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APONTAMENTO DOS

CURSOS

- Cultivo da Mandioca e
Derivados
- Engorda de Frango Caipira
MEDSON JANER DA SILVA
ANTONIA RAILDA ROEL
GIOVANNA PADOA DE MENEZES

CAMPO GRANDE - MS
MARÇO - 2001
SILVA, Medson Janer da.
ROEL, Antonia Railda.
MENEZES, Giovanna Padua de.

APONTAMENTO DOS CURSOS:


- Cultivo da Mandioca e Derivados
- Engorda de Frango Caipira

Campo Grande – MS, 2001. 100 p.

1. Mandioca, Frango, Ração, Silo, Feno.

Gráfica: GrafNews
Digitação e Diagramação: Cláudia de Matos Fernandes
CURRICULUM VITAE

MEDSON JANER DA SILVA

Endereço Comercial: Av. Tamandaré n°6000 Jd. Seminário.


CEP 79117-900 - Campo Grande – MS - Telefone: (067) 765-3211 / 9984 - 3540
Medson Janer da Silva, nasceu em 23 de agosto de 1954, no município de
São Carlos, estado de São Paulo, filho de João dos Reis Silva e Maria Lazara F. da
Silva.
Em 1979, graduou-se como Engenheiro Agrônomo pela Faculdade de
Agronomia e Zootecnia “Manoel Carlos Gonçalves”.
Em abril de 1980, ingressou no Departamento de Inspeção de Defesa
Agropecuária, do estado de Mato Grosso do Sul, e em dezembro de 1980, como
professor no curso de Agronomia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
De 1986 a 1988 foi representante da Du Pont do Brasil, sendo que neste
último ano ingressou na Chevron do Brasil como representante de produtos, onde
permaneceu até 1990, ano em que fundou a Visão Pesquisa, na condição de sócio
proprietário. Esta empresa é credenciada na DIPROOF/MARA para desenvolver
pesquisa com Agrotóxicos.
Em março de 1991, assumiu a presidência da Fundação Centro de
Educação Rural de Aquidauana, no município de Aquidauana-MS, e em janeiro de
1994, assumiu a chefia de Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de
Mato Grosso do Sul. Posteriormente, em dezembro de 1998, passou a coordenar o
Curso de Zootecnia e a Área de Pesquisa “Lagoa da Cruz”, da Universidade Católica
Dom Bosco – UCDB.
Em 2000, passou a compor o Conselho Universitário da UCDB e assumiu
a coordenação do curso de Agronomia.
1

CURRICULUM VITAE

ANTONIA RAILDA ROEL


Endereço Comercial: Av. Tamandaré, 6000. Jd Seminário
CEP 79117-900, Campo Grande, MS. Telefone: 765-5000

Antonia Railda Roel, Engenheira Agrônoma, Mestre e Doutora em


Entomologia pela Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade
de São Paulo-USP.
Bolsista no Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte - CNPGC-
EMBRAPA, durante o período de julho de 1983 a julho de 1985, quando trabalhou
com cigarrinha de pastagens sob orientação do entomologista Dr. Shashanghi S.
Nilakhe.
Pesquisadora na Empresa de Pesquisa Assistência Técnica e Extensão Rural de Mato
Grosso do Sul, de julho de 1985 até dezembro de 2000. Conduziu projetos de
pesquisa com as culturas de Feijão e Mandioca, na área de Fitotecnia. A partir de
1987, conduziu trabalhos de pesquisa na área de Entomologia com as culturas de
soja, milho, mandioca, batata inglesa, eucalipto e outros. Em convênio com o
ministério de Agricultura – DFA/MS, durante o período de janeiro de 1998 a
dezembro de 2000, executou trabalhos relacionados ao Diagnóstico de Problemas na
Agricultura, na área de entomologia.
Professora e Pesquisadora na UCDB, desde julho de 1999, aonde vem
desenvolvendo trabalhos de Pesquisa sobre Utilização de Plantas Inseticidas e em
Agricultura Orgânica, além do apoio às demais áreas das Atividades Agrícolas da
Fazenda Lagoa da Cruz. Ministra aulas de Zoologia Geral, Zoologia de
Invertebrados, Entomologia geral, Entomologia Aplicada, Agricultura Orgânica,
Extensão Rural, nos Cursos de Agronomia, Zootecnia, Administração Rural e
Biologia.
CURRICULUM VITAE

GIOVANNA PADOA DE MENEZES

Endereço Residencial: Rua Brasil n°1135 Nossa Senhora de Fátima


CEP 79010230 - Campo Grande – MS Telefone: (067) 751-8314 / 9983 - 4053
Médica Veterinária Graduada pela Universidade Federal do Mato Grosso
do Sul. UFMS, no período de -1992 a 1996 - Campo Grande - MS.
Professora efetiva nas disciplinas de Anatomia Animal, Fisiologia
Animal e Suinocultura, do curso de Zootecnia, da Universidade Estadual do Mato
Grosso do Sul – UEMS, no período de julho de 1998 a janeiro de 2000.
Cursos de Pós Graduação: Especialista na área de Produção de Suínos e
Aves pela Fundação de Apoio ao Ensino pesquisa e Extensão FAEPE em convênio
com Universidade Federal de Lavras -UFLA Carga horária: 555 horas em 1999.
Mestranda em Ciências Ambientais pela Universidade Para o
Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal - UNIDERP (em fase de
conclusão). Algumas publicações como:
Utilização de alho em pó no tratamento de suínos. Anais do I encontro
técnico - científico. Centro de Ciências Exatas e da Terra - outubro de 2000.
Ministrou cursos de: Ração de resíduo de mandioca para suínos em
crescimento no Encontro Internacional de Integração Técnico - Científica para o
Desenvolvimento Sustentável do Cerrado e do Pantanal.
No ano de 2000 assumiu a coordenação do setor de suinocultura e
avicultura da base de pesquisa da UCDB.
SUMÁRIO

Capítulo I – Cultura da Mandioca ................................................................01


1) Aspectos Gerais sobre a Cultura da Mandioca ..................................................02
2) Importância da Mandioca ..................................................................................03
2.1) Mandioca de mesa ......................................................................................03
2.2) Farinha ........................................................................................................04
2.3) Fécula .........................................................................................................04
2.4) Folhas e Ramas ...........................................................................................04
2.5) Novas opções para novos mercados ...........................................................04
3) Aspectos Fitotécnicos da Cultura da Mandioca ...................................................07
3.1) Plantas – Características Botânicas ............................................................07
3.2) Descrição da Planta ....................................................................................07
3.2.1) A raiz ................................................................................................07
3.2.2) O caule ..............................................................................................08
3.2.3) As folhas ...........................................................................................08
3.2.4) As flores ...........................................................................................08
3.2.5) Os frutos ...........................................................................................08
3.3) Características e Usos das Principais Partes da Planta................................09
3.3.1) Raízes ...............................................................................................09
3.3.2) Ramas ...............................................................................................09
3.4) Princípio Tóxico da planta...........................................................................10
3.4.1) Mansas ..............................................................................................11
3.4.2) Moderadamente venenosas ...............................................................11
3.4.3) Venenosas .........................................................................................11
4) Resultados de Pesquisa de Mato Grosso do Sul ...................................................11
4.1) Variedades para mesa .................................................................................11
4.2) Variedades para indústria ...........................................................................13
4.3) Época de plantio .........................................................................................14
5) Solo para Lavoura de Mandioca ...........................................................................15
6) Conservação do Solo na Lavoura de Mandioca ...................................................16
7) Instalação da Cultura ............................................................................................16
7.1) Processos de plantio ...................................................................................17
7.1.1) Plantio em matumbo .........................................................................17
7.1.2) Plantio em covas ...............................................................................17
7.1.3) Plantio em camalhões .......................................................................18
7.1.4) Plantio em sulcos...............................................................................18
7.2) Espaçamento ...............................................................................................18
7.3) Profundidade ..............................................................................................19
7.4) Posição de plantio das manivas ..................................................................20
7.5) Quantidade de manivas ...............................................................................22
7.6) Diâmetro das manivas ................................................................................22
7.6.1) Preparo das manivas .........................................................................23
8) Adubação .............................................................................................................24
8.1) Ação dos Princípios Nutrientes ..................................................................25
8.1.1) Nitrogênio .........................................................................................25
8.1.2) Fósforo ..............................................................................................26
8.1.3) Potássio .............................................................................................26
8.1.4) Cálcio ................................................................................................26
8.2) Calagem e Adubação ..................................................................................27
8.2.1) Calagem ............................................................................................27
8.2.2) Adubação ..........................................................................................27
9) Tratos Culturais ....................................................................................................27
9.1) Controle de plantas daninhas .....................................................................29
9.2) Poda ............................................................................................................31
9.3) Pragas da cultura da mandioca no Mato Grosso do Sul .............................32
10) Colheita ...............................................................................................................41
10.1) Armazenamento de raízes frescas ............................................................45
Capítulo II – Ração e Silagem de Mandioca ............................................49
11) Ração e Silagem de Mandioca ...........................................................................50
11.1) Cuidados especiais para a manipulação da mandioca brava ....................50
11.2) A raiz da mandioca ...................................................................................50
11.3) A parte aérea da mandioca .......................................................................51
11.4) Preparo das raízes e sua utilização na alimentação animal ......................51
11.5) Fresca ........................................................................................................51
11.6) Desidratada ao sol .....................................................................................52
11.7) Ensilada ....................................................................................................53
11.8) Preparo da Parte Aérea da Mandioca e Sua Utilização na Alimentação
Animal.......................................................................................................53
11.8.1) Fresca ..............................................................................................53
11.8.2) Desidratada ao sol ..........................................................................54
11.8.3) Ensilada ..........................................................................................54
Capítulo III – Trabalho de Resíduo de Mandioca para Engorda de
Frango Caipira .....................................................................................................56
12) Trabalho de Resíduo de Mandioca para Engorda de Frango Caipira .................57
12.1) Introdução .................................................................................................57
12.2) Justificativa ...............................................................................................58
12.3) Objetivo ....................................................................................................59
12.4) Fundamentação teórica .............................................................................60
12.5) Resultados e conclusão .............................................................................62
Capítulo IV – Manual de Criação do Label–Rouge ................................65
13) Manual de Criação do Label–Rouge .................................................................66
Introdução ..........................................................................................................66
Frango Caipira Pescoço Pelado Label-Rouge....................................................67
Frango Caipira Pesadão Label-Rouge ...............................................................67
Galinha Caipira-Rouge ......................................................................................67
Caipiras Híbridos ...............................................................................................68
Manejo dos Pintos ..............................................................................................68
Primeiros passos para o campo ..........................................................................70
Alimentação .......................................................................................................71
1

Carne caipira ......................................................................................................73


Ovos caipiras .....................................................................................................74
Controle sanitário ...............................................................................................76
Aves estranhas ...................................................................................................76
Vacinação ...........................................................................................................76
Manejo dos ovos ................................................................................................77
Componentes energéticos ..................................................................................78
Escalonamento de produção ..............................................................................78
Descarte .............................................................................................................78
Confira você mesmo ..........................................................................................79
Capítulo V – Criação de Suínos no Núcleo de Pesquisa São Vicente – Uso
da Ração Alternativa de Resíduo de Mandioca na Alimentação de Suínos em
Crescimento...................................................................................................80
14) Resumo..... .........................................................................................................81
Capítulo VI – Trabalhos Publicados em Anais pela Universidade
Católica Dom Bosco ...........................................................................................84
14.1) Engorda de frango caipira, opção para o pequeno produtor .....................85
14.2) Importância da ração de mandioca na criação do frango caipira a nível
familiar ......................................................................................................................87
14.3) Ração de resíduo de mandioca para suínos em crescimento ....................88
14.4) Sopão alternativo na alimentação do gado leiteiro ...................................89
14.5) Desenvolvimento local através da agricultura alternativa para pequenas
comunidades rurais .................................................................................91
15) Bibliografia citada e consultada .........................................................................93
16) Figura ilustrada - modelo tradicional de galinheiro ............................................99
1

CAPÍTULO I

Cultura da Mandioca
MEDSON JANER DA SILVA
ANTONIA RAILDA ROEL
2

1) Aspectos Gerais Sobre a Cultura da Mandioca

A mandioca (Manihot esculenta) é originária da América do Sul,


possivelmente do Brasil, sendo cultivada nas diversas regiões do mundo por
apresentar tolerância às condições adversas de clima e solo. A cultura da mandioca
assume elevada importância social, pois, tem sido a principal fonte de carboidratos
para mais de 400 milhões de pessoas, principalmente nos países em
desenvolvimento. No Brasil, as regiões Norte e Nordeste se destacam como
principais consumidores, essencialmente na dieta alimentar.
No mundo sua área de cultivo está limitada pelas latitudes 30º N – 30 º S,
por altitudes que variam do nível do mar a 2.000 m, admitindo-se que até 800 m
sejam as altitudes ideais. Com relação à temperatura do ar, a faixa adequada situa-se
entre 18º a 35º C, pois, sob temperaturas abaixo de 20º C, a cultura está sujeita a
ataques de bacteriose. Sabe-se também que baixas temperaturas provocam redução
no crescimento da planta afetando a produção de raízes. Quanto a chuvas,
encontram-se cultivos em regiões com pluviosidade de 600 até 4.000 mm/ano,
embora a faixa satisfatória para obtenção de produções econômicas esteja entre
1.000 a 1.500 mm anuais bem distribuídos. A falta de água até o quinto mês de
plantio reduz acentuadamente a produção. Com relação à luz solar a mandioca
produz melhor sob elevada intensidade luminosa, requer dias curtos, cerca de 12
horas de luz por dia, para boa formação de raízes. Dias longos, principalmente nos
três primeiros meses de cultivo, provoca aumento na produção de parte aérea e
redução na produção de raízes.
A mandioca se adapta aos diferentes tipos de solo, contudo apresenta
preferências quanto a este fator. Como o produto principal são raízes necessita de
solos profundos, arenosos ou de textura média. Os solos argilosos, principalmente os
de baixadas, não são recomendados por dificultarem o crescimento das raízes e
estarem sujeitos a encharcamento o que implica no apodrecimento das mesmas
além, de dificultarem a colheita, principalmente quando efetuada na época seca. É
uma planta que requer pequenas quantidades de calcário e de fertilizantes quando
comparada com outras. Os adubos orgânicos e fosfatados são tidos como de maior
importância por serem praticamente os responsáveis pelos incrementos de produção
(Souza e Crodoso, 1995).
3

A mandioca, uma euforbiacea nativa da América do Sul, com grande


capacidade de produção de carboidratos, tem como importância fundamental a sua
utilização na dieta alimentar básica de 500 a 700 milhões de pessoas no mundo
tropical, notadamente aquelas de menor poder aquisitivo, (Souza e Crodoso, 1995).
A ótima produção de qualquer cultura requer a integração de vários
fatores e dentre estes, pode-se enfatizar como aqueles mais importantes a variedade,
a qualidade e viabilidade das manivas sementes, o preparo e a fertilidade do solo,
controle de plantas daninhas, manejo da água e o controle de pragas e doenças. Estes
fatores de produção estão tão intimamente inter-relacionados, que se um deles não
funciona bem a expressão ótima de todos os outros será afetada e conseqüentemente
minimizará o potencial máximo de produção da cultura.

2) Importância da Mandioca

Da planta da mandioca se aproveita tudo: as folhas, as ramas e as raízes.


Hoje, comercialmente, o enfoque é dado às raízes, grande reservatório de amido e
principal matéria-prima de aproveitamento econômico dentro do agronegócio. Dela
se produz basicamente mandioca de mesa, farinha e fécula.

2.1. Mandioca de mesa – No caso da mandioca de mesa, a maior parte


das vendas vem do produto fresco, vendido em feiras e supermercados, sem
transformação e com casca.
Mas a tendência do mercado é que a comercialização in natura seja aos
poucos superada pela mandioca refrigerada ou congelada.
Com agregação maior de valor, o congelamento permite novas
possibilidades de mercado como a mandioca pré-cozida, palito ou derivados de
massa como croquetes, nhoques, coxinhas e outros.
Apesar dessa variabilidade de produtos, Oliver Vilpoux, pesquisador de
derivados da mandioca da Universidade Estadual Paulista e do Centro de Raízes
Tropicais, ressalta que a mandioca tem potencial para ser mais bem aproveitada e
que hoje seu consumo está muito atrás de sua principal concorrente, a batata. “O
consumo da mandioca congelada gira em torno de 2 mil toneladas ao ano no Brasil,
enquanto o da batata está entre 40 a 50 mil toneladas/ano”.
4

Vilpoux explica que existem alguns obstáculos que precisam ser


quebrados pelas indústrias de mandioca de mesa para a expansão do mercado. Um
deles é a irregularidade do cozimento que acontece e com variedades cultivadas no
mundo inteiro, “Você tem um produto que num mês cozinha muito bem e no mês
seguinte não cozinha nada. Quem compra prefere gastar mais dinheiro com um
produto de qualidade”.
A forma do produto e a absorção de gordura são outros fatores que ainda
restringem a comercialização.
De acordo com o pesquisador, investigações tem sido conduzidas no
sentido de solucionar estes problemas, selecionando variedades mais resistentes
quando cortadas, que tenham cozimento uniforme e que possam ser fritas sem o pré
– cozimento, que aumenta a absorção de gordura.

2.2 Farinha – Além da mandioca de mesa, a farinha também faz parte da


dieta da maioria dos brasileiros. Ela foi o primeiro produto a ser fabricado a partir da
mandioca e continua sendo de grande importância. Pode ser encontrada de duas
formas: sem tempero crua ou torrada e temperada.

2.3 Fécula – É considerada o mais nobre produto dos derivados da


mandioca, também conhecida como polvilho ou amido. Existem vários tipos: a não
transformada, que é o amido nativo, ou a que passa por processos químicos (ações
de enzimas), e físicos (calor) para fazer, por exemplo, açúcar (Karo), glicose e
maltose.

2.4 Folhas e Ramas – Ricas em fibras, proteína e amido, as folhas e


ramas podem ser utilizadas na alimentação animal. Uma rama de tamanho médio
tem cerca de 30% de amido que, juntamente com a folha representa uma boa
suplemetação animal. Além disso, a rama pode ser utilizada como combustível, pois
sua massa seca tem poder de combustão de mais de quatro mil kg/cal.
2.5 Novas opções para novos mercados – A mandioca pode ser também
transformada em raspa, seca ao sol ou industrialmente, e usada em várias aplicações,
além de ter o armazenamento facilitado.
Nos países asiáticos, já é feita a extração à seco de fécula e amido a partir
da raspa. Segundo José Reinaldo Bastos da Silva presidente do Sindicato das
5

Indústrias de Mandioca do Estado de São Paulo e da Câmara Setorial de Mandioca


da Secretaria de Agricultura, se essa tecnologia fosse aplicada no Brasil, seria uma
boa oportunidade, principalmente em função da sazonalidade da produção. No
inverno, principalmente na região Centro – Sul, que vai de abril até setembro, as
raízes têm seu teor máximo de amido, o que indica que a produção industrial deve
ser máxima nesse período. “Se o mercado não está compatível na quantidade da
produção, temos que ter alternativas de estocagem para desovar esse estoque na
entressafra, e da raspa obter rações e extrair a fécula e a farinha”.
Ainda em estudo, está a possibilidade de obtenção de álcoois finos a partir
da raiz da mandioca, com excelente grau de pureza para utilização em perfumarias e
fabricação de bebidas etílicas. Um bom exemplo é que o Centro de Raízes Tropicais,
com sede em Botucatu, já produziu vodka a partir do álcool da mandioca, e segundo
os pesquisadores, de excelente qualidade.
O setor cervejeiro é um outro desafio na abertura de mercado. Em torno
de 20% da cevada utilizada na fabricação da cerveja pode ser substituída
tecnicamente por amido de mandioca, um xarope com alto teor de maltose, com
aplicação mais eficiente que o próprio malte originário da cevada, ao qual o Brasil é
dependente de importações. “Apesar de poder substituir apenas 20%, é um mercado
significativo, pois hoje o país consome 10 bilhões de litros de cerveja por ano, sem
dúvidas um grande mercado” destaca José Reinaldo Bastos.
Há ainda o farelo residual úmido, que representa de 5 a 6% do consumo
de raízes de mandioca na facularia. Quando seco, este farelo apresenta entre 40 a
50% de amido ainda retido em suas fibras, que poderiam ser utilizados na ração
animal e em indústrias de mineração. “As indústrias de mineração são um grande
filão de mercado, e o grande lucro nisso vai ser ambiental, pois o aproveitamento
dos resíduos evita a poluição feita pelas fábricas. As indústrias do Estado de Minas
Gerais consomem 40 mil toneladas de farelo seco por ano, ou de milho ou de fécula.
É um mercado significativo” ressalta José Reinaldo.
Segundo reportagem sobre mandioca, no Fato Rural, do Departamento de
Comunicação Rural, da EMPAER – MS, 1999, a mandioca e sua utilização diversa,
o Mato Grosso do Sul, tem uma produção próxima de 653 t. e uma produtividade de
18 t. /ha, segundo fontes do IBGE.
6

Quadro 01 – Produção de Mandioca no MS


Safras Área (ha) Produção Rendimento
(Kg/ha)
1988/89 30.005 568.630 18.951
1989/90 24.569 436.653 17.772
1990/91 23.918 433.120 18.108
1991/92 17.378 309.445 17.806
1992/93 22.608 405.022 17.914
1993/94 30.647 575.859 18.790
1994/95 29.347 558.808 18.939
1995/96 21.902 402.019 18.355
1996/97 27.026 522.440 19.331
1997/98 27.658 540.641 19.547
1998/99 32.672 614.323 18.803
1999/00 35.135 653.055 18.587(*)
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico); GCEA (Grupo de
Coordenação de Estatísticas Agropecuárias) ; (*) Dados preliminares,
sujeito a modificação.

