CAPÍTULO 30
EMERGÊNCIAS GERIÁTRICAS
1. Introdução
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Ao longo dos últimos anos tem-se ainda observado um aumento no número de ido-
sos vítimas de crimes, que ocorrem tanto em casa como nas ruas.
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2.4.1. Visão
2.4.2. Audição
É o que sofre mais mudanças com a diminuição da função. Caixa torácica diminui,
assim como todos os músculos ligados à respiração. As costelas ficam menos móveis e
as articulações costais se calcificam. Menor ação dos cílios, dilatação dos bronquíolos e
diminuição do número de alvéolos. Reflexo da tosse e sua eficiência diminui. Essas mu-
danças resultam em:
● Menor profundidade da respiração;
● Menor ventilação;
● Menor capacidade vital;
● Menor oxigenação de todos os tecidos do corpo.
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A coluna vertebral muda por inteiro com a idade pelos efeitos da osteoporose (per-
da óssea) e da calcificação dos ligamentos de suporte. Esta calcificação causa redução
da amplitude de movimentos e estreitamento do canal medular, o que coloca estes doen-
tes em alto risco para lesões medula-
res, mesmo nos traumas menos com-
plexos. A coluna tóraco-lombar tam-
bém degenera progressivamente e a
combinação da osteoporose e altera-
ções da postura leva ao aumento das
quedas. O socorrista deve ter alto nível
de suspeita para lesões raquimedula-
res durante a avaliação do doente, pois
mais de 50% das fraturas por compres-
são vertebral são assintomáticas.
Fig 30.4 – Curvatura da coluna
Redução dos níveis de filtração pelos rins (os rins diminuem de tamanho e perdem
a capacidade de concentrar urina, especialmente à noite) e redução da capacidade de ex-
creção. Estas alterações devem ser consideradas quando se administra drogas depura-
das pelos rins. A perda crônica da função renal, que habitualmente é encontrada no idoso,
contribui para a deterioração da saúde geral do doente e sua capacidade de resistir ao
trauma.
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3. Avaliação
4. Mecanismo do Trauma
4.1. Quedas
De acordo com Brunner; Suddarth (2000) os acidentes estão em sétimo lugar como
causa de óbito entre as pessoas idosas. As quedas ameaçam a saúde e a qualidade de
vida. As conseqüências normais e patológicas do envelhecimento contribuem para a mai-
or incidência de quedas. As alterações visuais, como perda de percepção de profundida-
de, suscetibilidade a maior intensidade da luz, perda de acuidade visual e dificuldades de
acomodação à luz, os déficits neurológicos incluindo a perda do equilíbrio, do sentido de
posição e tempo maior de reação aos problemas cardiovasculares decorrentes de hipóxia
cerebral e hipotensão postural, as alterações cognitivas e muscoloesqueléticas. Muitos
medicamentos e álcool podem causar tonteiras e falta de coordenação. Em relação às fra-
turas, os fatores de risco mais importantes são as quedas e a redução de massa óssea. A
diminuição da massa óssea deve-se a três causas: baixo pico de massa óssea na idade
adulta, resultante de fatores genéticos, ingestão insuficiente de cálcio e falta de exercíci-
os.
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De acordo com PHTLS (2004) as agressões violentas são responsáveis por 10%
das admissões de idosos traumatizados. A necessidade de cuidado contínuo pode predis-
por uma pessoa idosa ao abuso por parte do cuidador.
4.4. Queimaduras
Em função da atrofia cerebral, uma hemorragia subdural pode existir com achados
clínicos mínimos. O trauma cranioencefálico associado ao choque hipovolêmico resulta
em taxa de mortalidade mais alta.
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5. Tratamento
Geralmente as dentaduras devem ser mantidas no local para garantir uma melhor
vedação ao redor da boca com a máscara. Contudo, próteses dentárias parciais (pontes)
ou quebradas devem ser removidas, pois durante uma emergência podem ser deslocadas
e causar obstrução total ou parcial das vias aéreas.
5.2. Respiração
5.3. Circulação
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A freqüência cardíaca não é bom indicador de trauma no idoso em função dos efei-
tos de medicamentos e da inadequada resposta do coração às catecolaminas circulantes
(epinefrina). Informações quantitativas ou sinais clínicos não devem ser usados de forma
isolada de outros achados.
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5.6. Imobilização
Ao colocar o colar cervical em uma vítima idosa com cifose grave, o socorrista deve
assegurar que o colar não comprima as vias aéreas ou as artérias carótidas. Meios me-
nos tradicionais de imobilização, como uma toalha enrolada e coxins para a cabeça, po-
dem ser cogitados, se os colares cervicais padrão forem inapropriados.
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