CURSOS
- Cultivo da Mandioca e
Derivados
- Engorda de Frango Caipira
MEDSON JANER DA SILVA
ANTONIA RAILDA ROEL
GIOVANNA PADOA DE MENEZES
CAMPO GRANDE - MS
MARÇO - 2001
SILVA, Medson Janer da.
ROEL, Antonia Railda.
MENEZES, Giovanna Padua de.
Gráfica: GrafNews
Digitação e Diagramação: Cláudia de Matos Fernandes
CURRICULUM VITAE
CURRICULUM VITAE
CAPÍTULO I
Cultura da Mandioca
MEDSON JANER DA SILVA
ANTONIA RAILDA ROEL
2
2) Importância da Mandioca
em solos de boa fertilidade, com uma população em torno de dez mil plantas por
hectare, podem atingir produções de ordem de 20 a 23 toneladas de massa verde por
hectare.
a atuação do princípio tóxico na tireóide, sendo que a maioria dos casos referentes a
estas doenças têm-se registrado na África, principalmente no Zaire.
Considera-se que a dose letal é de aproximadamente 1,0mg de HCN por
Kg de peso vivo. A concentração do princípio tóxico na planta de mandioca é
variável em função do cultivar e das condições do ambiente, sendo ainda incerta a
influência no volume dos glicosídeos cianogênicos das raízes da planta. Assim,
enquanto as adubações nitrogenadas aumentam, o suprimento de potássio diminui o
volume de glicosídeos das folhas, porém diminui o volume destes nas raízes,
ocorrendo o mesmo quando as plantas se encontram sob condições de
sombreamento.
Em função do teor de HCN apresentado, classificam-se as mandiocas
quanto a toxicidade em:
Entre esses materiais, os que mais tem se destacado são: cultivar IAC
576 – 70, CPAC 768/96, Verdinha, Ouro do Vale, IAC 289 – 70, CPAC 764/96, que
encontram-se em fase final das avaliações de doenças. A Paraná, por ser a mais
plantada no Estado é usada como testemunha.
É muito importante lembrar que a escolha da variedade para o plantio
deve estar relacionado ao mercado local. Em Campo Grande a preferência do
consumidor é por raiz de poupa amarela, mas em diversos outros municípios do
Estado pode ser encontrado a de poupa branca. A colheita deve ser feita entre 8 a
12 meses após o plantio, pois, as raízes não estarão fibrosas.
A melhor época de colheita da mandioca para mesa é quando a planta
entra em repouso vegetativo, ou seja, quando ela perde todas as folhas. Durante este
período todo o amido da parte aérea sofre hidrólises, acumulando-se nas raízes,
razão pela qual a mandioca apresenta cozimento perfeito em virtude da maior
13
concentração deste produto. Isso geralmente ocorre a partir dos meses de abril até
julho, de acordo com a região.
Quando as plantas começam a rebrotar ocorre o processo inverso. O
amido que estava acumulado nas raízes sofrem novamente hidrólises e vai para as
hastes para a formação de novas folhas e ramos. Por essa razão, as raízes deixam de
cozinhar e ficam “aguadas”, até que nova síntese com translocação de carboidratos
sejam reiniciados para reposição do amido.
1
Mariana Zatarim. Eng. Agrônoma. Pesquisadora da EMPAER no MS.
15
7) Instalação da Cultura
7.2. Espaçamento
Normanha (1951), cita que para culturas comerciais que utilizam cv.
Branca de Santa Catarina o espaçamento mais freqüentemente recomendado é o de
1,00m entre linhas por 0,60m entre plantas. Conceição e Sampaio (1979),
estudaram a influência do espaçamento na cultura da mandioca para fins industrias,
constatando que além do espaçamento tradicional de 1,00m x 0,60m ter sido o
melhor em rendimento de raízes, promovem a cobertura do solo pelas plantas mais
precocemente, determinando menores gastos com relação às capinas.
