19 de Dezembro de 2008
Docente Orientador: Pedro Silva
Fisioterapia em
Condições Cardio-
Respiratórias I
Membros do grupo:
Amaro Alves, Ana Cláudia, Ana Rita Magalhães, Bárbara Silva, Cátia
Pessoa,
Índice Marisa Mimoso, Marta Silva, Sara Gonçalves, Sara Neiva e Sara Ribeiro
1Introdução...........................................................................................................................................2
Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
2Sistema Cardio-respiratório................................................................................................................3
3Definição de Asma...........................................................................................................................13
4Sintomas da Asma............................................................................................................................14
5Fisiopatologia...................................................................................................................................14
6Níveis Asmáticos..............................................................................................................................16
7Incidência e Prevalência...................................................................................................................16
7.1Factores de risco........................................................................................................................17
7.2Factores desencadeantes............................................................................................................17
8Tipos de Asma..................................................................................................................................18
9Tipos de Crise Asmática...................................................................................................................18
10Avaliação e Diagnóstico.................................................................................................................18
10.1Métodos de avaliação..............................................................................................................18
10.2Meios complementares de diagnóstico....................................................................................24
11Consequências e limitações............................................................................................................27
12Tratamento Farmacológico.............................................................................................................28
13Tratamento de Fisioterapia ............................................................................................................29
13.1Educação..................................................................................................................................29
13.2Exercício..................................................................................................................................30
13.3Ortóteses..................................................................................................................................32
14Conclusão.......................................................................................................................................35
15Anexos............................................................................................................................................39
15.1Mapa conceptual......................................................................................................................39
........................................................................................................................................................39
15.2Actas........................................................................................................................................40
15.3Conteúdos................................................................................................................................47
15.4Imagens....................................................................................................................................53
1Introdução
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2Sistema Cardio-respiratório
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Os pulmões
Os pulmões são órgãos esponjosos, leves e macios. Estão contidos na caixa torácica, e têm
fissuras que os dividem em lobos (fissuras horizontal e oblíqua). Cada pulmão tem um ápice, uma
base e três superfícies (costal, medial e diafragmática) e três bordos (anterior, posterior e inferior).
O pulmão direito, que normalmente é maior, divide-se em três lobos (lobo superior, médio e
inferior) e o esquerdo divide-se em dois (lobo superior e inferior). Cada lobo divide-se em vários
lóbulos: o pulmão esquerdo em nove (segmento apicoposterior, anterior, lingular superior, lingular
inferior, apical, medial (cardíaco) basal anterior, basal lateral e basal posterior) e o direito em dez
(segmento apical, posterior, anterior, lateral, medial, apical (superior), medial (cardíaco), basal
anterior, basal lateral e basal posterior). (Donna Frownfelter, 2004)
Os pulmões são separados pelo coração e outras estruturas (de mediastino) e cada um é
protegido e revestido pela pleura, que é uma membrana serosa, com duas camadas. A camada
externa adere à parede da cavidade torácica e ao diafragma, sendo designada por pleura parietal. A
interna é designada pleura visceral e reveste os próprios pulmões. A cavidade pleural é o espaço
existente entre as duas pleuras (visceral e parietal), que possui um líquido, o líquido pleural, com a
função de lubrificação e ajuda a manter as membranas pleurais juntas, permitindo que elas se
movam com facilidade durante a respiração. (Donna Frownfelter, 2004)
Tórax
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Movimentos do tórax
Na inspiração, o diafragma e a parede torácica movem-se. Consequentemente, o volume
intratorácico e os diâmetros do tórax aumentam. Estas alterações consequentes de pressão são
devidas à entrada de ar nos pulmões através do nariz, boca, laringe e traqueia e à eliminação do ar
dos pulmões através das mesmas vias. (Donna Frownfelter, 2004)
Na expiração passiva, alguns músculos (diafragma, músculos intercostais e outros) relaxam,
aumentando a pressão torácica e diminuindo o volume intratorácico. Ao mesmo tempo, há uma
descontracção das vísceras abdominais, uma vez que a pressão abdominal diminui. Isto permite a
retracção do tecido elástico pulmonar distendido, expelindo grande parte do ar. (Donna Frownfelter,
2004)
O diâmetro vertical da parte central da cavidade torácica aumenta na inspiração, quando há
contracção do diafragma, e diminui na expiração, retomando as suas medidas iniciais e a posição
neutra. (Donna Frownfelter, 2004)
Quanto ao diâmetro antero-posterior, este aumenta quando os músculos intercostais
contraem. O movimento das costelas (da 2ª à 6ª) faz com que as extremidades anteriores se elevem,
promovendo assim o movimento antero-posterior do esterno (principalmente da extremidade
inferior do mesmo). O diâmetro transversal do tórax aumenta também devido à contracção dos
músculos intercostais. Todos os movimentos associados movem a caixa torácica anterior, lateral e
superiormente. (Donna Frownfelter, 2004)
Músculos respiratórios
A inspiração é um movimento activo, que engloba a contracção do diafragma e dos
músculos intercostais. Esta é auxiliada por diversos músculos. (Donna Frownfelter, 2004)
O diafragma é o músculo principal da respiração. É grande e em forma de cúpula e faz a
separação entre a cavidade torácica e abdominal. A sua extremidade superior suporta o pericárdio, o
coração, as pleuras e os pulmões, enquanto que a sua extremidade inferior é praticamente coberta
pelo peritónio, e encontra-se sobre os rins, o fígado, as glândulas supra-renais, o estômago e o baço.
Este encontra-se dividido em duas porções, a direita e a esquerda, estando cada uma delas dividida
em três partes: esternal, lombar e costal. A parte esternal sobe pela apófise xifóide e desce pelo
centro tendíneo. A parte costal constitui as hemicúpulas direita e esquerda. A parte lombar vai desde
os corpos das vértebras até ao centro tendíneo. (Donna Frownfelter, 2004)
Os músculos intercostais podem dividir-se em externos ou internos. Existem onze
músculos intercostais externos em cada lado do esterno. Estes são mais espessos posteriormente do
que anteriormente em relação aos internos e a sua contracção faz com que a costela inferior sofra
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uma elevação em relação à superior, aumentando assim o volume da cavidade torácica. Existem
também onze músculos intercostais internos, que têm uma função essencialmente expiratória.
(Donna Frownfelter, 2004)
Tal como na inspiração, aqui intervêm alguns músculos. No entanto, esta intervenção apenas
ocorre na expiração forçada. (Donna Frownfelter, 2004)
O recto abdominal, o oblíquo externo do abdómen, o oblíquo interno do abdómen e o
transverso abdominal (músculos abdominais ou expiratórios) são quatro músculos que trabalham
juntos para garantir que as vísceras abdominais permanecem nas suas posições, através de uma
sustentação forte e flexível. Durante a expiração forçada, os músculos abdominais forçam o
diafragma a voltar à sua posição inicial, de repouso, obrigando o ar a sair dos pulmões. (Donna
Frownfelter, 2004)
Tal como já foi referido, os músculos intercostais internos são onze e têm uma função
ligada à expiração. (Donna Frownfelter, 2004)
Respiração
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Ventilação Pulmonar
É o processo através do qual se realizam as trocas de gases entre a atmosfera e os alvéolos
pulmonares. O ar flui entre estes dois locais devido à existência de uma diferença de pressão entre
eles. Assim, o ar move-se de uma região de alta pressão para uma de baixa pressão. Esta diferença é
provocada por modificações das dimensões dos pulmões e da parede torácica. (Tortora, 2000)
Para compreender todas estas modificações, é necessário compreender alguns conceitos. A
Lei de Boyle, que se traduz pela equação P1V1 = P2V2, a qual significa que “a pressão exercida por
um número constante de moléculas de gás (em uma temperatura constante) é inversamente
proporcional ao volume do recipiente. Quando o recipiente é comprimido, a pressão em seu interior
aumenta. “ (Widmaier, Raff, & Strang, 2006)
Nos pulmões, estruturas elásticas passivas, o volume depende de dois factores: a pressão
transpulmonar (Ptp), que é a diferença de pressão entre o interior e o exterior dos pulmões, e o grau
de distensibilidade dos pulmões.
