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O que ser que me d Que me bole por dentro, ser que me d Que brota flor da pele, ser que

e me d E que me sobe s faces e me faz corar E que me salta aos olhos a me atraioar E que me aperta o peito e me faz confessar O que no tem mais jeito de dissimular E que nem direito ningum recusar E que me faz mendigo, me faz implorar O que no tem medida, nem nunca ter O que no tem remdio, nem nunca ter O que no tem receita O que ser que ser Que d dentro da gente e que no devia Que desacata a gente, que revelia Que feito uma aguardente que no sacia Que feito estar doente de uma folia Que nem dez mandamentos vo conciliar Nem todos os ungentos vo aliviar Nem todos os quebrantos, toda alquimia Que nem todos os santos, ser que ser O que no tem descanso, nem nunca ter O que no tem cansao, nem nunca ter O que no tem limite O que ser que me d Que me queima por dentro, ser que me d Que me perturba o sono, ser que me d Que todos os ardores me vm atiar Que todos os tremores me vm agitar E todos os suores me vm encharcar E todos os meus nervos esto a rogar E todos os meus rgos esto a clamar E uma aflio medonha me faz suplicar O que no tem vergonha, nem nunca ter O que no tem governo, nem nunca ter O que no tem juzo

O que ser que ser Que andam suspirando Pelas alcovas? Que andam sussurrando Em versos e trovas? Que andam combinando No breu das tocas? Que anda nas cabeas? Anda nas bocas? Que andam acendendo Velas nos becos? Esto falando alto Pelos botecos E gritam nos mercados Que com certeza Est na natureza Ser, que ser? O que no tem certeza Nem nunca ter! O que no tem concerto Nem nunca ter! O que no tem tamanho... O que ser? Que Ser? Que vive nas idias Desses amantes Que cantam os poetas Mais delirantes Que juram os profetas Embriagados Est na romaria Dos mutilados Est nas fantasias Dos infelizes Est no dia a dia Das meretrizes No plano dos bandidos Dos desvalidos Em todos os sentidos Ser, que ser? O que no tem decncia Nem nunca ter!

O que no tem censura Nem nunca ter! O que no faz sentido... O que ser? Que ser? Que todos os avisos No vo evitar Porque todos os risos Vo desafiar Porque todos os sinos Iro repicar Porque todos os hinos Iro consagrar E todos os meninos Vo desembestar E todos os destinos Iro se encontrar E mesmo padre eterno Que nunca foi l Olhando aquele inferno Vai abenoar! O que no tem governo Nem nunca ter! O que no tem vergonha Nem nunca ter! O que no tem juzo...(2x)

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