Barrios Ramos (1974), cita trabalho de ENY I , que estudando o efeito do
número de brotos ou caules após a época de plantio e o espaçamento sobre o
crescimento, desenvolvimento e produção final de mandioca, constatou que as
plantas com um só caule superaram em rendimento às multicaules, sendo que as
diferenças entre elas foram maiores quando se diminuía a distância de plantio; os
máximos rendimentos em raízes foram obtidos em espaçamentos de 0,90m x 0,90m
para as plantas com um só caule e de 0,90 x 1,20m para as plantas multicaules, mas
os rendimentos por planta aumentavam proporcionalmente ao aumento da distância
de plantio.
A competição de cultivares e espaçamentos na cultura da mandioca para a
produção de hastes e folhas com a finalidade de empregá-las no arraçoamento
animal, não constataram diferenças entre os espaçamentos, mas citam o
espaçamento de 0,80m x 0,50m como o mais conveniente por promover
simultaneamente maior produção de raízes.
Observações feitas no Departamento de Agricultura e Horticultura da
E.S.A. “Luiz de Queiroz” tem demonstrado que plantios no espaçamento de 1,00m
em solos de boa fertilidade e bem conduzidos tecnicamente, apresentam
desenvolvimento vegetativo vigoroso com bons rendimentos em raízes e ramas.
7.3) Profundidade
7.6.1) Preparo das manivas: Uma vez selecionadas as plantas que fornecerão o
material para o plantio, efetua-se o corte das hastes das mesmas. Através de
uma moto-serra circular ou que é mais comum, de um facão, promove-se o
corte das plantas a 10 ou 15 cm acima do nível do solo e em seguida efetua-
se o corte e separação das hastes da metade inferior da planta, desprezando-
se as mais finas e herbáceas.
8) Adubação
Outros pesquisadores dão conta de que uma cultura de mandioca, com a produção de
60 t/ha retira do solo as seguintes quantidades de nutrientes:
N ........................................................... 124 Kg/ha
P2 O 5 ......................................................104 Kg/ha
K2 O ....................................................... 584 Kg/ha
CaO...........................................................217 Kg/ha
MgO .......................................................... 71 Kg/ha
Órgão da N P K Ca Mg Referência
Planta
Raízes 0,70 0,43 2,80 0,71 0,05 Bonnefoy
Ramas 11,90 1,59 4,90 3,90 2,00 Bonnefoy
Folhas 7,50 0,34 1,30 2,40 0,15 Bonnefoy
Raízes 2,02 0,43 3,02 - - Kanapathy
Ramas 2,11 1,30 2,60 - - Kanapathy
Folhas 2,15 0,16 0,91 - - Kanapathy
Raízes 3,00 0,50 3,50 0,60 0,10 Cours
Hastes 2,00 0,30 1,50 0,60 0,40 Cours
Raízes 1,82 0,36 1,77 0,34 1,08 Velley
Raízes 2,20 0,19 1,59 - - Catani
Fonte: HOWELWE, 1974 citado por Conceição, 1983.
8.1.1) Nitrogênio
8.1.2) Fósforo
8.1.3) Potássio
8.1.4) Cálcio
8.2.1) Calagem
8.2.2) Adubação
9) Tratos Culturais
De acordo com Blanco (1977), citado por Silva (1999), todos os conceitos
de planta daninha ou mato são estabelecidos baseados no relacionamento da planta
com as atividades humanas. A razão disto é que o conceito de que mato é ser
relativo e depende inteiramente da importância econômica que o homem da áquela
espécie vegetal, naquele momento ou naquele ambiente. Por isso são comuns
definições de planta daninha como “uma planta fora de lugar”, ou “uma planta
indesejável” ou “uma planta que ocorre onde não é desejável”, ou “uma planta sem
valor econômico”, ou ainda “plantas que competem com o homem pelo solo”. São
conceituações que envolvem sempre caráter econômico ou de indesejabilidade. Por
28
essas definições uma planta de trigo que germinasse em uma lavoura de soja seria
considerada planta daninha. Outras definições dentro do mesmo sentido poderiam
ser elaboradas: “plantas nocivas, sem utilidade, ou tóxicas, planta cuja importância
econômica ainda não foi descoberta”, etc.
