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Ano lectivo 2008/2009

19 de Dezembro de 2008
Docente Orientador: Pedro Silva

Fisioterapia em
Condições Cardio-
Respiratórias I

Membros do grupo:
Amaro Alves, Ana Cláudia, Ana Rita Magalhães, Bárbara Silva, Cátia
Pessoa,
Índice Marisa Mimoso, Marta Silva, Sara Gonçalves, Sara Neiva e Sara Ribeiro
1Introdução...........................................................................................................................................2
Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma

2Sistema Cardio-respiratório................................................................................................................3
3Definição de Asma...........................................................................................................................13
4Sintomas da Asma............................................................................................................................14
5Fisiopatologia...................................................................................................................................14
6Níveis Asmáticos..............................................................................................................................16
7Incidência e Prevalência...................................................................................................................16
7.1Factores de risco........................................................................................................................17
7.2Factores desencadeantes............................................................................................................17
8Tipos de Asma..................................................................................................................................18
9Tipos de Crise Asmática...................................................................................................................18
10Avaliação e Diagnóstico.................................................................................................................18
10.1Métodos de avaliação..............................................................................................................18
10.2Meios complementares de diagnóstico....................................................................................24
11Consequências e limitações............................................................................................................27
12Tratamento Farmacológico.............................................................................................................28
13Tratamento de Fisioterapia ............................................................................................................29
13.1Educação..................................................................................................................................29
13.2Exercício..................................................................................................................................30
13.3Ortóteses..................................................................................................................................32
14Conclusão.......................................................................................................................................35
15Anexos............................................................................................................................................39
15.1Mapa conceptual......................................................................................................................39
........................................................................................................................................................39
15.2Actas........................................................................................................................................40
15.3Conteúdos................................................................................................................................47
15.4Imagens....................................................................................................................................53

1Introdução

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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma

Neste trabalho debruçamo-nos no estudo do sistema cardio-respiratório, mais


especificamente na asma, doença obstrutiva que afecta o mesmo.
Os objectivos deste portefólio centram-se basicamente em conhecer a anatomia e fisiologia
do sistema referido no parágrafo anterior, a fisiopatologia, os sintomas, os níveis, os factores
desencadeantes e de risco e muitos outros aspectos associados à asma. Por outro lado, também é
importante conhecer formas de prevenir, educar e tratar esta patologia.
Um outro aspecto a salientar, relacionado com a fisiologia do sistema cardio-respiratório, e
que será desenvolvido é o transporte de gases. Este constitui o principal obstáculo a uma boa
qualidade de vida, uma vez que a expiração, num asmático, não é efectuada de uma forma eficaz.

2Sistema Cardio-respiratório

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(Ver imagens em anexo)


O sistema cardio-respiratório inclui órgãos e estruturas que funcionam juntos para colocar os
gases em contacto com o sangue, de modo a assegurar que todas as células do corpo “participem”
no processo metabólico necessário para manter a vida. (Graaf, 2001)
O sistema cardio-respiratório é constituído por cavidade nasal, faringe, laringe, traqueia,
brônquios, bronquíolos, alvéolos pulmonares, coração, veias, artérias, vénulas, arteríolas e vasos
capilares. (Graaf, 2001)
O sistema respiratório pode subdividir-se em superior, do qual fazem parte o nariz, a faringe
e as estruturas associadas e inferior, que integra a laringe, a traqueia, a árvore brônquica, os alvéolos
pulmonares e os pulmões. Com base na função geral, o sistema respiratório é frequentemente
separado em divisão condutora e divisão respiratória. A divisão condutora inclui todas as cavidades
e estruturas que transportam os gases do e para os alvéolos pulmonares. Da divisão respiratória
fazem parte os alvéolos pulmonares, que são as unidades estruturais do sistema respiratório, onde
ocorrem as trocas gasosas entre o ar e o sangue. (Graaf, 2001)

Vias aéreas superiores


As vias aéreas superiores dividem-se em: nariz, faringe e laringe. No entanto, neste
problema não é importante abordá-las uma vez que a asma relaciona-se com as vias aéreas
inferiores. (Ver em anexo) (Donna Frownfelter, 2004)

Vias aéreas inferiores


As vias aéreas inferiores podem ser divididas em: vias aéreas inferiores proximais, (as que
se seguem às vias aéreas superiores) seguidas das vias aéreas inferiores distais e, por fim, as vias
aéreas inferiores periféricas. (Postiaux, 2004)
A traqueia é um tubo membranoso que tem na sua constituição tecido conjuntivo regular
denso e músculo liso. Está revestida por epitélio cilíndrico pseudoestratificado ciliado e contém
muitas células em forma de cálice, contendo cada uma cerca de 275 cílios. Os cílios agitam-se
velozmente, coordenadamente e de maneira unidireccional, proporcionando que o muco seja
expectorado. Quando os cílios estão paralisados, o muco tende a acumular-se, causando áreas
localizadas de colapso. A traqueia tem um conjunto de 15 a 20 cartilagens traqueais (em forma de
U) que compõem as paredes anteriores e laterais. A parede posterior não tem cartilagem, sendo
constituída por uma parede membranosa e por músculo liso. O esófago situa-se atrás da parede
posterior e é flexível, cartilaginoso e tem entre 10 e 11 centímetros de comprimento, 2,5 centímetros
de largura e 18 milímetros de diâmetro interno. Este está ligeiramente inclinado para a direita, é
posterior ao esterno e ao nível da quinta vértebra divide-se em brônquio principal esquerdo e
brônquio principal direito, já contidos nos pulmões. (Donna Frownfelter, 2004)
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Os brônquios principais subdividem-se em lobares ou secundários, que por sua vez se


subdividem em brônquios segmentares ou terciários, que se prolongam até aos lóbulos pulmonares.
Estes vão originar os bronquíolos que se subdividem muitas vezes dando origem aos bronquíolos
respiratórios. Estes formam os canais alveolares que finalizam em cachos de sacos de ar chamados
de alvéolos do pulmão. Os alvéolos são projecções em forma de cálice, sendo estes revestidos por
epitélio. Os sáculos alveolares são conjuntos de alvéolos que partilham a mesma abertura. Grande
parte da parede alveolar é revestida por dois tipos de células alveolares: tipo I e tipo II. As células
alveolares do tipo I são mais finas. Por sua vez, as do tipo II são mais espessas e produzem uma
substância designada surfactante. A toda esta estrutura ramificada dá-se o nome de árvore
brônquica. (Donna Frownfelter, 2004)
Ao longo da árvore brônquica, a cartilagem vai diminuindo, o que aumenta a quantidade de
músculo liso, permitindo assim que ocorram ataques de asma (contracção violenta do músculo liso).
(Donna Frownfelter, 2004)
Na expiração e na inspiração, respectivamente, os ligamentos traqueais estendem-se ou
revertem. (Donna Frownfelter, 2004)