Quadro 02 – Principais Municípios Produtores de Mandioca em MS – safra


1999/2000
Município Área (há) (#) Produção Rendimento
Prevista (t) Previsto (Kg/ha)
Ivinhema 5.000 100.000 20.000
Itaquiraí 4.000 60.000 15.000
Novo Horizon. Sul 2.250 45.000 20.000
Jateí 1.500 39.000 26.000
Tacuru 1.450 25.375 17.500
Angélica 1.300 28.600 22.000
Dourados 1.300 23.400 18.000
Sete Quedas 1.100 24.200 22.000
Deodápolis 1.000 20.000 20.000
Fonte: IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); GCEA (Grupo de
Coordenação de Estatísticas Agropecuárias); (*) Estes nove municípios plantam no
total uma área de 18.900 ha, que corresponde a 53,79% da área total plantada no
Estado, que é de 35,135 ha.
7

A mandioca, planta de tríplice utilização tem a maior parte de sua


produção destinada à alimentação humana através do consumo de suas raízes na
forma “in natura”. Além disso, é também empregado na nutrição animal sob as
formas de raízes frescas ou raspas “pellets” que entram na composição de rações
balanceadas.
Pode ainda ser usada na forma de farelos, obtida de suas partes aéreas
(ramas e folhas) e raízes, (Conceição, 1981).
Em Campo Grande, na Universidade Católica Dom Bosco, durante a safra
99/00 estudou-se o aproveitamento de raspas de mandioca na alimentação de aves e
suínos, onde se verificou excelentes resultados na minimização de custo no uso das
rações em regime de semiconfinamento, principalmente ao pequeno produtor.
(Silva, et alli - 2000).

3) Aspectos Fitotécnicos da Cultura da Mandioca

3.1. Plantas - Características Botânicas


A mandioca é uma planta dicotiledônea, pertencente à família
Euphorbíceae e ao gênero Manihot. Este apresenta um grande número de espécies,
porém a única cultivada é a Manihot esculenta Crantz.

3.2. Descrição da Planta


A propagação da mandioca, quando cultivada para fins comerciais, é
efetuada com a utilização de estacas. O sistema radicular é superficial, constituído
por um número relativamente pequeno de raízes. Na multiplicação agâmica, o
modelo é pseudofasciculado, distinguindo-se raízes laterais e raízes basais nas
estacas. Parte do sistema radicular pode acumular grandes quantidades de amido;
formam-se assim, raízes tuberosas cônicas ou mais raramente cilíndricas e
fusiformes.

3.2.1 A raiz tuberosa, de um modo geral é constituída por uma película


externa suberificada, de coloração branco-acizentada ou marrom-avermelhada; uma
casca, geralmente branca e espessa, rica de uma substância leitosa (látex) que pode
conter o princípio tóxico da mandioca e, finalmente um cilindro central volumoso de
cor branca, rósea ou amarelada, onde se acumula o amido; o cilindro central pode
8

apresentar, também certa quantidade do princípio venenoso, com menor intensidade


em relação à acumulada na casca.

3.2.2 O caule apresenta altura de 1,0 a 2,0m; geralmente é ramificado. No


início do desenvolvimento da planta é de coloração verde, posteriormente, torna-se
suberificado e assume cor acizentada (variedades brancas) ou marrom (variedades
pardas).
Apresenta gemas na axila das folhas, capazes de se desenvolverem e
originarem plantas idênticas a planta mãe. As gemas, com exceção de apical,
mantém-se dormentes; somente germinam quando o caule é seccionado para a
obtenção de manivas ou se ocorre algum problema sério com a gema apical.

3.2.3 As folhas são verdes, palminérveas, fendidas; podem ser


constituídas por 3, 5 ou 7 lobos, mais ou menos estreitos e longos ou estrangulados
na parte mediana. Os brotos podem ser verdes, bronzeados ou arroxeados. As folhas
são pubescentes no início do desenvolvimento; quando adultas praticamente perdem
essa característica. De um modo geral, separa-se da haste e caem ao solo durante o
inverno devido a formação de tecido de abscisão na base do pecíolo.

3.2.4 As flores são dispostas em inflorescências do tipo cimeira,


localizadas em axilas das ramificações. As masculinas localizam-se em posição
superior à das femininas; estas, geralmente em número de duas, ocorrem na base da
inflorescência. A relação entre o número de flores femininas e masculinas em uma
inflorescência é variável podendo atingir até um para trinta; a polinização, quando
ocorre, é efetuada principalmente por insetos.

3.2.5 Os frutos são cápsulas triloculares e discentes. Contém sementes


carunculadas de forma ovóide a elíptica, coloração marrom-acizentada com manchas
mais escuras, lembrando muito a semente de mamona em tamanho reduzido;
apresentam tegumento consistente, endosperma e embrião.
9

3.3. Características e usos das principais partes da planta

3.3.1 Raízes - Principal matéria-prima da planta, as raízes apresentam a


seguinte composição química: 60,0 a 65,0% de umidade, 21,0 a 33,0% de amido,
1,0 a 1,5% de proteínas, 0,18 a 0,24% de gorduras, 0,70 a 1,06% de fibras e 0,60 a
0,90% de cinzas. Tal composição é variável de acordo com as condições ambientais
em que a planta se desenvolveu, com o cultivar utilizado e com a idade da planta.
Além de sua utilização na alimentação humana, as raízes recém colhidas
podem ser utilizadas no arraçoamento de gado leiteiro e suíno, na forma de fatias ou
grosseiramente ralada. Outra maneira de serem ministradas aos animais seria na
forma de resíduos das indústrias de farinha e amido, ou ainda, como raspas ou
farinhas de raspas, sendo que esta última poderia entrar na composição de rações
balanceadas.

3.3.3. Ramas (hastes e folhas): As ramas apresentam bom valor nutritivo


como forragem. As folhas constituem a parte mais rica das ramas, apresentando em
sua composição química 16,0 a 28,0% de proteína bruta, 7,5 a 15,3% de gordura,
40,0 a 45,0% de carboidratos e 9,0 a 15,0% de fibras, sendo baixos os níveis de
minerais.
Além da boa proporção em proteínas, as folhas da mandioca apresentam
boa riqueza em vitaminas A e C, sendo constatados valores de ordem. As hastes
apresentam uma riqueza menor, variando de acordo com a idade da planta, pois,
quanto mais velhas, mais fibrosas se tornam em detrimento de matéria protéica.
De uma maneira geral, a riqueza das ramas varia de acordo com o cultivar
utilizado, com a idade da planta e com as condições do ambiente em que a mesma se
desenvolveu. BARBOSA, estudando o aproveitamento da parte aérea da mandioca
na alimentação animal, verificou que a composição química das ramas varia em
função da idade da planta.
Também a parte aérea da mandioca pode servir de alimento aos animais
na forma de forragem em estado fresco ou fenado. Após a colheita das raízes, grande
é a quantidade de ramas que sobram no campo, as quais podem ser utilizadas na
nutrição animal. Quanto ao volume de ramas produzidos, estudos recentes realizados
no Departamento de Agricultura e Horticultura da E. S. A. “Luiz de Queiroz”,
constataram que os cultivares “Jaçanã”, “Mantiqueira” e “Piraçununga” plantados
10

em solos de boa fertilidade, com uma população em torno de dez mil plantas por
hectare, podem atingir produções de ordem de 20 a 23 toneladas de massa verde por
hectare.

3.4. Princípio tóxico da planta – Todas as plantas de mandioca


apresentam um princípio venenoso, sendo a variação da concentração nas raízes que
possibilita a classificação prática em mandioca doces ou mansas e amargas ou
bravas. O princípio tóxico da planta é devido a presença de glicosídeos cianogênicos
conhecidos como linamarina e lotaustralina, os quais sob a ação de ácidos ou
enzimas, sofrem hidrólise e liberam acetona, açúcar e ácido cianídrico (HCN). O
HCN, constitui-se num produto venenosíssimo que inibe a atividade das enzimas da
cadeia respiratória dos seres vivos.
A planta apresenta uma enzima endógena denominada linamarase, que ao
entrar em contato com os glicosídeos cianogênicos pela ruptura da estrutura celular
das mesmas liberando o ácido cianídrico. Embora essa reação possa não ocorrer na
planta, enzimas presentes no trato digestivo dos animais e seres humanos possuem a
capacidade de efetivá-la, podendo advir sintomas de intoxicação dependendo da
quantidade e tipo de alimento ingerido.
Embora seja certa a ação tóxica do ácido cianídrico nos seres vivos,
pouco se sabe sobre a ação tóxica e o grau de toxicidade dos glicosídeos
cianogênicos.
O conhecimento da toxicidade da planta limita o seu emprego tanto na
alimentação humana como na nutrição animal. As técnicas de processamento
industrial para diminuição do princípio tóxico se baseiam na dissolução em água ou
na volatilização, envolvendo processos como a maceração, embebição em água,
fervura, torrefação ou fermentação das raízes de mandioca, ou ainda, a combinação
desses processos. Aparentemente, a maior parte da cianida normalmente é liberada
nesses processamentos, porém é comum ficarem alguns resíduos que podem ser
suficientes para produzirem sintomas de intoxicação.
Os efeitos tóxicos do ácido cianídrico libertado na hidrólise dos
glicosídeos cianogênicos podem ser agudos ou crônicos, caracterizando-se os
primeiros pelo envenenamento drástico e os segundos pelos distúrbios causados no
sistema nervoso central ou pela ocorrência da doença conhecida como bócio, devido
11

a atuação do princípio tóxico na tireóide, sendo que a maioria dos casos referentes a
estas doenças têm-se registrado na África, principalmente no Zaire.
Considera-se que a dose letal é de aproximadamente 1,0mg de HCN por
Kg de peso vivo. A concentração do princípio tóxico na planta de mandioca é
variável em função do cultivar e das condições do ambiente, sendo ainda incerta a
influência no volume dos glicosídeos cianogênicos das raízes da planta. Assim,
enquanto as adubações nitrogenadas aumentam, o suprimento de potássio diminui o
volume de glicosídeos das folhas, porém diminui o volume destes nas raízes,
ocorrendo o mesmo quando as plantas se encontram sob condições de
sombreamento.
Em função do teor de HCN apresentado, classificam-se as mandiocas
quanto a toxicidade em:

3.4.1 - mansas: menos de 50mg HCN/Kg de raiz frescas sem casca


3.4.2 - moderadamente venenosas: 50 a 100mg HCN/Kg de raiz fresca sem
casca.
3.4.3 - venenosas: acima de 100mg HCN/Kg de raiz fresca sem casca.

4) Resultados de Pesquisa de Mato Grosso do Sul

Segundo resultados de pesquisa publicado no Fato Rural/EMPAER, maio/00:

4.1) Variedades para Mesa

No tocante à mandioca de mesa, Mato Grosso do Sul tem por tradição


consumir mandioca cozida nas principais refeições. A cultivar mais plantada com
essa finalidade é conhecida como Paraná ou Aipim Catarina, de poupa amarela,
porte baixo e bastante sensível à bacteriose.
Os principais municípios produtores de mandioca com esse objetivo
estão localizados nas proximidades de Campo Grande, embora não se sabe ao certo
ainda, quantas toneladas são todos os dias comercializadas. Vale ressaltar que só no
CEASA/MS passam cerca de 6 t. de mandioca fresca diariamente e estima-se que
mais 5 t/dia são vendidas diretamente em supermercados, sacolões e feiras livres.
Não estão quantificadas também àquelas que são usadas pelas inúmeras indústrias
12

caseiras que comercializam o produto na forma crua ou congelada. Os resultados


experimentais da EMPAER – MS, na tabela abaixo, mostram o comportamento, em
anos consecutivos dos 12 genótipos mais promissores de mandioca para mesa, entre
os 22 avaliados em Campo Grande.

Quadro 03- Genótipos Estudados no Mato Grosso do Sul


Produtividade (t/ha)
Genótipos Colheita aos Cor da Polpa
Ouro do Vale 33,2 24,6 Amarela
Verdinha 29,6 23,0 Branco
CPAC 768/96 29,3 23,8 Amarela
IAC 289-70 29,0 28,9 Creme
Paraná 27,5 34,7 Amarela
IAC 576 – 70 27,4 30,3 Amarela
CPAC 764/96 26,9 26,2 Amarela
F – 5055 25,7 20,2 Branca
Pioneira 24,3 10,9 Creme
CPAC 751/96 24,3 18,3 Amarela
Põe na Mesa 22,4 17,6 Branca
Mantiqueira 19,5 28,4 Branca
Fonte: EMPAER – MS

Entre esses materiais, os que mais tem se destacado são: cultivar IAC
576 – 70, CPAC 768/96, Verdinha, Ouro do Vale, IAC 289 – 70, CPAC 764/96, que
encontram-se em fase final das avaliações de doenças. A Paraná, por ser a mais
plantada no Estado é usada como testemunha.
É muito importante lembrar que a escolha da variedade para o plantio
deve estar relacionado ao mercado local. Em Campo Grande a preferência do
consumidor é por raiz de poupa amarela, mas em diversos outros municípios do
Estado pode ser encontrado a de poupa branca. A colheita deve ser feita entre 8 a
12 meses após o plantio, pois, as raízes não estarão fibrosas.
A melhor época de colheita da mandioca para mesa é quando a planta
entra em repouso vegetativo, ou seja, quando ela perde todas as folhas. Durante este
período todo o amido da parte aérea sofre hidrólises, acumulando-se nas raízes,
razão pela qual a mandioca apresenta cozimento perfeito em virtude da maior
13

concentração deste produto. Isso geralmente ocorre a partir dos meses de abril até
julho, de acordo com a região.
Quando as plantas começam a rebrotar ocorre o processo inverso. O
amido que estava acumulado nas raízes sofrem novamente hidrólises e vai para as
hastes para a formação de novas folhas e ramos. Por essa razão, as raízes deixam de
cozinhar e ficam “aguadas”, até que nova síntese com translocação de carboidratos
sejam reiniciados para reposição do amido.

4.2) Variedades para Indústria


No caso de mandioca industrial para fabricação de fécula, a cor da
película da raiz não tem importância, podendo ser clara ou escura. Mas para farinha,
a preferência é por cultivares de película clara, devido a melhor qualidade do
produto final.
Na tabela a seguir, encontram-se alguns resultados avaliados pela
EMPAER – MS em Campo Grande, Ivinhema e Sete Quedas. O teor de amido é
uma característica importante.
Quadro 04 – Genótipos de Mandioca Variedade de Industria Estudados no MS
Campo Grande *Ivinhema Sete Quedas
Genótipos Produtividade (t/ha) Colheita aos
12 meses 16 meses 10 meses 16 meses 11 meses
(96/97) (97/98) (97/98) (98/00) (97/98)
Branca Stª. 44,2 36,5 13,4 15,9 15,5
Catarina
IAC 12 19,6 29,5 16,1 - 15,3
IAC 13 13,0 34,7 15,2 15,4 22,8
IAC 14 17,7 36,2 14,0 9,9 16,2
Fibra - 12,3 10,7 12,1 22,5
Mico ou Roxinha - 28,1 8,2 14,1 11,4
Verdona 29,6 38,8 - - -
Espeto - - 10,7 5,7 21,8
Fécula Branca - - 5,1 9,8 12,0
Fitona - - 12,4 12,7 -
Fonte: EMPAER-MS
• Foi muito prejudicado pelas condições climáticas nos 2 anos.
14

4.3) Época de Plantio


Estudos de três anos consecutivos de época de plantio, desenvolvidos pela
EMPAER, em Campo Grande, mostraram que o período compreendido entre os
meses de abril à outubro propícia maior produtividade, conforme tabela a seguir.
O plantio nesse período, chamado plantio antecipado, apresenta algumas
vantagens, principalmente por ser período com menor incidência de doenças, insetos
e plantas invasoras devido às condições climáticas, temperatura e umidade relativa
mais baixas. A produtividade da cultura é maior devido a fisiologia da planta que,
por apresentar desenvolvimento mais lento nesse período, tem capacidade
fotossintética que compensa em um maior número de raízes por planta.
Tradicionalmente, o plantio é feito no início da estação chuvosa e quente.
Segundo Mariana Zatarim1 e, o sucesso de uma cultura de mandioca, para
qualquer finalidade, indústria ou mesa, está relacionado com a qualidade da rama e
com a umidade do solo na hora do plantio. “Não é recomendado plantar com o solo
seco, porque as manivas sofrem desidratação, ou seja, perde umidade para o próprio
solo. Conseqüentemente, o resultado é brotação fraca e baixa produtividade” alerta a
pesquisadora.
Quadro 05 – Melhores Épocas de Plantio no MS
Mês de Plantio Produção (t./ha)
Abril 16,0
Maio 13,5
Junho 14,9
Julho 19,0
Agosto 21,0
Setembro 22,0
Outubro 25,0
Novembro 12,5
Dezembro 13,5
Janeiro 4,0
Fevereiro 2,5
Março 6,0
Fonte: EMPAER – MS

1
Mariana Zatarim. Eng. Agrônoma. Pesquisadora da EMPAER no MS.
15

5) Solo para Lavoura de Mandioca

O solo constitui importante fator no sucesso econômico da cultura.


Embora possa ser cultivado praticamente em todos os tipos de solo. Os melhores
rendimentos são obtidos naqueles que apresentam boa fertilidade e equilíbrio
nutricional.
Os solos devem ser leve, solto, fresco, de boa drenagem e profundo, a
mandioca não tolera solos sujeitos a incharcamentos, (Conceição, 1981). Na maioria
das vezes o agricultor destina os solos mais pobres ao cultivo da mandioca, havendo
mesmo os que acreditam, de certa maneira, que ela é “planta de terra fraca”. A
verdade é que a mandioca pode oferecer alguma colheita onde as chamadas
“culturas nobres” não a fazem, devido ao grande desenvolvimento e profundidade
alcançados pelo seu sistema radicular, explorando um grande volume de terra.
Camara, et alii, 1982, os solos mais propícios são os que se apresentam
com textura arenosa, com boa aeração, bem drenada, com bom teor em matéria
orgânica, onde o desenvolvimento do sistema radicular é favorecido, além de
facilitar a colheita das raízes tuberosas. Em solos argilosos também são obtidos bons
rendimentos, porém, o desenvolvimento das raízes, bem como, a sua colheita torna-
se dificultada, não sendo raro a perda e quebra das mesmas no campo. Quando
quebradas tornam-se mais rapidamente sujeitas ao deterioramento, além de sofrerem
depreciação, quando o mercado a que se destina é o consumo de mesa.
Quanto aos índices de acidez, os solos de pH 5,5 a 6,5 são os mais
favoráveis à cultura, se bem que a mandioca apresenta larga faixa de tolerância a
esse índice. Observações atestam que entre pH 6,0 a 7,0 se podem obter melhores
produções. Estando o pH abaixo de 5,0 torna-se necessário que se faça à correção.
(Conceição, 1981). Os solos de cerrados, quando melhorados pela calagem,
adubação verde e mineral e rotação de culturas, são usados satisfatoriamente para a
cultura da mandioca.
16

6) Conservação do Solo na Lavoura de Mandioca

A conservação do solo é outro aspecto a considerar. A planta de mandioca


não é boa protetora do solo, favorecendo a erosão por ação das chuvas, aspecto que
se agrava ao considerar-se o revolvimento profundo do solo por ocasião da colheita.
Os solos arenosos mais favoráveis à cultura são bastante sujeitos à erosão. Uma vez
que a cultura permanece no campo pelo menos durante um ciclo vegetativo e
durante boa parte deste o solo fica exposto à ação das águas das chuvas, a
conservação do mesmo é problema de suma importância. Práticas conservacionistas
de natureza mecânica como plantio em nível e confecção de terraços devem ser
adotados.

7) Instalação da Cultura

Importância da Muda – A planta de mandioca é propagada


vegetativamente através de pequenos pedaços de hastes da parte aérea denominados
de estacas ou manivas. A qualidade da maniva é fator de suma importância na
instalação e na condução de uma lavoura mandioqueira. O vigor da maniva é um dos
atributos que influi no processo de brotação e emergência e conseqüentemente no
estabelecimento de plantas no campo. A utilização de boas manivas tem influência
direta no aumento da produtividade, tendo-se constatado aumentos de 20 a 30% sem
alteração de outras práticas culturais ou utilização de insumos modernos (Macedo,
1980).
Vários são os fatores que concorrem para a qualidade da maniva, como a
idade e sanidade das hastes, bem como, a posição destas na planta, além do tamanho
das manivas a serem utilizadas, o que implica na necessidade da seleção de ramas
que fornecerão o material para um novo plantio.
Normalmente, hastes provenientes de Plantas que se encontram com 10 a
12 meses de idade (1 ciclo vegetativo) são as mais indicadas para fornecerem
manivas, pois, nesta idade as hastes se encontram maduras, bem desenvolvidas e
com bom diâmetro, apresentando grande número de gemas viáveis. É difícil precisar
quando as hastes estão maduras, porém, a queda natural da folhagem da planta no
sentido ascendente, por ocasião do período de repouso fisiológico, pode ser
considerada como um elemento indicativo da maturidade das hastes. Estas, também
17

são consideradas maduras, quando ao serem cortadas transversalmente apresentarem


o diâmetro da medula igual a um ou menor à metade do diâmetro da haste
(Conceição – 1981; Correa e Vieira - 1978; Correa e Rocha – 1979).
Assim, manivas oriundas de plantas com um ciclo vegetativo, quando
plantada, apresentam brotações vigorosas originando plantas bem desenvolvidas, ao
passo que manivas provenientes de plantas com mais de um ciclo vegetativo
apresentam-se lignificadas, com brotações lentas, amarelecidas, originando plantas
fracas.
Para um ciclo vegetativo, manivas jovens provenientes de hastes
herbáceas apresentam-se muito ricas em água com poucas substâncias de reserva,
dando origem a plantas menos resistentes às adversidades climáticas. As manivas
oriundas da parte basal da haste principal da planta apresentam uma certa
lignificação originando brotações lentas, ao passo que aquela proveniente das hastes
principais correspondentes a primeira ramificação da planta apresenta melhor
desempenho com relação às brotações.

7.1) Processos de Plantio

Vários são os processos de plantio utilizados na cultura da mandioca,


encontrando-se desde os que empregam técnicas rudimentares até os que utilizam
tecnologia mais sofisticada, variando de região para região conforme as condições
edáficas e climáticas, e de acordo com os recursos e grau de conhecimento dos
agricultores, podendo-se encontrar as seguintes modalidades:

7.1.1) Plantio em matumbo: muito utilizado em regiões do nordeste


brasileiro, este processo consiste na colocação das manivas em montículos
de terra afofada, de formato aproximadamente tronco-cônico. É utilizado
por pequenos agricultores, que fazem os montículos de terra visando
facilitar a drenagem do solo próximo às raízes durante a época de chuvas
torrenciais e facilitar a colheita.