A definição agronômica para planta daninha que englobaria todo o
sentido que se encontra no seu conceito e que propomos aqui seria “qualquer planta
que ocorre de modo espontâneo e prejudicial em locais relacionados com as
atividades agropecuárias do homem”. Por esta definição, qualquer planta silvestre
que ocorre quer seja em uma área cultivada, ou em uma pastagem, ou um campo
natural que perderam seus ecossistemas originários e foram por longo tempo,
adaptadas e locais cuja vegetação foi perturbada por fenômenos naturais e também,
de novas espécies ou variedades que evoluíram com o desenvolvimento da
agricultura.
Quanto a agressividade das plantas daninhas Lorenzi 1982, observou que
a seleção imposta pela natureza não apenas dotou as plantas daninhas de uma grande
agressividade mas também de outros mecanismos, que permitem a sobrevivência da
espécie sob as mais diferentes adversidades, tais como:
- Grande produção de sementes: geralmente, quanto mais curto o ciclo da
planta, maior a quantidade de sementes produzidas e vice-versa, sendo que
esse número é bem maior que o que ocorre em plantas cultivadas. Uma
única planta de caruru (Amaranthus retroflexus) chega a produzir 117.000
sementes e uma de beldroega (Portula caoleracea), pouco mais de 52.000;
- Eficientes mecanismos de dispersão de sementes: para maior eficiência dos
agentes naturais de disseminação, suas sementes são providas de estruturas
semelhantes a para-quedas ou guarda-chuvas, para facilitar o transporte
pelo vento, como as plantas da família Compositae, ou são adotadas de um
pequeno colchão de ar para facilitar a flutuação na água, como na espécie
Rumex crispus, ou são revestidas de pêlos ou espinhos, que facilitam sua
aderência na pele de animais, como nas espécies Desmodium canum e
Cenchrus echinatus;
- Grande longevidade de suas sementes: todas as plantas daninhas possuem
sementes com alguma dormência, cuja duração pode variar de algumas
semanas a algumas centenas de anos. Graças a esse mecanismo as espécies
escapam do perigo da extinção. A espécie Chenopodium album após 38
29
também que plantas espaçadas de 1,00m x 1,00m quando bem conduzidas em solos
de boa fertilidade, devido ao seu desenvolvimento promovem a cobertura do solo,
abafando as plantas daninhas a partir de 90 dias após o plantio.
Com relação às culturas cujas produções se destinam às indústrias de
processamento e que permanecem no campo durante dois ciclos vegetativos, desde
que sejam mantidas no limpo durante a fase inicial do primeiro ciclo, dificilmente
sofrerão competição do mato no segundo ciclo vegetativo. Justifica-se o fato, devido
as condições climáticas presentes durante o repouso fisiológico da cultura ao fim do
primeiro ano, onde a irregularidade de precipitação e as temperaturas baixas não
favorecem a germinação e o desenvolvimento das sementes das plantas daninhas. Na
estação da primavera, com a volta de condições climáticas favoráveis, a cultura não
é prejudicada pela competição do mato, pois as plantas que entrarão no segundo
ciclo vegetativo, apresentam-se com porte avantajado. Os prejuízos que podem advir
da presença de plantas daninhas, referem-se à dificuldade para se efetuar a colheita
durante o segundo repouso fisiológico da cultura.
A presença de mato na lavoura de mandioca demanda grande quantidade
de mão-de-obra para o seu controle. As capinas devem ser realizadas sempre que
necessário, até que as plantas se aproximem nas entre linhas. Em solos bem
preparados, normalmente três a quatro capinas são suficientes.
No Brasil, de uma maneira geral, predominam as capinas manuais através
da utilização de enxadas, em propriedades de poucos recursos, sendo antieconômico
o seu uso em médias e grandes lavouras. As capinas também são feitas por meio de
cultivadores a tração animal ou mecânica nas entre linhas, complementadas com
capina manual a enxada nas linhas e nas áreas não atingidas pelo cultivador. Na
utilização de cultivadores à tração animal ou mecânica, deve-se ter o cuidado de não
se trabalhar a profundidades maiores que 10cm, para que não seja abalado o sistema
radicular da planta. A partir do 4.º mês após o plantio, deve-se trabalhar apenas com
enxadas nas proximidades das linhas da cultura, evitando-se o uso de cultivadores,
devido ao crescimento das raízes tuberosas.
