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E da Solidão?

Se viveres num tempo futuro ao meu, venho aqui confortar-lhe. Não aches que
estará sozinho porque és solitário e vives num tempo moderno. Tenho dividido meu
espaço com bilhões de semelhantes e me sinto constantemente só.

Tenho, como que diabolicamente, durado um dia. Não se têm certezas nem mesmo
das incertezas e tudo me soa vagarosamente inútil.

Estivera pensando, entretanto: a solidão instiga meus pensamentos (insanos e


puros) e me faz flutuar no Logos, me refuta as ideias e infiro coisas – por alguns
consideradas – absurdas.

Meu pensamento surpreendeu-me esta última noite fria: pude, de certa forma,
medir o grau de distância em que me encontro do mundo agora e a mudança da
pessoa do texto foi intencional: quero confortar-lhe com o que sinto e, isso, não
posso limitar a uma única pessoa por conta da escrita.

Quem é Deus? Estive pensando onde colocar Deus no mundo (num sentido amplo –
universal). Claramente não defino Deus como nada ou como tudo: projeto-o
somente em minha ideia como algo que, porventura, venha a existir (o próprio
universo, o espaço vazio que é todo espaço, o homem).

Fui norteado a presumir que se ele é grande, não pode ser maior que o universo, a
menos que seja, de fato, o universo. Então infiro que Deus é menor que o universo
ou que é o próprio universo.

Se teólogos me encherem a paciência, dizendo que Deus é o tudo – o universo –


então posso questionar agora: o universo é ou não infinito?

Se é finito, onde e como termina? Ora, se tem um fim, posso eu pensar onde fica
esse lugar que chamam de fim. E o que há depois do fim? Nada? E o que é nada?
Um espaço vazio e sem luz? Mas, agora, se é um espaço vazio e sem luz, é então
alguma coisa e se é alguma coisa depois do fim, o que é o fim que não finda?

Convido-o, agora, com sua solidão, pensar se Deus não é tudo: sim ele pode não
ser o universo e pode, ainda, não existir. Perdoem-me os que não entendem, mas
“Why not?”.

Se o Universo é infinito, então para cada lugar que eu for, tenho outro lugar para ir
logo em seguida e, assim, Deus teria de ser o universo (que agora é infinito),
porque se for maior não cabe (não?) e se for menor, tu ainda terás tempo para
refletir.

Tenho uma dúvida sobre felicidade e ontem perguntei sobre ela. Uma ilustre
convidada entra à festa e eu questiono pretensiosamente: És, tu, feliz? E ela,
elegantemente, responde-me: Eu tenho fome.

O cenário não seria tão robusto quanto o fato que contei. A poesia usa de
hipérboles e eufemismos e eu fui exageradamente hiperbólico agora. Mas faz parte
da poesia.

Secamente: Você é feliz?

Olhos fundos e fitos, dois ou três segundos e...

Eu tenho fome.

Alexandre Ferraz.

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