7.1.2) Plantio em covas: processo utilizado também por pequenos


agricultores, de poucos recursos e baixa tecnologia, onde as manivas são
plantadas em covas abertas em solos preparados ou não.
18

7.1.3) Plantio em camalhões: processo utilizado em regiões de solos


argilosos sujeitos ao fácil encharcamento. Dessa forma, o agricultor
constrói os camalhões ou leirões que se caracterizam por apresentarem
cristas e sulcos um ao lado de outro, visando facilitar a infiltração da água
em solos de má drenagem e impedir o apodrecimento das raízes pela
umidade excessiva por ocasião da ocorrência de fortes precipitações. Em
solos arenosos de regiões sujeitas a chuvas fortes, sua utilização não é
recomendada, pois estas desmancham os camalhões expondo as raízes das
plantas, que acabam por apodrecer. Na Austrália, se utiliza o plantio em
camalhões, com a finalidade de atender as exigências operacionais das
máquinas combinadas e automotrizes utilizadas na colheita mecânica da
mandioca.

7.1.4) Plantio em sulcos: é o mais utilizado nas médias e grandes


propriedades, onde o solo depois de bem preparado é sulcado. Este
processo requer recursos em materiais e mão-de-obra, e melhor
conhecimento tecnológico por parte do agricultor.

7.2. Espaçamento

Devido a grande variabilidade de solos, clima e cultivares utilizados no


Brasil, torna-se difícil o estabelecimento de um espaçamento padrão para a cultura.
A determinação do espaçamento vai depender da fertilidade do solo e do clima da
região, do tipo de cultivar a ser utilizado e da finalidade a que se destina a cultura,
no país predomina o plantio em fileiras simples, sendo que ultimamente para
determinadas regiões preconiza-se a utilização de fileiras duplas.
Trabalhos de pesquisa desenvolvidos pela Seleção de Raízes e Tubérculos
do Instituto Agronômico de Campinas revelaram que as produções aumentam à
medida que se utilizam espaçamentos menores. Porém a dificuldade encontrada para
se efetuarem os tratos culturais em culturas fechadas orientam a recomendação de se
adotarem espaçamentos mais abertos como os de 1,00m x 0,50 a 0,60m em terras de
baixa fertilidade e de 1,20m x 0,60m para os solos mais férteis onde as plantas têm
condições de apresentarem maior porte.
19

Normanha (1951), cita que para culturas comerciais que utilizam cv.
Branca de Santa Catarina o espaçamento mais freqüentemente recomendado é o de
1,00m entre linhas por 0,60m entre plantas. Conceição e Sampaio (1979),
estudaram a influência do espaçamento na cultura da mandioca para fins industrias,
constatando que além do espaçamento tradicional de 1,00m x 0,60m ter sido o
melhor em rendimento de raízes, promovem a cobertura do solo pelas plantas mais
precocemente, determinando menores gastos com relação às capinas.
Barrios Ramos (1974), cita trabalho de ENY I , que estudando o efeito do
número de brotos ou caules após a época de plantio e o espaçamento sobre o
crescimento, desenvolvimento e produção final de mandioca, constatou que as
plantas com um só caule superaram em rendimento às multicaules, sendo que as
diferenças entre elas foram maiores quando se diminuía a distância de plantio; os
máximos rendimentos em raízes foram obtidos em espaçamentos de 0,90m x 0,90m
para as plantas com um só caule e de 0,90 x 1,20m para as plantas multicaules, mas
os rendimentos por planta aumentavam proporcionalmente ao aumento da distância
de plantio.
A competição de cultivares e espaçamentos na cultura da mandioca para a
produção de hastes e folhas com a finalidade de empregá-las no arraçoamento
animal, não constataram diferenças entre os espaçamentos, mas citam o
espaçamento de 0,80m x 0,50m como o mais conveniente por promover
simultaneamente maior produção de raízes.
Observações feitas no Departamento de Agricultura e Horticultura da
E.S.A. “Luiz de Queiroz” tem demonstrado que plantios no espaçamento de 1,00m
em solos de boa fertilidade e bem conduzidos tecnicamente, apresentam
desenvolvimento vegetativo vigoroso com bons rendimentos em raízes e ramas.

7.3) Profundidade

A profundidade de plantio é aspecto importante a ser considerado para


qualquer cultura, e a sua não observância pode acarretar um mal início da lavoura
refletindo posteriormente na produção final. No caso da mandioca, as raízes que são
o produto principal da planta, normalmente se desenvolvem a 10-20 cm de
profundidade, e manivas plantadas a profundidades inadequadas podem acarretar
20

um grande número de falhas na lavoura, além de diminuir a produção de raízes e


dificultar os tratos culturais e a colheita.
Pesquisas desenvolvidas indicam a profundidade de 10cm como a melhor
para o plantio da mandioca, considerando-se a facilidade de formação e colheita das
raízes e a produtividade das plantas.
Manivas colocadas a profundidades menores que 10cm em condições de
pouca umidade no solo, brotam por último quando comparadas a manivas colocadas
a profundidades maiores que 10cm sob as mesmas condições. Pode-se justificar o
fato devido a maiores profundidades do solo encontrar-se maior armazenamento de
água. No entanto, em condições favoráveis de umidade, nota-se que as manivas
plantadas mais superficialmente brotam em primeiro lugar.
Nos períodos do ano em que ocorrem fortes precipitações, manivas
colocadas no solo mais superficialmente são descobertas pela ação das chuvas,
concorrendo para um maior número de falhas na lavoura. Outro fator a considerar é
a fraca sustentação no solo das plantas oriundas de manivas plantadas
superficialmente, as quais se tornam mais sujeitas ao tombamento ocasionados por
ventos fortes. Posteriormente as plantas acamadas acabam dificultando as operações
dos tratos culturais e da colheita. Além disso, pode ocorrer o arrancamento parcial
ou total das plantas, expondo o sistema radicular, o que é prejudicial.
Por outro lado, o plantio profundo das manivas concorre para a formação
e desenvolvimento das raízes tuberosas a maiores profundidades, dificultando e
tornando mais onerosa a operação de colheita.

7.4) Posição de Plantio das Manivas

Existem três maneiras básicas de se posicionar a estaca de mandioca no


solo por ocasião do plantio: posição vertical – as estacas são colocadas
verticalmente, deixando-se no interior do solo pelo menos quatro gemas para
garantir um bom desenvolvimento. Neste caso as raízes tendem a formar-se na
extremidade inferior distribuindo-se de forma radial com certa uniformidade;
posição inclinada – neste caso as estacas são colocadas no solo fazendo com este um
ângulo de 45º aproximadamente. Tem se observado que as raízes tendem a se
desenvolver no sentido da inclinação da estaca; posição horizontal – consiste na
21

distribuição da maniva no solo horizontalmente, sendo coberta totalmente pelo


mesmo.
De uma maneira geral, no Brasil, predomina o plantio de maniva na
posição horizontal. As posições verticais e inclinadas a 45º são mais utilizadas nos
processos de plantio em matumbos e camalhões. Várias pesquisas foram
desenvolvidas a fim de avaliar a melhor posição das estacas de plantio, havendo
divergências entre os resultados, onde alguns indicaram que não há diferenças entre
as posições de plantio e outros concluíram o contrário, constatando a superioridade
quanto à produção de raízes para as estacas plantadas verticalmente ou inclinadas a
45º. Neste caso, para cada posição, também se verificou a superioridade das manivas
de maior comprimento.
No entanto, independentemente da produção de raízes, o plantio de
estacas nas posições inclinadas ou verticais apresentam vantagens e desvantagens
quando comparado ao plantio horizontal, podendo-se citar entre as primeiras:
brotação mais rápida; melhor população de plantas e diminuição dos gastos com
capinas; maior facilidade nos tratos culturais devido a visualização mais fácil das
manivas no campo.
Como desvantagens pode-se citar: maior dificuldade no plantio devido a
possibilidade da estaca ser plantada de maneira invertida ou à profundidade maiores
que 10cm; maior susceptibilidade ao tombamento por ação dos ventos
principalmente no início da lavoura; maior consumo de hastes pelo fato de se
utilizarem manivas de maior comprimento; dificuldades maiores na colheita devido
à formação mais profunda do sistema radicular tuberoso; impossibilidade de se
adotar o plantio totalmente mecanizado devido a inexistência no Brasil de máquinas
que realizassem esse tipo de distribuição de manivas.
Na operação do plantio, quando se adota a posição vertical ou inclinada,
deve-se tomar o cuidado de não se inverter as manivas, pois o processo e a
velocidade de brotação diminuem, devido a polaridade que as mesmas apresentam.
A polaridade determina a formação da parte aérea na extremidade apical da estaca, e
a formação do sistema radicular na extremidade basal. Quando plantadas de
maneira invertida, as gemas da extremidade apical brotam, e retardam a sua
emergência devido à necessidade que tem de voltar e se dirigirem à superfície do
solo. Com isso, consomem maiores quantidades de reserva que farão falta ao seu
desenvolvimento inicial enquanto não possuem um sistema radicular que atenda as
22

suas exigências vitais. Dessa forma, as brotações possuem pouca resistência às


condições adversas do meio ambiente acabando por morrer e determinando grande
número de falhas na lavoura.

7.5) Quantidade de Manivas

O consumo de manivas para a formação de uma nova cultura vai


depender do cultivar a ser utilizado, do tamanho das manivas, do espaçamento a ser
adotado e da população e idade das plantas da cultura que vai fornecê-las. Assim, o
consumo de manivas com 20cm de comprimento para a formação de um mandiocal
no espaçamento de 1,00m x 0,50m será o dobro daquele utilizado para a formação
de uma cultura espaçada de 1,00m x 1,00m para o mesmo tamanho de maniva. O
plantio em posição inclinado a 45º ou na vertical demanda maiores quantidades de
hastes para a preparação de estacas, pelo fato dessas posições de plantio exigirem
manivas de maior comprimento.
A quantidade de hastes para a preparação de estacas é medida em metros
cúbicos, sendo que 1 m³ de hastes pode pesar de 150 a 200 Kg. A quantidade de
hastes necessárias ao plantio de um hectare é em geral de 4 a 5 m³ quando se utiliza
manivas com 20 a 25cm de comprimento. De uma maneira geral, a relação de
plantio é de 1:4-6 , isto é, as hastes resultantes da colheita de um hectare de
mandioca podem fornecer manivas para o plantio de 4 a 6 hectares, para alguns
pesquisadores utiliza-se 16.000 manivas de 25cm por hectare.

7.6) Diâmetro das Manivas

Câmara (1982), no Departamento de Agricultura e Horticultura da E.S.A.


“Luiz de Queiroz” fez estudos sobre a influência do diâmetro das estacas nas
produções da mandioca. Adotou manivas de 20cm de comprimento e diâmetros de
1,4; 2,0 e 2,6cm que correspondiam respectivamente a hastes secundárias, primárias
e principal das plantas. Verificou para três cultivares de mesa, que maiores
produções de raízes foram obtidas com estacas de 2,0cm de diâmetro, provenientes
das hastes primárias.
Pelas considerações feitas anteriormente, admite-se como manivas
normais, que atendem à uma boa formação do mandiocal, aquelas provenientes de
23

plantas com um ciclo vegetativo de idade, rigorosamente sadias, oriundas da metade


inferior da planta de origem, com 20 a 25cm de comprimento, 5 a 7 gemas em boas
condições e com bom diâmetro. (Tabela 02).

7.6.1) Preparo das manivas: Uma vez selecionadas as plantas que fornecerão o
material para o plantio, efetua-se o corte das hastes das mesmas. Através de
uma moto-serra circular ou que é mais comum, de um facão, promove-se o
corte das plantas a 10 ou 15 cm acima do nível do solo e em seguida efetua-
se o corte e separação das hastes da metade inferior da planta, desprezando-
se as mais finas e herbáceas.

As hastes escolhidas são transportadas ao local de preparação das


manivas com todo o cuidado, a fim de que suas gemas não sejam danificadas. Se
durante um ou mais dias não for possível o preparo das manivas após o corte das
hastes, estas devem ser conservadas em ambiente fresco e sombreado, a fim de
diminuir as perdas de água devido à desidratação.
Escolhido o comprimento a ser adotado para as manivas, promove-se o
preparo das mesmas cortando-se as hastes transversalmente, evitando-se o corte em
bisel, pois desta forma, obtém-se uma maior exposição do tecido de reserva,
aumentando a formação do callus e originando um enraizamento inferior e irregular
quando comparado ao corte reto.
O preparo das manivas pode ser feito por processo manual ou mecânico.
No primeiro caso, através de um facão bem amolado atinge-se a haste com um leve
golpe seguido de um giro de aproximadamente 180º e por fim outro golpe mais forte,
obtendo-se a maniva. O corte mecânico pode ser feito com a utilização de uma serra
circular acionada por um pequeno motor elétrico ou de explosão. No processo
manual um homem pode preparar aproximadamente 750 manivas por hora, enquanto
que no preparo mecânico o rendimento atinge a 3.750 manivas por hora.
As manivas preparadas devem ser guardadas em ambiente fresco e
sombreadas enquanto não forem plantadas. Por ocasião do plantio devem ser
transportadas com muito cuidado a fim de que as gemas não sejam danificadas. As
manivas podem ser atacadas por pragas ou patógenos do solo após o plantio, sendo
viável o tratamento das mesmas após o preparo das estacas. Segundo Dantas Et Alli
– 1981 o tratamento das manivas pode ser feito mergulhando-as durante 5 minutos
24

em soluções fúngicas simples ou compostas dos produtos Dithane M-45 (mancozeb


80%) e Manzate 80 (maneb 80%) nas dosagens de 2,0g e 1, 5g por litro de água
respectivamente. Pode-se ainda, adicionar à solução fúngica a fim de complementar
o tratamento das manivas.

TABELA 01. Produções médias de raízes de mandioca com um e dois ciclos


vegetativos em função do comprimento das manivas utilizadas
Comprimento das Produção em t/ha
manivas (cm) Um ciclo Dois ciclos
vegetativo vegetativos
5 7,9 22,9
10 13,1 24,9
15 14,7 36,3
20 15,6 30,6
25 16,7 36,8
30 17,7 39,6
FEALQ/ESALQ/USP-1981

8) Adubação

É de acreditar-se que o conceito firmado por alguns de que a mandioca “é


planta de terra fraca”, tenha contribuído de certa forma para a falta de interesse pela
sua nutrição. Assim é que, onde o agricultor não pode colher um bom milharal, um
bom arrozal, etc., ele planta a mandioca, na certeza de aproveitar as suas terras de
fertilidade inferior.
Dentre os pesquisadores da cultura da mandioca que trabalham com
adubação, é comum considera-la como exigente e esgotante, haja vista, estado de
subnutrição que caracteriza os pequenos mandiocais espalhados por pequenas
propriedades. Pois, verifica-se em diversos trabalhos como, por exemplo, a do Dr
Luciano da Silva Souza da EMBRAPA, que afirma, segundo seus trabalhos que 25 t.
de raízes mais a parte aérea da mandioca extraem: 123 kg de N; 27 kg de P; 146 kg
de K; 46 kg de Ca e 20 kg de Mg.
25

Outros pesquisadores dão conta de que uma cultura de mandioca, com a produção de
60 t/ha retira do solo as seguintes quantidades de nutrientes:
N ........................................................... 124 Kg/ha
P2 O 5 ......................................................104 Kg/ha
K2 O ....................................................... 584 Kg/ha
CaO...........................................................217 Kg/ha
MgO .......................................................... 71 Kg/ha

Diversos autores estudaram a extração de nutrientes considerando os órgãos da


planta, como se pode observar na tabela a seguir:

Órgão da N P K Ca Mg Referência
Planta
Raízes 0,70 0,43 2,80 0,71 0,05 Bonnefoy
Ramas 11,90 1,59 4,90 3,90 2,00 Bonnefoy
Folhas 7,50 0,34 1,30 2,40 0,15 Bonnefoy
Raízes 2,02 0,43 3,02 - - Kanapathy
Ramas 2,11 1,30 2,60 - - Kanapathy
Folhas 2,15 0,16 0,91 - - Kanapathy
Raízes 3,00 0,50 3,50 0,60 0,10 Cours
Hastes 2,00 0,30 1,50 0,60 0,40 Cours
Raízes 1,82 0,36 1,77 0,34 1,08 Velley
Raízes 2,20 0,19 1,59 - - Catani
Fonte: HOWELWE, 1974 citado por Conceição, 1983.

8.1) Ação dos Princípios Nutrientes

8.1.1) Nitrogênio

Em doses adequadas, o Nitrogênio favorece o bom desenvolvimento da


planta. Entretanto, quando aplicado em excesso, há referências de que provoca
redução na percentagem de amido e o conseqüente aumento na percentagem da
proteína, uma vez que, havendo mais nitrogênio disponível, ao invés dos
26

carboidratos se polimerizar em amido vão combinar-se com aquele, dando formação


a substâncias protéicas.
Em solos de mata recém desbravada, o excesso de nitrogênio, devido à
extrema riqueza de matéria orgânica, pode induzir exagerado desenvolvimento da
parte aérea em detrimento da produção de raízes de reserva.

8.1.2) Fósforo

O Fósforo, nutriente de que os solos brasileiros são bastante carentes, é um


dos principais elementos na produção da mandioca. A sua presença no solo, em
doses equilibradas, atua diretamente sobre o aumento da produção de raízes e do
teor de amido. Malavolta Et Alli (1953 e 1954), informam que a cultura da
mandioca é exigente principalmente de Fósforo e Nitrogênio. Aumentos de até 25%
na produção de raízes foram conseguidos por CHADA (1958) na Índia, citado por
CONCEIÇÃO (1983), com a aplicação de 88 kg/ha de P2O5 juntamente com 150
kg/ha de N, inclusive proporcionando diminuição do teor de HCN nas raízes e
aumento no conteúdo de proteínas.

8.1.3) Potássio

O Potássio tem uma ação menos saliente que é o fósforo e o nitrogênio


sobre a produção de raízes, apesar de figurar em proporções muito elevadas na
composição da planta. É essencial à translocação dos carboidratos produzidos nas
folhas, que são acumulados nas raízes. Em certas regiões é considerado elemento
primordial.

8.1.4) Cálcio

Considerando o que já foi dito, quanto a importância da calagem, resta


acrescentar que o cálcio afeta o desenvolvimento da mandioca. Quanto em excesso
parece exercer certa influência negativa sobre o teor de amido e, quando em
deficiência, pode provocar atrofia e morte do broto terminal. Como o Fósforo, o
Cálcio é deficiente em muitas áreas do território nacional.
27

8.2) Calagem e Adubação

É necessário que se retirem amostras de solo para análise química, o que


indicará uma calagem e uma adubação do solo que sejam mais adequadas para a
cultura.

8.2.1) Calagem

Deve ser executada de acordo com o resultado da análise química do solo.


Estando o pH abaixo de 5,0 é necessária a prática da calagem. O calcário deve ser
distribuído a lanço em toda a área onde será instalado o cultivo. Deve-se efetuar a
calagem 60 a 90 dias antes do plantio da mandioca. O objetivo da calagem é corrigir
a acidez do solo e/ou fornecer cálcio e magnésio às plantas.

8.2.2) Adubação

Recomenda-se a aplicação da mistura dos fertilizantes fosfatados e


potássicos no sulco de plantio, cobertos com uma camada de terra para evitar
contato direto com as manivas. Os adubos nitrogenados devem ser aplicados em
cobertura ao lado do sulco, 45 e 60 dias após o plantio. Esta aplicação deverá ser
feita após períodos de chuva, quando o solo apresenta-se com teor de umidade
adequado.

9) Tratos Culturais

De acordo com Blanco (1977), citado por Silva (1999), todos os conceitos
de planta daninha ou mato são estabelecidos baseados no relacionamento da planta
com as atividades humanas. A razão disto é que o conceito de que mato é ser
relativo e depende inteiramente da importância econômica que o homem da áquela
espécie vegetal, naquele momento ou naquele ambiente. Por isso são comuns
definições de planta daninha como “uma planta fora de lugar”, ou “uma planta
indesejável” ou “uma planta que ocorre onde não é desejável”, ou “uma planta sem
valor econômico”, ou ainda “plantas que competem com o homem pelo solo”. São
conceituações que envolvem sempre caráter econômico ou de indesejabilidade. Por
28

essas definições uma planta de trigo que germinasse em uma lavoura de soja seria
considerada planta daninha. Outras definições dentro do mesmo sentido poderiam
ser elaboradas: “plantas nocivas, sem utilidade, ou tóxicas, planta cuja importância
econômica ainda não foi descoberta”, etc.
A definição agronômica para planta daninha que englobaria todo o
sentido que se encontra no seu conceito e que propomos aqui seria “qualquer planta
que ocorre de modo espontâneo e prejudicial em locais relacionados com as
atividades agropecuárias do homem”. Por esta definição, qualquer planta silvestre
que ocorre quer seja em uma área cultivada, ou em uma pastagem, ou um campo
natural que perderam seus ecossistemas originários e foram por longo tempo,
adaptadas e locais cuja vegetação foi perturbada por fenômenos naturais e também,
de novas espécies ou variedades que evoluíram com o desenvolvimento da
agricultura.
Quanto a agressividade das plantas daninhas Lorenzi 1982, observou que
a seleção imposta pela natureza não apenas dotou as plantas daninhas de uma grande
agressividade mas também de outros mecanismos, que permitem a sobrevivência da
espécie sob as mais diferentes adversidades, tais como:
- Grande produção de sementes: geralmente, quanto mais curto o ciclo da
planta, maior a quantidade de sementes produzidas e vice-versa, sendo que
esse número é bem maior que o que ocorre em plantas cultivadas. Uma
única planta de caruru (Amaranthus retroflexus) chega a produzir 117.000
sementes e uma de beldroega (Portula caoleracea), pouco mais de 52.000;
- Eficientes mecanismos de dispersão de sementes: para maior eficiência dos
agentes naturais de disseminação, suas sementes são providas de estruturas
semelhantes a para-quedas ou guarda-chuvas, para facilitar o transporte
pelo vento, como as plantas da família Compositae, ou são adotadas de um
pequeno colchão de ar para facilitar a flutuação na água, como na espécie
Rumex crispus, ou são revestidas de pêlos ou espinhos, que facilitam sua
aderência na pele de animais, como nas espécies Desmodium canum e
Cenchrus echinatus;
- Grande longevidade de suas sementes: todas as plantas daninhas possuem
sementes com alguma dormência, cuja duração pode variar de algumas
semanas a algumas centenas de anos. Graças a esse mecanismo as espécies
escapam do perigo da extinção. A espécie Chenopodium album após 38
29

anos enterrada profundamente no solo apresentou 17% de germinação e a


espécie Datura stramonium, 91%.