Pressão transpulmonar = Palv (pressão de ar no interior dos alvéolos) - Pip (pressão do líquido
intrapleural que rodeia os pulmões). (Widmaier, Raff, & Strang, 2006)
A ventilação pulmonar envolve duas fases: inspiração e expiração. (Tortora, 2000)
Inspiração
É a denominação atribuída à aspiração do ar. Nos instantes anteriores a cada inspiração, a
pressão do ar dentro dos pulmões é igual à pressão da atmosfera. Para que o ar flua para os
pulmões, a pressão dentro destes deve tornar-se inferior à pressão na atmosfera. (Tortora, 2000)
Esta situação é obtida através da expansão do tamanho dos pulmões, aumentando, assim, o
volume pulmonar, com a consequente diminuição da pressão nestes órgãos. (Tortora, 2000)
O primeiro passo para este aumento é a contracção dos principais músculos inspiratórios (o
diafragma e intercostais externos). À medida que o diafragma se contrai, os músculos intercostais
externos também se contraem, o que comprime as costelas para cima e move o esterno para a frente,
aumentando sagitalmente o tamanho da cavidade torácica. Durante este aumento, há uma redução
da Pip, a qual é transmitida à parede do pulmão, comprimindo-a para fora, aumentando, assim, o
volume pulmonar. Consequentemente, há uma diminuição da Palv, tornando-se menor em relação à
Patm. (Tortora, 2000)
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Quando o volume dos pulmões aumenta, a pressão dentro destes (pressão alveolar) cai de
760 para 758 mm Hg, estabelecendo-se, assim, uma diferença de pressão entre a atmosfera e os
alvéolos. Consequentemente o ar dirige-se de um local para o outro, respectivamente. O ar continua
a fluir até às diferentes pressões se igualarem. (Tortora, 2000)
O termo aplicado à respiração normal e calma é eupneia. Durante a inspiração os músculos
acessórios deste processo (esternocleidomastoideu, escalenos e peitorais menores) também
participam para que aumente o tamanho da cavidade torácica. Assim, a inspiração é um processo
activo uma vez que requer a contracção de um ou mais músculos. (Tortora, 2000)
Expiração
A expulsão do ar dos pulmões para o exterior é denominada expiração e é também obtida
por uma diferença de pressão mas, neste caso, a diferença é inversa, ou seja, a pressão nos pulmões
é maior que a pressão na atmosfera. A expiração normal é um processo passivo uma vez que não há
contracções musculares envolvidas, dependendo parcialmente da elasticidade dos pulmões.
(Tortora, 2000)
A expiração tem inicia-se quando os músculos inspiratórios relaxam. À medida que os
músculos intercostais externos relaxam, as costelas deslocam-se para baixo enquanto que, quando o
diafragma relaxa, curva-se para cima, o que vai provocar uma diminuição da cavidade torácica.
Enquanto isto ocorre, as fibras elásticas nos pulmões, que foram distendidas pela inspiração, vão-se
encolher e o volume pulmonar diminui. Assim, a pressão alveolar aumenta para 763 mm HG, e o ar
flui da área de maior pressão dos alvéolos para a área de menor pressão na atmosfera. (Tortora,
2000)
A expiração pode tornar-se activa durante níveis de ventilação maiores e quando a saída de
ar dos pulmões é inibida. Nestas situações, os músculos expiratórios (abdominais e intercostais
internos) contraem-se para movimentar as costelas inferiores para baixo e comprimir as vísceras
abdominais, forçando, assim, o diafragma para cima. (Tortora, 2000)
Durante a inspiração, a resistência das vias aéreas diminui, devido à abertura das mesmas.
Na expiração, ocorre o contrário, ou seja, devido à compressão das vias aéreas, a resistência
oferecida por estas aumenta, sendo isto que acontece no indivíduo asmático (doença obstrutiva –
dificuldade em expirar). (Tortora, 2000)
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
Os capilares devem ser tão estreitos de modo que as hemácias devem surgir em fila única,
estando assim cada uma delas, exposta a uma maior quantidade de oxigénio disponível. (Graaf,
2001)
A perfusão é a quantidade de sangue da circulação pulmonar que se encontra disponível para
as trocas gasosas. Esta ocorre com níveis de pressão relativamente baixos comparados com a
sistémica, pois a pressão da artéria pulmonar, uma vez que esta só tem de bombear o sangue até aos
pulmões, e na sistémica, a artéria aorta tem de bombeá-lo para todas as partes do corpo, logo, a
pressão desta tem de ser superior. Devido a isto, as paredes dos vasos sanguíneos ligados à
circulação pulmonar são mais finas do que as dos vasos ligados à circulação sistémica. (Graaf,
2001)
Transporte de Oxigénio
Qualquer espécie de corrente, seja ela eléctrica, aquosa ou gasosa, dirige-se sempre do nível
mais alto para o mais baixo. A corrente só se mantém devido aos gradientes tensionais, o que
acontece no transporte dos gases. A corrente de gás vai do sentido que tem maior pressão parcial
para o que tem menor. (COUTO, 2004)
No organismo humano, através da ventilação, o oxigénio (O2) é transportado desde a
atmosfera, onde se encontra a uma pressão parcial de 159 mm Hg, até aos alvéolos, passando destes
para os capilares pulmonares, por difusão. A pressão parcial pode ser reduzida quando, nas vias
aéreas, o ar inspirado se satura em vapor de água. Nos alvéolos ocorre a junção deste com o ar que
já se encontrava lá presente. Devido a tudo isto, a pressão parcial do O2 do ar contido nos alvéolos é
mais baixa do que a atmosférica, e a pressão do sangue que passa nos capilares da hematose é um
pouco inferior à do ar dos alvéolos. Quando este passa nos capilares (o sangue), cede oxigénio, daí a
pressão de O2 no sangue venoso que regressa ao pulmão seja 40 mm Hg (aproximadamente). Pode
considerar-se que o O2, falando em condições fisiológicas, é transportado desde os alvéolos a todas
as células, de duas formas: em solução física, uma porção mínima, insuficiente para satisfazer as
necessidades metabólicas, pois o oxigénio é pouco solúvel no plasma, ou combinado com a
hemoglobina, quimicamente (oxi-hemoglonina – HbO2), sendo que deste modo, a quantidade
transportada, é suficiente para todo o metabolismo. Em solução física apenas é possível transportar
0,0031mL de oxigénio em 100mL de sangue. Quando se fala em sangue misturado com
hemoglobina, este transporta cerca de 20mL de O2 em 100mL. (COUTO, 2004)
A hemoglobina é uma molécula proteica, a globina, ligada a quatro moléculas heme, sendo
cada uma destas composta por quatro grupos pirrólicos e um átomo de ferro, que pode reagir com
uma molécula de oxigénio. Esta reacção é de oxigenação e não de oxidação. (COUTO, 2004)
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
3Definição de Asma
Antes de mais, é necessário salientar que a asma não tem uma definição específica. Apesar
disso, vários autores entram em consenso relativamente a uma definição base. Sendo assim, asma
caracteriza-se por ser uma doença inflamatória crónica das vias respiratórias que está intimamente
ligada à obstrução dos brônquios. Justificando esta afirmação, podemos inferir que devido à
contracção do músculo liso dos brônquios, estes ficam mais estreitos o que dificultará a ventilação
pulmonar. As desordens obstrutivas caracterizam-se por uma diminuição da taxa do fluxo
expiratório devido a um aumento da resistência das vias aéreas. Contrariamente, as restritivas são
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
condições nas quais a capacidade inspiratória dos pulmões encontra-se reduzida em relação aos
preditivos normais. Não existem pontos em comum entre estas duas categorias de desordem.
É de salientar que a asma pode evoluir para patologias mais graves como sendo: a bronquite
crónica e o enfisema (situação em que os alvéolos pulmonares estão dilatados). As suas
consequências poderão ser graves se o tratamento não for o mais adequado e se, por outro lado, o
asmático não seguir o tratamento prescrito. (Clark & Godfrey, 1993) (Crowley, 2007)
(Enciclopédia de Medicina, 1992) (Wynsberghe & Noback, 1992) (http://www.min-saude.pt)
(http://www.sppneumologia.pt.)
Existem vários sintomas que permitem diagnosticar esta doença, sendo que os tratamentos
disponíveis para a patologia mencionada variam entre o farmacológico e o fisioterapêutico.
4Sintomas da Asma
São vários os sintomas que a Asma pode ter numa pessoa, e são eles:
→ dificuldade em respirar (dispneia – caracteriza-se por um aumento do esforço para
respirar, sendo muitas vezes acompanhada por dores torácicas); pieira (som ruidoso que acompanha
os movimentos respiratórios, devido ao facto de os brônquios terem sofrido um estreitamento);
tosse seca (predominante durante a noite e de manhã); fadiga; sensação de opressão torácica;
náuseas; aumento da frequência respiratória. (http://www.min-saude.pt)
(http://www.sppneumologia.pt.) (Enciclopédia de Medicina, 1992)
Convém salientar que os sintomas variam de doente para doente, assim como a frequência
dos mesmos. Por exemplo, os sintomas podem nunca chegar a manifestar-se como podem
exteriorizar-se todos os dias, durante um curto ou longo período de tempo, com diferentes
intensidades (estão dependentes do doente que sofre de asma).