O controle químico das plantas daninhas com herbicidas tem sido usado
com sucesso em áreas de cultivo da mandioca. O emprego de herbicida é uma
técnica especializada que exige conhecimento por parte do agricultor. Para a escolha
do herbicida a ser empregado é muito importante o reconhecimento da flora
infestante da cultura na área. Áreas de cultivo podem estar infestadas por várias
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espécies de plantas daninhas e por isso, muitas vezes não se consegue um controle
eficiente com um só herbicida, havendo necessidade da aplicação de misturas.
9.2) Poda
Métodos de Controle
Cultural
Recomenda-se utilizar práticas culturais tais como controle de plantas
daninhas. Preparo do solo adequado, pois o revolvimento elimina as pupas. Rotação
de culturas com espécies não hospedeiras.
Mecânico
Consiste na catação manual e morte de lagartas e é indicado para
pequenas áreas.
Por comportamento
Consiste no uso de armadilhas luminosas com lâmpadas de luz negra, que
exercem atração aos adultos, utilizado principalmente para monitoramento das
populações da praga. Quando se obtém coleta de 5 adultos ou mais por noite indica
que o número de ovos na lavoura é o suficiente para o início de altas populações.
Essa técnica permite o planejamento das estratégias dos diferentes modos de
controle.
Biológico
O inseticida biológico de Baculovirus erinnyis foi isolado de lagartas
doentes de mandarová e pode substituir os produtos químicos eficientemente, desde
que as lavouras sejam monitoradas freqüentemente e o produto aplicado sobre
lagartas pequenas de 3 mm de cumprimento. Após a primeira utilização, o agricultor
pode coletar as lagartas doentes em vidros limpos e conservar em congelador, tendo
assim estoque suficiente para a próxima infestação. A dosagem recomendada é de 20
a 40 ml do macerado de lagartas em 200 litros de água por hectare, ou a necessária a
uma boa cobertura das plantas. Recomenda-se realizar as pulverizações no final da
tarde. Após 3 dias, observa-se a diminuição da mobilidade e alimentação das
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Cochonilhas (Hemiptera-Homoptera)
As espécies mais importantes são Phenacoccus sp.; Aomidamytilus sp;
Saissetia sp. e da raiz Pseudococcus sp. As cochonilhas são insetos pequenos
sugadores de seiva, com aspecto geral variável nos diferentes grupos definidos pelo
revestimento do corpo. Há cochonilhas de carapaça, em que o corpo é revestido com
camada de cera e cochonilhas sem carapaça, em que o corpo é revestido por uma
38
Cupins (Isoptera)
São insetos sociais de hábitos subterrâneos que atacam as plantas novas,
raízes e material de propagação armazenado. Embora em períodos de estiagem
possam atacar plantas adultas, o maior dano é causado as manivas, podendo
comprometer o estabelecimento da cultura.
Os ovos são depositados pela rainha em grandes quantidades, e podem
variar de 12 a 5.000/dia, de acordo com a espécie. Os adultos da casta operária são
estéreis, de coloração branca, ápteras, e constituem a maior parte da população do
cupinzeiro. Os soldados adultos são amarelados com mandíbulas desenvolvidas,
também estéreis e ápteros. Formas sexuadas são constituídas por um rei e uma
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rainha, sendo que esta é branca e fisiogástrica (aumento do corpo após a cópula) e
tem longevidade de 10 anos. A revoada ocorre 1 vez por ano, que consiste no
aparecimento de formas aladas constituídas por machos e fêmeas (sirí-sirí ou
aleluia), quando executam o vôo de dispersão, para formação de novas colônias. A
época de ocorrência do período da revoada se estende entre agosto a outubro, ou
após 1ª chuvas de verão.