9.1) Controle de Plantas Daninhas: As plantas daninhas causam


prejuízos às plantas cultivadas competindo com estas em água, nutrientes minerais,
luz e gás carbônico, reduzindo o crescimento e consequentemente a produção;
hospedando pragas e patógenos causadores de doenças; diminuindo a qualidade do
produto e aumentando os custos de produção tanto pela adoção de técnicas para o
seu controle, como pela interferência nos trabalhos de colheita quando não são
controladas. No entanto, o efeito principal e primário que as plantas daninhas
apresentam é aquele causado pela competição.
Segundo o conceito agronômico, a competição entre plantas refere-se às
diferenças em eficiência que possuem os indivíduos em retirar um suprimento
limitado, os elementos para o seu desenvolvimento e reprodução. As plantas
daninhas são altamente eficientes e para que a produção da mandioca seja normal,
torna-se necessário evitar-se a concorrência.
As plantas daninhas podem ter seu comportamento modificado,
influenciadas pelos fatores edafoclimaticos da região que se encontram, (SILVA –
1999).
O período crítico de competição é variável, dependendo da espécie daninha,
do grau de infestação e das condições edafo-climáticas da região considerada. As
plantas em início de crescimento são as que mais sofrem com a concorrência do
mato. Por essa razão devem ser controladas já a partir da emergência das brotações
da mandioca.
Com relação à mandioca, pouco se sabe quanto ao período crítico de
competição. No entanto, o controle do mato deve ser iniciado cedo, a partir da
emergência dos brotos, período em que a mandioca não suporta a concorrência pelos
fatores de crescimento. Considera-se necessário, a manutenção da lavoura no limpo
até os primeiros 120 dias do ciclo vegetativo, quando as copas das plantas permitem
uma boa cobertura do solo dificultando o desenvolvimento das plantas daninhas.
Observações feitas em áreas do Departamento de Agricultura e
Horticultura da E.S.A. “Luiz de Queiroz”, revelaram que a mandioca ressente-se
muito na presença do mato, principalmente nos primeiros 30 dias após a brotação
das manivas, concorrendo para um maior número de falhas no campo. Constatou-se
30

também que plantas espaçadas de 1,00m x 1,00m quando bem conduzidas em solos
de boa fertilidade, devido ao seu desenvolvimento promovem a cobertura do solo,
abafando as plantas daninhas a partir de 90 dias após o plantio.
Com relação às culturas cujas produções se destinam às indústrias de
processamento e que permanecem no campo durante dois ciclos vegetativos, desde
que sejam mantidas no limpo durante a fase inicial do primeiro ciclo, dificilmente
sofrerão competição do mato no segundo ciclo vegetativo. Justifica-se o fato, devido
as condições climáticas presentes durante o repouso fisiológico da cultura ao fim do
primeiro ano, onde a irregularidade de precipitação e as temperaturas baixas não
favorecem a germinação e o desenvolvimento das sementes das plantas daninhas. Na
estação da primavera, com a volta de condições climáticas favoráveis, a cultura não
é prejudicada pela competição do mato, pois as plantas que entrarão no segundo
ciclo vegetativo, apresentam-se com porte avantajado. Os prejuízos que podem advir
da presença de plantas daninhas, referem-se à dificuldade para se efetuar a colheita
durante o segundo repouso fisiológico da cultura.
A presença de mato na lavoura de mandioca demanda grande quantidade
de mão-de-obra para o seu controle. As capinas devem ser realizadas sempre que
necessário, até que as plantas se aproximem nas entre linhas. Em solos bem
preparados, normalmente três a quatro capinas são suficientes.
No Brasil, de uma maneira geral, predominam as capinas manuais através
da utilização de enxadas, em propriedades de poucos recursos, sendo antieconômico
o seu uso em médias e grandes lavouras. As capinas também são feitas por meio de
cultivadores a tração animal ou mecânica nas entre linhas, complementadas com
capina manual a enxada nas linhas e nas áreas não atingidas pelo cultivador. Na
utilização de cultivadores à tração animal ou mecânica, deve-se ter o cuidado de não
se trabalhar a profundidades maiores que 10cm, para que não seja abalado o sistema
radicular da planta. A partir do 4.º mês após o plantio, deve-se trabalhar apenas com
enxadas nas proximidades das linhas da cultura, evitando-se o uso de cultivadores,
devido ao crescimento das raízes tuberosas.
O controle químico das plantas daninhas com herbicidas tem sido usado
com sucesso em áreas de cultivo da mandioca. O emprego de herbicida é uma
técnica especializada que exige conhecimento por parte do agricultor. Para a escolha
do herbicida a ser empregado é muito importante o reconhecimento da flora
infestante da cultura na área. Áreas de cultivo podem estar infestadas por várias
31

espécies de plantas daninhas e por isso, muitas vezes não se consegue um controle
eficiente com um só herbicida, havendo necessidade da aplicação de misturas.

9.2) Poda

A poda da mandioca é prática comum em algumas regiões brasileiras.


Segundo CONCEIÇÃO (1983), no nordeste os agricultores fazem a poda quando a
cultura apresenta 12 meses de idade, aguardando mais 4 a 6 meses para que a planta
apresente nova vegetação, promovendo a sua colheita. Com isso acredita-se que há
um aumento da produtividade das raízes, trazendo-lhes maior lucratividade.
No Estado de São Paulo, a maior parte da área plantada com mandioca, se
constitui de lavouras cujas raízes se destinam às indústrias de processamento
colhidas com 18 a 24 meses de idade, quando completam o segundo ciclo
vegetativo. Na passagem do primeiro ao segundo ciclo, nos meses de junho ou julho
quando a cultura se encontra em pleno período de repouso fisiológico, pode-se fazer
a poda. A poda consiste no corte ou decepa das plantas, cortando-se as hastes
principais a 10 ou 15cm acima do nível do solo, trazendo mais desvantagens do que
vantagens.
São condições especiais que determinam a sua realização. Assim, os
agricultores podam a sua cultura quando necessitam das manivas provenientes de
hastes com um ciclo vegetativo para plantarem novas áreas, quando há geadas
havendo necessidade de conservar as hastes, ou quando ocorre alta infestação de
broca das hastes a fim de que a cultura renove a parte aérea, para que atravesse o
segundo ciclo vegetativo em melhores condições fitossanitárias. Em tais casos
justifica-se esta prática.
Quando se tem alta infestação de broca das hastes, as ramas podadas
devem ser queimadas para que a praga não se instale novamente na cultura. Para o
controle de bacteriose não é recomendável a prática da poda, uma vez que o
instrumento de corte pode servir de transmissor da doença para plantas sadias.
Após o corte, gemas da porção basal da haste principal emitirão novas
brotações em poucos dias. Estas, em número de duas a três por planta apresentam-se
vigorosas, originando hastes maiores e bem desenvolvidas, com maior altura das
ramificações quando comparadas com plantas do mesmo cultivar e com um ciclo
vegetativo, dando melhor aspecto ao mandiocal podado.
32

No entanto, a poda prejudica a cultura. Com o aumento de hastes acaba


havendo maior concorrência entre as plantas diminuindo a população. O instrumento
de corte pode favorecer a propagação de doenças às plantas sadias. Concorre para a
diminuição da produção de raízes em conseqüência da redução de matéria seca nas
mesmas, diminuindo o teor de amido.
A planta depois de podada, utiliza os carboidratos contidos nas raízes como
fonte de energia para a sua recuperação, através da emissão de novas brotações.
Lorenzi et alli (1978), estudaram a variação de carboidratos e ácido cianídrico em
raízes de mandioca provenientes de plantas podadas, verificando que o teor de HCN
das raízes decrescem de 67 ppm para 35 ppm, parecendo indicar que a diminuição
na concentração do glicosideo cianogênico possui relação com a fisiologia da
brotação. Constataram também, um decréscimo no teor de amido altamente
significativo, variando num espaço de 14 dias após a poda, de 79,06% para 62,52%.
Verificaram também que a partir do terceiro dia após a poda, pode ocorrer redução
de 20% no total de amido das raízes, afetando sensivelmente a produção desse
carboidrato. Simultaneamente, constataram um aumento significativo no teor de
carboidratos solúveis totais, o que indica hidrólise acentuada do amido.
Outra desvantagem que a poda apresenta, é o de possibilitar o
desenvolvimento de plantas daninhas pela eliminação da parte aérea da mandioca,
conferindo um maior número de capinas necessárias, onerando mais o custo da
produção.

9.3) Pragas da Cultura da Mandioca no Mato Grosso do Sul

A produção de raízes da cultura da mandioca tem sido prejudicada pelo


ataque de pragas e doenças, que atacam as raízes, ramas, folhas e produtos
armazenados. A ocorrência e severidade do ataque de pragas e doenças são variáveis
dependendo da idade das plantas, região, época do ano, variedades, e fatores
climáticos.
Por razões sócio-econômicas e por possuir período vegetativo longo, a
utilização de pesticidas nessa cultura raramente é recomendada. Aliada ao fato de
que, sob condições ambientais favoráveis, é uma planta com alta capacidade de
recuperação por danos causados em curto tempo, como ataque de desfolhadores
(lagartas e formigas) e brocas (mosca do broto, broca das hastes). Recomenda-se que
33

sejam observadas algumas práticas agrícolas que vem auxiliar no controle


preventivo de pragas e doenças.

!" Iniciar o cultivo com manivas sadias, de procedência conhecida, livre de


ácaros, insetos e doenças.
!"Observar as recomendações de plantio, para proporcionar maior sanidade às
plantas e conseqüentemente maior resistência a pragas e doenças.
!"Manter áreas de matas nativas ou silvestres, para a preservação de inimigos
naturais, parasitos e predadores, que habitam normalmente as áreas de cultivo.
!"Evitar o monocultivo sempre que possível com a diversificação e rotação de
culturas.
!"Observar que a utilização de praguicidas, seja feita somente quando não houver
outro método de controle eficiente e o problema justificar a aplicação. Proceder
a inspeções periódicas na cultura para determinar os possíveis problemas e
níveis de danos e localização. Pulverizar somente o local de ataque ou focos de
ocorrência. Utilizar sempre produtos seletivos a organismos benéficos, em
dosagens e modo de aplicação recomendada.
!"Eliminar plantas atacadas por pragas e doenças e restos de cultura com
problemas sanitários.
!"Utilizar variedades resistentes ou tolerantes, em função do histórico de
ocorrência de pragas e doenças na região.

Mariposa Erinnyis ello ello (Lepidoptera: Sphingidae)


O mandarová da mandioca é praga de ocorrência esporádica, mas de
grande importância devido a sua grande capacidade de consumo, causando
desfolhamento severo e perdas na produção. Pode ocorrer em qualquer época do
ano, com maior freqüência entre os meses de outubro a abril, no entanto os prejuízos
são mais graves quando o ataque ocorre em plantas jovens, de dois a cinco meses.
O adulto é uma mariposa de 60-90 mm de envergadura, asas anteriores
estreitas de coloração cinza e posterior vermelha-alaranjada com bordo lateral preto
sendo que as posteriores mais escuras no meio. As fêmeas, de hábito noturno,
colocam os ovos de cor verde (até 1800), na superfície das folhas. As lagartas
possuem coloração variando entre verde-claro até marrom, com estrias largas
amareladas, com pequeno espinho na parte posterior do abdome quando
34

completamente desenvolvida. No final do desenvolvimento larval, possuem até 100


mm de comprimento quando descem no solo e se transformam em pupas marrons
escuras. A duração do ciclo biológico varia de 33 a 55 dias, dependendo das
condições ambientais.

Métodos de Controle

Cultural
Recomenda-se utilizar práticas culturais tais como controle de plantas
daninhas. Preparo do solo adequado, pois o revolvimento elimina as pupas. Rotação
de culturas com espécies não hospedeiras.

Mecânico
Consiste na catação manual e morte de lagartas e é indicado para
pequenas áreas.

Por comportamento
Consiste no uso de armadilhas luminosas com lâmpadas de luz negra, que
exercem atração aos adultos, utilizado principalmente para monitoramento das
populações da praga. Quando se obtém coleta de 5 adultos ou mais por noite indica
que o número de ovos na lavoura é o suficiente para o início de altas populações.
Essa técnica permite o planejamento das estratégias dos diferentes modos de
controle.

Biológico
O inseticida biológico de Baculovirus erinnyis foi isolado de lagartas
doentes de mandarová e pode substituir os produtos químicos eficientemente, desde
que as lavouras sejam monitoradas freqüentemente e o produto aplicado sobre
lagartas pequenas de 3 mm de cumprimento. Após a primeira utilização, o agricultor
pode coletar as lagartas doentes em vidros limpos e conservar em congelador, tendo
assim estoque suficiente para a próxima infestação. A dosagem recomendada é de 20
a 40 ml do macerado de lagartas em 200 litros de água por hectare, ou a necessária a
uma boa cobertura das plantas. Recomenda-se realizar as pulverizações no final da
tarde. Após 3 dias, observa-se a diminuição da mobilidade e alimentação das
35

lagartas, consistindo o período ideal para coleta de lagartas infectadas. Para


pulverizar um hectare utilizam-se 18 gramas de lagartas ou 20 ml do líquido
(lagartas esmagadas). A calda é feita mediante o maceramento e coagem das lagartas
mortas, e diluição em 200 litros água para um hectare. Se não utilizar
imediatamente, guardar no congelador
Outros organismos benéficos parasitos e predadores tem se mostrado
eficientes em testes em laboratório e são promissores no controle.
Microhimenópteros do gênero Trichogramma parasitos de ovos de lepidópteros, são
eficientes no controle de E. ello ello. Estes tem sido utilizado com êxito no controle
dos insetos Heliothis sp e Alabama sp em liberações comerciais.
Controle eficiente também pode ser obtido através da pulverização de
suspensões de Bacillus thuringiensis.

Percevejo de renda Vatiga sp (Hemiptera: Tingidae)


O dano é causado tanto pela ninfa como pelo adulto que sugam a seiva na
face inferior da folha onde vivem em colônias. Os ovos são colocados
endofiticamente e coberto de dejeções pretas; as ninfas gregárias e os adultos são
percevejos cinzentos de 3 mm de comprimento. As maiores infestações ocorrem na
época seca e quente e provocam inicialmente nas folhas, manchas amareladas que se
tornam posteriormente marrom-avermelhada. Devido aos danos ocasionados pela
praga (lesões) pode ocorrer diminuição da fotossíntese e provocar queda das folhas
inferiores, e no caso de infestações severas pode ocorrer desfolhamento de toda
planta.

Moscas brancas (Hemiptera-Homoptera: Aleyrodidae)


As espécies mais comuns na cultura da mandioca no Brasil são Bemisia
tuberculata, Trialeurodes variabilis e Aleurothrixus aepim. São denominadas
moscas brancas pela aparência dos adultos que possuem e dois pares de asas e o
corpo recoberto de secreção pulverulenta branca, no entanto não são dípteros, mas
hemípteros (homópteros). Os ovos possuem pedúnculo curto, introduzido na folha.
As ninfas diferem dos adultos, e possuem forma de escama (escamiforme), coberta
ou não por substância pulverulenta.
Ao sugarem as plantas, adultos e ninfas injetam saliva, que podem causar
ação toxicogênica, no entanto há também os prejuízos indiretos como o
36

aparecimento de fumagina, que reduz a capacidade fotossintética das folhas


atacadas. O dano das ninfas manifesta-se através de pontos cloróticos nas folhas,
enquanto que os adultos provocam amarelecimento e encrespamento das folhas
apicais. Quando ocorrem em altas populações em períodos prolongados, provocam
perdas no rendimento e afetam a qualidade da farinha. Produtores de farinha de
mandioca da região, se recusam a comprar mandioca proveniente de plantas
atacadas por mosca branca ou com fumagina, por causarem sabor amargo no
produto. A utilização de variedades resistentes e ou tolerantes é o método mais
racional de controle. Importante também observar medidas fitossanitárias
preventivas como eliminação de restos de cultura, evitar cultivos próximos a locais
já infestados e seleção de material de plantio livre de infestações. Quando ocorrer
altas populações de ninfas, pode-se utilizar para controle de ninfas, detergentes
neutros e óleos minerais na proporção de 1 litro do produto para 100 litros de água.

Tripes (Thysanoptera: Thripidae)


São várias espécies que atacam a mandioca, no entanto as mais
importantes são Scirtothrips manihoti e Frankliniella williamsi. São insetos
pequenos, a maioria com cerca de 1mm de comprimento, 2 pares de asas franjadas.
São encontrados nos brotos raspando e sugando a seiva durante as épocas secas do
ano.
Em conseqüência do ataque a parte terminal da planta não se desenvolve
normalmente, as folhas mais jovens apresentam estrangulamento e aparecem
manchas amareladas e irregulares. Os ataques intensos causam inicialmente lesões
de brilho prateado, posteriormente as folhas secam e caem. As hastes e pecíolos
apresentam-se com feridas e ocorre redução no comprimento dos internos. Pode
ocorrer a morte dos ponteiros o que induz o aparecimento de gemas laterais, a planta
fica com aparência de vassoura. Recomenda-se utilização de variedades resistentes.

Mosca do broto Neosilba sp. (Díptera: Lonchidae)


Os adultos da mosca-da-mandioca medem de 4 a 5 mm de comprimento e
8 a 9 mm de envergadura, com corpo azul escuro-brilhante e asas transparentes. As
fêmeas colocam os ovos isoladamente entre as brácteas ou no interior de tecidos
jovens dos brotos ou podem também broquear a rama. As larvas de 6 mm,
esbranquiçadas e amareladas, se alimentam no interior dos brotos, provocando a
37

morte do ponto de crescimento. No local onde vivem, na parte apical da haste e no


interior dos pecíolos das folhas novas, podem ser encontradas várias larvas. As
pupas de 4 mm são marrom e são encontradas no solo. O ciclo total dura em média
50 dias.
No local do ataque ocorre exudação de látex amarelo (ataque recente) ou
marrom característico (ataque mais velho). Os brotos atacados murcham e morrem,
causando atraso do desenvolvimento das plantas, que emitem brotos novos,
resultando em plantas pequenas e ramificadas. Ocorrem durante todo ano, com
aumento de infestação no início das chuvas. Recomenda-se a destruição de brotos
atacados.

Broca das hastes Coeleostermus sp. (Coleoptera: Curculionidae)


As plantas atacadas apresentam manchas necróticas pretas,
principalmente na haste principal. Ao retirar a casca do local atacado, visualiza-se as
larvas alimentando-se da parte interna da haste. Os ramos atacados secam e novos
vão brotando, podendo causar até a morte da planta. Nesses orifícios são liberadas as
dejeções e serragens que se acumulam no pé da planta. Por esses orifícios há uma
exudação viscosa característica.
O adulto mede de 6-7 mm de comprimento, de coloração parda com o
corpo recoberto de escamas preta e branca, formando desenhos característicos. Os
ovos são depositados da fêmea, nos orifícios feitos na casca dos ramos primários
próximos ao tronco. A larva esbranquiçada, ápoda penetra e se alimenta abrindo
galeria em direção à base. Transforma-se em pupa em galerias dentro da própria
planta. O ciclo total tem duração de 79 a 94 dias.
Recomenda-se como medida de controle a remoção e queima dos ramos
atacados e de restos culturais; utilização de manivas sadias e plantio de variedades
menos preferidas pela broca.

Cochonilhas (Hemiptera-Homoptera)
As espécies mais importantes são Phenacoccus sp.; Aomidamytilus sp;
Saissetia sp. e da raiz Pseudococcus sp. As cochonilhas são insetos pequenos
sugadores de seiva, com aspecto geral variável nos diferentes grupos definidos pelo
revestimento do corpo. Há cochonilhas de carapaça, em que o corpo é revestido com
camada de cera e cochonilhas sem carapaça, em que o corpo é revestido por uma
38

secreção pulverulenta branca ou sem revestimento. As fêmeas são sempre ápteras e


os machos adultos (quando ocorrem) possuem um par de asas normais e um par
reduzido, não tem aparelho bucal e possuem vida curta.
Atacam todas as partes da planta, causando definhamento e as vezes a
própria morte do vegetal. As dejeções, que caem sobre a planta, favorecem o
aparecimento de fumagina (fungo), que pode dificultar a transpiração e fotossíntese.
Constitui um dos maiores problemas na produção de raízes de mandioca nas regiões
tropicais e subtropicais, com verão bem definido. Infestações severas causam
nanismo, desfolhação, deformação dos brotos, entrenós curtos e distorção na haste
das plantas.
A cochonilha farinhosa da mandioca apresenta cobertura cerosa branca e
ataca brotos terminais e folhas causando encrespamento e redução de entrenós da
porção apical, podendo chegar a morte do broto, além dos danos indiretos com a
formação de fumagina e diminuição da fotossíntese.
A disseminação desses insetos é feita pelo vento, pássaros e
principalmente pelo homem quando transportam mudas ou partes vegetais atacadas.
Portanto recomenda-se a seleção de ramas livres de ataque para plantio, assim como
rotação de culturas e plantio de variedades resistentes.
Há vários parasitos e predadores que controlam naturalmente a população
do inseto, razão pela qual devem ser preservados. O controle químico é dificultado
pela cobertura cerosa do corpo do inseto, no entanto quando se faz necessário pode-
se utilizar óleo mineral em pulverização na face inferior da folha, quando do
aparecimento dos primeiros sintomas.

Cupins (Isoptera)
São insetos sociais de hábitos subterrâneos que atacam as plantas novas,
raízes e material de propagação armazenado. Embora em períodos de estiagem
possam atacar plantas adultas, o maior dano é causado as manivas, podendo
comprometer o estabelecimento da cultura.
Os ovos são depositados pela rainha em grandes quantidades, e podem
variar de 12 a 5.000/dia, de acordo com a espécie. Os adultos da casta operária são
estéreis, de coloração branca, ápteras, e constituem a maior parte da população do
cupinzeiro. Os soldados adultos são amarelados com mandíbulas desenvolvidas,
também estéreis e ápteros. Formas sexuadas são constituídas por um rei e uma
39

rainha, sendo que esta é branca e fisiogástrica (aumento do corpo após a cópula) e
tem longevidade de 10 anos. A revoada ocorre 1 vez por ano, que consiste no
aparecimento de formas aladas constituídas por machos e fêmeas (sirí-sirí ou
aleluia), quando executam o vôo de dispersão, para formação de novas colônias. A
época de ocorrência do período da revoada se estende entre agosto a outubro, ou
após 1ª chuvas de verão.
Como são insetos sociais, vivem em colônias, cujo ninho é chamado de
cupinzeiro, que é feito com uma camada externa de terra bastante resistente e a
interna de uma camada enegrecida, rica em celulose, com câmaras e galerias, onde
vive a colônia. Podemos separá-los em cupim de montículo (ninho externo) e cupim
subterrâneo (ninho abaixo do nível do solo). No cupim subterrâneo o ninho é
pequeno (menor que o de cupim de montículo) enterrado no solo e tem a forma
cilíndrica. Os maiores danos nas lavouras são ocasionados por cupins subterrâneos,
que externamente semelhantes a formigueiros. Em áreas de grande infestação
recomenda-se a destruição mecânica dos cupinzeiros ou controle com inseticidas ao
solo, no sulco, ou na cova por ocasião do plantio. Controle mecânico, realizado com
implementos acoplados ao trator como broca cupinzeira tem se mostrado promissor,
quando destróem totalmente o cupinzeiro.
Para a colocação do produto químico ou biológico, seja líquido,
granulado, pastilha ou pó, é necessário furar o cupinzeiro com barra de ferro e
marreta, com perfuração vertical, até que se encontre a câmara celulósica.
Aplicações de bioinseticida a base de Metarhizium anisopliae e Beauveria bassiana
tem sido relatadas com resultados promissores.

