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O texto da moção é o seguinte:

MOÇÃO COM VISTA À SUSPENSÃO DA APLICAÇÃO DO NOVO MODELO DE


AVALIAÇÃO EM NOME DE UMA AVALIAÇÃO PROMOTORA DO SUCESSO E DA
DIGNIFICAÇÃO DA CARREIRA DOCENTE

Exmo Sr Presidente da Assembleia da República

Os professores da Escola Secundária José Belchior Viegas de São Brás de Alportel abaixo assinados
declaram o seu mais veemente protesto e desacordo perante o novo modelo de Avaliação de
Desempenho introduzido pelo Decreto Regulamentar nº 2/2008 .

Os critérios que nortearam o primeiro concurso de acesso a professor titular geraram uma divisão
artificial e gratuita entre “professores titulares” e “professores”, valorizando apenas a ocupação de
cargos nos últimos sete anos, independentemente de qualquer avaliação da sua competência
pedagógica, científica ou técnica, e certificação da mesma. Nesta “lotaria ministerial” ficaram de
fora muitos professores com currículos altamente qualificados, com anos de trabalho dedicados ao
serviço da educação e com investimento na sua formação pessoal, gerando nas escolas injustiças
aviltantes. Semeia-se terreno para, no nosso quotidiano, se desencadearem situações paradoxais,
como por exemplo, os avaliadores possuírem formação científica e pedagógica inferior à dos
avaliados, ou avaliarem grupos disciplinares para os quais não possuem qualquer formação
académica….

Por outro lado, a sua apressada implementação tem desviado as funções dos professores para tarefas
burocráticas de elaboração e reformulação de documentos legais necessários à implementação deste
modelo de avaliação, em detrimento das funções pedagógicas. Estes documentos têm sido o
resultado de um trabalho meramente técnico por parte dos professores.

As escolas são, neste momento, cenário de professores afogados em burocracia, instabilidade e


insegurança, situação inconciliável com o verdadeiro propósito da docência.

Como pode haver ensino de qualidade e sucesso escolar se os professores investem a maior parte do
seu tempo (de momento ultrapassa largamente as 35 horas semanais), na elaboração de um
emaranhado de documentos burocráticos nos quais ancora este modelo de avaliação?

Não é legítimo que a avaliação de desempenho dos professores e a sua progressão na carreira se
subordine a parâmetros como o sucesso dos alunos e o abandono escolar. Desprezam-se variáveis
inerentes à realidade social, económica, cultural e familiar dos alunos, que escapam ao controlo e
responsabilidade do professor e que são fortemente condicionadoras do sucesso educativo.
A definição dos objectivos individuais é uma das tarefas a realizar pelos docentes, não tendo no
entanto existido qualquer informação e formação que auxilie a sua concretização, facto que
contribui para desencadear situações menos claras logo no início deste processo.

Rejeitam, igualmente, um modelo que impõe uma avaliação entre pares, parcial e perigosa, porque
criadora de um péssimo ambiente na escola. Esta avaliação é, por demais, injusta e geradora de
desigualdades, na medida em que, aqueles que vão avaliar (coordenadores e avaliadores) não serão
avaliados por um inspector, pelo menos, no presente ano lectivo. Por outro lado, a grande maioria
não tem formação, nem experiência, em supervisão que lhe permita a avaliação dos seus pares. A
formação que o Ministério tem vindo recentemente a proporcionar aos avaliadores, para além de
não abranger uma parte significativa dos mesmos, é perfeitamente extemporânea, dado que
decorreu, em grande parte, já depois do início do novo ano escolar, numa fase em que tudo já
deveria estar pronto para o dito “processo avaliativo”, encontrando-se os professores
sobrecarregados em actividades inerentes ao lançamento do novo ano lectivo. A formação nesta área
para os restantes professores estava inicialmente prevista pelo ministério, mas nunca chegou a ser
concretizada.

O horário de trabalho imposto pelo Ministério de Educação é demasiado escasso para responder às
inúmeras tarefas e funções que lhe são distribuídas ou solicitadas. As horas destinadas ao trabalho
individual não são suficientes para a planificação de aulas, análise de estratégias mais adequadas,
criação de recursos diversificados e inovadores, elaboração de recursos para o apoio educativo,
elaboração de materiais para os alunos com necessidades educativas especiais, preparação de
instrumentos de avaliação diagnóstica, formativa e sumativa, correcção dos mesmos, reflexão sobre
os resultados, reformulação de práticas, tudo isto multiplicado por uma média de cem alunos, cinco,
seis ou sete turmas, dois, três ou quatro níveis diferentes.

Para além ainda do tempo destinado à participação em reuniões dos órgãos de gestão intermédia,
dinamização/participação em actividades extra-curriculares, intenção comunitária, etc.

O regime de quotas impõe uma manipulação dos resultados da avaliação, gerando nas escolas
situações de profunda injustiça e parcialidade, devido aos acertos impostos pela existência de
percentagens máximas para a atribuição das menções qualitativas de Excelente e Muito Bom,
estipuladas pelo Despacho nº 20131/2008, e que reflectem claramente o objectivo economicista que
subjaz a este modelo de avaliação.

Enquanto todas as limitações, arbitrariedades, incoerências e injustiças que enformam este


modelo de avaliação não forem corrigidas, os professores signatários desta moção solicitam a
suspensão de toda e qualquer iniciativa relacionada com o modelo de avaliação preconizado,
por não lhe reconhecerem qualquer efeito positivo sobre a qualidade de educação e do seu
desempenho profissional.

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