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A Graciosa Graça

Glenio Fonseca Paranaguá (01/07/03)

Curai enfermos, ressuscitai mortos, purificai leprosos, expeli demônios; de


graça recebestes, de graça dai. Mateus 10:8.

Graça é um Deus justo e santo imputando gratuita e favoravelmente sua justiça


e santidade a um pecador vil e rebelde.

A graça é o conceito mais ofensivo ao mérito. A nobreza do valor não pode


aceitar uma dádiva que não tenha correspondência. Tudo o que somos neste
mundo é resultado de algum merecimento. Há um comércio muito forte no
plano dos relacionamentos. Só vale quem tem algum valor. Há discriminação
no pedaço. Os bonitos e sadios sempre levam vantagem sobre os feios e
debilitados.

A pedagogia que prevalece só qualifica os capazes. Os aprovados são aqueles


que apresentam suas aptidões superiores. Esta filosofia é um retrato do
espírito espartano. Naquela cidade antiga, costumava-se eliminar as crianças
que nascessem lesadas. Não era razoável manter as deformidades numa
sociedade guerreira, que precisava de soldados inteiros. Os aleijados deviam
ser alijados.

Este pensamento seletivo continua operando em quase todas as áreas das


conexões humanas, por isso, lançamos fora todos aqueles que não são úteis.
Descartamos os pesados e inconvenientes para facilitar nossa trajetória.
Desembaraçar-nos dos inúteis é um jogo sábio no tráfico das influências. Não
podemos perder tempo com trastes, no mercado das convivências lucrativas.
As pessoas valem na medida das permutas proveitosas. O que você pode me
acrescentar em termos positivos? É uma questão importante na escolha dos
nossos amigos.

Entretanto, a graça não tem goela de baleia. Este pensamento miúdo e estreito
não faz parte dos limites da graça. Por definição, graça é a dádiva incondicional
de Deus aos desconceituáveis. É Deus dando e fazendo tudo para o indigno.
Graça é favor imerecido. É a plena suficiência de Deus, para a total
incapacidade do homem. É a menção honrosa para os desqualificados. É o
pódio dos falidos. É o brilhante de muitos quilates para um anel de metal
barato. Graça é um Deus justo e santo imputando gratuita e favoravelmente
sua justiça e santidade a um pecador vil e rebelde.

Santo Agostinho dizia que a graça não encontra homens aptos para a
salvação, mas torna-os aptos para recebê-la. Na verdade, a graça encontra os
homens na desgraça ou na anti-graça. O nosso mundo funciona na base de
impertinentes cobranças e a religião é muito sem graça. O mundo exige e
reclama do desempenho das pessoas e a religião envergonha o fracasso dos
trôpegos. Neste contexto infeliz de imposições e vexames, surge uma
mensagem sublime da graça plena, que assume a responsabilidade do castigo
e transfere gratuitamente os benefícios da aceitação. Porquanto a graça de
Deus se manifestou salvadora a todos os homens, a fim de que, justificados
por graça, nos tornemos seus herdeiros, segundo a esperança da vida eterna.
Tito 2:11 e 3:7. O ser humano não conquista a graça de Deus, pelo contrário, a
graça de Deus invade a falência humana.

O doente carece do médico porque está doente. Jesus disse que os sãos não
precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim
pecadores ao arrependimento. Lucas 5:31-32. Ninguém se arrepende para ser
chamado, mas porque é chamado se arrepende. A vocação divina antecede a
decisão humana. O morto precisa ser vivificado para poder se levantar. O
pecador necessita ser regenerado para crer e arrepender-se. Jesus, como
médico da alma, veio em busca do doente espiritual. Neste caso, não é o
doente quem busca o médico, mas é o médico quem procura o doente. Isto é
graça. A Bíblia mostra que, não há quem entenda, não há quem busque a
Deus. Romanos 3:11. Foi Deus, em Cristo, quem buscou o homem no pecado.
Jesus, como médico gracioso, veio salvar o pecador independentemente de
qualquer iniciativa deste. A ação da graça de Deus precede qualquer reação do
ser humano. Apesar de Deus nunca salvar um espectador, Ele não salva um
executivo, isto é: alguém que realiza primeiro, para receber depois. A salvação
de Deus não é uma permuta. No reino da graça não existe câmbio. Como disse
Dr. Pink: Nenhum pecador jamais foi salvo por ter dado o coração a Jesus. Não
somos salvos por termos dado, mas sim pelo que Deus deu.