Formigas Atta sp ; Acromirmex sp (Hymenoptera).


As formigas cortadeiras do gênero Atta sp. (A. bisphaerica e A.
capiguara) e formigas quém-quém do gênero Acromirmex sp. (A. landolti) são
pragas importantes em alguns estados brasileiros. Em Mato Grosso do Sul as
espécies mais comuns são Atta laevigata (cabeça de vidro) e Atta sexdens
rubropilosa (saúva limão). São insetos sociais, vivem em colônias divididos em
castas, rainha (forma sexual), soldados cortadeiras e jardineiras. Cortam as plantas e
carregam ao ninho para cultivar o fungo que utilizam para alimentação dos
indivíduos da colônia. Espécies de Atta ou cabeçudas são mais prejudiciais, mas os 2
gêneros atacam quase todas as plantas.
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As espécies mais comuns de saúvas de ocorrência no estado atacam gramíneas,


principalmente pastagem e cana-de-açúcar. A revoada ocorre de setembro a
novembro ou com as primeiras chuvas de verão, onde 95,95% morrem e somente
0,05% formam formigueiros. Isso ocorre devido à atividade predatória de pássaros,
aves, tatus além dos fatores ambientais. Fêmea é fecundada pelo macho no vôo que
morre em seguida. A fêmea chega no solo, cava e regurgita a bola de fungo, que
carrega do formigueiro de origem. A longevidade da rainha é de aproximadamente
10 anos, das operárias 4 a 5 meses e dos bitus de 1 mês.

Controle
Devido em parte ao grande número de formigueiros espalhados em áreas
extensas, muitas vezes difíceis de serem localizados, o controle desses insetos é
muito difícil, mesmo se contamos com iscas eficientes. O controle deve ser
conduzido em nível de regiões, pois controles isolados por propriedades, não dão
resultado em longo prazo. Recomenda-se fazer repasse em 80 dias, com isca
diferente. Sendo as saúvas limão e cabeça de vidro espécies de mais difícil controle
e recomenda-se 20% mais de inseticida.
As formulações em forma de iscas granuladas ou pós são recomendadas
em época seca. Na forma de gases liquefeitos ou líquidos nas épocas úmidas. Em
área muito infestada, ou seja, 30 formigueiros por alqueire, é antieconômico o
controle e recomenda-se aração e gradagem.

Ácaros Tetranychus sp, Mononychellus sp, Oligonychus sp.


Há uma série de espécies de ácaros que atacam a mandioca todos
pertencentes à família Tetranichidae, dos gêneros Tetranychus, Mononychellus e
Oligonychus. Causam problemas nas folhagens das plantas normalmente em
períodos secos em que as condições são propicias para o aumento das populações.
Os sintomas típicos são pontuações cloróticas, seguidas de bronzeamento do limbo.
São encontrados na face inferior das folhas e alimentam-se penetrando o estilete no
tecido foliar e succionando os conteúdos celulares.
Mononychellus – adulto é verde-amarelo. Não formam teias. Localizam-se na parte
apical e jovem das plantas.
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Tetranychus – Adulto amarelo-roxo com manchas dorsais negras. Formam teias.


Localizam-se no verso das folhas intermediárias causando clorose e queda das
mesmas.
Oligonychus – Adulto verde. Formam pequenas capas de teias onde se alimentam.
Localizam-se no verso das folhas basais e causam danos de baixo para cima
provocando queda das folhas.
Recomenda-se um controle integrado que consiste na utilização de certas
práticas culturais para modificar as condições que favorecem o desenvolvimento dos
ácaros e diminuir ou retardar a dispersão. Tais como: rotação de culturas com
plantas não hospedeiras, destruição de plantas hospedeiras; inspeções periódicas na
cultura para determinar focos, destruição imediata dos resíduos da colheita anterior;
seleção de material de plantio para obter manivas livres de ácaros, insetos e
enfermidades; distribuição adequada das plantas na cultura para reduzir a
disseminação.
Não há produtos químicos acaricidas registrados para a cultura da
mandioca no Ministério da Agricultura. Quando estritamente necessários, utilizar
acaricidas seletivos somente nos focos. Tem-se observado que aplicações freqüentes
de inseticidas e/ou de produtos não seletivos, ocasionam aumento da população de
ácaros, provocado provavelmente pela eliminação de seus inimigos naturais.

10) Colheita

A colheita da mandioca realiza-se no fim do primeiro ou do segundo ciclo


vegetativo, quando a planta se encontra em repouso fisiológico. Geralmente, durante
o período compreendido entre os meses de maio a agosto, a cultura permanece em
fase de repouso fisiológico, determinado por temperaturas baixas, com médias
mensais menores que 20ºC e por relativa seca, quando as plantas se apresentarem
maduras, praticamente desprovidas de folhas, com as suas raízes contendo o
máximo de matéria seca e amido. É neste período ao final de dois ciclos vegetativos
que se inicia a colheita da mandioca para fins industriais, pois nesta fase as raízes
apresentam melhor rendimento industrial. Entretanto, a colheita pode se prolongar
até o período chuvoso e quente, quando a planta inicia nova estação vegetativa,
apresentando raízes com maior teor em água, concorrendo para uma queda no
rendimento industrial. Assim, torna-se necessário um perfeito sincronismo entre a
42

áreas de produção e as indústrias de processamento a fim de que estas absorvam o


máximo de raízes com bom rendimento industrial. Por outro lado, os cultivares cujas
produções se destinam ao consumo de mesa, devem ser colhidos ao final do
primeiro período de repouso fisiológico que as raízes apresentam as melhores
qualidades culinárias.
A colheita da mandioca utiliza muita mão-de-obra rural o que a torna uma
das operações mais onerosas da cultura. Para grandes áreas é importante que se faça
um planejamento da colheita, a fim de se ter um desempenho nessa operação. Para
tanto, alguns aspectos deve-se o rendimento em raízes nos talhões a serem colhidos
através de amostragens, a fim de que se possa ter opções de colheita; colher
antecipadamente os talhões, onde por motivos climáticos a operação seria contra
indicada no período chuvoso, como difícil acesso por estradas, solos argilosos,
terreno declivoso; colher primeiramente os talhões com problemas fitossanitários
com eliminação posterior da parte aérea; colher preferencialmente os talhões que
apresentam baixa população de plantas e infestação de plantas daninhas; preservar,
segundo as necessidades, os melhores talhões para aproveitamento das hastes para o
plantio, colhendo-os à medida que se processa o plantio, para se evitar o
armazenamento de hastes; observar se há possibilidade de utilização da parte aérea
como forragem ou como matéria-prima para outras finalidades.
A colheita das raízes pode ser manual, semimecanizada ou totalmente
mecanizada, encontrando-se no Brasil apenas os dois primeiros processos.
Predomina a colheita manual, a qual se constitui de três fases: corte da parte aérea,
arrancamento e separação das raízes de cepa. O corte da parte aérea consiste na poda
da haste principal de 15-30cm acima do nível do solo com facão ou outro
instrumento qualquer. Antes da eliminação da parte aérea deve-se separar as hastes
previamente escolhidas, que fornecerão manivas para o plantio de novas áreas.
Considerando-se que ¼ da área plantada pode fornecer hastes para a instalação de
outra área igual, grande é a quantidade de ramas que permanecem no campo quando
não se encontra destino para sua utilização. Neste caso pode se colher inicialmente
cinco linhas de mandioca, amontoando raízes e retirando as ramas correspondentes,
e em seguida distribuir ao longo dessas linhas colhidas as ramas das outras cinco
linhas seguintes e assim sucessivamente. Após a colheita de toda a área, o material
distribuído pode ser triturado através de uma grade de discos pesada ou de um rolo-
facas.
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Na ocorrência de pragas ou doenças, deve-se amontoar e queimar todo o


material cortado a fim de que não se constitua num foco de infestação de novas
lavouras.
O corte da parta aérea constitui-se numa operação preparatória para a
colheita das raízes, a fim de facilitar a penetração na área e o arrancamento das
cepas. Trata-se de uma operação lenta exigindo numerosa mão-de-obra, de pelo
menos 10 homens por dia, por hectare, (Normanha, 1976).
Após a eliminação da parte aérea, promove-se o arrancamento da cepa. A
porção basal da haste principal que permanece no campo, além de indicar o
direcionamento da linha a ser colhida, atua como suporte para o arranquio da cepa.
Com movimentos de tração e de vibração no sentido vertical, retiram-se as cepas do
solo. Em solos arenosos as raízes saem facilmente, bastando sacudi-las algumas
vezes para soltar a terra aderente. Por outro lado, solos argilosos dificultam essa
operação, havendo necessidade de se utilizar enxada ou enxadão a fim de se retirar a
terra ao redor das raízes, para facilitar o seu arrancamento. Também o uso de
picaretas apresenta bons resultados. Neste caso finca-se a ferramenta sob a cepa e
utilizando-se do cabo como a alavanca de apoio, promove-se a retirada das raízes.
Quando a cepa sai do solo, pode-se observar se houve quebra de raízes,
localizando-as no solo de acordo com a sua distribuição na planta. É comum a
quebra e permanência de raízes no solo após o arrancamento da cepa, principalmente
em solos argilosos e em culturas com alta infestação de mato. Neste caso, com
enxada ou enxadão, retiram-se as raízes que ficaram sob a terra.
Uma vez retiradas as cepas promove-se a separação das raízes, que pode
ser feita manualmente ou através de facões. Nas raízes sésseis, bate-se o facão na
base das mesmas no ponto de inserção com a maniva de origem. No caso de raízes
penduncaladas, promove-se o corte do pedúnculo próximo da base da raiz, evitando-
se que grande quantidade desta parte fibrosa seja encaminhada para a indústria. Para
as raízes que se destinam ao consumo de mesa, deve-se tomar cuidado nesta
operação, para que o instrumento de corte não cause danos a casca e à polpa, a fim
de que deteriorações e podridão microbianas não sejam favorecidas.
As raízes destacadas são distribuídas ao longo da linha esperando o
momento de serem transportadas. Em áreas de fácil acesso aos meios de transporte,
pode-se efetuar o embandeiramento de raízes em pontos distribuídos a cada 20 m,
recebendo o produto de 4 a 5 linhas. Os restos que sobraram das cepas são
44

posteriormente amontoados e queimados, ou então, picados juntamente com as


ramas.
Na colheita semimecanizada, o arrancamento das raízes é feito
mecanicamente, sendo a eliminação prévia da parte aérea realizada manualmente ou
também por processo mecânico. Neste caso, com roçadeira acoplada a um trator,
promove-se o trituramento das ramas a 20 ou 30 cm do nível do solo, com
rendimento de 5 hectares por dia, o que comparado com a operação manual eqüivale
ao trabalho de 50 homens num tempo 5 vezes menor, executado apenas por um
tratorista.
Feita a eliminação da parte aérea, o arrancamento mecânico das cepas é
realizado por um sulcador de asa tracionado por trator, que trabalha no centro da
linha da cultura a 20cm de profundidade, levantando as cepas para a superfície do
solo, as quais se distribuem em ambos os lados do sulco. Em seguida, numa
operação manual é feita a catação das raízes e a separação daquelas que ainda
permanecem ligadas á maniva de origem, sendo distribuídas ao longo do sulco ou
embandeiradas de maneira já citada. Com auxílio de enxadas e enxadões retira-se as
raízes que permaneceram sob a terra.
O arrancamento mecânico feito por este processo, concorre para que um
grande número de raízes saiam danificadas, seja pela ruptura da casca ou pela
exposição da polpa, não devendo ser utilizado em mandiocais cuja produção se
destina ao consumo de mesa.
Normanha (1976), cita que ensaios experimentais realizados com este tipo
de sulcador, trabalhando em solo argiloso com pouca umidade, determinaram que
75% do peso das raízes saem presos às cepas, 20 a 22% são arrancados soltos ou
liberados das cepas e 3 a 5% permanecem enterrados ou soltos e cobertos de terra
nos sulcos, podendo ser recuperados com repasse manual imediato.
Corrêa e Rocha (1979), referem-se a outro tipo de colheita
semimecanizada, onde a eliminação da parte aérea é feita por picadoras ensiladoras
para confecção de silagem. Porém, esta operação contribui para compactar o solo.
Em seguida as cepas são arrancadas mecanicamente por arrancadores acopladas ao
hidráulico do trator, existindo também arrancadores que são ligadas à tomada de
força da máquina.
A colheita totalmente mecanizada ainda não é realizada no Brasil. Apenas
na Austrália encontram-se colhedoras. Para a utilização dessas máquinas colhedoras,
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o processo de plantio convencional deve ser mudado para o sistema em camalhões


com 38cm de altura, pois a lâmina colhedora trabalha a 15cm de profundidade no
solo, totalizando uma altura de corte de 53cm. Em culturas espaçadas de 1,00m entre
as linhas, o rendimento da máquina pode aproximar-se de 2,4 hectares colhidos por
dia.
Uma vez colhidas, as raízes são transportadas ao mercado consumidor de
raízes “in natura” ou ao setor industrial. Nas áreas cuja produção se destina ao
consumidor de mesa, as raízes são acondicionadas em caixas de madeira ou de
plástico com capacidade para aproximadamente 25kg e levadas para o caminhão,
que as transporta aos centros consumidores. Para este tipo de raízes deve-se tomar
cuidados especiais no seu manuseio, evitando danificá-las, a fim de que o processo
de deterioração não acelere resultando na inaceitabilidade do produto no mercado
consumidor.
As raízes que se destinam no processamento industrial são colocadas em
caminhão comuns ou do tipo truck, sendo transportadas a granel. Os primeiros
carregam aproximadamente 8,0 toneladas de raízes, e os que possuem três eixos
posem transportar de 10,0 a 12,0 toneladas de raízes por viagem.
O rendimento por unidade de área de uma lavoura de mandioca, depende
de fatores intrínsecos ao cultivar utilizado, das condições edafo-climáticas, das
condições técnicas em que foi conduzida a cultura e da ocorrência ou não de
elementos biológicos adversos. De uma maneira geral, considera-se um rendimento
bom e econômico, aquele de 15 toneladas de raízes por hectare para um ciclo
vegetativo, ou de 20 a 30 toneladas por hectare para dois ciclos vegetativos.

10.1 Armazenamento de Raízes Frescas

O fato de raízes frescas de mandioca se mostrarem impróprias para o


consumo poucos dias após a colheita, causa sérios problemas a sua utilização e
comercialização. Em geral admite-se que o período entre colheita e consumo não
deve exceder a 48 horas.
Raízes frescas deixadas em condições ambientais e deterioram em poucos
dias, desvalorizando-se quanto ao aspecto e qualidade culinária. As características
de deterioração são descoloração em tons azul escuro ou marrom, aparecimento de
linhas vasculares ou escuras, amolecimento das áreas afetadas, apodrecimento.
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O processo de deterioração pode ser diferenciado em dois tipos.


Deterioração fisiológica primária caracterizada por linhas vasculares azuis ou negras
próximas a periferia da polpa, que posteriormente se estendem, ocasionando uma
descoloração marrom mais generalizada; simultaneamente há um aumento de acidez
da polpa. Deterioração secundária, caracterizada por uma pronunciada
decomposição total, acompanhada por ataque de microorganismos, fermentações,
amolecimento da polpa, não havendo uma delimitação precisa entre ambas as fases
(Booth, 1974).
Na maioria dos casos, a deterioração interna não se relaciona com o
aspecto exterior das raízes que aparentemente podem ser consideradas sadias, se
prestando para enganos ao serem adquiridas no mercado.
O tempo necessário para que a decomposição ocorra é variável depende
de uma série de fatores como: características próprias dos cultivares que conferem
maior ou menor resistência aos agentes deteriorantes; danos mecânicos ou
ferimentos sofridos pelas raízes durante o processo de colheita; condições de
armazenamento ou tratamento posteriores a colheita.
Estudos sobre a resistência à deterioração revelaram comportamento
diferencial de cultivares. Considera-se que raízes cesseis ou pedunculadas
relacionam-se com o aparecimento de danos na polpa, ou seja, quanto mais distante
esteja a raiz da base da planta, menor será a proporção da danificação, uma vez que
o ponto de corte para a colheita ficará mais distante e os patógenos demorarão mais
a alcançar a polpa; raízes cesseis tornam-se mais facilmente expostas. Outro caráter
dos cultivares que também influi no grau de resistência é maior ou menor facilidade
que as raízes possuem de conservar a película tuberosa externa no momento da
colheita. Esta característica é também influenciada pela textura do solo e o teor de
umidade no arrancamento, uma vez que, de acordo com essas condições, as raízes
poderão deixar aderida ao solo uma maior ou menor porção dessa película, expondo
a casca da raiz ao ataque de patógenos.
Na operação de colheita, em razão da maneira como se desenvolvem as
raízes no solo, é muito difícil evitar-se danificações mecânicas ao retirá-las da terra.
Estes danos se caracterizam por ruptura de raízes, perda de película suberosa, golpes
e traumatismos que possam sofrer durante o manuseio e transporte aos centros de
consumo. A película suberosa externa é muito importante para a conservação das
raízes, pois, zonas desprovidas delas são pontos iniciais de decomposição. Pesquisas
47

confirmam que a descoloração se inicia nos pontos onde se localiza qualquer dano
mecânico.
Barrios Ramos (1975), comprovou a importância da preservação da
película tuberosa na conservação de raízes frescas de mandioca. Raízes foram
totalmente desprovidas das películas e submersas em parafina fundida,
conjuntamente com outras raízes com as películas intactas. Sete dias após o
tratamento, as raízes desprovidas das películas mostravam sinais de decomposição
enquanto que as outras se mantiveram em boas condições, sendo consumidas após
18 dias.
Segundo Lozano et alli (s.d), a deterioração fisiológica pode ser retardada
se na colheita, não forem separadas as raízes das hastes decepadas; neste caso
verificou-se sintomas iniciais de podridão entre 14 e 21 dias após a colheita.
Também a poda da parte aérea, realizada duas a três semanas antes da colheita,
revelou-se efetiva no controle da deterioração fisiológica.
O sucesso ou fracasso da armazenagem de raízes frescas dependem
principalmente das condições destas ao serem armazenadas; desse modo, é
importante que o material esteja em perfeitas condições, procurando-se evitar
qualquer tipo de danos às raízes. Os métodos de
conservação das raízes frescas não foram suficientemente pesquisados até o
presente, não havendo ainda um processo econômico que possa permitir a
comercialização em larga escala desse produto, em mercados consumidores
distantes dos centros de produção.
Dentre os processos estudados, técnicas de custo elevado como
refrigeração e emprego de cera ou parafina revelaram-se eficientes para um
armazenamento mais prolongado, todavia, como a maior parte da mandioca é
produzida por pequenos agricultores, técnicas mais simples e mais baratas de
armazenamento natural foram desenvolvidas para atender às suas necessidades.
Nas condições de agricultura de subsistência, o modo mais utilizado para
superar este problema consiste em deixar as plantas no solo, para serem colhidas na
medida das necessidades. No entanto, permanecendo por mais tempo na terra, as
raízes perdem as suas qualidades tornando-se mais fibrosas, com menor quantidade
de amido. Também é utilizado após a colheita, guardar o excedente embaixo da terra
ou areia, mantendo-as úmidas. Outro critério simples, consiste em ensacar as raízes e
colocar os sacos sob a água.
48

Armazenagem de raízes frescas no próprio campo em estruturas simples,


espécie de silos rústicos, os quais consistiam de uma camada de palha seca
compactada de uns 15cm de espessura e 1,50m de diâmetro servindo de base, sobre
a qual empilharam-se raízes formando montículos de forma cônica, usando-se de
300 a 500kg de raízes não selecionadas por unidade. A pilha de raízes foi então
coberta com outra camada de palha sobre a qual se colocou uma camada de terra
compactada, de no mínimo 15cm de espessura. Nos períodos em que a temperatura
interior não excedeu os 40ºC, as raízes se mantiveram em boas condições com uma
porcentagem de perda de 5 a 25% por períodos de até dois meses.
Uma outra possibilidade de conservação de raízes frescas consiste em
acondicioná-las em caixas, envoltas por materiais tais como pó-de-serra deve ser de
aproximadamente 50% e as raízes a serem utilizadas, selecionadas, sem
danificações.
Armazenamentos por períodos de 2 meses ou mais, modificam a qualidade
das raízes, ocorrendo várias alterações bioquímicas entre as quais a conversão de
amido para açúcar o que no entanto não as tornam impróprias para o consumo.
A conservação de raízes frescas em pequenas quantidades, em residências,
pode ser conseguida envolvendo-se, descascadas, em plásticos e colocando-se no
congelador de refrigeradores domésticos. As raízes descascadas, também podem ser
colocadas em recipientes com água e guardadas no refrigerador.
49

CAPÍTULO II

Ração e Silagem de
Mandioca
Coordenador
MEDSON JANER DA SILVA
50

11) Ração e Silagem de Mandioca

Este item foi escrito pelo pesquisador João Luiz Homem de Carvalho e
publicado pela EMBRAPA ) Centro de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura
Tropical) em 1998 em Boletim Técnico.

11.1) Cuidados Especiais Para a Manipulação da Mandioca Brava

Toda mandioca possui princípio tóxico “veneno”. Até aquelas que são
consumidas fritas ou cozidas. Umas possuem quantidades menores e são chamadas
mansas.
Quando se trata de mandioca mansa, pode-se fornece-las frescas aos
animais sem nenhum problema. Quando se trata de mandioca-brava, o
envenenamento dos animais pode ser evitado quando se processa a sua desidratação
parcial ou total. Consiste em picá-la e deixá-la bem espalhada ao ar livre por 24
horas. Isso basta para eliminar grande parte do princípio tóxico da mandioca – brava,
tornando-a inofensiva para os animais.
Este processo é valido tanto para a raiz como para a parte aérea. No
processo de silagem e fenação o veneno também diminui a níveis não tóxicos. Não
se deve deixar de fornecer mandioca. Os meios para contornar esse problema são
fáceis e baratos.