5Fisiopatologia
estruturas enviam uma mensagem ao sistema nervoso central que irá produzir citocinas (pequenas
proteínas/peptídeos, alguns contendo moléculas de açúcar ligadas), histaminas e leucotrienos que
são responsáveis pelo início e manutenção do processo inflamatório. Durante este processo, é
segregado um muco cujo objectivo é eliminar mais facilmente os agentes perturbadores. Este
procedimento reduz o diâmetro dos brônquios (broncoconstrição), diminuindo por sua vez o lúmen
e formando o edema. (Grande enciclopédia Médica Verbo, I O Coração e os Pulmões , 1978)
Todo este processo vai dificultar a entrada e saída do ar, levando a uma hiperventilação,
onde a inspiração tem um papel activo e a expiração tem um papel passivo (o ar entra e tende a não
sair). (Donna Frownfelter, 2004) (Clark & Godfrey, 1993)
A longo prazo, as crises repetidas de asma podem provocar uma inflamação e constrição
constante das vias aéreas, o que poderá resultar numa deterioração gradual da função pulmonar.
Em relação às reacções ao nível dos músculos inspiratórios (II) existe uma contracção dos
músculos do tórax e do diafragma, os quais vão provocar a distensão do pulmão.
Consequentemente, os músculos acessórios que participam na respiração torácica superior
consomem uma grande quantidade de energia. Por essa razão, durante a crise, o asmático tende a
adoptar posturas que facilitam a acção dos músculos acessórios da respiração. Fica, portanto
reduzida a expansão do tórax inferior, a respiração torna-se ineficaz e há um aumento progressivo
da tensão da musculatura acessória. (Donna Frownfelter, 2004) (Clark & Godfrey, 1993)
Tendo em conta as reacções ao nível do parênquima pulmonar nota-se uma grande redução da
ventilação a qual provoca um enfisema; este irá resultar numa inspiração difícil - inspiração rápida e
superficial, mas no entanto os músculos conseguem fazer penetrar o ar dentro dos alvéolos - e numa
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
expiração ainda mais difícil - expiração longa e ineficaz, o que vai determinar uma hiperinsuflação
pulmonar e uma dispneia expiratória. (Donna Frownfelter, 2004) (Clark & Godfrey, 1993)
6Níveis Asmáticos
7Incidência e Prevalência
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
Assim sendo inferimos que existe maior prevalência da asma nos países desenvolvidos. Tal
ocorre pois nestes países predominam: o stress, a ansiedade, os maus hábito alimentares que levam
à obesidade. Verificando-se também que nestes países, a população tende a se auto-medicar, sendo
os fármacos um factor desencadeante da asma. Por outro lado, estes países tendem a ser mais
industrializados, o que gera maior poluição atmosférica, ocorrendo consequentemente um aumento
de sintomas e de doenças cardio-respiratórias, bem como um aumento da frequência da exacerbação
da asma. (ARAÚJO, 2007)
Existem vários factores com os quais contactamos no dia-a-dia que podem desencadear crises
asmáticas. Entre eles, podemos referir os seguintes:
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
→ Actividade Física, emoções, stress, frio, fumo de tabaco, pólen e fungos exteriores, alergénios de
animais com pêlo, penas; pó, fármacos, alimentos, aditivos alimentares, fungos do interior.
(http://www.min-saude.pt)
8Tipos de Asma
Existem quatro tipos de crise asmática, que se distinguem pelas suas características: Crise
Ligeira, Crise Moderada, Crise Grave e Crise com paragem respiratória iminente. (Ver descrição de
cada uma delas em anexo) (http://www.min-saude.pt)
10Avaliação e Diagnóstico
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
de exercício físico ou em dada altura do ano, se apresenta pieira, aperto torácico, relatos sobre a
dispneia e a existência de gripes/constipações que ultrapassem os dez dias); antecedentes pessoais
(doenças prévias, alergias, traumatismos, cirurgias, hospitalizações, medicamentos, hábitos, exames
laboratoriais realizados,..); antecedentes familiares (asmas, alergias, outros problemas
respiratórios) , ambiente dos espaços em que o próprio frequenta.
O exame subjectivo poderá ser realizado quer por um médico, quer por um fisioterapeuta.
(Donna Frownfelter, 2004)
Exame Objectivo
Fisioterapeuta:
• Auscultação Pulmonar
• Avaliação da percepção do esforço e dispneia
• Inspecção:
Avaliação Postural
Palpação
Sinais Vitais
Percussão
Auscultação Pulmonar
Os sons respiratórios resultam das rápidas variações de pressões gasosas no pulmão ou da
vibração dos tecidos. Sendo estes sinais acústicos atenuados e filtrados antes de atingir o local onde
serão captados pelo instrumento de auscultação.
No que diz respeito à Fisioterapia, a auscultação pulmonar tem com objectivos:
• Permite a realização de diagnóstico, adaptando-se posteriormente a intervenção ao mesmo
• Identificação da localização da obstrução tanto nas vias aéreas como nas regiões pulmonares
de ventilação reduzida
• Identificação da possível causa da obstrução: secreções e/ou broncoespasmo
• Realização de um diagnostico diferencial, com o intuito de analisar se a condição requer
reavaliação médica (COUTO, 2004)
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
Esta escala relaciona o cansaço sentido durante a prática de exercício com o aumento da
frequência cardíaca, tornando mais fácil o controlo da intensidade dos exercícios. Ela pode ser
utilizada para qualquer actividade aeróbia, sendo aconselhada como uma opção prática na
determinação da intensidade do esforço.
Os números de 6-20 são baseados na frequência cardíaca (de 60-200 batimentos por
minuto), sendo que o número 12 corresponde aproximadamente 55% da frequência cardíaca
máxima e o 16 a 85%. (COUTO, 2004)
Percepção da dispneia
A dispneia expressa-se através da falta de ar. Como consequência surge um desconforto ao
respirar, normalmente com a sensação de respiração incompleta. Ela é uma das maiores causas de
incapacidade e diminuição da qualidade de vida de pacientes que possuem doenças respiratórias,
como a asma. Por esse motivo, torna-se cada vez mais necessário utilizar métodos que possibilitem
a sua medição e quantificação. (COUTO, 2004)
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
→ Descritor de falta de ar: Tem como objectivo especificar de forma qualitativa os aspectos da
“falta de ar” e propor dados que mostrem que a dispneia ocorre devido a variadas sensações;
→ Questionário sobre Dispneia da Universidade de Cincinati: Avalia a percepção que os
pacientes têm acerca da dispneia aquando da realização de actividades físicas, actividades de fala e
combinação das duas;
→ Questionário sobre dificuldade de Respiração: mede a dificuldade em respirar no decorrer da
realização de várias actividades da vida diária.
→ Escala Borg Modificada: É utilizada para medir a dispneia durante o exercício ou em
actividades físicas. Desta forma a medição é efectuada directamente no instante em que o paciente
experimenta a sensação; Esta é a escala mais utilizada para a avaliação da dispneia. (COUTO,
2004)
Avaliação Postural
A avaliação postural é utilizada para verificar se um indivíduo, em posição ortostática
apresenta uma postura corporal correcta. Esta avalia tendo em conta o alinhamento e a simetria dos
diversos segmentos corporais que permitam um maior equilíbrio e favoreçam o bom funcionamento
ósteo-articular e muscular. (CARNAVAL, 1998)
No caso da asma a avaliação postural incide fundamentalmente a nível do tórax e da coluna.
(MARQUES, 1997)
Na avaliação anterior devemos analisar o nível dos ombros, o nível das clavículas, os
espaços intercostais, o nível dos mamilos, a simetria torácica e os ângulos ílio-costais.
Na avaliação lateral devemos ter em conta a projecção dos ombros, as curvaturas antero-
posteriores da coluna (verificando se existe cifose ou lordose) e tórax.
Na avaliação posterior verifica-se o nível dos ombros, as curvaturas antero-posteriores da
coluna, o tórax, o alinhamento da coluna (verifica-se a presença de escoliose) e os ângulos ílio-
costais. (KENDALL, 1993)
Apesar de nos centrarmos neste segmento, a avaliação postural deve sempre ser feita de
forma global, pois não podemos ignorar o facto de lesões e deficiências a outros níveis se poderem
repercutir a nivel torácico. Esta causa-efeito funciona em ambos os sentidos. (MARQUES, 1997)
Para além da avaliação postural, devemos ainda estar atentos a possíveis alterações de
postura, quer na marcha, quer na forma como tosse, pois estas alterações poderão fornecer
informação fundamental ao diagnóstico e ao tratamento.
Palpação
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
A palpação é realizada colocando as duas mãos de forma simétrica, tendo em conta a linha
vertebral ou a linha médio-esternal. Para este efeito, verifica-se a amplitude dos movimentos
respiratórios, a flexibilidade ou rigidez do tórax, através da aplicação de pressão sobre a parede
torácica, e a existência de secreções.