Os pulmões
Os pulmões são órgãos esponjosos, leves e macios. Estão contidos na caixa torácica, e têm
fissuras que os dividem em lobos (fissuras horizontal e oblíqua). Cada pulmão tem um ápice, uma
base e três superfícies (costal, medial e diafragmática) e três bordos (anterior, posterior e inferior).
O pulmão direito, que normalmente é maior, divide-se em três lobos (lobo superior, médio e
inferior) e o esquerdo divide-se em dois (lobo superior e inferior). Cada lobo divide-se em vários
lóbulos: o pulmão esquerdo em nove (segmento apicoposterior, anterior, lingular superior, lingular
inferior, apical, medial (cardíaco) basal anterior, basal lateral e basal posterior) e o direito em dez
(segmento apical, posterior, anterior, lateral, medial, apical (superior), medial (cardíaco), basal
anterior, basal lateral e basal posterior). (Donna Frownfelter, 2004)
Os pulmões são separados pelo coração e outras estruturas (de mediastino) e cada um é
protegido e revestido pela pleura, que é uma membrana serosa, com duas camadas. A camada
externa adere à parede da cavidade torácica e ao diafragma, sendo designada por pleura parietal. A
interna é designada pleura visceral e reveste os próprios pulmões. A cavidade pleural é o espaço
existente entre as duas pleuras (visceral e parietal), que possui um líquido, o líquido pleural, com a
função de lubrificação e ajuda a manter as membranas pleurais juntas, permitindo que elas se
movam com facilidade durante a respiração. (Donna Frownfelter, 2004)

Tórax

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A caixa torácica tem como função proteger os principais órgãos respiratórios e da


circulação, bem como o fígado e o estômago. Protege ainda as vísceras torácicas e parte das
abdominais. Apresenta um cone truncado, mais estreito na superfície e o seu pavimento é o
diafragma. Divide-se em três partes: o compartimento central ou mediastino, que integra as
estruturas condutoras que formam as vísceras (exceptuando os pulmões) e os dois compartimentos
laterais, que alojam os pulmões. O mediastino, é preenchido pela massa de tecido entre as cavidades
que contêm os pulmões e é coberto lateralmente pela pleura mediastinal. É uma estrutura muito
móvel pois é principalmente constituído por vísceras, cheias de líquido ou ar, ligadas por tecido
conjuntivo e gordura. Esta característica permite-lhe que se adapte mais facilmente ao movimento e
às mudanças de volume e pressão da cavidade torácica. (Donna Frownfelter, 2004)
O esterno é uma estrutura óssea achatada com três partes: o manúbrio, que é o osso mais
largo e espesso, o corpo, que é fino e duas vezes mais comprido que o manúbrio e que se encontra
entre as costelas 5 a 9, apresentando incisuras costais e a apófise xifóide, que é o local junto ao qual
é fixado o corpo do esterno, por cartilagem fibrosa, e limita superiormente o fígado, o tendão
central do diafragma e inferiormente o coração. Este osso é o mais pequeno do esterno e pode
acabar por se ligar ao corpo. (Donna Frownfelter, 2004)
O esterno possui a incisura jugular, que pode ser palpada, as incisuras claviculares, que
protegem as clavículas, a sinfise manubrioesternal, condicionante do ângulo esternal (ângulo
formado entre a extremidade inferior do esterno e a extremidade superior do corpo). (Donna
Frownfelter, 2004)
A parede torácica inclui a caixa torácica e os músculos e estruturas a ela associados (pele,
tecido celular subcutâneo, etc.). Esta é constituída pelas costelas, os espaços intercostais e as
cartilagens costais. As articulações existentes na parede torácica são: intervertebral, costovertebral e
costotransversária, costocondral, intercondral, esternocostal, esternoclavicular, manubrioesternal e
xifoesternal. (Donna Frownfelter, 2004)
As costelas podem dividir-se em: verdadeiras e falsas. As verdadeiras ou vertebrocostais são
as sete primeiras, que se ligam ao esterno anteriormente e à coluna vertebral posteriormente, através
de cartilagens costais. A oitava, nona e, por norma, décima costelas são designadas por costelas
falsas ou vertebrocondrais. Estas fixam-se através da cartilagem da costela superior. As duas últimas
são as costelas flutuantes, vertebrais ou livres (décima primeira e décima segunda). Estas não se
ligam e possuem cartilagens rudimentares. (Donna Frownfelter, 2004)
Na sua constituição, as costelas possuem cabeça, que tem duas faces articulares e é
cuneiforme, colo, que liga a cabeça e o tubérculo, que por sua vez liga o colo ao corpo e apresenta
uma face articular lisa, e o corpo, que é plano, fino e curvo, especialmente no ângulo da costela.
(Donna Frownfelter, 2004)

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Movimentos do tórax
Na inspiração, o diafragma e a parede torácica movem-se. Consequentemente, o volume
intratorácico e os diâmetros do tórax aumentam. Estas alterações consequentes de pressão são
devidas à entrada de ar nos pulmões através do nariz, boca, laringe e traqueia e à eliminação do ar
dos pulmões através das mesmas vias. (Donna Frownfelter, 2004)
Na expiração passiva, alguns músculos (diafragma, músculos intercostais e outros) relaxam,
aumentando a pressão torácica e diminuindo o volume intratorácico. Ao mesmo tempo, há uma
descontracção das vísceras abdominais, uma vez que a pressão abdominal diminui. Isto permite a
retracção do tecido elástico pulmonar distendido, expelindo grande parte do ar. (Donna Frownfelter,
2004)
O diâmetro vertical da parte central da cavidade torácica aumenta na inspiração, quando há
contracção do diafragma, e diminui na expiração, retomando as suas medidas iniciais e a posição
neutra. (Donna Frownfelter, 2004)
Quanto ao diâmetro antero-posterior, este aumenta quando os músculos intercostais
contraem. O movimento das costelas (da 2ª à 6ª) faz com que as extremidades anteriores se elevem,
promovendo assim o movimento antero-posterior do esterno (principalmente da extremidade
inferior do mesmo). O diâmetro transversal do tórax aumenta também devido à contracção dos
músculos intercostais. Todos os movimentos associados movem a caixa torácica anterior, lateral e
superiormente. (Donna Frownfelter, 2004)

Músculos respiratórios
A inspiração é um movimento activo, que engloba a contracção do diafragma e dos
músculos intercostais. Esta é auxiliada por diversos músculos. (Donna Frownfelter, 2004)
O diafragma é o músculo principal da respiração. É grande e em forma de cúpula e faz a
separação entre a cavidade torácica e abdominal. A sua extremidade superior suporta o pericárdio, o
coração, as pleuras e os pulmões, enquanto que a sua extremidade inferior é praticamente coberta
pelo peritónio, e encontra-se sobre os rins, o fígado, as glândulas supra-renais, o estômago e o baço.
Este encontra-se dividido em duas porções, a direita e a esquerda, estando cada uma delas dividida
em três partes: esternal, lombar e costal. A parte esternal sobe pela apófise xifóide e desce pelo
centro tendíneo. A parte costal constitui as hemicúpulas direita e esquerda. A parte lombar vai desde
os corpos das vértebras até ao centro tendíneo. (Donna Frownfelter, 2004)
Os músculos intercostais podem dividir-se em externos ou internos. Existem onze
músculos intercostais externos em cada lado do esterno. Estes são mais espessos posteriormente do
que anteriormente em relação aos internos e a sua contracção faz com que a costela inferior sofra

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uma elevação em relação à superior, aumentando assim o volume da cavidade torácica. Existem
também onze músculos intercostais internos, que têm uma função essencialmente expiratória.
(Donna Frownfelter, 2004)
Tal como na inspiração, aqui intervêm alguns músculos. No entanto, esta intervenção apenas
ocorre na expiração forçada. (Donna Frownfelter, 2004)
O recto abdominal, o oblíquo externo do abdómen, o oblíquo interno do abdómen e o
transverso abdominal (músculos abdominais ou expiratórios) são quatro músculos que trabalham
juntos para garantir que as vísceras abdominais permanecem nas suas posições, através de uma
sustentação forte e flexível. Durante a expiração forçada, os músculos abdominais forçam o
diafragma a voltar à sua posição inicial, de repouso, obrigando o ar a sair dos pulmões. (Donna
Frownfelter, 2004)
Tal como já foi referido, os músculos intercostais internos são onze e têm uma função
ligada à expiração. (Donna Frownfelter, 2004)