11.2) A Raiz da Mandioca

A raiz de mandioca é rica em energia, mas pobre em proteína pela maior


produção de amido. As experiências mostram que a raiz de mandioca pode ser
incluídas na formulação de rações de todos os animais domésticos. A inclusão de
uma percentagem de mandioca na ração de base promove o aumento do consumo e
do ganho de peso. Mas, para que se obtenha boa eficiência alimentar da mandioca, é
necessário que na formulação da ração contenha, uma boa fonte de proteína (farelo
de algodão, farelo de soja, amendoim, babaçu, etc).
51

11.3) A Parte Aérea da Mandioca

A parte aérea da mandioca (ramas e folhas) possui alto valor nutritivo


(proteína, acúcares, vitaminas e minerais), além de excelente aceitabilidade pelos
animais. A forragem possui mais proteínas que o capim elefante novo. Possui 4
vezes mais vitamina “C” que o limão, e o dobro de vitamina “A” da alfafa.
Considerando que apenas 20% do total de ramas, produzidas numa área,
são aproveitadas para o replantio da mesma área, restam no campo 80% de um
produto de grande valor alimentar para o animais que não deve ser desperdiçado.
Para que se obtenha boa eficiência alimentar da parte aérea é necessária
uma boa formulação da ração. Deve-se ajuntar uma boa fonte de energia como o
milho, o sorgo e evidentemente a própria raiz da mandioca.

11.4) Preparo das Raízes e Sua Utilização na Alimentação Animal

Qualquer que seja sua destinação (fornecimento imediato aos animais ou


conservação através de silagem), as raízes deverão ser lavadas, a fim de retirar o
barro aderido. Sem essa limpeza inicial, tanto a ração como a conservação poderão
sofrer graves prejuízos de qualidade.
Uma vez limpas, as raízes devem ser trituradas ou picadas, para o
fornecimento direto ou para a conservação sob a forma de raspa seca, farelo, silagem
ou pellets.

11.5) Fresca

É uma das formas que a raiz pode ser fornecida aos animais. Mas nesse
caso, alguns cuidados devem ser tomados:
1) Se for mandioca-mansa, colher, lavar, picar e fornecer imediatamente as raízes
aos animais, pois, não se conservam bem em estado fresco; o amido sofre
rapidamente uma hidrólise seguida de fermentação, o que lhe dá odor alcoólico.
Em clima quente, três dias após a colheita, as raízes tornam-se praticamente
inutilizáveis.
2) Se a mandioca for brava, não convém fornecê-la em estado fresco. Antes, deve
ser picada, parcialmente secada, secada ou ensilada.
52

11.6) Desidratada ao Sol

Para desidratar as raízes ao sol, é preciso seguir os seguintes passos:


1) Colher a lavar as raízes em um tambor ou caixa com água ou ainda, em terreiro
cimentado e inclinado, jogando jatos d`água; eliminar nessa ocasião, as que
tiverem coloração escura;
2) Picá-la em pedaços de mais ou menos 5 cm de comprimento por 1,5 cm de
largura, em uma máquina de fazer raspas, ou triturá-las numa picadeira de
capim;
3) Espalhá-las sobre uma lona de plástico ou um terreiro cimentado, em camadas
de 8 a 10 kg/m2 ou em bandejas, na base de 10 a 16 kg/m2 , e expô-las ao sol;
4) Passar o rodo no sentido de maior comprimento do terreiro, formando pequenas
leiras, desmanchando-as periodicamente, como se faz na secagem do café;
5) Verificar se o material está seco (14% de umidade). Um método prático é
tomar um pedaço de raiz e riscar no piso como se fosse giz; se deixar risco, é
porque está seco;
6) Ensacá-la diretamente ou transformá-la em farelo, depois de seca;
7) Empilhar os sacos sobre estrado de madeira, em local arejado.
Preparados dessa maneira, o farelo e raspa têm no máximo 14% de
umidade. Podem ser fornecidos aos animais em mistura com outros alimentos, de
preferência protéicos, ou então, armazenados até por mais ou menos um ano, sem
alterações no seu valor nutritivo.
O tempo necessário para a secagem depende da umidade relativa do ar, da
temperatura do sol, e do número de vezes que o rodo foi passado. Calcula-se que a
23º C e a 70% de umidade relativa do ar, o material seque em um a dois dias. A
secagem em bandejas é mais vantajosa, onde há maior velocidade do vento. Pode-se
aproveitar, então, as horas noturnas para economia de mão – de – obra, pois, não é
necessário revirar o material.
A inclusão da raiz de mandioca desidrata e moída (farelo), na alimentação
animal, tem suas vantagens. Mas, as condições climáticas podem dificultar o seu
preparo e armazenamento. Nesse caso, utilizam-se fornos desidratantes e armazéns
especiais, o que certamente, aumenta os custos de produção.
53

11.7) Ensilada

A ensilagem é um processo prolongado de conservação que não depende


de condições climáticas e conserva melhor os elementos nutritivos.
Para obtenção de uma boa silagem, os seguintes passos devem ser
observados:
1) Colher, lavar e selecionar as raízes, como indicado anteriormente, no processo
de desidratação;
2) Amontoar as raízes perto da picadeira e picá-las imediatamente em pedaços de,
no máximo 2 cm;
3) Compactar o material a cada camada de 20 cm postas no silo. A compactação
pode ser feita com o caminhar de homens ou de animais, com o rolamento de
um tambor cheio de água ou se possível, como um trator;
4) Fechar todo o espaço do silo e dar-lhe no topo uma forma abaulada;
5) Cobrir com uma lona de plástico e sobrepor uma camada de terra, com no
mínimo 15 cm;
6) Fazer canaleta para proteger o silo contra entrada de água;
7) Encher o silo mais rapidamente possível; por isso, aconselha-se a construção de
silos pequenos ou colocar divisórias nos grandes, para que se encha uma parte
de cada vez;
8) Nunca abrir o silo antes de 30 dias após o término do enchimento;
9) Ao abrir o silo, não expor muito a parte ensilada que não vai ser retirada logo.
O segredo da boa silagem está, sobretudo, na rapidez das operações de
colher, picar, compactar, encher e fechar o silo. Quanto mais rápidas forem essas
operações, maiores serão as chances de se ter um alimento bem conservado e de
alto valor nutritivo.

11.8) Preparo da Parte Aérea da Mandioca e Sua Utilização na


Alimentação Animal

11.8.1) Fresca

É o modo mais simples de fornecer a parte aérea da mandioca aos


animais. Basta picá-la e pôr nos cochos. Mas, em se tratando de mandioca-brava,
54

aconselha-se picá-la e fazer a murcha por um período de 24 horas e misturá-la com


50% de outros volumosos, quando destinada a ruminantes, e com 80% de
concentrado, quando para monogástricos. A parte aérea da mandioca-mansa não
oferece perigo de toxidez.

11.8.2) Desidratada ao Sol

Durante o processo de secagem ao sol, da parte aérea da mandioca, duas


situações podem ocorrer:
1) A ocorrência de chuva ou de alta umidade pode prejudicar a qualidade;
2) Perda de folhas que contém alto teor de proteína (28 a 32%), pois, quando
secas, se pulverizam e se perdem facilmente, durante o manuseio.
Tendo em vista esses problemas, devem-se tomar os seguintes cuidados,
durante o processo de secagem:
a) Colher a parte aérea da mandioca, deixando fora a haste principal, de
aproximadamente 40 cm, o que permite maior concentração de folhas e,
portanto, do teor de proteínas;
b) Picar com uma picadeira de forragem em pedaços menores que 2 cm;
c) Espalhar o material picado (15 kg/m2 ), sobre a lona ou terreiro cimentado;
d) Revirar o material no primeiro dia, a cada intervalo de duas horas e, no segundo
dia, duas vezes;
e) Deixar ao sol até ficar completamente seco;
f) Ensacar o material da forma que foi seco ou transformado em farelo num
moinho de peneira e, guardado em lugar arejado.
Se a umidade desse material estiver em torno de 12%, ele se conserva em
bom estado nutritivo por mais ou menos um ano.

11.8.3) Ensilada

O processo de ensilagem tem também seus problemas, mas, comparado


com o de fenação, apresenta algumas vantagens. Além, de não depender muito dos
fatores climáticos, conserva melhor os valores nutritivos e evita a excessiva perda
de folhas.
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Para se obter uma boa silagem da parte aérea da mandioca, seguir os


seguintes passos:
1) Colher o material do mandiocal e amontoá-lo perto da picadeira. Para
ensilagem, deve-se aproveitar toda a parte aérea. A haste contém 18 – 22% de
carboidratos solúveis;
2) Picá-lo em pedaços de 1 a 2 cm, diretamente dentro do silo;
3) A cada camada de 10 a 20 cm no silo, fazer a compactação;
4) Encher o silo o mais rápido possível;
5) Encher o silo até ficar abaulado na parte de cima;
6) Cobrir com uma lona de plástico de maneira correta e jogar no mínimo uma
camada de 15 cm de terra;
7) Fazer uma valeta para proteção da silagem contra as águas de chuva;
8) Não abrir o silo antes de 30 dias após o término do enchimento.
A parte aérea da mandioca é um alimento superior à maioria dos capins
empregados na ensilagem. Dessa forma, a inclusão de uma percentagem dessa parte
da planta enriquece o valor nutritivo das silagens de capim. O mesmo procedimento,
seguido na ensilagem da parte aérea da mandioca, pode ser empregado na ensilagem
da sua mistura com o capim.
A gramínea forrageira que mais se presta para ensilagem é o capim –
elefante, e a sua mistura com 25% de parte aérea da mandioca melhora
sensivelmente tanto o valor nutritivo do material quanto a qualidade da silagem.
O capim muito novo, embora seja mais rico em valor nutritivo, não se
presta para ensilagem por ser muito aquoso (menor do que 25% de matéria seca).
Neste caso, a adição de 5% de farelo da parte aérea da mandioca, distribuído no silo
à medida que se for colocando camadas de 20 cm do material, melhora o valor
nutritivo e a qualidade da silagem do capim-elefante.
Aconselha-se empregar a parte aérea da mandioca obtida durante a
colheita da raiz. Todavia, pode-se efetuar uma poda a dois meses antes da colheita.
Essa prática, além de não prejudicar muito a produção de raízes para alimentação
animal, possibilita uma segunda obtenção de parte aérea, e torna mais simples seu
manejo.
56

CAPÍTULO III

Trabalho de Resíduo de
Mandioca Para Engorda de
Frango Caipira
Prof. MSc. MEDSON JANER DA SILVA
ACADÊMICOS DA UCDB
57

12) Trabalho de Resíduo de Mandioca Para Engorda de Frango


Caipira Realizado no Núcleo de Pesquisa São Vicente/UCDB

12.1) Introdução

O frango e a galinha caipira não têm muita diferença de manejo das aves
industriais, tendo somente algumas adaptações do método industrial de criação,
tendo como grande vantagem a grande rusticidade aliada à sua excelente resistência,
muito superior ao frango de granja, podendo ser criado a campo e em instalações
bastante rústicas.
O manejo inicial se dá com a chegada dos pintainhos, onde os mesmos
devem ser criados durante os primeiros dias de vida sob um abrigo, para protegê-los
do frio, umidade, predadores, etc., este abrigo poderá ser um galpão coberto com as
laterais teladas tendo suas dimensões de acordo com o número de aves, 10 aves/m²
no caso de frango de corte e 7 aves/m² no caso de galinhas de postura. Este local
deve ser desinfetado, pelo menos quinze dias antes da chegada das aves. No dia do
alojamento, os equipamentos devem estar devidamente limpos, e o galpão ficará
fechado nos primeiros dias para que a temperatura no interior do mesmo fique mais
estável.
A cama deve ser preparada de maravalhas ( raspa da madeira ) ou palha
de arroz e ter cerca de 5 a 7 cm de espessura para melhor absorver toda umidade. É
importante que a matéria-prima utilizada para cama esteja bem seca sem resíduos
químicos ou fungos.
Para conservar os pintos próximos a fonte de calor e alimento, é
necessário que se faça círculos de proteção móveis com lâminas de eucatex. A altura
deve ser de 50 cm; já o diâmetro varia em função do número de aves alojadas.
O frio, ou a falta de aquecimento, mata os pintos nos primeiros dias de
vida. Para aquecê-los, coloque-se no centro do círculo de proteção uma campânula a
gás. A temperatura de conforto é de 31ºC a 33ºC, nos primeiros dias de vida, sendo
que esta temperatura irá gradativamente decaindo conforme as aves vão crescendo.
Os comedouros e bebedouros são dos tipos pendular, os comedouros
tubulares terão capacidade de 20kg de ração, que suportam até 30 aves, e
bebedouros pendulares para até 50 aves por bebedouro.
58

As aves terão um espaço de pastejo onde terá 2m²/ave(corte) e 5m²/ave


(postura), com cobertura vegetal que deve ser resistente e ter boa capacidade de
rebrota (kikuyo, coast-cross, etc). Quando as aves tiverem completado todo o
empenamento ficarão um período do dia no piquete, ciscando, comendo insetos,
sementes de capim verde e se exercitando. Com este tipo de manejo o frango adquire
uma musculatura mais consistente e saborosa e as galinhas botam ovos com a gema
mais escura e sabor refinado.
Tabela
Peso do Frango Caipira
Idade Peso (Gramas) Conversão Alimentar
21 dias 575 1,49
28 dias 895 1,64
35 dias 1245 1,77
42 dias 1615 1,89
49 dias 2000 2,05
56 dias 2395 2,20
63 dias 2760 2,34
Observação: A quantidade de ração consumida é igual ao peso da ave multiplicado
pela conversão alimentar da data correspondente.

12.2) Justificativa

Em qualquer área, a versatilidade sempre foi o maior aliado do pequeno


produtor. Nos dias de hoje, há quem diga que é o seu último trunfo, quase um
instante de sobrevivência num mercado de gigantes que tudo podem. Se a idéia é
competir com as megagranjas, que produzem milhões de toneladas de carne de
frango por ano e que reúne milhares de dúzias de ovos por dia o melhor conselho é
este: desista.
Hoje a avicultura brasileira atingiu um estágio de tecnologia que não
deixa nada a dever aos grandes países produtores, sendo o segundo exportador de
carne de frango no mundo com mais de 600.000 mil toneladas/ano, e o quarto
exportador mundial de ovos com um volume de 18.220.000 milhões de
unidades/ano. Dentro da área de avicultura o pequeno produtor não terá condições
59

de enfrentar as grandes empresas que estão no mercado, pois o custo de implantação


de uma criação avícola industrial, com no mínimo de abate de 4500 aves/semana é
muito alto, sendo que o lucro é baixo e a lucratividade está no volume de produção,
além destes fatores tem as dificuldades que o pequeno produtor terá de comercializar
seus produtos. Com uma produção pequena as grandes empresas, que dominam o
mercado, literalmente irão engolir o pequeno produtor.
Uma alternativa para o pequeno empresário rural que queira ingressar na
área de avicultura, tendo um bom lucro, baixos custos, garantia de venda de seus
produtos com pequeno volume de animais, está a avicultura alternativa, ou seja, os
famosos frangos e galinhas caipira. Onde estes animais conservam o paladar
requintado do frango e ovo caipira aliado às altas produtividade dos frangos e
galinhas comerciais. As grandes cidades possuem um potencial enorme para o
consumo de alimentos mais naturais e com sabor diferenciado, já que a população
está mais exigente, e a procura de produtos o menos industrializados possíveis.
É neste nicho de mercado deixado pelas empresas avícolas que entra o
frango e galinha caipira, estes animais são híbridos que através do melhoramento
genético fez com que estas aves aliassem o excelente desempenho, onde um frango
pode ser abatido aos 49 dias de vida com 2 kg de peso vivo e conversão alimentar de
2,05 e as poedeiras chegam a botar 300 ovos/ano com coloração da casca vermelha e
peso de 55 a 65g, com o sabor característico do frango e ovo caipira. Aliado a estas
vantagens o projeto vem pesquisar a utilização de produtos alternativos no
balanceamento da ração de frangos e galinhas caipiras, sabendo-se que a
alimentação é cerca de 70% do custo de produção do frango, a utilização de
produtos baratos e alternativos, como a folha, ramas, casca e ponta da raiz da
mandioca, na ração irá viabilizar ainda mais esta criação para o mini e pequeno
produtor.

12.3) Objetivo

Este projeto teve como objetivo, pesquisar a produtividade e rusticidade


do frango e galinha caipira, aliado a utilização de produtos alternativos como a
mandioca, na alimentação das aves, diminuindo desta forma os custos de produção,
proporcionando ao pequeno produtor formas baratas de produzir carne de frango e
60

ovos caipira. Possibilitando a venda de produtos diferenciados no mercado, com um


preço diferenciado, aumentando a renda do mini e pequeno produtor rural.

12.4) Fundamentação Teórica

A entrada no Brasil de linhagens de alta produção de que trouxe grandes


progressos nos diversos segmentos da produção avícola, reduzindo a idade de abate
em mais de 20 dias para um mesmo peso vivo ou, à mesma idade de abate, houve
um aumento do peso em mais de 1 Kg . Torres (1995).
A avicultura teve um crescimento mundial nos últimos 30 anos, passando
de uma avicultura de pequenas propriedades, onde existia a criação de pequenos
lotes, para a venda a um comércio em expansão proporcionando uma boa
lucratividade para os proprietários. As principais raças criadas eram Plymouth Rock,
Wyandotte, Cochin, Brahma, New Hampshire, Rode Island Red e Leghorn (Brown,
1985).
Torres (1995) demostra que conforme se desenvolve geneticamente as
aves se tornam mais exigentes em condições de ambiência e manejo, não podendo
estar juntas em um mesmo animal alta produtividade e grande rusticidade, onde o
frango de granja possui alta produtividade e pouca resistência, já o híbrido caipira
possui boa produtividade aliada com boa rusticidade, conforme demostra o gráfico:

Comparação Da Mortalidade e Eliminados

5,00%
4,57%
4,50%
4,00%
3,50%
Frango Caipira
3,00%
2,50%
Frango de
2,00% 1,68% Granja
1,50%
1,00% 0,74% 0,74% 0,71%
0,50%
0%
0,00%
até 2 semanas acumulada eliminados
61

Segundo Barros, em ótimas condições sanitárias, de manejo, cama nova e


desinfetada pode-se chegar a mortalidade de 1,68% na segunda semana de vida,
mortalidade total de 4,57% em todo o ciclo de criação e 0,71% de eliminados, estas
porcentagens estão bem acima da verificada com os frangos caipira.
Segundo dados da pesquisa desenvolvida por Magossi et alii, na
ESALQ/USP-Piracicaba-SP, foram utilizadas três raças puras de galinhas New
Hampshire, Plymouth Rock Barrada e Rhode Island Red com o cruzamento com
machos da linhagem de pescoço pelado (desenvolvida no Departamento de
Genética, ESALQ/USP). As aves receberam ração de frangos de corte inicial (1 a 40
dias) e ração de crescimento (41 dias em diante), os frangos permaneciam em total
confinamento sem ter acesso a uma área de pastejo, sendo verificados os seguintes
pesos:

Peso (Kg) comparativo do cruzamento das três raças com


a linhagem de pescoço pelado
35 d 42 d 56 d
Dm 0,821 1,104 1,729
Em 0,757 0,994 1,563
Fm 0,762 0,917 1,551

D- Cruzado pescoço pelado x New Hampshire;


E- Cruzado pescoço pelado x Plymouth Rock Barrada;
F- Cruzado pescoço pelado x Rhode Island Red;
M- Macho.

O projeto prevê o abate das aves quando atingirem peso médio de 2,5 Kg,
ao redor de 65 a 70 dias, sendo verificado também, a quantidade de gordura
depositada na carcaça. Os animais abatidos serão vendidos a um supermercado de
Campo Grande a um preço de R$ 2,50 o quilo do frango limpo. De acordo com
Albino (1981), a carcaça resfriada possui um rendimento de 73,3% do peso ao abate,
os frangos serão vendidos desta forma com aproximadamente 1,83 Kg, o que irá
gerar uma renda bruta de R$ 4,58 por frango, como a estimativa de abate é de um
total de 401 frangos, perfazendo uma renda bruta total de R$ 1.836,58. Se
compararmos esta renda bruta com a de um produtor no município de Rochedinho,
62

no qual o produtor é integrado com uma indústria de abate de frangos de granja no


estado, o proprietário possui 2 aviários convencionais com um total de 27.000 aves
alojadas o pagamento efetuado pela empresa é de R$ 0,10 por frango, que irá gerar
uma renda bruta de R$ 2.700,00, uma diferença de apenas R$ 863,42 da renda bruta
estimada com os frangos caipira, a renda bruta de R$ 1.836,58 é conseguida com
apenas 1,5% das aves criadas pelo produtor.

12.5) Resultados e Conclusão

Na exploração da avicultura industrial, alternativa ou qualquer outra


cultura que utilize como base alimentar a ração concentrada, da empresa rural até a
pequena propriedade, o custo da alimentação será de 70% do custo total da
atividade. Isto se deve pelo fato da utilização de produtos considerados nobres na
alimentação humana, ou seja, os animais estarão competindo com o homem por
estes produtos, que são principalmente o milho e a soja, aumentando o valor dos
mesmos. Uma forma de tentar baratear os custos da alimentação seria a utilização de
produtos alternativos, como por exemplo a utilização dos subprodutos da mandioca
(folha, rama, casca e ponta da raiz), desta forma, pode-se diminuir os custos da
alimentação, sem perder a qualidade da mesma. Aliado a alimentação alternativa,
podemos utilizar o manejo como uma forma de diminuir ainda mais o custo de
produção, já que o confinamento intensivo gera um aporte maior na quantidade de
ração fornecida, pelo fato destes animais terem única e exclusivamente o
concentrado como forma de alimentação. O método de semiconfinamento, tem
como objetivo fornecer aos animais um local de pastejo onde as aves vão encontrar
outras fontes de alimentação, diminuindo desta forma, o consumo da ração,
concomitante diminuição do custo de produção.
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No Núcleo de Pesquisa São Vicente/UCDB, foram testadas três misturas


de ração alternativa de resíduos de mandioca, na engorda de frango caipira
linhangem Label – Rouge (misturas 1, 2 e 3 a seguir).