Temperatura Corporal
A Temperatura corporal mede a quantidade de calor produzido e perdido pelo corpo. Assim,
a temperatura do corpo é registada em graus célsius sendo que o índice de temperatura normal é
37ºC . Quando um indivíduo apresenta valores muito mais baixos (inferiores a 32ºC) afirmamos que
se encontra num estado de hipotermia quando, pelo contrário, apresenta uma temperatura muito
superior á do índice de temperatura normal (superior a 41ºC) podemos dizer que está em estado de
hipertermia. É importante frisar que as crianças têm temperaturas mais elevadas do que os adultos,
visto que o seu metabolismo é mais rápido.
É de referir que a temperatura corporal varia consoante a idade, a hora do dia (a temperatura
é mais baixa de manhã do que á noite), a temperatura ambiental, os estados emocionais, o ciclo
menstrual e a actividade física do sujeito.
A temperatura corporal pode ser medida através de quatro tipos de escalas de medição,
sendo elas a oral, axilar, rectal (é a mais precisa) e a do canal auditivo. Podemos ainda salientar que
existem três instrumentos que medem a temperatura corporal, o termómetro clínico de Ga, o
termómetro electrónico e o termómetro auricular. (Delisa, 1992) (Sarmento, 2007)
Frequência Cardíaca
Pulso arterial - “ Surge através do impacto da aorta ascendente sobre o sangue ejectado
pelo ventrículo esquerdo sempre que este se contrai.” (dicionário de termos técnicos de medicina).
Este permite avaliar alguns parâmetros como: ritmo, regularidade, frequência e a amplitude. Assim,
podemos classificar a frequência cardíaca como o número de batimentos cardíacos por minuto
(bpm). Neste âmbito, consideramos uma frequência cardíaca normal, aquela que varia entre 60 a 80
bpm para adultos, 80 a 120 para crianças (1 a 7 anos) e de 100 a 130 bpm para recém-nascidos. A
taquicardia consiste no aumento da frequência cardíaca acima dos valores estipulados como
normais, pelo contrário, a bradicardia é a redução da frequência cardíaca abaixo dos valores
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considerados normais. A frequência cardíaca varia com a idade, o género, a actividade física, com
certa medicação, o estado emocional do paciente.
Existem alguns instrumentos de medição da frequência cardíaca, entre eles, podemos citar, o
electrocardiógrafo, o cárdiofrequencimentos/polares, o método auscultatório e o método palpatório
(pulsos arteriais). (Delisa, 1992) (Sarmento, 2007)
Podemos medir a frequência cardíaca através de dez tipos de pulsos arteriais (em todos eles
é importante referir que nunca devemos os medir com o dedo polegar mas sim com o dedo
indicador e o dedo central):
Frequência Respiratória
A frequência respiratória é o número de ciclos respiratórios (inspiração/expiração)
realizados num minuto. Assim, torna-se importante determinar alguns parâmetros relacionados com
esta temática, tais como: frequência (polipneia -a respiração é muito rápida – bradipneia – a
respiração é lenta – e podemos considerar a apneia – suspensão voluntária ou involuntária da
respiração), ritmo (os movimentos respiratórios tendem a ser sistémicos e amplos, e a inspiração
tende a ser mais curta que a expiração podendo haver uma relação de 4/5), e a amplitude (quanto
maior a amplitude menor a frequência). Tais parâmetros são avaliados através da ventilação.
A frequência respiratória é variável com a idade, estado emocional, qualidade do ar, altitude,
condição de saúde e actividade física. (Delisa, 1992) (Sarmento, 2007)
Tensão arterial
“ É a força elástica exercida pelo sangue sobre as paredes arteriais.” (dicionário de termos
técnicos de medicina). A tensão arterial é constituída por uma tensão sistólica – é quando o coração
ejecta o seu conteúdo na aorta, levando á força máxima e consequentemente á pressão máxima -e
uma distólica – logo após a tensão sistólica o coração vai ejectando menos energia na artéria aorta, a
força exercida é menor o que leva a uma menor pressão. Assim, quando a tensão arterial é máxima é
designada hipertensão, quando pelo contrário é mínima é chamada de hipotensão. (Delisa, 1992)
(Sarmento, 2007)
A tensão arterial varia consoante a idade, o estado emocional, a elasticidade das artérias,
certa medicação e o volume sanguíneo.
Podemos citar alguns dos instrumentos de medição da tensão arterial, entre eles, o
esfigmomanómetros electrónicos (são instrumentos que detectam vibrações dos impulsos
electrónicos transformando estes sinais em digitais) e o esfigmomanómetro aneróide ou de mercúrio
(consiste no braçal insuflável, constituído por um manómetro de pressão ou uma coluna de
mercúrio). (Delisa, 1992) (Sarmento, 2007)
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É importante referir que a tensão arterial deve ser medida num local calmo, com o mínimo
de silêncio possível, o doente deverá estar sentado e informar se toma alguma medicação, pois esta
poderá alterar a medição da sua tensão arterial. (Delisa, 1992) (Sarmento, 2007)
Espirometria
Trata-se de um teste que avalia o volume de ar inspirado e expirado em função do tempo. O
aparelho que realiza esta medição é denominado de espirómetro.
VOLUME OU VALOR DEFINIÇÃO
CAPACIDADE
Volumes pulmonares
Volume de ar corrente (VAC)*
500 ml Quantidade de ar inspirada e expirada em cada
respiração, durante a respiração calma normal
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Objectivos da Espirometria:
• Detecção de doenças pulmonares obstrutivas e restritivas; Avaliação da gravidade da
doença; Verificação da eficácia dos tratamentos; Acompanhamento da evolução da doença.
Processo do Teste:
• Coloca-se uma mola no nariz do paciente de modo a impedir que uma pequena percentagem
de ar saia por esta via; Pede-se ao paciente que coloque a boca no bocal, o qual se encontra
ligado ao equipamento de gravação, apertando com força, de maneira a evitar fugas de ar;
Fornecer informações precisas sobre quando e como deve inspirar e expirar; O espirómetro
irá registar e imprimir os resultados; Segue-se a interpretação de resultados. (COUTO, 2004)
Broncomotricidade
Teste que tem como objectivo avaliar a variação da secção transversal das vias aéreas. Inclui
provas de broncodilatadores, as quais determinam a eficácia destes, e provas de broncoprovocação,
as quais determinam a predisposição das vias aéreas para a ocorrência de espasmo brônquio.
(COUTO, 2004)
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Marcadores de Sangue
A contagem dos eosinófilos e a dosagem da proteína eosinofílica catiónica, ECP, são pouco
utilizadas como marcadores da inflamação brônquica. Pois, o aumento da ECP não se verifica só na
asma, ocorrendo em outras doenças como, por exemplo, a fibrose cística. E porque sendo a ECP
mais sensível do que a simples contagem dos eosinófilos sanguíneos, é no entanto menos sensível
que a contagem dos eosinófilos na expectoração.
Outros marcadores têm sido propostos como o receptor solúvel da IL-2 (CD25), ainda
desprovido de avaliações mais detalhadas e de larga escala. (Filho, 2007)
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11Consequências e limitações
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seguir uma dieta especial, a não ser que apresentem alguma alergia alimentar; (Grande Enciclopédia
Médica)
•O asmático é, geralmente, hiperemotivo e ansioso. O receio de uma nova crise e os
constantes internamentos podem ser um factor psicologicamente depressivo tornando-o mais
vulnerável. Assim, é fundamental que o ambiente familiar seja calmo e relaxado. É importante
referir que o constante recurso a unidades de saúde e o uso contínuo de medicamentos representam
uma elevada despesa;
• As bebidas alcoólicas são extremamente prejudiciais para as vias respiratórias, sendo o seu
consumo desaconselhado. Nesta situação, o mais importante é o grau alcoólico da bebida que se
consome e não da quantidade ingerida no dia-a-dia; doentes asmáticos não devem fumar nem
frequentar locais onde se fume;
• Devem evitar a acumulação de muita gente num só espaço, pois nestas situações, o
oxigénio disponível é reduzido. Devem, ainda, evitar zonas industriais e a poluição atmosférica.
Deste modo, estes indivíduos, apesar de poderem conduzir normalmente, devem evitar o trânsito
congestionado, os túneis extensos ou outra situação que o obrigue a estar em contacto prolongado
com o ambiente poluído;
• Para estes indivíduos é possível viajar de avião, apesar de, em algumas situações, ser
complicado. Em casos controlados, estes necessitam apenas de um aparelho pressurizado para a
eventualidade de ser necessário;
•A asma pode ser um factor limitante em determinadas profissões, nomeadamente no
trabalho em meio industrial, em tarefas que obriguem o contacto com poeiras ou outros factores
desencadeantes de alergias;
• Esta patologia é uma das principais razões de absentismo na vida escolar e profissional
devido às frequentes crises asmáticas, é, ainda, uma das causas de antecipação de aposentadorias,
pensões e benefícios. Tudo isto pode levar à desagregação familiar, tendo repercussão a nível bio-
psico-socio-económico;
• Para estes doentes o clima ideal é quente e húmido, pode no entanto existir excepções.