O coração (Ver informação acessória em anexo)


O coração funciona como uma bomba muscular. Está dividido em quatro cavidades: duas
aurículas (direita e esquerda) e dois ventrículos (direito e esquerdo). É através do coração que o
sangue chega a todas as partes do corpo, levando a todas as células oxigénio, nutrientes e trazendo
destas os produtos resultantes do metabolismo, dióxido de carbono, entre outros. Para que isto
aconteça, o sangue passa por veias, artérias, vénulas, arteríolas e vasos capilares.
Na metade direita do coração só circula sangue venoso, e na metade esquerda só circula
sangue arterial.
A circulação sanguínea pode dividir-se em duas etapas: a circulação pulmonar e a circulação
sistémica. Na circulação pulmonar, o sangue vai do coração aos pulmões para se oxigenar e regressa
ao coração. Na circulação sistémica, o sangue vai do coração para as células, levando o oxigénio
que recebeu dos pulmões a todas as células e trazendo os produtos resultantes do metabolismo e o
dióxido de carbono. (Donna Frownfelter, 2004)
O sangue tem na sua constituição quatro elementos: hemácias, leucócitos, plaquetas e
plasma. (Widmaier, Raff, & Strang, 2006)

Fisiologia do sistema Cardio-respiratório

Respiração

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O principal objectivo da respiração é abastecer as células do corpo com oxigénio e remover


o dióxido de carbono produzido pelas actividades celulares. Esta comporta três processos básicos,
que são a ventilação pulmonar, a respiração externa (pulmonar) e a respiração interna (tecidual).
(Tortora, 2000)

Ventilação Pulmonar
É o processo através do qual se realizam as trocas de gases entre a atmosfera e os alvéolos
pulmonares. O ar flui entre estes dois locais devido à existência de uma diferença de pressão entre
eles. Assim, o ar move-se de uma região de alta pressão para uma de baixa pressão. Esta diferença é
provocada por modificações das dimensões dos pulmões e da parede torácica. (Tortora, 2000)
Para compreender todas estas modificações, é necessário compreender alguns conceitos. A
Lei de Boyle, que se traduz pela equação P1V1 = P2V2, a qual significa que “a pressão exercida por
um número constante de moléculas de gás (em uma temperatura constante) é inversamente
proporcional ao volume do recipiente. Quando o recipiente é comprimido, a pressão em seu interior
aumenta. “ (Widmaier, Raff, & Strang, 2006)
Nos pulmões, estruturas elásticas passivas, o volume depende de dois factores: a pressão
transpulmonar (Ptp), que é a diferença de pressão entre o interior e o exterior dos pulmões, e o grau
de distensibilidade dos pulmões.
Pressão transpulmonar = Palv (pressão de ar no interior dos alvéolos) - Pip (pressão do líquido
intrapleural que rodeia os pulmões). (Widmaier, Raff, & Strang, 2006)
A ventilação pulmonar envolve duas fases: inspiração e expiração. (Tortora, 2000)

Inspiração
É a denominação atribuída à aspiração do ar. Nos instantes anteriores a cada inspiração, a
pressão do ar dentro dos pulmões é igual à pressão da atmosfera. Para que o ar flua para os
pulmões, a pressão dentro destes deve tornar-se inferior à pressão na atmosfera. (Tortora, 2000)
Esta situação é obtida através da expansão do tamanho dos pulmões, aumentando, assim, o
volume pulmonar, com a consequente diminuição da pressão nestes órgãos. (Tortora, 2000)
O primeiro passo para este aumento é a contracção dos principais músculos inspiratórios (o
diafragma e intercostais externos). À medida que o diafragma se contrai, os músculos intercostais
externos também se contraem, o que comprime as costelas para cima e move o esterno para a frente,
aumentando sagitalmente o tamanho da cavidade torácica. Durante este aumento, há uma redução
da Pip, a qual é transmitida à parede do pulmão, comprimindo-a para fora, aumentando, assim, o
volume pulmonar. Consequentemente, há uma diminuição da Palv, tornando-se menor em relação à
Patm. (Tortora, 2000)

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Quando o volume dos pulmões aumenta, a pressão dentro destes (pressão alveolar) cai de
760 para 758 mm Hg, estabelecendo-se, assim, uma diferença de pressão entre a atmosfera e os
alvéolos. Consequentemente o ar dirige-se de um local para o outro, respectivamente. O ar continua
a fluir até às diferentes pressões se igualarem. (Tortora, 2000)
O termo aplicado à respiração normal e calma é eupneia. Durante a inspiração os músculos
acessórios deste processo (esternocleidomastoideu, escalenos e peitorais menores) também
participam para que aumente o tamanho da cavidade torácica. Assim, a inspiração é um processo
activo uma vez que requer a contracção de um ou mais músculos. (Tortora, 2000)

Expiração
A expulsão do ar dos pulmões para o exterior é denominada expiração e é também obtida
por uma diferença de pressão mas, neste caso, a diferença é inversa, ou seja, a pressão nos pulmões
é maior que a pressão na atmosfera. A expiração normal é um processo passivo uma vez que não há
contracções musculares envolvidas, dependendo parcialmente da elasticidade dos pulmões.
(Tortora, 2000)
A expiração tem inicia-se quando os músculos inspiratórios relaxam. À medida que os
músculos intercostais externos relaxam, as costelas deslocam-se para baixo enquanto que, quando o
diafragma relaxa, curva-se para cima, o que vai provocar uma diminuição da cavidade torácica.
Enquanto isto ocorre, as fibras elásticas nos pulmões, que foram distendidas pela inspiração, vão-se
encolher e o volume pulmonar diminui. Assim, a pressão alveolar aumenta para 763 mm HG, e o ar
flui da área de maior pressão dos alvéolos para a área de menor pressão na atmosfera. (Tortora,
2000)
A expiração pode tornar-se activa durante níveis de ventilação maiores e quando a saída de
ar dos pulmões é inibida. Nestas situações, os músculos expiratórios (abdominais e intercostais
internos) contraem-se para movimentar as costelas inferiores para baixo e comprimir as vísceras
abdominais, forçando, assim, o diafragma para cima. (Tortora, 2000)
Durante a inspiração, a resistência das vias aéreas diminui, devido à abertura das mesmas.
Na expiração, ocorre o contrário, ou seja, devido à compressão das vias aéreas, a resistência
oferecida por estas aumenta, sendo isto que acontece no indivíduo asmático (doença obstrutiva –
dificuldade em expirar). (Tortora, 2000)

Respiração Externa (pulmonar)

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É o movimento de oxigénio e dióxido de carbono entre os alvéolos e os capilares


pulmonares, através da membrana alveolocapilar (respiratória). Esta troca transforma o sangue
venoso (desoxigenado) em sangue arterial (oxigenado). (Tortora, 2000)
O sangue circula através dos capilares pulmonares, recebendo oxigénio dos alvéolos e
perdendo dióxido de carbono para os alvéolos. Cada gás difunde-se da área onde a sua pressão
parcial é maior para onde a sua pressão parcial é menor, movendo-se independentemente um do
outro. Assim, o oxigénio difunde-se dos alvéolos para o sangue, até que as pressões nos dois locais
sejam igualadas, tendo o dióxido de carbono o trajecto inverso. Posteriormente, volta ao coração.
(Tortora, 2000)