Como são insetos sociais, vivem em colônias, cujo ninho é chamado de
cupinzeiro, que é feito com uma camada externa de terra bastante resistente e a
interna de uma camada enegrecida, rica em celulose, com câmaras e galerias, onde
vive a colônia. Podemos separá-los em cupim de montículo (ninho externo) e cupim
subterrâneo (ninho abaixo do nível do solo). No cupim subterrâneo o ninho é
pequeno (menor que o de cupim de montículo) enterrado no solo e tem a forma
cilíndrica. Os maiores danos nas lavouras são ocasionados por cupins subterrâneos,
que externamente semelhantes a formigueiros. Em áreas de grande infestação
recomenda-se a destruição mecânica dos cupinzeiros ou controle com inseticidas ao
solo, no sulco, ou na cova por ocasião do plantio. Controle mecânico, realizado com
implementos acoplados ao trator como broca cupinzeira tem se mostrado promissor,
quando destróem totalmente o cupinzeiro.
Para a colocação do produto químico ou biológico, seja líquido,
granulado, pastilha ou pó, é necessário furar o cupinzeiro com barra de ferro e
marreta, com perfuração vertical, até que se encontre a câmara celulósica.
Aplicações de bioinseticida a base de Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana
tem sido relatadas com resultados promissores.
Controle
Devido em parte ao grande número de formigueiros espalhados em áreas
extensas, muitas vezes difíceis de serem localizados, o controle desses insetos é
muito difícil, mesmo se contamos com iscas eficientes. O controle deve ser
conduzido em nível de regiões, pois controles isolados por propriedades, não dão
resultado em longo prazo. Recomenda-se fazer repasse em 80 dias, com isca
diferente. Sendo as saúvas limão e cabeça de vidro espécies de mais difícil controle
e recomenda-se 20% mais de inseticida.
As formulações em forma de iscas granuladas ou pós são recomendadas
em época seca. Na forma de gases liquefeitos ou líquidos nas épocas úmidas. Em
área muito infestada, ou seja, 30 formigueiros por alqueire, é antieconômico o
controle e recomenda-se aração e gradagem.
10) Colheita
confirmam que a descoloração se inicia nos pontos onde se localiza qualquer dano
mecânico.
Barrios Ramos (1975), comprovou a importância da preservação da
película tuberosa na conservação de raízes frescas de mandioca. Raízes foram
totalmente desprovidas das películas e submersas em parafina fundida,
conjuntamente com outras raízes com as películas intactas. Sete dias após o
tratamento, as raízes desprovidas das películas mostravam sinais de decomposição
enquanto que as outras se mantiveram em boas condições, sendo consumidas após
18 dias.
Segundo Lozano et alli (s.d), a deterioração fisiológica pode ser retardada
se na colheita, não forem separadas as raízes das hastes decepadas; neste caso
verificou-se sintomas iniciais de podridão entre 14 e 21 dias após a colheita.
Também a poda da parte aérea, realizada duas a três semanas antes da colheita,
revelou-se efetiva no controle da deterioração fisiológica.
O sucesso ou fracasso da armazenagem de raízes frescas dependem
principalmente das condições destas ao serem armazenadas; desse modo, é
importante que o material esteja em perfeitas condições, procurando-se evitar
qualquer tipo de danos às raízes. Os métodos de
conservação das raízes frescas não foram suficientemente pesquisados até o
presente, não havendo ainda um processo econômico que possa permitir a
comercialização em larga escala desse produto, em mercados consumidores
distantes dos centros de produção.
Dentre os processos estudados, técnicas de custo elevado como
refrigeração e emprego de cera ou parafina revelaram-se eficientes para um
armazenamento mais prolongado, todavia, como a maior parte da mandioca é
produzida por pequenos agricultores, técnicas mais simples e mais baratas de
armazenamento natural foram desenvolvidas para atender às suas necessidades.
Nas condições de agricultura de subsistência, o modo mais utilizado para
superar este problema consiste em deixar as plantas no solo, para serem colhidas na
medida das necessidades. No entanto, permanecendo por mais tempo na terra, as
raízes perdem as suas qualidades tornando-se mais fibrosas, com menor quantidade
de amido. Também é utilizado após a colheita, guardar o excedente embaixo da terra
ou areia, mantendo-as úmidas. Outro critério simples, consiste em ensacar as raízes e
colocar os sacos sob a água.