O homem é um ser que nasceu estragado e vive tentando se consertar com os


seus próprios expedientes. Mas nada consegue restaurar o desmantelo. O
sistema criado pelo homem é sempre dirigido pela não-graça, e isto gera muito
esforço e provoca cansaço. O enfado da religião é insuportável, e sempre
acaba produzindo muita hipocrisia. Mesmo sem conseguir a experiência
autêntica, o religioso desempenha com denodo o seu papel de idiota
consumado. Santidade exterior e corrupção interior é a mistura mais
insustentável para a saúde da alma. Alguém disse que, não há nada pior do
que ser por fora aquilo que não se é por dentro. O manto de púrpura pode
encobrir as chagas mas não pode disfarçar o seu mau odor. A aparência muitas
vezes recebe aplausos por algum tempo, mas logo vem a zombaria, em razão
do descrédito. A falsificação é contravenção penal, e a hipocrisia, segundo
Dante Alighieri, é uma atitude duvidosa, que nem o fogo infernal a quer
consumir. Por isso, não vale a pena fingir quando a graça nos é facultada. Pois
assim como, por uma só ofensa, veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também, por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos
os homens, para a justificação que dá vida. Romanos 5:18. Diante da aceitação
plena da graça não há necessidade de reservas pessoais. Se Deus me aceitou
em Cristo Jesus, com todos os meus pecados, traumas, defeitos e
imperfeições, por que eu tenho de me fantasiar com a tanga da figueira? É a
graça que assegura a nossa aceitação. Somos salvos pela graça e somos
santificados pela graça. Dr. Lloyd-Jones foi exato: Tudo é pela graça na vida
cristã, do início ao fim. O Deus de toda graça é o autor de toda a salvação e
santificação do homem.
A graça plena de nosso Senhor Jesus Cristo transforma lobos em cordeiros,
pecadores em santos, monstros em anjos. Os transformados pela graça são
convocados para o ministério da graciosa graça. A Igreja de Jesus Cristo é um
organismo da graça, a serviço da graça. De graça recebestes, de graça dai. Se
fomos aceitos pela graça, somos chamados a aceitar, pela graça, os que
caíram. Não fomos chamados pela graça para vivermos no pecado ou na anti-
graça. O mesmo Deus que perdoa, purifica. O mesmo Deus que salva,
santifica. O mesmo Deus que nos aceita pela graça, nos faz graciosos para
com os outros. Um cristão cheio de graça é aquele que olha para o mundo com
o mesmo enfoque de graça com que ele foi alcançado. Onde abundou o
pecado, superabundou a graça. Romanos 5:20b. Quem foi perdoado
plenamente pela graça, sabe perdoar totalmente, pela mesma graça. Todos os
que receberam da graça, sabem dar graciosamente. A romancista e humanista
secular Marghanita Laski afirmou, em uma entrevista de TV: O que eu mais
invejo em vocês, cristãos, é o seu perdão. Eu não tenho ninguém que me
perdoe. Se fomos perdoados completamente por nosso Senhor Jesus Cristo,
não temos outra alternativa. Alice Clay pontuou: Nada neste mundo vil e em
ruínas ostenta a suave marca do Filho de Deus tanto quanto o perdão.
Somente aqueles que, pela graça, receberam o perdão de Deus, podem
perdoar com graça. Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e
esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de
Jesus Cristo. 1Pedro 1:13.

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