Respiração Interna (tecidual)


Após a respiração externa, o sangue oxigenado regressa ao coração para ser bombeado ate as
células dos tecidos. O movimento do oxigénio e do dióxido de carbono entre os capilares e as
células teciduais é designado por respiração interna. Nesta, o sangue arterial é convertido em
venoso. (Tortora, 2000)
Como cada gás se difunde das áreas de onde a sua pressão parcial é maior para onde é
menor, o oxigénio difunde-se para fora dos capilares às células dos tecidos. O dióxido de carbono,
por sua vez, difunde-se continuamente para os capilares. O sangue venoso regressa, posteriormente
ao coração para ser bombeado aos pulmões, para se iniciar outro ciclo de respiração externa.
(Tortora, 2000)
Ambos os processos acima referidos contemplam a difusão e a perfusão. A difusão é o
movimento de substâncias sólidas ou gasosas dissolvidas, através do gradiente de concentração. A
superfície de troca gasosa deve estar localizada no interior do corpo, a uma profundidade que
permita que esta se possa manter quente, húmida e limpa. (Graaf, 2001)
Para facilitar a difusão, a membrana deve ter parede fina, o que lhe permite ser
selectivamente permeável. É também importante que esta se mantenha sempre húmida, pois o
oxigénio e o dióxido de carbono dissolvidos em água difundem-se mais facilmente. (Graaf, 2001)
O sistema cardio-respiratório deve ter uma vasta rede de capilares e um mecanismo de
ventilação efectivo, de modo a reabastecer o ar. Este deve funcionar autonomamente, através de
mecanismos eficazes de acompanhamento e feedback. No entanto, também deve ser capaz de
funcionar voluntariamente quando se quiser aumentar ou diminuir a taxa de difusão. A área
superficial dos alvéolos deve ser grande, pois há uma maior área em contacto com o ar, para uma
melhor difusão. (Graaf, 2001)

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Os capilares devem ser tão estreitos de modo que as hemácias devem surgir em fila única,
estando assim cada uma delas, exposta a uma maior quantidade de oxigénio disponível. (Graaf,
2001)
A perfusão é a quantidade de sangue da circulação pulmonar que se encontra disponível para
as trocas gasosas. Esta ocorre com níveis de pressão relativamente baixos comparados com a
sistémica, pois a pressão da artéria pulmonar, uma vez que esta só tem de bombear o sangue até aos
pulmões, e na sistémica, a artéria aorta tem de bombeá-lo para todas as partes do corpo, logo, a
pressão desta tem de ser superior. Devido a isto, as paredes dos vasos sanguíneos ligados à
circulação pulmonar são mais finas do que as dos vasos ligados à circulação sistémica. (Graaf,
2001)

Transporte de Oxigénio
Qualquer espécie de corrente, seja ela eléctrica, aquosa ou gasosa, dirige-se sempre do nível
mais alto para o mais baixo. A corrente só se mantém devido aos gradientes tensionais, o que
acontece no transporte dos gases. A corrente de gás vai do sentido que tem maior pressão parcial
para o que tem menor. (COUTO, 2004)
No organismo humano, através da ventilação, o oxigénio (O2) é transportado desde a
atmosfera, onde se encontra a uma pressão parcial de 159 mm Hg, até aos alvéolos, passando destes
para os capilares pulmonares, por difusão. A pressão parcial pode ser reduzida quando, nas vias
aéreas, o ar inspirado se satura em vapor de água. Nos alvéolos ocorre a junção deste com o ar que
já se encontrava lá presente. Devido a tudo isto, a pressão parcial do O2 do ar contido nos alvéolos é
mais baixa do que a atmosférica, e a pressão do sangue que passa nos capilares da hematose é um
pouco inferior à do ar dos alvéolos. Quando este passa nos capilares (o sangue), cede oxigénio, daí a
pressão de O2 no sangue venoso que regressa ao pulmão seja 40 mm Hg (aproximadamente). Pode
considerar-se que o O2, falando em condições fisiológicas, é transportado desde os alvéolos a todas
as células, de duas formas: em solução física, uma porção mínima, insuficiente para satisfazer as
necessidades metabólicas, pois o oxigénio é pouco solúvel no plasma, ou combinado com a
hemoglobina, quimicamente (oxi-hemoglonina – HbO2), sendo que deste modo, a quantidade
transportada, é suficiente para todo o metabolismo. Em solução física apenas é possível transportar
0,0031mL de oxigénio em 100mL de sangue. Quando se fala em sangue misturado com
hemoglobina, este transporta cerca de 20mL de O2 em 100mL. (COUTO, 2004)
A hemoglobina é uma molécula proteica, a globina, ligada a quatro moléculas heme, sendo
cada uma destas composta por quatro grupos pirrólicos e um átomo de ferro, que pode reagir com
uma molécula de oxigénio. Esta reacção é de oxigenação e não de oxidação. (COUTO, 2004)

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A relação entre a pressão parcial de oxigénio no sangue e a quantidade deste gás


transportado em combinação com a hemoglobina pode ser descrita por uma curva em S. Esta
relação não linear é conhecida como curva de dissociação da oxi-hemoglobina. (COUTO, 2004)
Esta dissociação pode ser afectada por diversos factores: para além da pressão do oxigénio
PO2 também o pH, a pressão do dióxido de carbono (PCO2), a temperatura e a DPG. A quantidade de
oxigénio ligado á hemoglobina, independentemente da PO2, baixa á medida que o pH do sangue
diminui, sendo esta diminuição provocada pelo o aumento do número de iões de hidrogénio. Pelo
contrário, quando o pH do sangue aumenta, a afinidade da hemoglobina para se ligar ao oxigénio
também aumenta. O aumento da PCO2 no sangue também diminui a força com que a hemoglobina se
liga ao oxigénio. Isto acontece devido à influência do CO 2 no pH. À medida que o CO2 aumenta,
produzem-se mais iões hidrogénio, baixando assim o pH. Quando há uma diminuição da
concentração dos iões hidrogénio, o pH aumenta. (Powers & Howley, 2005)
Relativamente à temperatura, quando o pH é constante, a afinidade da hemoglobina pelo O2
está inversamente ligada à temperatura do sangue. Quando a temperatura baixa, a curva de
dissociação da oxi-hemoglobina sofre um desvio à esquerda, o que significa que existe uma ligação
mais forte entre o O2 e a hemoglobina, o que impede a libertação deste gás. Por sua vez, quando a
temperatura aumenta, a curva desvia-se para a direita, o que traduz no enfraquecimento da ligação
entre o O2 e a hemoglobina, facilitando o descarregamento de O2 nos músculos. Durante o
exercício, o aumento da temperatura no músculo contraído provoca um desvio da curva de
dissociação à direita, permitindo a libertação de O2 no tecido. Por fim, a DPG, que é sintetizada
pelas hemácias, pode combinar-se com a hemoglobina e diminuindo a afinidade desta com o O 2.
(Powers & Howley, 2005)

Transporte de Dióxido de Carbono


(Ver informação em anexo)