48
CAPÍTULO II
Ração e Silagem de
Mandioca
Coordenador
MEDSON JANER DA SILVA
50
Este item foi escrito pelo pesquisador João Luiz Homem de Carvalho e
publicado pela EMBRAPA ) Centro de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura
Tropical) em 1998 em Boletim Técnico.
Toda mandioca possui princípio tóxico “veneno”. Até aquelas que são
consumidas fritas ou cozidas. Umas possuem quantidades menores e são chamadas
mansas.
Quando se trata de mandioca mansa, pode-se fornece-las frescas aos
animais sem nenhum problema. Quando se trata de mandioca-brava, o
envenenamento dos animais pode ser evitado quando se processa a sua desidratação
parcial ou total. Consiste em picá-la e deixá-la bem espalhada ao ar livre por 24
horas. Isso basta para eliminar grande parte do princípio tóxico da mandioca – brava,
tornando-a inofensiva para os animais.
Este processo é valido tanto para a raiz como para a parte aérea. No
processo de silagem e fenação o veneno também diminui a níveis não tóxicos. Não
se deve deixar de fornecer mandioca. Os meios para contornar esse problema são
fáceis e baratos.
11.5) Fresca
É uma das formas que a raiz pode ser fornecida aos animais. Mas nesse
caso, alguns cuidados devem ser tomados:
1) Se for mandioca-mansa, colher, lavar, picar e fornecer imediatamente as raízes
aos animais, pois, não se conservam bem em estado fresco; o amido sofre
rapidamente uma hidrólise seguida de fermentação, o que lhe dá odor alcoólico.
Em clima quente, três dias após a colheita, as raízes tornam-se praticamente
inutilizáveis.
2) Se a mandioca for brava, não convém fornecê-la em estado fresco. Antes, deve
ser picada, parcialmente secada, secada ou ensilada.
52
11.7) Ensilada
11.8.1) Fresca
11.8.3) Ensilada
CAPÍTULO III
Trabalho de Resíduo de
Mandioca Para Engorda de
Frango Caipira
Prof. MSc. MEDSON JANER DA SILVA
ACADÊMICOS DA UCDB
57
12.1) Introdução
O frango e a galinha caipira não têm muita diferença de manejo das aves
industriais, tendo somente algumas adaptações do método industrial de criação,
tendo como grande vantagem a grande rusticidade aliada à sua excelente resistência,
muito superior ao frango de granja, podendo ser criado a campo e em instalações
bastante rústicas.
O manejo inicial se dá com a chegada dos pintainhos, onde os mesmos
devem ser criados durante os primeiros dias de vida sob um abrigo, para protegê-los
do frio, umidade, predadores, etc., este abrigo poderá ser um galpão coberto com as
laterais teladas tendo suas dimensões de acordo com o número de aves, 10 aves/m²
no caso de frango de corte e 7 aves/m² no caso de galinhas de postura. Este local
deve ser desinfetado, pelo menos quinze dias antes da chegada das aves. No dia do
alojamento, os equipamentos devem estar devidamente limpos, e o galpão ficará
fechado nos primeiros dias para que a temperatura no interior do mesmo fique mais
estável.
A cama deve ser preparada de maravalhas ( raspa da madeira ) ou palha
de arroz e ter cerca de 5 a 7 cm de espessura para melhor absorver toda umidade. É
importante que a matéria-prima utilizada para cama esteja bem seca sem resíduos
químicos ou fungos.
Para conservar os pintos próximos a fonte de calor e alimento, é
necessário que se faça círculos de proteção móveis com lâminas de eucatex. A altura
deve ser de 50 cm; já o diâmetro varia em função do número de aves alojadas.
O frio, ou a falta de aquecimento, mata os pintos nos primeiros dias de
vida. Para aquecê-los, coloque-se no centro do círculo de proteção uma campânula a
gás. A temperatura de conforto é de 31ºC a 33ºC, nos primeiros dias de vida, sendo
que esta temperatura irá gradativamente decaindo conforme as aves vão crescendo.
Os comedouros e bebedouros são dos tipos pendular, os comedouros
tubulares terão capacidade de 20kg de ração, que suportam até 30 aves, e
bebedouros pendulares para até 50 aves por bebedouro.