Muitas vezes só o próprio indivíduo pode descrever quais as suas condições climatéricas ideais.
(Grande enciclopédia Médica Verbo, I O Coração e os Pulmões , 1978)
12Tratamento Farmacológico
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13Tratamento de Fisioterapia
(Ver em anexo)
13.1 Educação
O fisioterapeuta também intervém na prevenção e orientação do paciente asmático. Uma das
melhores formas para combater esta doença é educar-se acerca dela, podendo assim aperceber-se da
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sua presença e saber o que fazer. A educação passa por informar a população de que a asma é uma
doença crónica, e que esta pode ser controlada, permitindo uma vida normal. Também consiste em
educar os profissionais, para que apliquem o tratamento adequado, e os asmáticos, para que
identifiquem precocemente os sintomas e factores envolvidos. (Sarmento, 2007)
Este profissional deve saber esclarecer os pacientes asmáticos em relação: ao tipo de
ventilação, residência, colchão adequados; à higiene pessoal e da habitação, factores que
desencadeiam a doença e outras dúvidas que tenham. (Sarmento, 2007)
Além disto, o fisioterapeuta também deve educar o paciente no sentido de o ensinar a
identificar o seu estado clínico. Ele deve explicar como usar um aparelho, peak flow, que mede o
pico de fluxo expiratório (PFE). Também deve explicar ao doente como utilizar o broncodilatador
de forma correcta, para este seja eficaz. (Sarmento, 2007)
13.2 Exercício
(Ver imagens em anexo)
No tratamento da asma podemos recorrer ao exercício físico de forma a melhorar a
resistência dos músculos respiratórios, optimizar o transporte de oxigénio, a capacidade máxima de
trabalho e a tolerância ao exercício. Além de tudo isto, também contribui para a melhoria da
desobstrução das secreções brônquicas, prevenindo o broncoespasmo e pode ainda reduzir situações
de asma induzida pelo exercício. (Donna Frownfelter, 2004)
Perante estes benefícios na função pulmonar, os exercícios passaram a ser aconselhados para
substituir total ou parcialmente a fisioterapia torácica ou respiratória convencional. (Donna
Frownfelter, 2004)
Existem diferentes vias energéticas para a produção de ATP, sendo este essencial para a
realização do exercício. Estas podem ser divididas em dois grandes grupos: aeróbio (presença de
oxigénio) e anaeróbio, que se subdivide em láctico e aláctico. (AACVPR, 2004)
A via anaeróbia aláctica ou via do fosfato creatina é utilizada no exercício intenso
(explosivo), pois é rápida na produção de ATP, mas tem reduzida capacidade de síntese da mesma,
sendo por isso utilizada apenas em poucos segundos (até 10 segundos). (AACVPR, 2004)
A via anaeróbia láctica ou via do lactato tem como fonte de energia a glicose e é utilizada
em exercício intenso, tendo a durabilidade máxima de cerca de 3 minutos. (AACVPR, 2004)
A via aeróbia é a última ser utilizada, sendo responsável pela produção de ATP no exercício
prolongado, pois esta nunca se esgota. (AACVPR, 2004)
As três vias funcionam de forma simultânea, havendo porém uma via predominante.
(AACVPR, 2004)
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O treino de resistência aeróbia pode ser efectuado de forma intervalada (aeróbio com picos
próximos do anaeróbio) ou contínua, sendo no caso do asmático preferencial o último. (AACVPR,
2004)
No treino contínuo mantém-se a intensidade, a frequência cardíaca é estável, atingindo o
steady-state (a produção de oxigénio é suficiente para as nossas necessidades no momento).
(AACVPR, 2004)
O exercício para a desobstrução das vias aéreas consiste em exercícios aeróbios e de
resistência, com o objectivo de aumentar a ventilação. Estes devem adaptar-se às condições e às
habilidades do paciente, iniciando sempre com exercício de aquecimento e terminando com
alongamento. É de salientar ainda, que antes de se iniciar o programa de exercícios, é necessário a
devida preparação:
Os pacientes que manifestem hiperactividade brônquica devem possuir um broncodilatador
adequado que os acompanhe.
Deve ocorrer um registo dos sinais vitais básicos do doente. Este também deve saber medir
o próprio pulso e avaliar seu nível de esforço. Aqueles que necessitam de uma monitorização
rigorosa, devem ter um oxímetro de pulso. (Donna Frownfelter, 2004)
Ao utilizar o exercício como uma forma de desobstrução das vias aéreas, determinados
factores como, a frequência, intensidade e duração, aquecimento e desaceleração, devem ser
cumpridos. Podem também surgir pacientes que manifestem uma agudização da doença. Neste
caso, os exercícios devem ser iniciados lentamente, aumentando o ritmo conforme a tolerância do
doente. (Donna Frownfelter, 2004)
Para determinar qual a duração e intensidade do tratamento, obtendo-se bons resultados, é
necessário uma monitorização durante os exercícios e a desaceleração, bem como antes de os
exercícios iniciarem. Esta é feita à frequência cardíaca, à pressão sanguínea, à saturação de
oxigénio, à frequência respiratória e ao nível de percepção de esforço. (Donna Frownfelter, 2004)
É também necessário ensinar o doente a tossir ou soprar, nunca muito prolongadamente,
para expelir o máximo de expectoração. (Donna Frownfelter, 2004)
Todo este treino deve ser construído de forma a ser inserido nas actividades diárias do
paciente, pois torna mais fácil conseguir a sua adesão. (Donna Frownfelter, 2004)
Uma das vantagens dos exercícios para a desobstrução é que, devido ao facto de ser algo que
as pessoas sem doenças pulmonares praticam, os pacientes com essas doenças vão adquirir mais
vontade neste tratamento, visto que assim não é evidenciada a sua condição clínica. Além disto, o
exercício contribui de uma forma positiva para o bem-estar, auto-estima e qualidade de vida do
doente. (Donna Frownfelter, 2004)
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
Um facto que pode não ser tão positivo, é que para o sucesso deste tratamento é necessário
um contacto regular entre o terapeuta e o paciente, bem como um apoio familiar constante
(essencialmente no caso das crianças). (Donna Frownfelter, 2004)
Outra desvantagem, trata-se de que todo o processo pode ser afectado pela preferência do
paciente num determinado exercício, não praticando consequentemente os outros do programa, e
pela intervenção de amigos ou familiares. (Donna Frownfelter, 2004)
13.3 Ortóteses
Vias aéreas inferiors distais
A fisioterapia cárdio-respiratória recorre a várias técnicas de tratamento não invasivas. Estas,
têm como objectivo optimizar a eficácia e a quantidade de oxigénio transportado, contribuindo
desta forma para prevenir ou minimizar as disfunções ao nível respiratório. Desta forma promove-se
a máxima qualidade de vida aos utentes. (Ana Luzia R. Freitas Alves)
Para atingir os seus objectivos o fisioterapeuta recorre a técnicas variadas, que podem ser divididas
em principais e adjuvantes. Porém, deve-se salientar que estes tratamentos não têm como objectivo
curar a asma, apenas minimizar os seus efeitos, isto porque não existe uma cura para a asma. (Ana
Luzia R. Freitas Alves)
• Técnicas principais:
ELTGOL (Expiração lenta total com a glote aberta em infralateral): Esta técnica é
aconselhada para desobstruir as vias aéreas inferiores distais. Para isso, é necessário colocar
o asmático em decúbito lateral e pedir-lhe que efectue inspirações lentas. Desta forma, irá
ocorrer uma desobstrução das vias aéreas do pulmão do lado que está apoiado.