3Definição de Asma

Antes de mais, é necessário salientar que a asma não tem uma definição específica. Apesar
disso, vários autores entram em consenso relativamente a uma definição base. Sendo assim, asma
caracteriza-se por ser uma doença inflamatória crónica das vias respiratórias que está intimamente
ligada à obstrução dos brônquios. Justificando esta afirmação, podemos inferir que devido à
contracção do músculo liso dos brônquios, estes ficam mais estreitos o que dificultará a ventilação
pulmonar. As desordens obstrutivas caracterizam-se por uma diminuição da taxa do fluxo
expiratório devido a um aumento da resistência das vias aéreas. Contrariamente, as restritivas são

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condições nas quais a capacidade inspiratória dos pulmões encontra-se reduzida em relação aos
preditivos normais. Não existem pontos em comum entre estas duas categorias de desordem.
É de salientar que a asma pode evoluir para patologias mais graves como sendo: a bronquite
crónica e o enfisema (situação em que os alvéolos pulmonares estão dilatados). As suas
consequências poderão ser graves se o tratamento não for o mais adequado e se, por outro lado, o
asmático não seguir o tratamento prescrito. (Clark & Godfrey, 1993) (Crowley, 2007)
(Enciclopédia de Medicina, 1992) (Wynsberghe & Noback, 1992) (http://www.min-saude.pt)
(http://www.sppneumologia.pt.)
Existem vários sintomas que permitem diagnosticar esta doença, sendo que os tratamentos
disponíveis para a patologia mencionada variam entre o farmacológico e o fisioterapêutico.

4Sintomas da Asma

São vários os sintomas que a Asma pode ter numa pessoa, e são eles:
→ dificuldade em respirar (dispneia – caracteriza-se por um aumento do esforço para
respirar, sendo muitas vezes acompanhada por dores torácicas); pieira (som ruidoso que acompanha
os movimentos respiratórios, devido ao facto de os brônquios terem sofrido um estreitamento);
tosse seca (predominante durante a noite e de manhã); fadiga; sensação de opressão torácica;
náuseas; aumento da frequência respiratória. (http://www.min-saude.pt)
(http://www.sppneumologia.pt.) (Enciclopédia de Medicina, 1992)

Convém salientar que os sintomas variam de doente para doente, assim como a frequência
dos mesmos. Por exemplo, os sintomas podem nunca chegar a manifestar-se como podem
exteriorizar-se todos os dias, durante um curto ou longo período de tempo, com diferentes
intensidades (estão dependentes do doente que sofre de asma).

5Fisiopatologia

(Ver imagens em anexo)


A asma caracteriza-se por uma hipersensibilidade ao nível dos brônquios. Em consequência
desse facto, sempre que estes estão expostos as estímulos agressores (tais como pólen, ácaros,
exercício físico, fumo de tabaco, pêlo de animais, ar frio, entre outros) estreitam-se reduzindo o
diâmetro das suas vias aéreas. (Grande enciclopédia Médica Verbo, I O Coração e os Pulmões ,
1978)
As razões que explicam este estreitamento prendem-se com o facto do músculo liso dos
brônquios, em resposta à presença dos estímulos agressores, se contrair. Em consequência estas
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estruturas enviam uma mensagem ao sistema nervoso central que irá produzir citocinas (pequenas
proteínas/peptídeos, alguns contendo moléculas de açúcar ligadas), histaminas e leucotrienos que
são responsáveis pelo início e manutenção do processo inflamatório. Durante este processo, é
segregado um muco cujo objectivo é eliminar mais facilmente os agentes perturbadores. Este
procedimento reduz o diâmetro dos brônquios (broncoconstrição), diminuindo por sua vez o lúmen
e formando o edema. (Grande enciclopédia Médica Verbo, I O Coração e os Pulmões , 1978)
Todo este processo vai dificultar a entrada e saída do ar, levando a uma hiperventilação,
onde a inspiração tem um papel activo e a expiração tem um papel passivo (o ar entra e tende a não
sair). (Donna Frownfelter, 2004) (Clark & Godfrey, 1993)
A longo prazo, as crises repetidas de asma podem provocar uma inflamação e constrição
constante das vias aéreas, o que poderá resultar numa deterioração gradual da função pulmonar.

Assim, durante um ataque de asma podem produzir-se diversas reacções:


I. Reacções ao nível dos brônquios;
II. Reacções ao nível dos músculos inspiratórios;
III. Reacções ao nível do parênquima pulmonar.

Relativamente ao ponto I, as reacções ao nível dos brônquios caracterizam-se pela redução


do calibre dos brônquios que são influenciados por vários factores: inflamação da mucosa pelo
edema e a aglomeração da histamina; hipersecreção ao nível das glândulas mucosas (que têm que
ser expectoradas para desobstruir as vias aéreas); broncospasmo pela contracção do músculo liso,
como resultado da libertação de mediadores químicos pelas células inflamatórias e um espasmo que
pode ser causado pela histamina ou por um reflexo. Estes elementos determinam dificuldade na
ventilação.(Donna Frownfelter, 2004) (Clark & Godfrey, 1993)

Em relação às reacções ao nível dos músculos inspiratórios (II) existe uma contracção dos
músculos do tórax e do diafragma, os quais vão provocar a distensão do pulmão.
Consequentemente, os músculos acessórios que participam na respiração torácica superior
consomem uma grande quantidade de energia. Por essa razão, durante a crise, o asmático tende a
adoptar posturas que facilitam a acção dos músculos acessórios da respiração. Fica, portanto
reduzida a expansão do tórax inferior, a respiração torna-se ineficaz e há um aumento progressivo
da tensão da musculatura acessória. (Donna Frownfelter, 2004) (Clark & Godfrey, 1993)
Tendo em conta as reacções ao nível do parênquima pulmonar nota-se uma grande redução da
ventilação a qual provoca um enfisema; este irá resultar numa inspiração difícil - inspiração rápida e
superficial, mas no entanto os músculos conseguem fazer penetrar o ar dentro dos alvéolos - e numa

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expiração ainda mais difícil - expiração longa e ineficaz, o que vai determinar uma hiperinsuflação
pulmonar e uma dispneia expiratória. (Donna Frownfelter, 2004) (Clark & Godfrey, 1993)

6Níveis Asmáticos

Dependendo da frequência, da intensidade e da necessidade de recorrer a tratamentos


farmacológicos, a asma pode ser classificada de acordo com a sua gravidade. Desta forma, há a
considerar quatro grandes níveis:

→ Grau 1 – Asma intermitente


Neste grau, verifica-se que os sintomas asmáticos ocorrem até uma vez por semana, sendo
os nocturnos até duas vezes num mês. No período compreendido entre os sintomas que ocorrem
mensalmente, não se verifica mais nenhum outro sintoma. O doente está, assim, assintomático.
→ Grau 2 – Asma persistente ligeira
Neste grau, verifica-se que os sintomas asmáticos ocorrem pelo menos uma vez por semana
(mas menos que uma vez por dia), sendo que o doente pode acordar muitas vezes (mais de duas)
mensalmente com esses sintomas.
→ Grau 3 – Asma persistente moderada
A frequência sintomática, neste grau, passa a ser diária e o doente acorda com os sintomas
mais de uma vez por semana. Neste caso, necessita de tomar, todos os dias, agonistas ß2.
→ Grau 4 – Asma persistente grave
Neste último grau, o doente depara-se com limitações na sua vida diária, uma vez que a
manifestação dos sintomas é muito frequente e acorda repetidamente, durante a noite, com os sinais
asmáticos. (http://www.min-saude.pt)

7Incidência e Prevalência

(Ver gráfico ilustrativo em anexo)