58
12.2) Justificativa
12.3) Objetivo
5,00%
4,57%
4,50%
4,00%
3,50%
Frango Caipira
3,00%
2,50%
Frango de
2,00% 1,68% Granja
1,50%
1,00% 0,74% 0,74% 0,71%
0,50%
0%
0,00%
até 2 semanas acumulada eliminados
61
O projeto prevê o abate das aves quando atingirem peso médio de 2,5 Kg,
ao redor de 65 a 70 dias, sendo verificado também, a quantidade de gordura
depositada na carcaça. Os animais abatidos serão vendidos a um supermercado de
Campo Grande a um preço de R$ 2,50 o quilo do frango limpo. De acordo com
Albino (1981), a carcaça resfriada possui um rendimento de 73,3% do peso ao abate,
os frangos serão vendidos desta forma com aproximadamente 1,83 Kg, o que irá
gerar uma renda bruta de R$ 4,58 por frango, como a estimativa de abate é de um
total de 401 frangos, perfazendo uma renda bruta total de R$ 1.836,58. Se
compararmos esta renda bruta com a de um produtor no município de Rochedinho,
62
Mistura 1
Ingredientes Quantidade Porcentagem
Farinha de mandioca 32,5kg 33,5%
(Casca e ponta da raiz)
Farelo de milho 32,5kg 33,5%
Farelo de soja 27kg 27,9%
Premix (nutrinucleo) 5kg 5,1%
Mistura 2
Ingredientes Quantidade Porcentagem
Farinha de mandioca 60kg 28,6%
(Casca e ponta da raiz)
Farelo de milho 70kg 33,3%
Concentrado 70kg 33,3%
Folha de mandioca 10kg 4,8%
Mistura 3
Ingredientes Quantidade Porcentagem
Farinha de mandioca 70kg 63,6%
(Casca e ponta da raiz)
Farelo de milho 15kg 16,6%
Farelo de soja 157kg 16,6%
Folha de mandioca 10kg 3,2%
Foram alojados 400 pintos de corte com um dia de vida e até os 21 dias
foi fornecido ração inicial formulada comercialmente e a partir do 21º dia de vida as
aves tiveram acesso a um espaço de pastejo onde permaneciam durante todo o dia,
tendo livre acesso ao galpão. Os animais foram criados sendo fornecido ração à base
64
de mandioca, e seu peso controlado por pesagens semanais a partir do 38º dia de
vida até o 78º dia, onde foram abatidas.
O frango caipira é uma alternativa para o pequeno produtor não somente pela
sua alta resistência, diminuindo as perdas de mortalidade e boa produtividade, e sim
como uma forma de agregar valores nos produtos produzidos pelas pequenas
propriedades. No caso da integração da avicultura industrial, o investimento é alto, a
margem de lucro pequena e o risco é considerável, o frango caipira vem ocupar um
nicho do mercado deixado pelas empresas avícolas, proporcionando ao pequeno
produtor ingressar na atividade avícola sem grandes investimentos iniciais, poucos
riscos e considerável lucratividade.
Todas as misturas foram excelentes, destacando a mistura 3, onde o custo
foi bem menor devido ao não uso de concentrado, por outro lado o peso das carcaças
foram menores.
65
CAPÍTULO IV
Manual de Criação
do Label - Rouge
Coordenador
MEDSON JANER DA SILVA
66
1) INTRODUÇÃO
Caipiras Híbridos
Galpão: As aves devem ser criadas sob um abrigo, para protegê-los de frio,
umidade, fungos, ratos, predadores etc., que pode ser um galpão. Este local deve
ser desinfetado pelo menos quinze dias antes da chegada das aves, pois, devemos
69
evitar todo traço de contaminação deixado pelas aves adultas do lote anterior. No dia
do alojamento, os equipamentos devem estar devidamente limpos (lavados com água
e sabão). O galpão ainda precisa ficar fechado nos primeiros dias para que a
temperatura no interior do mesmo fique mais estável; mas tome cuidados para que
não falte circulação de ar.