Mistura 1
Ingredientes Quantidade Porcentagem
Farinha de mandioca 32,5kg 33,5%
(Casca e ponta da raiz)
Farelo de milho 32,5kg 33,5%
Farelo de soja 27kg 27,9%
Premix (nutrinucleo) 5kg 5,1%

Mistura 2
Ingredientes Quantidade Porcentagem
Farinha de mandioca 60kg 28,6%
(Casca e ponta da raiz)
Farelo de milho 70kg 33,3%
Concentrado 70kg 33,3%
Folha de mandioca 10kg 4,8%

Mistura 3
Ingredientes Quantidade Porcentagem
Farinha de mandioca 70kg 63,6%
(Casca e ponta da raiz)
Farelo de milho 15kg 16,6%
Farelo de soja 157kg 16,6%
Folha de mandioca 10kg 3,2%

Foram alojados 400 pintos de corte com um dia de vida e até os 21 dias
foi fornecido ração inicial formulada comercialmente e a partir do 21º dia de vida as
aves tiveram acesso a um espaço de pastejo onde permaneciam durante todo o dia,
tendo livre acesso ao galpão. Os animais foram criados sendo fornecido ração à base
64

de mandioca, e seu peso controlado por pesagens semanais a partir do 38º dia de
vida até o 78º dia, onde foram abatidas.
O frango caipira é uma alternativa para o pequeno produtor não somente pela
sua alta resistência, diminuindo as perdas de mortalidade e boa produtividade, e sim
como uma forma de agregar valores nos produtos produzidos pelas pequenas
propriedades. No caso da integração da avicultura industrial, o investimento é alto, a
margem de lucro pequena e o risco é considerável, o frango caipira vem ocupar um
nicho do mercado deixado pelas empresas avícolas, proporcionando ao pequeno
produtor ingressar na atividade avícola sem grandes investimentos iniciais, poucos
riscos e considerável lucratividade.
Todas as misturas foram excelentes, destacando a mistura 3, onde o custo
foi bem menor devido ao não uso de concentrado, por outro lado o peso das carcaças
foram menores.
65

CAPÍTULO IV

Manual de Criação
do Label - Rouge
Coordenador
MEDSON JANER DA SILVA
66

MANUAL DE CRIAÇÃO DO LABEL-ROUGE


(Publicado pela Label–Rouge Ltda)

1) INTRODUÇÃO

A LABEL-ROUGE LTDA, situada em Porto Feliz, interior de São Paulo


é uma empresa com mais de sete anos de atuação no segmento de avicultura
alternativa comercializando seus produtos em todo o Brasil e durante todo este
período a LABEL-ROUGE vem constantemente pesquisando, o que de melhor
existe no mercado para que o produtor tenha a certeza de estar comprando um
produto de qualidade superior.
A gastronomia européia sempre teve em seu cardápio o frango,
principalmente os franceses. Inclusive no século XVIII o rei Henrique VI
recomendou o “poule ou pat” (frango recheado com carne de porco, cozido inteiro e
molho de legumes), todos os domingos, para o povo Francês. Mantendo estas
tradições os avicultores nunca deixaram de trabalhar no melhoramento
aproximadamente 25% da produção total de aves.
Rapidamente identificamos nestas aves um produto tropical, por isto
importamos com exclusividade da França o Frango Caipira Pescoço Pelado Label-
Rouge, a Galinha Caipira Rouge e o Frango Caipira Pesadão Misto Label-
Rouge, que são linhagens altamente rústicas e versáteis, obtidos através de elevado
padrão de seleção genética, oferecendo ao produtor rural uma opção de aumento da
renda familiar em um curto espaço de tempo, criando o legítimo Caipira Label-
Rouge, resgatando o tradicional conceito de criação do frango e da galinha caipira
brasileiros. Mas para obter sucesso nesse lucrativo negócio, siga com atenção as
dicas deste manual. Além das características das aves, ele traz também tabelas de
vacinação e técnicas de manejo, entre outras informações.
67

UMA LINHAGEM DIFERENTE PARA CADA TIPO DE


NEGÓCIO
Frango Caipira Pescoço Pelado Label-Rouge

De coloração mista e desprovida de pena no pescoço, é uma ave robusta e


extremamente rústica podendo ser criada em todo o Brasil, adaptando-se bem as
condições adversas de clima e manejo. Ideal para criação á solda ou sistema de semi
confinamento em propriedades rurais, proporcionando ao produtor uma ave de alta
qualidade obtendo assim melhores preços na comercialização do produto final.
Dispensa construções sofisticadas podendo, com isso, adaptar instalações já
existentes diminuindo os custos iniciais. Criada à campo, ciscando no terreiro, que
lhes confere uma textura toda especial à carne; essa linhagem resgata o conceito do
legítimo frango e galinha caipira brasileiro. Os machos estão prontos para serem
abatidos entre 60 e 700 dias (dependendo da alimentação) e as fêmeas atingem a
maturidade entre 22 e 25 semanas, produzindo a partir daí de 150 a 180 ovos
caipiras por ano.

Frango Caipira Pesadão Misto Label -Rouge

Perfeito para quem comercializar carne de frango, porque tanto o macho


quanto a fêmea tem a finalidade específica de ganho de peso para corte. Com 50
dias, alimentado de ração balanceada para frango de corte e criado à campo, tanto o
macho como a fêmea estão prontos para o abate com 02 kg de peso vivo em média.
Apesar de ter o desenvolvimento melhor, as suas características de frango
caipira não são alteradas, produzindo uma carne firme com o paladar do tradicional
caipira, lembrando também o sabor da carne de caça.

Galinha Caipira Rouge

Destinada unicamente a produção de ovos caipira. Criada à campo e


alimentada com a ação balanceada, a Galinha Caipira Rouge atinge a maturidade
com 19 semanas produzindo cerca de 300 ovos vermelhos por ano, com peso médio
entre 55 a 65 gramas. Só as fêmeas dessa linhagem são vendidas. Trata-se de uma
ave ideal para quem deseja negociar ovos caipiras, produto altamente rentável.
68

Devido à fêmea ser resultante do cruzamento entre linhagens que


produzem características genéticas agressivas, típicas da caipira tradicional, por isso,
com tendência a serem agitadas, recomendamos que seja feita uma debicagem no 8º
dia de vida, usando debicador apropriado ou ferro de solda comum, queimando em
média 3 mm da parte superior e inferior do bico da ave.
Os debicadores podem ser encontrados nos fabricantes de produtos para
avicultura. Com relação ao ferro de solda elétrico recomendamos que o mesmo
possua a potência entre 200 e 400 watts.

Caipiras Híbridos

O termo híbrido costuma ser conhecido como indivíduo estéril originado


do cruzamento entre duas espécies diferentes.
Mesmo este conceito já é ultrapassado, pois sabe-se que certas espécies
diferentes podem produzir prole fértil quando cruzadas entre si. No caso, as três
linhagens Caipiras Label- Rouge são híbridas. Suas características foram obtidas
através de combinações genéticas perfeitas, porém, nas próximas gerações o
crescimento é mais lento e reduzido, postura mais baixa etc. E é esta diferença de
produtividade que vai fazer os ganhos talvez menores que os gastos dispensados
com ave. Por serem o produto final de um cruzamento, entram num processo de
degeneração quando se reproduzem. Portanto, não aconselhamos de forma alguma, a
sua reprodução ou cruzamento.

Manejo dos Pintos

Os pintos das três linhagens Caipiras Label-Rouge já nascem


geneticamente preparados para serem criados à campo. Mesmo assim, no primeiro
mês de vida, eles necessitam de certos cuidados como calor, água limpa, um galpão
livre de fungos etc, pois é durante a fase inicial que a ave vai definir a sua
potencialidade de produção.

Galpão: As aves devem ser criadas sob um abrigo, para protegê-los de frio,
umidade, fungos, ratos, predadores etc., que pode ser um galpão. Este local deve
ser desinfetado pelo menos quinze dias antes da chegada das aves, pois, devemos
69

evitar todo traço de contaminação deixado pelas aves adultas do lote anterior. No dia
do alojamento, os equipamentos devem estar devidamente limpos (lavados com água
e sabão). O galpão ainda precisa ficar fechado nos primeiros dias para que a
temperatura no interior do mesmo fique mais estável; mas tome cuidados para que
não falte circulação de ar.

Cama: Deve ser preparada com serragem, maravalha ou palha de arroz e ter cerca de
5 a 7 cm de altura para absorver toda umidade produzida pelos pintos. É importante
que a matéria – prima utilizada para cama dos pintos esteja bem seca, sem resíduos
químicos ou fungos

Circulo de Proteção: Para conservar os pintos próximos da fonte de calor e


alimento, construa um círculo de proteção com folhas de metal ou com chapas
prensadas ou laminadas tipo eucatex.
Em ambos os casos, a altura deve ser de 50 cm; já o diâmetro varia em função do
número de aves alojadas. Se o material escolhido para construir os círculos for as
chapas eucatex de 2,20 m, siga a seguinte regra: para alojar de 100 a 200 pintos,
junte duas chapas e a cada 100 novos pintos, acrescente uma nova chapa.

Fonte de Calor: O frio ou a falta de aquecimento adequado, mata os pintos nos


primeiros dias de vida. Para aquecê-los, coloque no centro do círculo de proteção
uma campânula a gás. Os modelos geralmente comercializados são para 500 pintos.
Acima desse número, acrescente uma nova campânula.
A temperatura ideal de conforto é de 31º C a 33º C, em especial nos
primeiros três dias. A altura correta da campânula é de cerca de 90 cm, mas varia em
função da sua capacidade de aquecimento, da quantia de pintos alojados por círculo
e da temperatura externa. Todas essas variáveis devem levar em conta o bem estar
das aves, por isso, não esqueça de observar se elas estão circulando a vontade, sem
fugir da fonte de calor, sem se aglomerarem e também se estão comendo e bebendo.
Com a chegada do inverno, os cuidados com o manejo dos pintinhos devem ser
redobrados e além, do aquecimento recomendamos que esses pintinhos, 2 a 4 horas
antes da primeira alimentação, recebam água com açúcar na proporção de 50 gramas
por litro d`água para hidratar e aumentar a energia do corpo da ave.
70

A falta de aquecimento deixa os pintos debilitados, com as pernas fracas,


sem forças para andar e comer. Nesses casos, eles aparentam estar doentes. Para
mudar o quadro, basta aumentar a fonte de calor, em especial nos dias mais frios.
Bebedouro e Comedouro: Os bebedouros mais recomendados para esta fase são os
bebedouros de pressão e devem ser colocados ao redor do círculo de proteção.
Certifique –se que a água que os abastece esteja sempre limpa.
Quanto aos comedouros, use os do tipo bandeja. Quando os pintos se
afastam da campânula é porque há excesso de calor. Se os pintos ficarem
amontoados em um dos cantos do círculo, há falta de calor. Os pintos devem circular
a vontade, comendo e bebendo sem fugir da fonte de calor e sem se aglomerarem.

Bebedouro_________
____________ Aquecedor

Comedouro_______ ________Círculo de Chapa

Ao redor do círculo de proteção, coloque os bebedouros e comedouros.


A fonte de calor deve ficar no centro a cerca de 90 cm de altura

Primeiros Passos para o Campo

Após trinta dias, os frangos e as galinhas caipiras da linhagem Label


Rouge, estarão com empenamento completo. Nesta fase, lentamente, já podem ser
soltas à campo para adquirir o hábito de ciscar e de comer insetos e sementes de
capim verde. Os comedouros e bebedouros tubulares de 20 kg, que suportam até 30
aves, e bebedouro pendulares para até 65 aves por bebedouro. O espaço de pastagem
71

necessário é de um metro quadrado por ave e o capim para formação de área de


pastagem, deve ser resistente e ter boa capacidade de rebrota (Kikuyo, coast cross,).
Mas mesmo crescidas, as aves precisam de um galpão coberto e semi-
fechado para dormir, outra opção é preparar camas com serragem, maravalha ou
palha de arroz para que elas se acomodem. Se o número de aves alojadas for acima
de mil, solicite planta do galpão da Label Rouge.
Além de ser a fonte de água e comida das aves durante o dia, o galpão
serve à noite de refúgio contra os animais predadores, bastante comuns em chácaras,
sítios e fazendas.

Uma Linhagem Diferente Para Cada Tipo de Negócio


Frango Caipira Pescoço Pelado Label Rouge

De coloração mista e desprovida de pena no pescoço, é uma ave robusta e


extremamente rústica podendo ser criada em todo Brasil, adaptando-se bem as
condições adversas de clima e manejo.
Ideal para criação é solta ou sistema de semi – confinamento em
propriedades rurais, proporcionando ao produtor uma ave de alta qualidade, obtendo
assim melhores preços na comercialização do produto final. Dispensa construções
sofisticadas podendo, com isso, adaptar instalações já existentes diminuindo os
custos iniciais. Criada à campo, ciscando no terreiro, que lhes confere uma textura
toda especial à carne; essa linhagem resgata o conceito do legítimo frango caipira
brasileiro. Os machos estão prontos para serem abatidos entre 60 e 70 dias
(dependendo da alimentação) e as fêmeas atingem a maturidade entre 22 e 25
semanas, produzindo a partir daí de 150 a 180 ovos caipiras por ano.

Alimentação

Soltas à campo, as aves da linhagem Caipira Label Rouge ciscam, comem


insetos e sementes de capim verde, mas para que obtenham o desempenho esperado,
precisam ser alimentados com ração balanceada de boa qualidade. Esse cuidado é
importante para que as aves cresçam sadias e alcancem uma ótima conversão
alimentar.
72

Tabela de Conversão Alimentar


Alimentação para Linhagem Caipira Label Rouge de Corte
Idade Tipo de Ração
1 a 30 dias Ração inicial
31 a 42 dias Ração de engorda
43 dias até o abate Ração de acabamento

Alimentação para Linhagem Caipira Label Rouge de Postura


Idade Tipo de Ração
1 a 10 semanas Ração para Pintainhas
11 a 18 semanas Ração para Frangas
19 semanas até o descarte Ração de postura

Durante a fase de crescimento recomenda-se que as aves apresentem os


pesos corporais contidos na tabela a seguir, para que as mesmas atinjam o peso
corporal ideal, desempenhando o máximo de sua capacidade produtiva. As
quantidades de ração abaixo relacionadas servem apenas como diretrizes para se ter
uma idéia geral de consumo, pois o mesmo varia de acordo com a ração,
ingredientes, temperatura ambiente e estado de saúde das aves, devendo administrar
ração à vontade restringindo-se apenas no caso de as fêmeas ultrapassarem o peso
ideal, para isso em amostragens de 10% do lote. O consumo varia de acordo com a
ração, ingredientes, temperatura ambiente e estado de saúde das aves.
73

Carne Caipira

O frango da linhagem caipira Label Rouge é mais fibroso e rico em carne


vermelha. E no caso do Frango Caipira Pesadão, apresenta ainda uma ótima
conversão alimentar (tabela a seguir), por possuir baixos teores de colesterol, sua
carne é chamada de “frango light”. E como se não bastasse todas essas vantagens,
ela lembra o sabor insuperável da carne de caça.

Tabela de Peso do Frango Caipira Pescoço Pelado


Idade Peso (Gramas) Conv. Alimentar
21 dias 350 1.40
35 dias 770 1.74
42 dias 1025 1.89
49 dias 1310 2.03
56 dias 1600 2.16
63 dias 1910 2.31

Tabela de Peso do Frango Caipira Pesadão


Idade Peso (Gramas) Conv. Alimentar
21 dias 575 1.49
28 dias 895 1.64
35 dias 1245 1.77
42 dias 1615 1.89
49 dias 2000 2.05
56 dias 2395 2.20
63 dias 2760 2.34
A quantidade de ração consumida é igual ao peso da ave Multiplicado
pela conversão alimentar da data correspondente.
74

Tabela – Controle de Peso do Frango Caipira Rouge


Controle de Peso da Caipira Rouge
Idade em Peso / ave Cons. Dia Acumulo
Semanas (gramas) (Gr) (Kg)
1 70 12 0,084
2 140 19 0,217
3 220 26 0,399
4 300 32 0,623
5 380 38 0,889
6 470 41 1,176
7 570 45 1,491
8 660 48 1,827
9 750 51 2,184
10 830 54 2,562
11 910 56 2,954
12 990 58 3,360
13 1070 60 3,780
14 1150 63 4,221
15 1230 67 4,690
16 1320 72 5,194
17 1410 78 5,740
18 1500 84 6,328
22 1840 107 9,114
24 1910 111 10,654
26 1940 113 12,229
28 1950 113 13,811
30 1950 113 15,393
36 2000 113 20,139
40 2000 113 23,303
50 2040 112 31,157
70 2080 109 46,627
73 2090 108 48,895
Estes dados são baseados em consumo de aves num galpão de 21º C.

Ovos Caipiras

Uma vez que as aves atinjam 19 semanas nota-se um desenvolvimento


mais acelerado das cristas e barbelas tornando-se mais vermelhas, que é um sinal de
que as aves estão entrando em maturidade sexual. Nove semanas após o
75

aparecimento do primeiro ovo, a “Caipira Rouge” deverá atingir o pico de produção


que é de aproximadamente 90% como mostra a tabela abaixo.

Idade (sem) Produção de Ovos Peso do Ovo


Ave/ Dia % Acumulo (Média – Gr)
19 3 0,2 47
20 17 1,4 49
21 40 4,2 50,6
22 75 9,4 52,2
23 88 15,5 53,5
24 92 21,9 54,8
25 93 28,4 55,9
26 94 34,9 57
27 94 41,4 57,8
28 94 47,9 58,5
29 93 54,3 59,2
30 93 60,7 59,8
31 93 67,1 60,3
32 93 73,6 60,8
33 92 79,9 61,2
35 91 92,5 61,9
36 91 98,7 62,4
38 91 111,2 62,6
39 90 117,3 62,8
44 89 148 63,7
48 87 171,8 64,5
52 85 195,1 65,1
56 82 217,4 65,6
60 80 239 66,3
64 76 259,7 66,7
68 73 279,4 66,9
73 69 302,7 67,1

Com o aparecimento do primeiro ovo é necessário que se faça a mudança


da ração de crescimento para a ração de postura e após esta mudança recomendamos
que não seja mais trocado, nem o tipo nem a marca da ração, devendo ser usada a
mesma marca do início ao fim da postura, pois se houver a troca durante a fase de
produção, pode ocorrer queda brusca na produção devido o stress da troca e no
retorno da produção pode ser lenta e demorada.
76

Controle Sanitário

A higiene é fundamental em qualquer tipo de criação, pois, em se


tratando de doença, o que de melhor pode ser feito é prevenir. Da mesma forma, as
aves de linhagem Caipira Label Rouge, embora sejam rústicas, também necessitam
de certos cuidados de higiene no galpão e no campo, além de algumas vacinações.
Após a retirada de um lote velho deve-se retirar toda as fezes, cama, restos de ração,
lavagem dos equipamentos, instalações e desinfecção das mesmas.

Aves Estranhas

Nenhuma das três linhagens caipiras Label Rouge deve ser criada junto de
patos, marrecos, gansos ou outras raças e linhagens de frango ou caipira. Essas aves
são portadoras de inúmeras doenças que podem ser transmitidas aos frangos e
galinhas caipiras da linhagem Label Rouge. Outro cuidado necessário é não misturar
pintos com frangos e galinhas de idades diferentes.

Vacinação

Os pintos das três linhagens caipiras Label Rouge chegam às suas mãos
vacinados contra a doença de Marek e a Bouba Aviária. No entanto, é importante
um programa mínimo de vacinação preventiva contra as duas doenças mais comuns
em aves: a Newcastle, também conhecida como peste aviária, e a bouba,
popularmente chamada de pipoca ou carroço ( ver tabela de vacinação).
Mesmo com todas essas precauções, outras doenças como Coccidiose
crônica respiratória e diarréia podem ocorrer com as aves. Nesse caso, consulte
imediatamente seu veterinário.
77

Tabela – Vacinação para Linhagem Label-Rouge


Vacinação Para Linhagem Caipira Label Rouge de Corte
Idade Vacina
10º dia Newcastle (tipo lasota), ocular
35º dia Newcastle (tipo lasota), ocular

Vacinação Para Linhagem Caipira Label Rouge de Postura


Idade Vacina
10º dia Newcastle (tipo lasota), ocular
35º dia Newcastle (tipo lasota), ocular
7 a 8 semanas Bouba forte (aplicar na membrana da asa)
4 em 4 meses Newcastle (tipo lasota), ocular

Ao vacinar, siga as instruções do fabricante. Caso haja qualquer dúvida


ou anormalidade, procure a Casa da Lavoura, o laboratório mais próximo ou um
veterinário.

Manejo dos Ovos

Os ovos sejam eles da “Caipira Rouge”, ou não, devem ser conservados


em geladeiras ou câmara fria, pois a baixa temperatura permite que o ovo conserve
suas propriedades de ovo fresco por mais tempo. Além disso é de suma importância
que os ovos estejam sendo botados dentro dos ninhos para que se obtenha um
produto de melhor qualidade.
Para que isso ocorra é necessário que o ninho esteja sempre limpo e seco,
proporcionando um ambiente mais aconchegante para as aves evitando assim, a
postura no chão. Para evitar que a galinha durma dentro dos ninhos, predispondo à
se tornar choca, é necessário fechar a entrada dos ninhos ao anoitecer e abrí-los ao
amanhecer.
78

Componentes Energéticos

Cada unidade do ovo caipira, das duas linhagens Label Rouge, é um


verdadeiro concentrado de energia e vitaminas. Apresentam 76 calorias, 112% de
protídeos e 11% de lipídeos.
Além disso, o ovo caipira é composto de 10 minerais e 12 vitaminas, em
especial as do tipo A, D, B1, B2, e PP. Pesando entre 55 a 65 gramas, ele possui
casca dura e gema avermelhada.

Escalonamento de Produção

O escalonamento permite ao produtor manter um fluxo constante de


produção e receita, facilitando a programação de entrega do produto final aos
consumidores.

Escalonamento de Postura: São necessários 03 galpões em alojamento de lotes a


cada 25 semanas.
Escalonamento de Corte: O escalonamento de corte varia em função da idade e da
distância entre abates. Se for convencionado abates quinzenais, 63 dias de idade, são
necessários 5 galpões para se manter o ciclo de abates quinzenais.