Os vários estudos relativos à prevalência, à morbilidade e à mortalidade da asma têm um
aspecto em comum. Todos concluem que estas taxas diferem de acordo com a posição geográfica.
As taxas de prevalência da asma poderão ser consideradas: fracas, se a sua percentagem for
inferior a 5%, médias quando esta se encontra entre 5 a 6% e fortes quando ultrapassa os 10%.
Como pudemos constatar através da análise do gráfico, as taxas de maior prevalências foram
registadas na: Inglaterra, Nova Zelândia, Austrália, Irlanda, Canadá e Estados Unidos. Tendo a
prevalência sido igual ou superior a 20%, enquanto que as mais baixas verificaram-se nos países do
leste Europeu, tais como: Indonésia, Grécia, Taiwan, Índia e Etiópia. (ARAÚJO, 2007)

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Assim sendo inferimos que existe maior prevalência da asma nos países desenvolvidos. Tal
ocorre pois nestes países predominam: o stress, a ansiedade, os maus hábito alimentares que levam
à obesidade. Verificando-se também que nestes países, a população tende a se auto-medicar, sendo
os fármacos um factor desencadeante da asma. Por outro lado, estes países tendem a ser mais
industrializados, o que gera maior poluição atmosférica, ocorrendo consequentemente um aumento
de sintomas e de doenças cardio-respiratórias, bem como um aumento da frequência da exacerbação
da asma. (ARAÚJO, 2007)

7.1 Factores de risco


→ Má forma física (o coração e/ou pulmão de uma pessoa não estão a funcionar correctamente
para conseguirem corresponder às necessidades de oxigénio nas situações de maior esforço);
→ Obesidade (as pessoas obesas apresentam dificuldades respiratórias aquando da execução dos
mais diversos exercícios devido, não só à má forma física como também devido ao maior esforço a
realizar para transportar o peso, em excesso, do corpo);
→ Ansiedade (pode provocar ataques de hiperventilação);
→ Lesão no tronco cerebral (tem como consequências possíveis o aumento ou a diminuição dos
movimentos respiratórios);
→ Altitude (com o aumento da altitude, a quantidade de oxigénio na atmosfera é menor, o que faz
com que os pulmões tenham um esforço acrescido para a obtenção de oxigénio necessário à vida);
→ Anemia (como o número de glóbulos vermelhos no sangue é menor, e sendo estes responsáveis
pelo transporte de oxigénio a todas as partes do organismo, então tal como no factor de risco
“Altitude”, os pulmões terão um esforço acrescido para obterem este gás que é necessário à vida);
→ Sexo (em criança, o sexo masculino é o mais afectado com a asma e, por volta dos trinta anos,
ambos os sexos apresentam semelhante número de asmáticos. Contudo, a partir da menopausa da
mulher, o sexo feminino é o mais atingido pela doença, uma vez que se verifica um decréscimo da
concentração de estrogénios, que apresenta um carácter protector);
→ Predisposição genética (a asma é hereditária, sendo muitos genes os responsáveis pela
manifestação (ou não) da doença);
→ Raça/etnia. (Enciclopédia de Medicina, 1992)

7.2 Factores desencadeantes

Existem vários factores com os quais contactamos no dia-a-dia que podem desencadear crises
asmáticas. Entre eles, podemos referir os seguintes:

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→ Actividade Física, emoções, stress, frio, fumo de tabaco, pólen e fungos exteriores, alergénios de
animais com pêlo, penas; pó, fármacos, alimentos, aditivos alimentares, fungos do interior.
(http://www.min-saude.pt)

8Tipos de Asma

Asma Extrínseca (alérgica)


Este tipo de asma é a forma mais comum desta patologia e ocorre em doentes atópicos. É
predominante na infância, podendo existir uma diminuição ou mesmo interrupção na adolescência.
Porém, os asmáticos podem apresentar recorrência a partir dos trinta anos de idade.
A asma extrínseca encontra-se, por vezes, associada a rinites, urticária, eczemas, etc., sendo
que o processo inflamatório se desenvolve por reacções a alergéneos que estão presentes no ar,
como ácaros, pólens, pêlos, etc., e até mesmo a medicamentos, como a aspirina. (Rubin, 2006)
Asma Intrínseca (não alérgica)
Este tipo de asma é mais frequente na idade adulta e em doentes não-atópicos. Alguns
estímulos podem, eventualmente, estar na origem da asma intrínseca (sendo grande parte deles do
foro psicológico): o exercício físico (neste caso pode ter uma designação específica como sendo
Asma Induzida pelo Exercício), o stress psicológico, o frio, entre outras. (Rubin, 2006)
Asma Ocupacional
Neste tipo de asma não existe relação entre a atopia. A asma ocupacional tem como
estímulos os sensibilizantes químicos. (Rubin, 2006)

9Tipos de Crise Asmática

Existem quatro tipos de crise asmática, que se distinguem pelas suas características: Crise
Ligeira, Crise Moderada, Crise Grave e Crise com paragem respiratória iminente. (Ver descrição de
cada uma delas em anexo) (http://www.min-saude.pt)

10Avaliação e Diagnóstico

10.1 Métodos de avaliação


Exame Subjectivo

Um profissional de saúde ao tentar diagnosticar asma, realizará uma anamnese, isto é,


efectuará perguntas ao paciente focando: os seus dados demográficos (identificação, idade, raça,
profissão, ocupação de tempo livre, estado civil, nacionalidade, naturalidade); a sua história clínica
(existência de tosses, em especial tosse nocturna, se os problemas respiratórios se agravam depois

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de exercício físico ou em dada altura do ano, se apresenta pieira, aperto torácico, relatos sobre a
dispneia e a existência de gripes/constipações que ultrapassem os dez dias); antecedentes pessoais
(doenças prévias, alergias, traumatismos, cirurgias, hospitalizações, medicamentos, hábitos, exames
laboratoriais realizados,..); antecedentes familiares (asmas, alergias, outros problemas
respiratórios) , ambiente dos espaços em que o próprio frequenta.
O exame subjectivo poderá ser realizado quer por um médico, quer por um fisioterapeuta.
(Donna Frownfelter, 2004)

Exame Objectivo

Fisioterapeuta:
• Auscultação Pulmonar
• Avaliação da percepção do esforço e dispneia
• Inspecção:
 Avaliação Postural
 Palpação
 Sinais Vitais
 Percussão

Auscultação Pulmonar
Os sons respiratórios resultam das rápidas variações de pressões gasosas no pulmão ou da
vibração dos tecidos. Sendo estes sinais acústicos atenuados e filtrados antes de atingir o local onde
serão captados pelo instrumento de auscultação.
No que diz respeito à Fisioterapia, a auscultação pulmonar tem com objectivos:
• Permite a realização de diagnóstico, adaptando-se posteriormente a intervenção ao mesmo
• Identificação da localização da obstrução tanto nas vias aéreas como nas regiões pulmonares
de ventilação reduzida
• Identificação da possível causa da obstrução: secreções e/ou broncoespasmo
• Realização de um diagnostico diferencial, com o intuito de analisar se a condição requer
reavaliação médica (COUTO, 2004)

Avaliação da percepção do esforço e dispneia


Escala de Borg

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Esta escala relaciona o cansaço sentido durante a prática de exercício com o aumento da
frequência cardíaca, tornando mais fácil o controlo da intensidade dos exercícios. Ela pode ser
utilizada para qualquer actividade aeróbia, sendo aconselhada como uma opção prática na
determinação da intensidade do esforço.
Os números de 6-20 são baseados na frequência cardíaca (de 60-200 batimentos por
minuto), sendo que o número 12 corresponde aproximadamente 55% da frequência cardíaca
máxima e o 16 a 85%. (COUTO, 2004)

