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2.
Existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária? Em que hipóteses a lei ordinária retira seu fundamento de validade da lei complementar?
2) Para responder essa pergunta, deve-se distinguir Lei Complementar Formal e Lei Complementar Material. E essa pergunta deve ser elaborada conforme o Direito Tributário; não podemos fazê-la no âmbito do Direito Constitucional, pois se a fizer a resposta será: não existe hierarquia. Para uma banca de Constitucional não se pode dizer que há hierarquia sem ser sumariamente reprovado. E o próprio Supremo dicotomiza, ao falar de Tributação dá um tratamento, e ao falar de direitos fundamentais trata de forma diversa. Não se pode adotar a hierarquia das normas em se tratando de conflito entre Lei Formalmente Complementar e Lei Ordinária; assim se posiciona o STF, porque a Lei Complementar Formal não tutela bem Constitucional, ela na verdade é um abuso de direito a ser sanado pela idéia de “rebaixamento”. A Lei Complementar Formal é rebaixada ao estatus de Lei Ordinária. O STJ tem outro direcionamento diametralmente oposto, e afirma: Existe hierarquia sim entre Lei Complementar e Lei Ordinária, seja, Lei Complementar Formal e Lei Complementar Material, em qualquer hipótese uma Lei Complementar será hierarquicamente superior a uma Lei Ordinária. A hierarquia entre as duas leis podem existir ou não, e isso é definido por motivo casualístico. Quando as matérias entre a jurisdição dessas leis forem distintas, não podemos falar em hierarquia. No entanto, pode haver hierarquia sintática, que tem natureza lógica, e também pode existir hierarquia formal ou material (formas de hierarquia semântica e hipóteses em que a lei ordinária retira seu fundamento de validade da lei complementar). A primeira (hierarquia formal), é aquela que se estabelece no momento em que uma norma superior determina os pressupostos de forma que a lei inferior deve obedecer (artigo 59, §único da CF). A segunda (hierarquia material)acontece quando a norma subordinada vai colher na subordinante o núcleo do assunto sobre o qual pretende dispor. Portanto, ainda que não se diga nada em respeito ao conteúdo das leis, as leis devem observar as formalidades impostas pela lei complementar, ressalvando ainda que não basta o quórum de lei complementar para esta se caracterizar, pois deve tratar de matéria a ela destinada, ou será em sua essência lei ordinária podendo por esta ser revogada ou alterada