(NATURAL AND ARTIFICIAL BREEDING MANAGEMENT AND ITS IMPORTANCE IN FISH PRODUCTION IN BRAZIL)
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o cultivo seja finalizado em período onde a de maturação avançada. Na segunda geração, essa
comercialização seja otimizada (VENTURIERI e técnica foi aprimorada, mediante a utilização de
BERNARDINO, 1999), como por exemplo durante a hipófise, homóloga ou não, desidratada em acetona e
Semana Santa. conservadas em ambiente isento de umidade. Além
A manipulação ambiental em sistemas disto passou-se também a utilizar gonadotropina
“indoor”, reproduzem as condições exógenas humana (hCG) e de peixes para a desova em
propícias para o desenvolvimento gonadal e processo cativeiro. A terceira geração engloba as técnicas de
de desova e dessa forma estimulam nos reprodutores indução mediante o uso de substâncias mais
a produção hormonal necessária para propiciar a processadas como análogos de gonadotropinas
reprodução em cativeiro. associados ou não com antagonistas de dopamina,
Em outra vertente, estão os peixes que se domperidona, pimozida, metoclopramida e anti-
reproduzem em ambientes de água não correntosa estrógenos, bem como processos de controle e
ou lêntica (lagos, lagoas, tanques, etc), conhecidos manipulação ambiental.
como peixes lênticos, os quais não realizam migração Na década de 80, as técnicas de
reprodutiva (piracema) e neste caso pode-se reprodução, induzida ou não, foram modificadas e/ou
dispensar a indução hormonal para obtenção da aprimoradas no Brasil, com a vinda de tecnologias
reprodução em cativeiro. Nesses peixes, cuja trazidas por pesquisadores estrangeiros,
resposta fisiológica aos estímulos ambientais principalmente os húngaros, pois o Brasil tinha um
reprodutivos não está baseada na piracema, a programa de cooperação com a Hungria.
manipulação da reprodução em cativeiro, se faz Na década de 90, a explosão de pesque-
principalmente por alterações no manejo, buscando pagues, criou uma grande demanda por alevinos
reproduzir as condições naturais para a desova para serem engordados para futura comercialização
destes peixes. Assim, em algumas espécies, a neste setor. Isto provocou grande avanço na
reprodução pode ser estimulada pela presença de piscicultura, estimulou o surgimento de piscicultores
abrigos e ninhos, como por exemplo no caso do especializados na produção de alevinos, e desse
trairão e do catfish, e estruturas de fixação de ovos modo, disseminou pelo Brasil, a técnica e prática da
que são utilizadas na desova da carpa comum. Para reprodução induzida bem como o seu
esta última espécie, assim como para os lambarís, é aperfeiçoamento para diversas espécies de peixes,
comum se adotar propositadamente estratégias de principalmente as nativas. Para as espécies exóticas
manejo estressantes que induzem a desova. já haviam protocolos operacionais os quais, inclusive
A reprodução dos peixes não reofílicos serviram de base para as técnicas de reprodução
apresenta baixo custo para a obtenção de alevinos, artificial utilizadas para as espécies brasileiras.
pois dispensa o uso de hormônios, instalações e Atualmente, para a reprodução induzida de
mão-de-obra especializada que oneram a reprodução peixes em cativeiro, a maioria dos piscicultores
em cativeiro dos peixes reofílicos. Por outro lado, utiliza a hipófise desidratada de carpa, pela
com a reprodução natural o produtor tem pouco facilidade de obtenção do produto, bem como pela
controle do processo reprodutivo dos animais, devido simplicidade desta metodologia, apesar do seu custo
à dificuldade em implantar um programa de ser elevado, aproximadamente 400 dólares o grama.
acompanhamento do desenvolvimento dos gametas, Apesar dos custos fixos na produção de alevinos por
e da qualidade dos reprodutores indução serem elevados, o custo final por unidade
produzida é baixo devido a alta fecundidade das
espécies utilizadas (uma fêmea de 1 Kg pode
BREVE HISTÓRICO DA REPRODUÇÃO DE produzir mais de cem mil ovócitos) e o controle do
PEIXES processo produtivo que permite um maior
aproveitamento dos ovos, tornando esta atividade
uma das mais rentáveis na aqüicultura.