(http://www.postiaux.com/Portugais/Tecnicas.htm)
ELPr (Expiração lenta prolongada): O principal objectivo desta técnica é desobstruir as vias
aéreas inferiores distais. Para isso, o fisioterapeuta deve colocar uma mão no tórax do
paciente e a outra sobre o abdómen exercendo pressão. Essa pressão deve ser sincronizada e
lenta, devendo ser efectuada com as duas mãos, iniciando-se no final de uma expiração
espontânea e prosseguindo até ao volume residual. (Ana Luzia R. Freitas Alves)
O objectivo deste procedimento é obter um volume expiratório maior do que o normal, com
vista a uma desinsuflação pulmonar, que apenas é conseguida com o tempo expiratório
prolongado. (Ana Luzia R. Freitas Alves)
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• Técnicas adjuvantes:
Flutter: Este instrumento tem a forma de um tubo e possui um cone no seu interior. Dentro
desse cone existe uma esfera de aço que efectua movimentos verticais aquando da expiração
do doente através do flutter. Esse movimento cria uma pressão expiratória positiva e uma
vibração oscilatória dentro das vias aéreas. Em consequência desse movimento produzido
pela bola ocorrem também acelerações intermitentes no fluxo de ar. Estes três fenómenos
ajudam a limpar as secreções presentes, que são facilmente expelidas com o auxílio da
tosse/expirações forçadas. (http://www.fisiozone.com/cardiorespiratoria/3801-tecnicas-
fisoterapiacas-para-desobstrucao-pulmonar.html)
O RC-Cornet é um tubo de plástico que contém uma válvula flexível. Aquando da
realização de uma expiração através deste aparelho são criadas no interior das vias aéreas
uma pressão expiratória positiva e uma oscilação vibratória do ar. Estes fenómenos
movimentam as secreções para as vias aéreas centrais. Estas podem ser limpas através de
mecanismos de tosse e expirações forçadas.
(http://www.fisiozone.com/cardiorespiratoria/3801-tecnicas-fisoterapiacas-para-
desobstrucao-pulmonar.html)
O RC-Cornet é frequentemente comparado com o flutter, uma vez que ambos
funcionam de forma similar. No entanto, ao contrário do flutter este aparelho pode ser
utilizado em qualquer posição (pois age independentemente da gravidade).
(http://www.fisiozone.com/cardiorespiratoria/3801-tecnicas-fisoterapiacas-para-
desobstrucao-pulmonar.html)
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Vantagens: É uma técnica não invasiva, fácil de usar, com baixo custo e cuja aplicação é
versátil (através de máscara ou bocal). (http://www.cefir.com.br/11_2004/artigos/Diversos/06.doc)
O treino inspiratório resistido utiliza um aparelho chamado P-Flex. Este tem como
finalidade o fotalecimento e “endurance” dos músculos inspiratórios. Ele é constituído por um
conjunto de seis orifícios. Durante a inspiração vai haver uma resistência, que vai depender do
tamanho do orifício e do fluxo, ou seja, quanto menor o orifício, maior a resistência, e quanto maior
o fluxo, maior a resistência. Portanto, aconselha-se o uso de um manómetro ou vacuómetro, ate que
o paciente tenha o controlo do seu fluxo inspiratório, mantendo uma determinada pressão. O
tamanho do orifício será escolhido pelo terapeuta que acompanha o indivíduo. (J. & P., 2002)
O treino normocápnio hiperpneico pressupõe o aumento da resistência muscular. Este utiliza
um padrão hiperpneia normocápnia e consiste numa hiperventilação voluntária do paciente durante
um período de 15 a 20 segundos. Este treino é bastante complexo e deve ser realizado com a
presença do terapeuta. (Gosselink & Decramer, 1994)
O treino tipo “ Threshold ® loading”, tal como o nome indica, utiliza um instrumento
denominado threshold ®. Este instrumento aumenta a contracção dos músculos inspiratórios e
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
diminui o tempo de inspiração. Este é regulado inicialmente com uma resistência de acordo com a
Pimáx (pressão inspiratória máxima) do paciente. Este tipo de treino tem uma certa desvantagem,
pois tem uma válvula na sua extremidade que só se abre se o paciente produzir uma pressão
negativa ao nível da boca. (Gosselink & Decramer, 1994) (W. & M., 2005)
Este treino tem de ser realizado diariamente, durante um certo período de tempo, tendo lugar
na habitação do paciente. Realizam-se três séries de quinze inspirações, fazendo um intervalo de
dois minutos para relaxamento entre cada série. (W. & M., 2005)
14Conclusão
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15 Referências Bibliográficas
Wynsberghe, D. V., & Noback, C. R. (1992). Human Anatomy & Physiology. Wynsberghe, Donna
Van; Noback, Charles R.; Human Anatomy & Physiology, Third Edition, Editora: Mc Graw-Hill.
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15Anexos
No dia nove do mês de Dezembro de dois mil e oito, pelas oito horas, realizou-se uma
sessão tutorial na Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto, no auditório quarenta e sete,
com a presença de Amaro Alves, Ana Monteiro, Ana Rita Magalhães, Bárbara Silva, Cátia Pessoa,
Marisa Mimoso, Marta Silva, Sara Gonçalves e Sara Neiva e com a seguinte ordem de
desenvolvimento.
esclarecer alguns termos que aparecem ao longo do texto, e que, provavelmente, não seriam do
nosso conhecimento. Por isso enumerou alguns deles, tais como eficácia, inflamação da asma,
óxido nítrico e esputo. Aos termos já referidos a Marta acrescentou estudos experimentais e
marcadores. Visto que os termos sobre os quais surgiam dúvidas eram elevados a Ana Cláudia
sugeriu que, antes de efectuar a pesquisa deveríamos elaborar um glossário e definir conceitos.
Além disso o tutor acrescentou que deveríamos pesquisar sobre outros temas, questionando-nos se
nós sabíamos a anatomia dos pulmões, se o sistema respiratório trabalhava isoladamente e ainda se
a asma está apenas relacionada com um transporte de oxigénio deficiente. Acrescentou também, que
talvez fosse importante informarmo-nos sobre as causas da asma. A esta questão o Amaro referiu
que as causas poderiam ser internas e externas, afirmação que o tutor considerou acertada,
afirmando que os factores internos estão relacionados com erros na fisiologia pulmonar e que os
factores externos são denominados de factores de risco.
Após esta organização de ideias o grupo achou mais vantajoso passar à elaboração de um
esquema que sintetizasse todos os assuntos a pesquisar neste problema. Para isso a nossa escrivã
utilizou o programa c-maps. No decorrer da execução do esquema surgiram algumas dúvidas sobre
o local onde deveriam ser inseridos alguns dos termos, ou, se de facto eles tinham importância
suficiente para serem colocados no nosso mapa de conceitos. Porém, após uma breve discussão
estas dúvidas foram, na sua maioria, colmatadas.
Como a sessão estava a aproximar-se do final, o grupo decidiu elaborar uma listagem de
temas a pesquisar e atribuí-los aos diferentes elementos, ficando assim decidido:
• Definição, níveis e sintomas da asma – A pesquisar pela Ana Rita
• Tratamento:
De Fisioterapia – A pesquisar pela Ana Cláudia
Farmacológico – A pesquisar pelo Amaro
• Sistema cárdio-respiratório – A pesquisar pela Cátia
• Fisiopatologia - A pesquisar pela Sara Gonçalves
• Factores de risco - A pesquisar pelo Amaro
• Avaliação/diagnóstico - A pesquisar pela Bárbara
• Consequências e limitações - A pesquisar pela Marisa
• Inflamação da asma - A pesquisar pela Sara Neiva
Como já é habitual, no final de cada sessão tutorial, tanto o tutor como os vários elementos
do grupo referem a sua opinião em relação ao desenrolar da tutorial, sendo estas as opiniões:
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O Tutor considera que depois da pesquisa vamos conseguir atingir facilmente os objectivos.
Afirmou que esta foi uma sessão rica, ficando agradavelmente surpreendido com o facto de alguns
elementos já terem efectuado pesquisas. A Marisa considerou que esta foi uma sessão bastante
produtiva, enquanto a Bárbara afirmou ter sido uma tutorial muito confusa. Referiu também ter
gostado do desempenho do tutor. A Rita concorda com o facto de ter sido confusa, no entanto
afirma que serviu para alinhavar e organizar ideias, opinião partilhada pela Sara Gonçalves. A Sara
Neiva pensa que no final das pesquisas toda esta confusão será menor. A Cátia ficou satisfeita pelo
facto de ser um tema mais específico do que os anteriores, partilhando com a Marta a ideia de que o
tempo para abordar o problema é muito reduzido. Por fim, o Amaro salienta o facto de continuar a
haver gente que fala muito pouco durante a sessão.
E, não havendo mais nada a tratar, foi elaborada a presente acta que, depois de lida e
aprovada, será assinada pelo presidente e por mim, Sara Alexandra Sousa Neiva, na qualidade de
secretária, que a redigi.
Aos doze dias do mês de Dezembro de dois mil e oito, pelas oito horas, realizou-se uma
sessão tutorial na Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto, no auditório quarenta e sete,
com a presença de Amaro Alves, Ana Monteiro, Ana Rita Magalhães, Bárbara Silva, Cátia Pessoa,
Marisa Mimoso, Marta Silva, Sara Gonçalves e Sara Neiva e com a seguinte ordem de
desenvolvimento.
A sessão tutorial iniciou-se com a análise das sínteses efectuadas pelos estudantes.