Cama: Deve ser preparada com serragem, maravalha ou palha de arroz e ter cerca de
5 a 7 cm de altura para absorver toda umidade produzida pelos pintos. É importante
que a matéria – prima utilizada para cama dos pintos esteja bem seca, sem resíduos
químicos ou fungos
Bebedouro_________
____________ Aquecedor
Alimentação
Carne Caipira
Ovos Caipiras
Controle Sanitário
Aves Estranhas
Nenhuma das três linhagens caipiras Label Rouge deve ser criada junto de
patos, marrecos, gansos ou outras raças e linhagens de frango ou caipira. Essas aves
são portadoras de inúmeras doenças que podem ser transmitidas aos frangos e
galinhas caipiras da linhagem Label Rouge. Outro cuidado necessário é não misturar
pintos com frangos e galinhas de idades diferentes.
Vacinação
Os pintos das três linhagens caipiras Label Rouge chegam às suas mãos
vacinados contra a doença de Marek e a Bouba Aviária. No entanto, é importante
um programa mínimo de vacinação preventiva contra as duas doenças mais comuns
em aves: a Newcastle, também conhecida como peste aviária, e a bouba,
popularmente chamada de pipoca ou carroço ( ver tabela de vacinação).
Mesmo com todas essas precauções, outras doenças como Coccidiose
crônica respiratória e diarréia podem ocorrer com as aves. Nesse caso, consulte
imediatamente seu veterinário.
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Componentes Energéticos
Escalonamento de Produção
Descarte
CAPÍTULO V
Coordenadora
GIOVANNA PADOA DE MENEZES
81
14) RESUMO
Média de peso dos animais dos 4 lotes avaliados aos 65, 90 e 120 dias de idade.
LOTE A LOTE B LOTE C LOTE D
Peso em KG aos 50 dias 22,1 22 22,2 22,1
Peso em KG aos 65 dias 26,3 26,5 26,8 26,9
Peso em KG aos 90 dias 45 45,3 46,2 45,8
Peso em KG aos 120 dias 74,5 74,8 75,2 75
CAPÍTULO VI
Trabalhos Publicados em
Anais pela Universidade
Católica Dom Bosco
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mesma substituída por ração a base de resíduos da mandioca a partir do 22º dia de
vida, e seu peso controlado por pesagens no 38º, 45º, 52º, 66º e 78º dias de vida.
Foram realizadas todas as pesagens com 100% do lote, sendo que na
última pesagem foi totalizados 401 animais. Em toda compra de pintainhos a
empresa bonifica com 1% a mais de pintainhos do número pedido, ou seja, dos 400
pintainhos pedidos vieram 4 a mais, desta forma podemos verificar que a
mortalidade acumulada nestes 78 dias foi de 3 pintainhos (0,74%). Não foram
eliminados aves com algum tipo de doença ou retardo no crescimento, ou seja, 0%
de eliminados, demostrando desta forma a grande rusticidade destas. A pesagem foi
feita até o 78º dia de vida das aves quando foram abatidas. Analisando os resultados
da evolução dos pesos conforme a idade, demostrados na Tabela 1, pode-se verificar
que a ração de resíduos da mandioca proporcionou um ganho de peso considerável e
a terminação dos frangos caipiras em um curto espaço de tempo, levando em
consideração a linhagem estudada.
Os animais se apresentaram bastante resistentes, morrendo apenas 3, num
universo de 404 aves. Segundo dados da pesquisa desenvolvida por Magossi et all
(1999), na ESALQ/USP-Piracicaba-SP, com a utilização do macho pescoço pelado
desenvolvida no Departamento de Genética, ESALQ/USP, com a cruza de galinhas
de raça New Hampshire, obteve uma média de peso dos F1 de 1,729 Kg aos 58 dias
de vida. Gessulli (1999) pesquisando a mesma linhagem Label Rouge, em Porto
Feliz/SP conseguiu média de 1,025 Kg de peso vivo aos 42 dias de vida.
Podemos concluir que a utilização de ração de resíduos da mandioca na
engorda do frango caipira da linhagem Label Rouge, é uma alternativa para o
pequeno produtor na forma de diversificação e diminuição do custo de produção,
levando a comercialização um produto diferenciado e com baixo custo de produção.
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