A obtenção de alevinos de peixes cultivados O valor de mercado dos alevinos de peixes
que pudessem ser utilizados para a engorda foi um reproduzidos em cativeiro é muito varia em função da
dos primeiros passos para que a piscicultura dificuldade de obtenção dos mesmos, devido aos
passasse do extrativismo para as atuais formas de diferentes estágios em que se encontram o domínio
cultivo. da técnica reprodutiva. Assim, por exemplo, um
O processo do manejo da reprodução de milheiro de alevinos de pacu, tambaqui ou tilápia
peixes em cativeiro é bastante antigo, pois já em custa em média 50 reais (ou cinco centavos a
1795 se conhecia a técnica de reprodução artificial da unidade), este baixo valor é devido ao total domínio
truta, peixe reofílico que não necessita de indução da técnica de reprodução e alevinagem destas
hormonal, sendo apenas feita a extrusão dos espécies. Entretanto em alguns peixes, geralmente
gametas e a fecundação externa e posterior carnívoros, como o dourado e o surubim, apesar da
incubação. Podemos chamar este processo de reprodução ser obtida com facilidade o processo de
reprodução assistida. alevinagem é ainda problemático principalmente por
Segundo DONALDSON (1996), as técnicas causa do alto canibalismo intraespecífico que impede
reprodutivas mediante indução hormonal podem ser uma produção em massa de alevinos. Esta
divididas em três gerações. Pertencentes à primeira dificuldade restringe o processo a poucos produtores
geração, os êxitos iniciais na reprodução artificial especializados e gera uma produção muito menor
datam da década de 30, quando peixes foram que a demanda o que faz com que cada alevino seja
induzidos a desovar mediante aplicação de extrato comercializado na faixa de um real e cinquenta
hipofisário bruto homólogo, oriundo de hipófises centavos até dois reais (de mil e quinhentos a até
frescas, extraídas de peixes com gônadas em estádio
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dois mil reais o milheiro). É importante ressaltar que alevinos e insumos tem provocado a escolha do
nos dois casos a produção de alevinos é lucrativa. peixe a ser trabalhado. A demanda do mercado
também pode ter forte influência na escolha de uma
determinada espécie, como se tem observado
PRINCIPAIS ESPÉCIES REPRODUZIDAS E ultimamente com as tilápias. Entretanto muitas
CULTIVADAS NO BRASIL dessas espécies são freqüentemente selecionadas
de forma errônea quando o piscicultor, motivado
principalmente pela propaganda, deixa de considerar
No Brasil, dentre espécies nativas e exóticas, a adequação de uma espécie às características
são reproduzidas e cultivadas mais de 50 espécies ambientais de sua região ou à forma de
de peixes. Várias são as razões desta diversidade. comercialização que ele dispõe. No quadro abaixo
Muitas vezes as características climáticas regionais são citadas os principais peixes reproduzidos em
levam o produtor a buscar espécies mais adaptadas cativeiro em nosso país.
ao local de cultivo, outras vezes a disponibilidade de
Tabela 2. Principais espécies cultivadas no Brasil, técnicas de propagação artificial e principais entraves
Técnica reprodutiva mais utilizada
Nome comum Espécie Principal entrave
comercialmente
Bagre africano Clarias sp. Indução hormonal Coleta de sêmen
Desova em ninhos artificiais e
Bagre de canal Ictalurus punctatus incubação artificial/indução Temperatura
hormonal
Canibalismo nas fases
Matrinchã Brycon sp. Indução hormonal
iniciais, agressividade
Carpa cabeça
Aristichtys nobilis Indução hormonal Sincronia de reprodutores
grande
Carpa capim Ctenopharyngodon idella Indução hormonal Mortalidade de matrizes
Desova natural em Adesividade dos ovos
Carpa comum Cyprinus carpio
substrato/Indução hormonal quando incubados
Carpa prateada Hypophthalmichtys sp. Indução hormonal
Indução hormonal sucedida de
Curimatã Prochilodus sp. -
extrusão ou desova natural
Canibalismo nas fases
Dourado Salmo maxillosus Indução hormonal
iniciais
Desova natural seguida ou não de
Tilápia Oreochromis sp. Manejo da desova
incubação artificial e inversão sexual
Canibalismo (baixo) nas
Reprodução natural e coleta dos
Lambaris Astyanax sp. fases iniciais/baixo volume
alevinos /Indução hormonal
seminal
Canibalismo (baixo) nas
Reprodução natural e coleta dos
Lambari bocarra Oligosarcus argenteus fases iniciais/baixo volume
alevinos/Indução hormonal
seminal
Indução hormonal sucedida de
Piaus Leporinus sp. Agressividade dos machos
extrusão ou desova natural
Reprodução natural e coleta dos Ausência de protocolo de
Pirarucú Arapaima gigas
alevinos/induzida em fase de testes reprodução.