Como Usar a Tabela Durante os Exercícios


Geralmente, quando um indivíduo é sedentário e inexperiente não tem muita noção do que
seja um exercício fácil/exaustivo. Acha sempre que tudo será cansativo. Para que o exercício
aeróbio tenha sempre uma intensidade segura e que ao mesmo tempo permita adquirir os efeitos
desejados, é necessário mantê-lo na faixa 12-16.
Se sentirmos que o exercício está a ficar muito cansativo, deve-se diminuir a sua velocidade
e intensidade do esforço e se por outro lado, sentimos que está relativamente fácil, é sinal que
devemos acelerar mais ou intensificar mais o exercício. (COUTO, 2004)

Percepção da dispneia
A dispneia expressa-se através da falta de ar. Como consequência surge um desconforto ao
respirar, normalmente com a sensação de respiração incompleta. Ela é uma das maiores causas de
incapacidade e diminuição da qualidade de vida de pacientes que possuem doenças respiratórias,
como a asma. Por esse motivo, torna-se cada vez mais necessário utilizar métodos que possibilitem
a sua medição e quantificação. (COUTO, 2004)

Métodos utilizados para a medição da dispneia:


→ Escala analógica visual (VAS): É utilizada para quantificar vários aspectos subjectivos como o
humor, a dor, a ansiedade e a dispneia;
→ Diagrama de custo de oxigénio: Escala analógica exclusiva para a medição da dispneia. O seu
principal objectivo é avaliar os seus impactos nas actividades da vida diária;
→ Escala do conselho Britânico de pesquisa Médica (SOBQ): Mede a dificuldade em respirar no
decorrer da elaboração das actividades da vida diária e a incapacidade respiratória percebida;
→ Índice Basal de dispneia: Estima o impacto provocado pela dispneia na vida das pessoas. Esta
grandeza foi criada para medir a incapacidade funcional, a magnitude das tarefas e do esforço,
auxiliando uma avaliação mais detalhada do impacto da dispneia na vida de cada indivíduo;

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→ Descritor de falta de ar: Tem como objectivo especificar de forma qualitativa os aspectos da
“falta de ar” e propor dados que mostrem que a dispneia ocorre devido a variadas sensações;
→ Questionário sobre Dispneia da Universidade de Cincinati: Avalia a percepção que os
pacientes têm acerca da dispneia aquando da realização de actividades físicas, actividades de fala e
combinação das duas;
→ Questionário sobre dificuldade de Respiração: mede a dificuldade em respirar no decorrer da
realização de várias actividades da vida diária.
→ Escala Borg Modificada: É utilizada para medir a dispneia durante o exercício ou em
actividades físicas. Desta forma a medição é efectuada directamente no instante em que o paciente
experimenta a sensação; Esta é a escala mais utilizada para a avaliação da dispneia. (COUTO,
2004)

Avaliação Postural
A avaliação postural é utilizada para verificar se um indivíduo, em posição ortostática
apresenta uma postura corporal correcta. Esta avalia tendo em conta o alinhamento e a simetria dos
diversos segmentos corporais que permitam um maior equilíbrio e favoreçam o bom funcionamento
ósteo-articular e muscular. (CARNAVAL, 1998)
No caso da asma a avaliação postural incide fundamentalmente a nível do tórax e da coluna.
(MARQUES, 1997)
Na avaliação anterior devemos analisar o nível dos ombros, o nível das clavículas, os
espaços intercostais, o nível dos mamilos, a simetria torácica e os ângulos ílio-costais.
Na avaliação lateral devemos ter em conta a projecção dos ombros, as curvaturas antero-
posteriores da coluna (verificando se existe cifose ou lordose) e tórax.
Na avaliação posterior verifica-se o nível dos ombros, as curvaturas antero-posteriores da
coluna, o tórax, o alinhamento da coluna (verifica-se a presença de escoliose) e os ângulos ílio-
costais. (KENDALL, 1993)
Apesar de nos centrarmos neste segmento, a avaliação postural deve sempre ser feita de
forma global, pois não podemos ignorar o facto de lesões e deficiências a outros níveis se poderem
repercutir a nivel torácico. Esta causa-efeito funciona em ambos os sentidos. (MARQUES, 1997)
Para além da avaliação postural, devemos ainda estar atentos a possíveis alterações de
postura, quer na marcha, quer na forma como tosse, pois estas alterações poderão fornecer
informação fundamental ao diagnóstico e ao tratamento.

Palpação

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A palpação é realizada colocando as duas mãos de forma simétrica, tendo em conta a linha
vertebral ou a linha médio-esternal. Para este efeito, verifica-se a amplitude dos movimentos
respiratórios, a flexibilidade ou rigidez do tórax, através da aplicação de pressão sobre a parede
torácica, e a existência de secreções.

Sinais Vitais (Ver informação acessória em anexo)


Os sinais vitais são sinais físicos, tais como a temperatura corporal, frequência cardíaca, a
frequência respiratória e a tensão arterial que indicam o estado fisiológico do organismo. (Delisa,
1992) (Sarmento, 2007)

Temperatura Corporal
A Temperatura corporal mede a quantidade de calor produzido e perdido pelo corpo. Assim,
a temperatura do corpo é registada em graus célsius sendo que o índice de temperatura normal é
37ºC . Quando um indivíduo apresenta valores muito mais baixos (inferiores a 32ºC) afirmamos que
se encontra num estado de hipotermia quando, pelo contrário, apresenta uma temperatura muito
superior á do índice de temperatura normal (superior a 41ºC) podemos dizer que está em estado de
hipertermia. É importante frisar que as crianças têm temperaturas mais elevadas do que os adultos,
visto que o seu metabolismo é mais rápido.
É de referir que a temperatura corporal varia consoante a idade, a hora do dia (a temperatura
é mais baixa de manhã do que á noite), a temperatura ambiental, os estados emocionais, o ciclo
menstrual e a actividade física do sujeito.
A temperatura corporal pode ser medida através de quatro tipos de escalas de medição,
sendo elas a oral, axilar, rectal (é a mais precisa) e a do canal auditivo. Podemos ainda salientar que
existem três instrumentos que medem a temperatura corporal, o termómetro clínico de Ga, o
termómetro electrónico e o termómetro auricular. (Delisa, 1992) (Sarmento, 2007)

Frequência Cardíaca
Pulso arterial - “ Surge através do impacto da aorta ascendente sobre o sangue ejectado
pelo ventrículo esquerdo sempre que este se contrai.” (dicionário de termos técnicos de medicina).
Este permite avaliar alguns parâmetros como: ritmo, regularidade, frequência e a amplitude. Assim,
podemos classificar a frequência cardíaca como o número de batimentos cardíacos por minuto
(bpm). Neste âmbito, consideramos uma frequência cardíaca normal, aquela que varia entre 60 a 80
bpm para adultos, 80 a 120 para crianças (1 a 7 anos) e de 100 a 130 bpm para recém-nascidos. A
taquicardia consiste no aumento da frequência cardíaca acima dos valores estipulados como
normais, pelo contrário, a bradicardia é a redução da frequência cardíaca abaixo dos valores

