociedade


Bíblica Internacional]. São Paulo: Editora Vida, 2000.

Novo Testamento Interlinear – Grego-Português. Barueri/SP: Sociedade Bíblica do


Brasil, 2004.

Westcott and Hort NT (1881), em BibleWorks for Windows, version 7.

Sites e Artigos na Internet

http://www.monergismo.com

http://www.icp.com.br

http://bereianos.blogspot.com

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