Alimentação das pós-
Surubim Pseudoplatystoma sp. Indução hormonal
larvas, canibalismo
Tambaqui e pacu Colossoma e Piaractus Indução hormonal -
Canibalismo nas fases
Desova natural com incubação
Traíra e trairão Hoplias sp. iniciais. Agressividade dos
artificial
reprodutores
Indução hormonal / desova artificial Alta mortalidade nas fases
Truta arco-íris Oncorhynchus mykiss
induzida pelo fotoperíodo iniciais
Reprodução natural e coleta dos
Tucunaré Cichla sp. -
alevinos
Nos últimos anos, a piscicultura nacional têm farão deles os principais peixes comerciais cultivados
demonstrado interesse por espécies nativas de no Brasil, a inexistência de um pacote tecnológico de
silurídeos e algumas outras espécies carnívoras, produção de alevinos destas espécies restringe a
como é o caso dos piraíbas (filhotes), jundiás, expansão do seu cultivo.
pintados, surubins, dourados e pirarucus. Apesar de Uma atividade piscícola que ultimamente vêm
alguns destes peixes apresentarem características sendo amplamente difundida é a tilapicultura,
como carne branca e saborosa, sem espinhos principalmente com a tilápia do Nilo (Oreochromis
intramusculares (espinhas) aliadas a um porte niloticus), suas linhagens e híbridos. Essa atividade
avantajado, características estas que provavelmente conta com um bom pacote biotecnológico trazido do
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exterior, e que foi aperfeiçoado principalmente na (POPMA e GREEN, 1990), isto é possível pois em
região Sul do país, onde se intensificaram as técnicas peixes a diferenciação gonadal ocorre após a fase de
de incubação artificial e inversão sexual. pós-larva. Isto se justifica pois os machos de tilápia
Também merece destaque a crescente demanda apresentam maior rendimento de carcaça e a criação
por peixes do gênero Brycon (matrinchã, piraputanga, monosexo evita a reprodução que é completamente
picanjuba, piabanha etc), e também algumas indesejada no processo de engorda. Hoje no Brasil
espécies do gênero Leporinus (piaus e piauçu). existe uma demanda crescente por alevinos
A demanda por alevinos estimulou o produzidos mediante este processo de inversão
desenvolvimento da aquicultura que por sua vez ao sexual. Os lotes produzidos sob rigorosa observância
produzir uma maior oferta de peixes estimulou o do protocolo apresentam índices de inversão
consumo e aumentou a demanda. Este próximos à 100%, quando a taxa inversão é baixa o
desenvolvimento da atividade aqüícola trouxe objetivo deste procedimento não é atingido e a
consigo todo o acompanhamento representado pelos consequente ocorrência de desovas durante a
insumos, equipamentos, e vias de comercialização engorda inviabiliza o cultivo comercial deste peixe.
gerando renda e produzindo empregos. Figuras que A reprodução das carpas-comuns é influenciada
surgiram em consequência deste desenvolvimento pela temperatura, e a desova ocorre em plantas
foram o transportador de alevinos e peixes, o submersas ou nas raízes de macrófitas aquáticas
intermediário e o vendedor de alevinos e insumos flutuantes, ou em substratos (kakabans), onde os
bem como o pessoal especializado no apoio técnico ovos aderem-se a estas estruturas. Após ocorrer a
em suas diferentes áreas. Hoje o mercado se abre e desova, estas estruturas com os ovos são
força à especialização, o profissionalismo e a encaminhadas para um tanque isolado para que
organização da atividade aqüícola em sistemas de ocorra a eclosão, evitando a predação dos ovos por
produção e comercialização compatíveis com as parte das matrizes. Reprodução semelhante ocorre
exigências do mercado interno e externo. com lambaris (Astyanax sp. e Oligosarcus sp.)