Primeiramente, o autor da síntese referiu as suas dificuldades aquando da elaboração da mesma e de
seguida o tutor referiu a sua opinião acerca do seu conteúdo.
A primeira pessoa a expor as dificuldades sentidas foi a Ana Cláudia, afirmando que, apesar
de ter encontrado alguma informação, não estava completamente certa da sua credibilidade e
fiabilidade. Além disso, acrescentou que, ainda não possui a noção dos assuntos aos quais se deve
dar mais ênfase. Relativamente a esta síntese o tutor referiu que ela deveria ter-se focado mais no
nosso problema, que, foi a dificuldade de grande parte dos elementos do grupo. Acrescentou ainda
que ela deveria ter salientado mais o exercício físico como forma de tratamento. Seguidamente
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falou a Sara Neiva, que afirmou que a informação sobre o seu tema era um pouco escassa.
Relativamente à síntese sobre o sistema cárdio-respiratório, a Cátia afirmou que estava incompleta,
uma vez que se tratava de bastante informação para um curto período de tempo. Além disso, sentiu
bastante dificuldade em transpor alguns dos termos de português do Brasil para o português de
Portugal. De seguida falaram a Ana Rita e o Amaro que afirmaram não ter sentido muitas
dificuldades uma vez que era possível encontrar uma grande quantidade de informação
relativamente aos seus temas. Quanto à Bárbara, esta afirmou que a falta de tempo e de informação
foram factores condicionantes, e que por isso, não conseguiu terminar a síntese. Seguidamente a
Sara Gonçalves tomou a palavra e afirmou que um dos subtemas que se destacava mais na sua
pesquisa era a inflamação. Por isso, a sua síntese e a da Sara Neiva podiam ser compiladas. A
Marisa referiu que não sentiu muitas dificuldades, ao contrário da Marta que se queixou de uma
grande falta de informação. Apesar desse facto, a tutor referiu que ela tinha elaborado uma boa
síntese, no entanto, deveria utilizar uma linguagem mais acessível para uma melhor compreensão
por parte dos outros elementos da tutoria.
Após todos termos exposto as dificuldades sentidas, o tutor sugeriu que se passasse à
organização dos temas, perguntando-nos se nós continuávamos a acreditar que o tema principal do
problema é a asma. Além disso acrescentou que, como o sistema cárdio-respiratório é comum a
todos os problemas deste módulo, esta pesquisa será incluída em todos eles. Em resultado desta
informação o grupo decidiu alterar o formato do nosso mapa de conceitos colocando em grande
plano o sistema referido pelo tutor, e, uma vez que estávamos a trabalhar no c-maps decidimos
verificar temas que ainda não tínhamos pesquisado e que poderiam ser importantes para a resolução
do problema. Depois disso, seriam divididas as tarefas. Sendo assim, e após uma breve discussão,
surgiram os seguintes temas:
• Tratamento de fisioterapia (educação e exercício) – Ana Cláudia e Sara Gonçalves
• Tipos de asma e tipos de crise – Ana Rita
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E, não havendo mais nada a tratar, foi elaborada a presente acta que, depois de lida e
aprovada, será assinada pelo presidente e por mim, Sara Alexandra Sousa Neiva, na qualidade de
secretária, que a redigi.
Aos quinze dias do mês de Dezembro de dois mil e oito, realizou-se uma Sessão Tutorial na
Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto, na sala 48, com a presença de todos os elementos
do turno seis, com excepção da Sara Ribeiro.
A sessão iniciou-se com a distribuição dos cargos de presidentes, de secretário e escrivão.
Tendo a Marta, a Bárbara e a Rita, ocupado respectivamente estes papéis.
Posteriormente passou-se à análise do trabalho desenvolvido desde a última sessão,
manifestando-se opiniões e dificuldades. O tutor chamou à atenção para a terminologia utilizada e
para a especificidade dos temas que se decidiu abordar, questionando o grupo se todos iam
particularmente de encontro com o problema definido. Consequentemente, o grupo inferiu que em
qualquer problema a tratar, a sua abordagem e pesquisa não deverá possuir carácter muito
abrangente, devendo sim estar enquadrada única e exclusivamente com o real problema; estando
sempre presente a íntima relação que este possui com a fisioterapia.
Posto isto, tomou início uma discussão de ideias, a qual se prolongou até ao fim da sessão.
Esta foi estimulada primeiramente pelo tutor, através da realização de questões focadas no fulcro do
problema. Alguns dos assuntos abordados foram: trocas gasosas aquando da asma, o tipo de
exercício que se deve planear e aplicar a estes indivíduos, o que ocorre no decorrer da prática
desportiva, eficácia de tratamentos, conceitos de observação e inspecção e a pertinência de
apresentar temas tais como a avaliação da dor, da dispneia e percepção de esforço. Acabando o
grupo por chegar a um consenso.
Procedeu-se então à distribuição de tarefas, tendo ficado estipulado como data limite de
divulgação dia dezassete, quarta-feira dessa mesma semana:
Avaliação da dispneia e percepção de esforço: Sara Neiva
Avaliação e Diagnóstico (Revisão do anterior): Amaro e Bárbara
Exercício: Ana Cláudia e Marta
Transporte de O2: Cátia e Marisa
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Para finalizar a sessão, realizou-se o habitual feedback da mesma. A maioria manifestou ter
sentido: ansiedade, incerteza e desconforto no decorrer da sessão. Porém, simultaneamente por
parte de alguns elementos, nomeadamente do Amaro, da Ana Cláudia, Rita e da Bárbara,
exteriorizou-se a opinião de esta ter sido produtiva, pois deram-se discussões com repercussões de
extrema relevância. O tutor partilhou desta mesma opinião, enfatizando uma vez mais que nos
devemos restringir à verdadeira temática do problema, enquadrando sempre com a fisioterapia. E
desta forma, deu-se por encerrada a referida sessão.
E, não havendo mais nada a tratar, foi elaborada a presente acta que, depois de lida e
aprovada, será assinada pelo presidente e por mim, Sara Alexandra Sousa Neiva, na qualidade de
secretária, que a redigi.
Aos dezanove dias do mês de Dezembro de dois mil e oito, pelas oito horas, realizou-se uma
sessão tutorial na Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Porto, na sala 48, com a presença de
todos os elementos do turno seis, com excepção da Sara Ribeiro.
Os cargos de presidente, escrivão e secretário, como é hábito neste turno, mantiveram-se no
decorrer da semana.
A presente sessão tutorial teve a seguinte ordem de desenvolvimento:
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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma
qual a melhor ordem de apresentação dos temas, falou-se sobre as bibliografias e como estas
deveriam ser apresentadas, entre outros. Retirando-se desta revisão uma lista de tarefas a distribuir.
Contudo, aquando da revisão não se conseguiu deixar de sentir dificuldade em reconhecer se
determinados temas deveriam ser referidos neste problema ou no próximo.
Visto ter-se alterado o portefólio, seguiu-se uma reestruturação do índice, bem como do
mapa conceptual.
Para finalizar a sessão distribuiu-se as tarefas:
Sara Gonçalves: diminuir o desenvolvimento do tema Sinais Vitais
Cátia: alterar o tema Sistema Cardio-respiratório, enfatizando o mais importante (sendo o
problema a asma, o relevante são as vias respiratórias inferiores no que toca ao sistema respiratório,
e os capilares no que diz respeito ao sistema cardiovascular - trocas gasosas.)
Marta: rever o tema Avaliação Postural
Marisa: rever o tema Espirometria
Ana Cláudia, Amaro e Sara Neiva: ortóteses
Ana Rita: formatar o portefólio
Bárbara: elaborar a acta da sessão
Tendo o prazo estipulado para a divulgação dos trabalhos sido dia vinte e seis de Dezembro
de dois mil e oito, sexta-feira seguinte.
E, não havendo mais nada a tratar, foi elaborada a presente acta que, depois de lida e
aprovada, será assinada pelo presidente e por mim, Sara Alexandra Sousa Neiva, na qualidade de
secretária, que a redigi.
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15.3 Conteúdos
Sistema Cardio-respiratório
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A laringe é constituída exteriormente por nove cartilagens ligadas umas às outras por
músculos e por seis ligamentos pares e três ímpares. Esta situa-se entre a laringofaringe e a traqueia.
A laringe evita que passem para as vias respiratórias comida, líquidos ou outras substâncias
estranhas e controla o fluxo de ar. O esqueleto da laringe é constituído pelo osso hióide e pelas
cartilagens da laringe (tiróideia, cricóideia, epiglote, aritnoideias, corniculadas e cuneiformes). A
tiróideia é a mais superior, tem forma de armadura e é normalmente conhecida por maçã-de-adão. A
cricóideia, pelo contrário, é a mais inferior, sendo por isso a base da laringe. Tem forma de anel e
serve de suporte à glândula tiróideia. A epiglote, que está por cima da glote, está projectada em
direcção à língua e tem na sua constituição cartilagem elástica. Esta cobre a abertura da laringe
durante a deglutição e evita a entrada de substâncias para a laringe e para a traqueia. As aritnoideias
têm forma de corneto, as corniculadas têm forma de cone e as cuneiformes têm forma de cunha.