Descarte

Após as 28 semanas passa a ocorrer uma queda suave e constante na


produção de ovos até que não seja mais economicamente viável (que ocorre em
torno de 70 semanas de idade) continuar com o lote pois a produção fica inferior a
65%.
79

Confira Você Mesmo

Existem diversos fatores de manejo que podem afetar negativamente a


qualidade e/ou produtividade dos lotes.
• Construção e ou designer inadequadamente de comedouros e
bebedouros;
• Condições péssimas de cama, como esterco molhado, material
inadequado ou umidade baixa demais;
• Super população de aves;
• Baixa ventilação;
• Temperaturas excessivamente altas;
• Número insuficiente de bebedouros e comedouros;
• Controle de doença ignorado;
• Falta de cuidados no manuseio com as aves vivas ou após abate.
Para encomendas do Frango Linhagem Label Rouge, entrar em contato
pelo telefone (0XX) 15 – 262 – 4144 ramal 211.
80

CAPÍTULO V

Criação de Suínos no Núcleo de Pesquisa


São Vicente - Uso da Ração Alternativa de
Resíduo de Mandioca na Alimentação de
Suínos em Crescimento

Coordenadora
GIOVANNA PADOA DE MENEZES
81

USO DA RAÇÃO ALTERNATIVA DE RESÍDUO DE


MANDIOCA NA ALIMENTAÇÃO DE SUÍNOS EM
CRESCIMENTO

14) RESUMO

A área de pesquisa do Instituto São Vicente dispõe hoje de 21 marrãs, isto


é, fêmeas iniciando a vida reprodutiva, com rebanho total de 50 animais, sendo um
reprodutor. O manejo geral diário da granja baseia-se nas tarefas de limpeza com
jato d’água 3 vezes por semana e com varrição e recolhimento de fezes 2 vezes por
semana; alimentação e observação de cio nas fêmeas e de sinais patológicos que
acometam o rebanho.
O controle dos animais é realizado através de fichas individuais onde são
anotados dados como data de cobertura, data de retorno ao cio, data prevista de
parto, data de entrada na maternidade, atividades de controle parasitário e cuidados
gerais. O manejo durante parto e lactação e o manejo de leitões também é
acompanhado. Atualmente o núcleo apresenta uma média de 11 leitões nascidos por
porca com uma taxa de mortalidade na maternidade de entorno de 15 %, não tendo
acontecido perdas posteriores.
O manejo de leitões começa com os tratos gerais necessários com a porca
prenhe e assim que nascem, são feitos corte de dentes, o corte e a desinfecção de
umbigo, e então são postos para mamar o colostro, que é de grande importância a
ingestão deste nas primeiras 24 horas de nascido, pois é nesta fase que ocorre a
absorção de anticorpos. Outro cuidado é o aquecimento dos leitões recém nascidos,
já que estes não possuem o aparelho termorregulador atuante até o 15º dia de vida. A
alimentação do rebanho é feita 2 vezes por dia com ração balanceada para cada
categoria animal e fabricada no próprio Instituto São Vicente.
A previsão de nascimentos até o final do ano e no mínimo de 80 leitões
nascidos e 75 leitões desmamados perfazendo em torno de 2500 kg de carne. Os
animais são abatidos por volta dos 90 dias de idade, sendo que algumas fêmeas são
selecionadas para reposição do plantel. O abate dos animais é feito no abatedouro
do Instituto São Vicente.
Os suínos por serem animais monogástricos, apresentam uma reduzida
capacidade de armazenar alimentos em seu trato gastrointestinal, sendo o acesso
82

deste contínuo e de passagem rápido. O tipo de digestão é enzimático sendo muito


pequeno o aproveitamento das fibras contidas na sua alimentação (Beterchini, 1998).
Atualmente, os suínos são arraçoados com rações a base de milho e farelo
de soja., representando 70 a 80 % do custo de produção. Buscando diminuir este
custo, partimos para a utilização de rações alternativas, as quais supram as
exigências nutricionais dos animais, apresentando mesmo desempenho produtivo.
A mandioca ( Manihot esculenta crantz) é um produto energético que pode
ser utilizado como sucedâneo do milho em rações de suínos. Sua composição
apresenta 65% de água, 31% de carboidratos ( amido) e de 2 a 3 % de proteína bruta.
O experimento foi desenvolvido com o objetivo de estudar e demonstrar a
viabilidade produtiva e econômica da utilização de uma ração alternativa na
alimentação de suínos em fase de crescimento e com isso, elaborar rações para
diversas categorias animais.
O trabalho foi realizado com 22 animais de mesmo sexo, que iniciaram a
pesquisa com 50 dias e peso médio de 22 Kg, sendo os mesmos pesados em
intervalos regulares de 30 dias, até a idade de 180 dias. Esses animais foram
divididos em 4 lotes e mantidos sob a mesma condição ambiental e sanitária e
recebendo ração “ad libidum”. Cada lote recebeu um tipo de ração:
• LOTE A - foi alimentado com uma ração de 100% de mandioca.
• LOTE B - foi alimentado com uma ração a qual continha 70% de mandioca, 10%
de milho e 20% de concentrado protéico.
• LOTE C - foi alimentado com uma ração com 60% de mandioca e 40% de
concentrado protéico.
• LOTE D - testemunha absoluta (ração convencional)
Os diferentes tipos de ração apresentaram um bom consumo pelos animas.
O resíduo de mandioca, antes de ser misturado ou fornecido aos animais era secado
e desidratado por um período de 72 horas (Fialho, 1997). Esta prática é necessário
para a eliminação dos componentes cianogênicos presentes, evitando intoxicações
alimentares nos animais. Não foi observado nenhum tipo de alteração no quadro
clínico dos animais arraçoados com rações de mandioca, utilizada após esse manejo.
Foram realizadas 3 pesagens sendo que no final do experimento a média de
peso dos animais foi de 75 Kg. Os resultados da média de peso dos lotes avaliados
aos 65, 90 e 120 dias estão demonstrados na tabela 1.
83

Média de peso dos animais dos 4 lotes avaliados aos 65, 90 e 120 dias de idade.
LOTE A LOTE B LOTE C LOTE D
Peso em KG aos 50 dias 22,1 22 22,2 22,1
Peso em KG aos 65 dias 26,3 26,5 26,8 26,9
Peso em KG aos 90 dias 45 45,3 46,2 45,8
Peso em KG aos 120 dias 74,5 74,8 75,2 75

Ao término da pesquisa observou-se que o ganho de peso médio foi


semelhante em todos os lotes. Porém, os animais do lote A e B se apresentaram com
um maior acúmulo de gordura, principalmente na papada, e uma espessura de
toucinho superior a 3,2 e 2,5cm respectivamente. A causa deste maior acúmulo de
gordura se deu provavelmente pelo baixo fornecimento protéico, já que a mandioca
possui apenas de 2 a 3 % de proteína bruta, e os animais desta categoria necessitam
de 13 a 18% de PB para seu melhor desenvolvimento (Teixeira- 1997). Os animais
que receberam uma quantidade significativa de proteína apresentaram uma melhor
qualidade de carcaça, com espessura de toucinho de 1,8 a 2,1 cm. Esses animais
apresentaram um rendimento médio de carcaça de 70 %.
84

CAPÍTULO VI

Trabalhos Publicados em
Anais pela Universidade
Católica Dom Bosco
85

1) ENGORDA DE FRANGO CAIPIRA, OPÇÃO PARA O


PEQUENO PRODUTOR.

(Publicado no I Encontro Técnico Científico do Pantanal 2000, no


período de 2 a 7 de setembro/00).

Segundo Gessulli (1999) a linhagem Label Rouge é uma linhagem caipira


de frangos de corte, desenvolvida na França onde procuraram aliar a produtividade
do frango de granja, com a rusticidade e sabor da carne diferenciado do frango
caipira. Esta linhagem tem como característica principal a rusticidade e ganho de
peso. A exigência no manejo é mínima, pois como são aves que tem uma rusticidade
bastante acentuada, podem ser criadas em ambientes sem muito controle, por
exemplo, em quintais totalmente soltas ou em semi-confinamento em galinheiros
simples, construídos com os próprios materiais disponíveis na propriedade. Aliado a
estas vantagens, na criação de frangos caipiras pode ser utilizado produtos
alternativos no balanceamento da ração.
Segundo Englert (1998), na criação de aves a ração importa 60 a 70% do
custo total de produção, o que mostra a importância que deve ser dada ao custo da
mesma. A utilização de produtos baratos e alternativos, como a folha, ramas, casca e
ponta da raiz da mandioca, na alimentação irá viabilizar a implantação da avicultura
alternativa para o mini e pequeno produtor.
O projeto desenvolvido na área de pesquisa da Lagoa da Cruz da UCDB,
tem como objetivo demonstrar a produtividade desta linhagem com a utilização de
resíduos da mandioca (folha, casca e a ponta da raiz), no balanceamento da ração
desta aves, diminuindo o custo da alimentação, e procurando manter uma boa
produtividade e uma relação custo beneficio positiva. O experimento foi realizado
em Campo Grande/MS, na área de pesquisa da Lagoa da Cruz/UCDB. Foram
alojados 400 frangos de corte com um dia de vida, com uma densidade de 10
aves/m2 no galpão. A partir do 21º dia de vida as aves tiveram acesso a um espaço
de pastejo, plantada com brachiaram (Brachiaria decumbens) com uma densidade de
um frango/2m2, onde permaneciam durante todo o dia, tendo livre acesso ao galpão,
sendo recolhidas no final do dia. Todo os comedouros e bebedouros permaneciam
dentro do galpão. Foi fornecida ração comercial até os 21 dias de vida, sendo a
86

mesma substituída por ração a base de resíduos da mandioca a partir do 22º dia de
vida, e seu peso controlado por pesagens no 38º, 45º, 52º, 66º e 78º dias de vida.
Foram realizadas todas as pesagens com 100% do lote, sendo que na
última pesagem foi totalizados 401 animais. Em toda compra de pintainhos a
empresa bonifica com 1% a mais de pintainhos do número pedido, ou seja, dos 400
pintainhos pedidos vieram 4 a mais, desta forma podemos verificar que a
mortalidade acumulada nestes 78 dias foi de 3 pintainhos (0,74%). Não foram
eliminados aves com algum tipo de doença ou retardo no crescimento, ou seja, 0%
de eliminados, demostrando desta forma a grande rusticidade destas. A pesagem foi
feita até o 78º dia de vida das aves quando foram abatidas. Analisando os resultados
da evolução dos pesos conforme a idade, demostrados na Tabela 1, pode-se verificar
que a ração de resíduos da mandioca proporcionou um ganho de peso considerável e
a terminação dos frangos caipiras em um curto espaço de tempo, levando em
consideração a linhagem estudada.
Os animais se apresentaram bastante resistentes, morrendo apenas 3, num
universo de 404 aves. Segundo dados da pesquisa desenvolvida por Magossi et all
(1999), na ESALQ/USP-Piracicaba-SP, com a utilização do macho pescoço pelado
desenvolvida no Departamento de Genética, ESALQ/USP, com a cruza de galinhas
de raça New Hampshire, obteve uma média de peso dos F1 de 1,729 Kg aos 58 dias
de vida. Gessulli (1999) pesquisando a mesma linhagem Label Rouge, em Porto
Feliz/SP conseguiu média de 1,025 Kg de peso vivo aos 42 dias de vida.
Podemos concluir que a utilização de ração de resíduos da mandioca na
engorda do frango caipira da linhagem Label Rouge, é uma alternativa para o
pequeno produtor na forma de diversificação e diminuição do custo de produção,
levando a comercialização um produto diferenciado e com baixo custo de produção.
87

2) IMPORTÂNCIA DA RAÇÃO DE MANDIOCA NA


CRIAÇÃO DO FRANGO CAIPIRA A NÍVEL FAMILIAR

(Publicado no I Encontro Técnico Científico do Pantanal 2000, no


período de 2 a 7 de setembro/00).

Com o objetivo de estudar a performance rústica e alimentação alternativa


da linhagem “Label Rouge”, instalou-se 03 experimentos na Área de Pesquisa Lagoa
da Cruz/ UCDB, em 03 períodos distintos do ano de 99/00. Em cada experimentos
foram alojados 400 frangos de corte com 01 ano de vida, os lotes de frango foram
criados separadamente. A partir do 21º dia de vida as aves tiveram acesso a um
espaço de pastejo onde permaneciam durante todo o dia, tendo livre acesso ao
galpão. Os animais foram criados sendo fornecida ração à base de mandioca, e seu
peso controlado por pesagens semanais a partir do 38º dia de vida até o 78º dia, onde
foram abatidas. Após a primeira etapa deste ensaio experimental, concluímos que a
raspa de mandioca moída e misturada com farelo de milho e farelo de soja,
demonstram excelente performance com componente das três formulações testadas.
Após a primeira etapa deste ensaio experimental, concluímos que depois
de repetir este ensaio a raspa de mandioca moída e misturada com farelo de milho e
farelo de soja, demonstram excelente performance com componente das três
formulações testada, a raspa de mandioca a 63,6% na mistura 3, demonstram ganho
de peso semelhante aos da mistura 1 e 2, segundo a literatura e análise realizada nos
laboratórios da UCDB, a raspa de mandioca é um elemento energético, chegando no
máximo a 1,87% proteína enquanto que a folha farelada e moída pode chegar a 28%
de proteína bruta, suficiente como componentes proteico de uma ração de
confinamento, o tratamento com ração de mandioca demonstram ganho de peso em
relação as rações formuladas e com uma grande vantagem altamente econômica,
agregando valores ao frango, maximizando lucro e minimizando custos.
O frango caipira é uma alternativa para o pequeno produtor, não somente
pela sua alto resistência, mas também diminuindo as perdas por mortalidade,
aumentando a produtividade e com isso agregando valores nos produtos.
Proporcionando ao pequeno produtor ingressar na atividade avícola sem grandes
investimentos iniciais e com poucos riscos de perda.
88

3) RAÇÃO DE RESÍDUO DE MANDIOCA PARA SUÍNOS EM


CRESCIMENTO

(Publicado no I Encontro Técnico Científico do Pantanal 2000, no


período de 2 a 7 de setembro/00).

Com o objetivo de estudar e demonstrar a viabilidade produtiva e


econômica da utilização de uma ração alternativa na alimentação de suínos em fase
de crescimento e com isso, elaborar rações para diversas categorias animais, e de
oferecer conhecimentos teóricos e práticos à técnicos e produtores ligados a essa
atividade, foi desenvolvido na Área de Pesquisa Lagoa da Cruz/UCDB no
município de Campo Grande/MS, durante 1999, um experimento com diversas
formulações de resíduos de mandioca, comparado com um testemunha absoluta.
O trabalho foi realizado com 22 animais de mesmo sexo avaliados por um
período de 180 dias. A pesquisa iniciou em julho de 1999, com animais em idade
média de 50 (cinqüenta) dias e peso médio de 22 Kg, sendo os mesmos pesados em
intervalos regulares até os 120 dias de idade. Foram divididos em 04 lotes e
mantidos sob a mesma condição ambiental e sanitária e recebendo ração “ad
libidum”. Cada lote recebeu um tipo de ração: LOTE A – foi alimentado com uma
ração de 100% de mandioca; LOTE B - foi alimentado com uma ração que
continha 70% de mandioca, 10% de milho e 20% de concentrado protéico; LOTE C
- foi alimentado com uma ração com 60% de mandioca e 40% de concentrado
protéico; LOTE D – testemunha absoluta (ração comum). Foram realizadas 03
pesagens sendo que no final do experimento a média de peso dos animais foi de 75
Kg. Os resultados da média de peso dos lotes avaliados aos 65, 90 e 120 dias estão
demonstrados na tabela
Tabela 1 - Média de peso dos animais dos 4 lotes avaliados aos 65, 90 e 120 dias de idade
LOTE A LOTE B LOTE C LOTE D
Peso em Kg aos 50 dias 22,1 22,0 22,2 22,1
Peso em Kg aos 65 dias 26,3 26,5 26,8 26,9
Peso em Kg aos 90 dias 45,0 45,3 46,2 45,8
Peso em Kg aos 120 dias 74,5 74,8 75,2 75
89

Ao término da pesquisa observou-se que o ganho de peso médio foi


semelhante em todos os lotes. Porém, os animais do lote A e B se apresentaram com
um maior acúmulo de gordura, principalmente na papada, e uma espessura de
toucinho superior a 3 cm, 2 cm e 2,5 cm respectivamente. A causa deste maior
acúmulo de gordura se deu provavelmente pelo baixo fornecimento protéico, já que
a mandioca possui apenas de 2 a 3% de proteína bruta, e os animais desta categoria
necessitam de 13 a 18% de PB para seu melhor desenvolvimento. (Teixeira, 1997).
Os animais que receberam uma quantidade significativa de proteína apresentaram
uma melhor qualidade de carcaça, com espessura de toucinho de 1,8 a 2,1 cm.
Quanto a viabilidade econômica da utilização da mandioca nas formulações de ração
de crescimento para suínos, verificamos uma diferença de custo que varia entre 150
a 200% a mais para o milho.

4) SOPÃO ALTERNATIVO NA ALIMENTAÇÃO DO GADO


LEITEIRO

(Publicado no I Encontro Técnico Científico do Pantanal 2000, no


período de 2 a 7 de setembro/00).

O conhecimento de alternativas para a melhoria do rendimento e baixo


custo para a produção de leite e carne é considerado primordial na atual fase de
desenvolvimento da pecuária. O potencial das pastagens tropicais para a produção
de leite e carne foi bastante discutido nos últimos anos. Segundo o Ministério da
Agricultura a maioria dos sistemas que utilizam pastagens tem revelado um
potencial produtivo muito baixo. Pode-se estimar que a relação bovino/área de
pastagens no País seria de somente 0,83 cabeças/ha em 1992 e supor que os valores
sofreriam pouca alteração pela separação dos animais confinados. A partir de
Agosto de 1999, foi instalado na área de pesquisa Lagoa da Cruz/UCDB, um
experimento objetivando o melhoramento do rebanho leiteiro sendo que os animais
de descarte foram para o confinamento, na alimentação foi utilizado uma ração com
a seguinte composição: farelo de soja + farelo de trigo + farelo de aveia + núcleo,
silagem de milho e água, nas proporções de 10%, 60% e 30% respectivamente,
sendo denominada a referida mistura de sopão.
90

Obteve-se no início do experimento, um aumento na produção de leite de


15%, um ganho de peso no confinamento de 10% resultando em uma economia de
20% de ração e silagem por animal/mês. O criatório apresenta hoje excelentes
resultados. A atual média leiteira do rebanho é de 10 lt /dias para um plantel de 10
matrizes em lactação e um ganho de peso de 1,200 Kg/dia, para os animais
confinados. Os resultados obtidos demonstram que as fontes de baixo custo com
qualidade tem resultados significativos; conclui-se que o setor necessita possuir
fontes alternativas de alimentação, incluindo produtos obtidos na propriedade,
utilizando-se dessa formas de métodos racionais de aproveitamento de subprodutos
oriundos de resíduos vegetais e animais, minimizando custos e maximizando lucros.
Pois segundo JARDIM 1976, a alimentação correta contribui para a produção mais
econômica, porque permite o melhor aproveitamento dos alimentos ingeridos e
assim como o bom aproveitamento de forragens conservadas como feno ou silagem,
ao mesmo tempo que o criterioso uso de alimentos concentrados no balanceamento
das rações, contribuem para baixar o custo da alimentação, consequentemente da
produção dos animais, tornando-a mais econômica.
Tabela 01 – Produção diária de leite com sopão em relação a alimentação anterior
(Ração I)

ALIMENTAÇÃO PRODUÇÃO LEITE (L)


Ração I 130 *
Sopão 100 **
*Rebanho de 30 vacas
** Rebanho de 10 vacas

Tabela 02 – Ganho diário de peso (Comparativo)


ALIMENTAÇÃO GANHO DE PESO (KG)
Ração I 1.080
Sopão 1.200
Obs: Novilhas descartes (Leiteiras)
91

5) DESENVOLVIMENTO LOCAL ATRAVÉS DA


AGRICULTURA ALTERNATIVA PARA PEQUENAS
COMUNIDADES RURAIS

(Publicado no I Encontro Técnico Científico do Centro de


Ciências Exatas e da Terra - UCDB, no período de 24 a 27 de
outubro de 00).

O lugar é o receptor da flecha do tempo, é o espaço do acontecer solidário


o futuro está no lugar, e ainda que o lugar é o revelador e escancara o mundo, ou
seja, pelo lugar podemos encarar o mundo e tudo acontece no lugar. O
Desenvolvimento Sustentável de um local, ocorre a partir das ações de seus atores,
da aptidão e perfil da região, a qual vai consolidá-lo como identidade. A agricultura
alternativa tornou-se um grande negócio para o produtor rural, por ser um segmento
rentável e dinâmico do complexo rural, com um investimento pequeno e de retorno
rápido. É de fundamental importância para o processo de desenvolvimento
econômico e social, pois, desempenham o papel de alavancar vários outros
segmentos de produção de alimento e qualidade de vida.
Dentre os produtos pesquisados como alternativa na UCDB/NUPESVI,
para a pequena empresa rural, encontra-se a ração de subprodutos da cultura da
mandioca, engorda de frango caipira com ração alternativa de mandioca, suínos e
bovinos em regime de semi-confinamento. Também foram pesquisadas nos últimos
anos as culturas alternativas de cará, consideradas culturas de múltiplo
aproveitamento, tanto na alimentação humana como animal, excelentes fornecedora
de matéria orgânica para o solo com sua parte aérea, também podem ser
considerados ecológicos, pois não apresentam inimigos naturais, dessa forma, não
lhes são necessárias as aplicações de defensivos agrícolas.
A utilização destas culturas animais e vegetais, consideradas alternativas,
facilita o pequeno produtor, pois são culturas resistentes, que não demonstram
tecnologias de ponta, agregando valores aos produtos, com isso, maximizando lucros
e minimizando custos, o que contribui para geração de renda do segmento rural,
fixando o homem ao campo e promovendo uma identidade local. O município de
Campo Grande, possui perfil desta agricultura alternativa, pois, possui das 1.172
propriedades rurais, 959 delas com menos de 1.000 ha, sendo 519 propriedades com
92

menos de 300 hectares, onde encontramos a agricultura familiar de subsistência, na


qual as culturas alternativas tem uma enorme importância quanto a melhorias da
qualidade de vida. Além de que, para que haja uma boa produção na agricultura é
necessário a interação entre os fatores abióticos e bióticos.
93

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Modelo Tradicional de Galinheiro

Galpão Alternativo para Engorda de Frango Caipira – NUPESVI /UCDB

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