Com relação aos peixes marinhos nossa entretanto, os ovos podem eclodir no tanque de
piscicultura ainda é incipiente havendo entretanto reprodução, e quando atingem o estágio de alevinos,
grande demanda por algumas espécies mais nobres os peixes são coletados e passam para tanques de
dentre as quais já se pode contar com algumas engorda (ANDRADE e VIDAL JR., 1994).
experiências de produção de alevinos em cativeiro As espécies traíra (Hoplias malabaricus) e trairão
como é o caso dos robalos, peixe-rei, e tainhas entre (Hoplias lacerdae) desovam em ninhos escavados
outros. nas partes mais rasas dos tanques, e ficam
oxigenando e protegendo os ovos contra eventuais
predadores, chegando a atacar animais de maior
PRINCIPAIS TÉCNICAS REPRODUTIVAS porte. O manejo da reprodução destas espécies inclui
a coleta da desova e seu transporte, ao abrigo da luz
solar, para o laboratório, onde são incubados em
o
Desova natural (espécies de águas lênticas) caixas com temperatura constante (26 a 28 C) e
aeração. A larvicultura geralmente é realizada em
tanques escavados.
Neste aspecto, duas espécies exóticas Apesar desse grupo de peixes lênticos
encontradas na piscicultura nacional merecem dispensarem a indução hormonal para que ocorra a
destaque, como é o caso das carpas-comuns desova, as técnicas de reprodução artificial podem
(Cyprinus carpio) e das tilápias, principalmente a ser utilizadas para sincronizar a reprodução, ter maior
tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). A criação da controle sobre os reprodutores e a desova, bem
carpa-comum é bastante difundida, pela simplicidade como manipular o período reprodutivo.
de seu cultivo e tradição de seu consumo entre Os alevinos de carpa e tilápia cuja tecnica de
populações de origem asiática e nos estados do sul reprodução é totalmente dominada e o número de
de nosso país. Além disto dessa espécie se obtém a produtores é elevado, são comercializados por
hipófise utilizada na maioria das reproduções valores mais baixos, geralmente ao redor de 50 reais
induzidas. As tilápias possuem um grande potencial o milheiro, já no caso dos lambaris e trairões, em que
zootécnico, além de características desejáveis para a a demanda, apesar de ainda pequena, não é suprida
industrialização e sua criação vem sendo estimulada pelos produtores de alevinos, os valores de
inclusive pelo governo do Brasil, que pretende fazer comercialização são mais elevados, atingindo
dela um substituto da merluza importada. A produção aproximadamente 250 reais o milheiro.
de alevinos de carpa não costuma apresentar
dificuldades e o processo de engorda não tem sido
afetado pela disponibilidade de alevinos. Em alguns Desova artificial ou induzida (espécies reofílicas)
locais do Brasil a dificuldade tem sido a aceitação da
carne deste peixe que pode apresentar sabor
indesejado (sabor de terra) oriundo geralmente de Existem diversas alternativas para a indução
criação com manejo alimentar inadequado. reprodutiva em peixes, sendo que a maioria das
As tilápias se reproduzem em temperatura acima técnicas se baseia em aplicações
o
dos 22 C e sua desova ocorre naturalmente nos intramusculares/intrabdominal, principalmente na
tanques. A larvicultura destes peixes costuma ser base das nadadeiras peitorais e pélvicas. Diversas
controlada, fazendo-se a masculinização das pós- substâncias indutoras tem apresentado bons
larvas através da veiculação de hormônios esteróides resultados para algumas espécies. Entretanto para a
masculinizantes (testosterona) na alimentação
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maioria das espécies comercias poucos indutores de economicamente em futuro próximo com o avanço
desova foram testados. nas pesquisas e difusão destas tecnologias.
Técnicas inovadoras e ainda em fase de Na tabela 3, são apresentadas e comentadas as
pesquisa tem apresentado bons resultados, como é o principais substâncias indutoras utilizadas
caso dos implantes subcutâneos, que liberam as comercialmente para a desova artificial de peixes. As
substâncias indutoras gradativamente. Entretanto, dosagens apresentadas são valores de referência e
muitas desses procedimentos apresentam custos podem variar dependendo da metodologia utilizada,
elevados, mas poderão ser viabilizados da espécie e do estado fisiológico de maturação
gonadal.