Existem cordas vocais verdadeiras e falsas. As verdadeiras são duas dobras brancas e brilhantes da
mucosa que vão desde a cartilagem aritnoideia até à tiróideia. As falsas são duas massas rosadas e
macias da membrana mucosa que se salientam ligeiramente da parede da laringe, desde a cartilagem
tiróideia até à aritnoideia. (Frownfelter; Deam, 2004)
Músculos respiratórios
Os músculos seguintes são apenas acessórios, não têm uma função especificamente ligada à
respiração, no entanto, são também importantes neste processo. (Frownfelter; Deam, 2004)
O esternocleidomastoideu é um músculo do pescoço, bastante potente, que possui dois
ventres, um com origem no manúbrio e o outro na parte medial da clavícula. Estes dois ventres
juntam-se num só músculo que depois se insere no pavilhão auricular à orelha na apófise mastóide.
Cada indivíduo possui dois, um de cada lado do pescoço, que ao contraírem provocam a rotação do
crânio na direcção contrária. Caso contraiam conjuntamente, o crânio sofre uma flexão anterior.
Estes são os músculos acessórios mais importantes da inspiração. (Frownfelter; Deam, 2004)
Os escalenos anterior, medial e posterior são uma única unidade funcional, embora sejam
três músculos distintos. Estão primeiramente relacionados com o pescoço, mas podem também
auxiliar na respiração. (Frownfelter; Deam, 2004)
O grande dentado, por norma, auxilia a extensão anterior do braço, mas, tal como os
escalenos, também ajuda na respiração. Existem dois músculos destes em cada indivíduo, um em
cada lado do corpo. (Frownfelter; Deam, 2004)
O peitoral maior tem como principal função aduzir e rodar medialmente o úmero. No
entanto, na inspiração forçada, quando os braços são fixados, estes podem permitir o aumento do
diâmetro torácico, através do deslocamento dos arcos costais. (Frownfelter; Deam, 2004)
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O peitoral menor é um músculo fino. Cada indivíduo possui dois, um em cada lado do
corpo, funcionando estes em conjunto com o grande dentado. Na inspiração profunda elevem as
costelas às quais estão ligados, através da sua contracção. (Frownfelter; Deam, 2004)
O trapézio é constituído por dois músculos em forma de triângulo, responsável pela rotação
das escápulas, levantando e baixando os braços de forma controlada. Também as fixa, elevando-as
quando se realiza o movimento de encolher os ombros. Esta fixação permite ao peitoral menor e ao
grande dentado elevar as costelas. (Frownfelter; Deam, 2004)
O erector de espinha é um músculo grande que vai desde o sacro até ao crânio. Devido à
sua posição ao longo da coluna vertebral, permite que, durante a inspiração profunda, ocorra uma
elevação extra das costelas. (Frownfelter; Deam, 2004)
A expiração é um processo passivo, onde ocorre o relaxamento do diafragma e dos músculos
intercostais. Permite que as costelas voltem à posição inicial (antes da inspiração). (Frownfelter;
Deam, 2004)
Coração
As veias são vasos de grande calibre, com paredes finas, e são formadas por diversas
camadas de células. Estas resultam da junção das vénulas e funcionam como um reservatório de
sangue. Apresentam válvulas venosas, que impedem o refluxo de sangue, deixando que a circulação
sanguínea seja unidireccional. As veias conduzem o sangue de todas as partes do corpo ao coração.
As artérias são igualmente formadas por várias camadas de células mas têm paredes
resistentes, elásticas e espessas, que têm na sua constituição maioritariamente células musculares. A
sua função é transportar o sangue, sob pressão, do coração a todas as partes do corpo.
As vénulas têm dimensões mais reduzidas e são formadas por várias camadas de células.
Estas resultam da junção de capilares.
As arteríolas, tal como as vénulas, são de menores dimensões e são formadas por várias
camadas de células. No entanto, resultam de ramificações das artérias.
Os capilares são os vasos sanguíneos mais pequenos, que resultam das ramificações das
arteríolas. Estes são constituídos por paredes muito finas, com uma única camada de células, que
facilitam as trocas de diversas substâncias com o sangue, como por exemplo, o oxigénio, o dióxido
de carbono, os nutrientes e as hormonas.
As hemácias (glóbulos vermelhos), são células anucleadas e têm forma de disco bicôncavo,
podem adaptar-se aos capilares. Têm hemoglobina na sua constituição (proteína que contém ferro),
daí apresentarem a cor vermelha. São as células mais abundantes no sangue. A sua principal função
é o transporte de gases, nomeadamente, o oxigénio e algum dióxido de carbono; os leucócitos
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(glóbulos brancos), são células incolores, de forma irregular, com núcleos diversificados. Têm a
capacidade de formar pseudópodes, que são prolongamentos do citoplasma, e de fagocitar (envolver
e destruir) partículas estranhas, através da fagocitose. Estas também têm a capacidade de mudar a
sua forma, podendo assim abandonar os capilares. A sua principal função é de defesa do organismo;
as plaquetas são pequenos corpos, sem núcleo, que vêm da fragmentação de células, participam na
coagulação do sangue, impedindo hemorragias e auxiliando na reparação dos vasos sanguíneos
danificados; o plasma é a parte líquida do sangue, tem 90% de água na sua constituição, sendo que
os restantes 10% são constituídos por sais minerais, substâncias orgânicas e hormonas. Este tem
como principal função o transporte dos restantes elementos constituintes do sangue, de nutrientes,
de produtos de excreção e de hormonas. Tem também um papel regulador na distribuição de calor
por todo o organismo e na coagulação do sangue, devido à presença de proteínas, como por
exemplo, o fibrinogénio.
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Quando o CO2 entra na circulação, podem ocorrer duas coisas: uma parte deste gás dissolve-
se no plasma e outra parte combina-se com água, formando ácido carbónico (que se dissocia em ião
bicarbonato e ião hidrogénio). (António Couto; J. M. Reis Ferreira, 2004)
Avaliação e diagnóstico
Métodos de avaliação
Sinais Vitais
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Temperatura
A temperatura corporal pode ser medida através de quatro tipos de escalas de medição:
• Oral – Coloca-se um termómetro na boca, deixando este permanecer durante 3 a 5
minutos com os lábios fechados. Após este procedimento, regista-se a temperatura,
que deverá variar entre os 36ºC a 37,5ºC (sendo a taxa de variação de temperatura
considerada normal).
• Rectal – Deve-se colocar o termómetro no ânus e permanecer por 2 a 4 minutos. Este
tipo de medição é a mais precisa. Os valores normais variam entre 36,6 ºC a 38,1ºC.
• Axilar – O termómetro é colocado debaixo da axila permanecendo durante 3 a 8
minutos, este método de temperatura é a mais usado, no entanto é pouco precisa.
Para o indivíduo estar num estado normal a sua temperatura deverá variar entre os
35,7ºC e os 37,2ºC.
• Canal auditivo – É usada nas crianças.
Frequência Cardíaca
Existem dez tipos de pulsos arteriais (em todos eles é importante referir que nunca devemos
os medir com o dedo polegar mas sim com o dedo indicador e o dedo central):
• Pulso Temporal – localiza-se na fossa temporal
• Pulso Carotídeo – localiza-se na laringe
• Pulso Braquial – localiza-se na superfície medial do terço médio do braço entre os
compartimentos musculares anteriores e posteriores
• Pulso Radial – localiza-se lateralmente ao tendão do flexor radial do carpo
• Pulso Cubital – localiza-se medialmente ao tendão do flexor cubital do carpo
• Pulso Femural - sente-se ao nível da arcada crural no ponto médio entre a sínfise
púbica e a espinha ilíaca Antero-superior
• Pulso popeliteo – em primeiro lugar temos de flectir o joelho em 90º e
posteriormente coloca-se os 2 polegares na tuberosidade tibial e os restantes dedos
na fossa poplitea, procurando o feixe neurovascular
• Pulso tibial posterior – posteriormente ao maléolo medial e tendões do tibial
posterior e longo flexor dos dedos
• Pulso tibial anterior – localiza-se lateralmente ao tendão do tibial anterior
• Pulso aplical – localiza-se na margem lateral
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Tratamento de Fisioterapia
15.4 Imagens
Sistema Cardio-respiratório
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Fisiopatologia
Incidência e Prevalência
Incidência e Prevalência
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Tratamento de Fisioterapia
Exercício
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