ª
0,5 mg/kg na 1
Facilidade de dosagem e
dose e 5,0
aplicação; fácil estocagem; Falta de padronização ª
mg/Kg na 2
Atua diretamente nas metodologia estabelecida em qualitativa; propagação
dose para
gônadas; induzindo a diversas espécies; pode ser de doenças; reação
Hipófise fêmeas e 0,5 a
maturação através de produzida pelo piscicultor; imune das matrizes;
1,0 mg/Kg em
gonadotropinas possuem outras substâncias custo relativamente
dose única
de efeito sinérgico às elevado
para os
gonadotropinas
machos.
Formas de GnRHs que 10 a 15 mg/Kg
Dificuldade na dosagem;
GnRHs: atuam indiretamente nas para as fêmea
Menor resposta imune; metodologia não
sGnRH, gônadas, induzindo a s e 3 a 5 mg/Kg
padronização qualitativa; definida em muitas
LHRH e produção intrínseca de para os
custo reduzido espécies; estocagem
LHRHa gonadotropinas, na machos.
sob refrigeração
hipófise
Bloqueia o mecanismo 5 mg/Kg
Pode ser ministrado com Dificuldade na dosagem,
Antagonist de inibição efetuado associado ao
gonadotropinas com atuação metodologia não
as de pela dopamina, GnRH utilizado.
sinérgica; menor resposta definida em muitas
Dopamina aumentando a produção
imune; espécies
intrínseca de GnRH.
Gonadotropina humana, Padronização qualitativa, Reação imune; 1000 UI/Kg
GtHs: que atua diretamente facilidade de aquisição; metodologia não
HCG, LH nas gônadas, induzindo estocagem por longos definida em muitas
a maturação períodos; espécies; custo elevado
Na maioria das criações comerciais, a indução modo, matrizes mal nutridas podem gerar ovos e
reprodutiva é feita mediante o uso de hipófise larvas com quantidades de vitelo insuficiente,
desidratada de carpa, que é aplicada na forma de podendo comprometer o processo reprodutivo,
extrato bruto, diluída em solução fisiológica. Esta originando animais com menores chances de
técnica pode ser considerada padrão na indução sobrevivência, ou ainda com potencial zootécnico
reprodutiva, pelas facilidade em se obter informações aquém do seu potencial genético (GUNASEKERA et
pertinentes na literatura e pela facilidade de al., 1996; WOOTON, 1995).
execução, tornando-se uma prática bastante A ovulação em peixes ocorre em média 10 a 14
difundida. horas (dependendo da temperatura) após completado
O extrato hipofisário é aplicado em fêmeas cujas o processo de indução hormonal. Algumas espécies
gônadas apresentem ovócitos em vitelogênese desovam imediatamente após a ovulação e outras
completa. O momento de aplicação é um dos retem os ovócitos por mais tempo, entretanto não é
principais aspectos na reprodução induzida, visto que aconselhado o uso de ovócitos que foram ovulados a
tanto uma aplicação precipitada quanto tardia tendem mais de uma hora pois a viabilidade dos mesmos já
a comprometer o processo de maturação das se encontra bastante reduzida. Para determinar o
gônadas, e para estimar esse momento ideal de momento da ovulação o produtor observa sinais
aplicação cabe ao produtor fazer observações como comportamentais como a natação em carrossel,
a época de reprodução verificada na região, ruídos, espasmos musculares etc. Outro aspecto que
comportamento, abaulamento e consistência da deve ser observado para evitar a perda da viabilidade
região abdominal e aspectos da papila genital dos gametas e o contato com a água.
(entumecimento, hiperimiação). Os óvulos dos peixes possuem uma
Deve-se ressaltar também a importância de uma abertura denominada micrópila, local por onde o
alimentação adequada das matrizes, visto que na espermatozóide deverá fecunda-lo pois na grande
maturação das gônadas, cada ovócito incorpora maioria das espécies de peixes os espermatozóides
vitelo, que fornecerá nutrientes e energia para o não apresentam acrossoma. Em contato com a água
desenvolvimento larval (NIKOLSKII, 1969). Desse o óvulo hidrata e sua micrópila fecha gradativamente,
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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