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considerados normais. A frequência cardíaca varia com a idade, o género, a actividade física, com
certa medicação, o estado emocional do paciente.
Existem alguns instrumentos de medição da frequência cardíaca, entre eles, podemos citar, o
electrocardiógrafo, o cárdiofrequencimentos/polares, o método auscultatório e o método palpatório
(pulsos arteriais). (Delisa, 1992) (Sarmento, 2007)
Podemos medir a frequência cardíaca através de dez tipos de pulsos arteriais (em todos eles
é importante referir que nunca devemos os medir com o dedo polegar mas sim com o dedo
indicador e o dedo central):

Frequência Respiratória
A frequência respiratória é o número de ciclos respiratórios (inspiração/expiração)
realizados num minuto. Assim, torna-se importante determinar alguns parâmetros relacionados com
esta temática, tais como: frequência (polipneia -a respiração é muito rápida – bradipneia – a
respiração é lenta – e podemos considerar a apneia – suspensão voluntária ou involuntária da
respiração), ritmo (os movimentos respiratórios tendem a ser sistémicos e amplos, e a inspiração
tende a ser mais curta que a expiração podendo haver uma relação de 4/5), e a amplitude (quanto
maior a amplitude menor a frequência). Tais parâmetros são avaliados através da ventilação.
A frequência respiratória é variável com a idade, estado emocional, qualidade do ar, altitude,
condição de saúde e actividade física. (Delisa, 1992) (Sarmento, 2007)

Tensão arterial
“ É a força elástica exercida pelo sangue sobre as paredes arteriais.” (dicionário de termos
técnicos de medicina). A tensão arterial é constituída por uma tensão sistólica – é quando o coração
ejecta o seu conteúdo na aorta, levando á força máxima e consequentemente á pressão máxima -e
uma distólica – logo após a tensão sistólica o coração vai ejectando menos energia na artéria aorta, a
força exercida é menor o que leva a uma menor pressão. Assim, quando a tensão arterial é máxima é
designada hipertensão, quando pelo contrário é mínima é chamada de hipotensão. (Delisa, 1992)
(Sarmento, 2007)
A tensão arterial varia consoante a idade, o estado emocional, a elasticidade das artérias,
certa medicação e o volume sanguíneo.
Podemos citar alguns dos instrumentos de medição da tensão arterial, entre eles, o
esfigmomanómetros electrónicos (são instrumentos que detectam vibrações dos impulsos
electrónicos transformando estes sinais em digitais) e o esfigmomanómetro aneróide ou de mercúrio
(consiste no braçal insuflável, constituído por um manómetro de pressão ou uma coluna de
mercúrio). (Delisa, 1992) (Sarmento, 2007)

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É importante referir que a tensão arterial deve ser medida num local calmo, com o mínimo
de silêncio possível, o doente deverá estar sentado e informar se toma alguma medicação, pois esta
poderá alterar a medição da sua tensão arterial. (Delisa, 1992) (Sarmento, 2007)

10.2 Meios complementares de diagnóstico

• Auscultação Cardíaca e Pulmonar


• Inflamação (Contagem de leucócitos através de uma análise sanguínea)
• Radiografia do tórax
• Oxímetria de pulso (Pequeno dispositivo que é colocado na ponta do dedo para medir níveis
de oxigénio)
• Gasometria Arterial (Amostra de sangue retirado do pulso para medir com precisão níveis de
oxigénio)
• Espirometria
• Broncomotricidade
• Se existir uma suspeita de que a asma é activado por agente alérgicos, um exame ao sangue
ou à pele pode ser requerido nesse sentido. Relativamente ao exame sanguíneo, procuram-se
na amostra anticorpos específicos de agentes alérgicos potenciais. No exame à pele, esta
exposta a fracos agentes alérgicos potenciais diferentes, picando-se a pele com os mesmos
ou utilizando-se um adesivo. Verificando-se um vermelhão ou inchaço, para essa substância
esta confirmada uma alergia.
• Marcadores da inflamação Brônquica
• Óxido Nítrico no ar expirado
(COUTO, 2004)

Espirometria
Trata-se de um teste que avalia o volume de ar inspirado e expirado em função do tempo. O
aparelho que realiza esta medição é denominado de espirómetro.
VOLUME OU VALOR DEFINIÇÃO
CAPACIDADE
Volumes pulmonares
Volume de ar corrente (VAC)*
500 ml Quantidade de ar inspirada e expirada em cada
respiração, durante a respiração calma normal

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Volume de reserva inspiratório 3.100 ml Quantidade de ar que pode ser inspirada


(VRI) forçadamente além do volume de ar corrente
Volume de reserva expiratório 1.200 ml Quantidade de ar que pode ser expirada
(VRE) forçadamente além do volume de ar corrente
Volume residual (VR) 1.200 ml Quantidade de ar restante nos pulmões após uma
expiração forçada
Capacidades pulmonares
Capacidade inspiratória 3.600 ml Capacidade inspiratória máxima dos pulmões
(CL) após uma expiração de volume de ar corrente
normal
Capacidade residual funcional 2.400 ml Volume de ar restante nos pulmões após uma
(CRF) expiração do volume de ar corrente normal
Capacidade vital 4.800 ml Quantidade máxima de ar que pode ser expirada
(CV) após uma inspiração máxima
Capacidade pulmonar total 6.000 ml Quantidade máxima de ar nos pulmões após
(CPT) uma inspiração máxima
*Somente 350 ml de volume de ar corrente atingem os alvéolos; 150 ml permanecem no
espaço morto anatómico

Objectivos da Espirometria:
• Detecção de doenças pulmonares obstrutivas e restritivas; Avaliação da gravidade da
doença; Verificação da eficácia dos tratamentos; Acompanhamento da evolução da doença.

Processo do Teste:
• Coloca-se uma mola no nariz do paciente de modo a impedir que uma pequena percentagem
de ar saia por esta via; Pede-se ao paciente que coloque a boca no bocal, o qual se encontra
ligado ao equipamento de gravação, apertando com força, de maneira a evitar fugas de ar;
Fornecer informações precisas sobre quando e como deve inspirar e expirar; O espirómetro
irá registar e imprimir os resultados; Segue-se a interpretação de resultados. (COUTO, 2004)

Broncomotricidade
Teste que tem como objectivo avaliar a variação da secção transversal das vias aéreas. Inclui
provas de broncodilatadores, as quais determinam a eficácia destes, e provas de broncoprovocação,
as quais determinam a predisposição das vias aéreas para a ocorrência de espasmo brônquio.
(COUTO, 2004)

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Marcadores da Inflamação Brônquica


A avaliação da inflamação brônquica poderá ser efectuada através de procedimentos
invasivos, como é o caso da broncoscopia com biópsias e lavado broncoalveolar, ou não-invasivos,
os quais incluem os testes de provocação diretos e indiretos e marcadores biológicos da asma.
(Filho, 2007)

Marcadores de Sangue
A contagem dos eosinófilos e a dosagem da proteína eosinofílica catiónica, ECP, são pouco
utilizadas como marcadores da inflamação brônquica. Pois, o aumento da ECP não se verifica só na
asma, ocorrendo em outras doenças como, por exemplo, a fibrose cística. E porque sendo a ECP
mais sensível do que a simples contagem dos eosinófilos sanguíneos, é no entanto menos sensível
que a contagem dos eosinófilos na expectoração.
Outros marcadores têm sido propostos como o receptor solúvel da IL-2 (CD25), ainda
desprovido de avaliações mais detalhadas e de larga escala. (Filho, 2007)

Estudo da expectoração induzida


Trata-se de uma técnica relativamente recente, a qual consiste na indução de produção de
expectoração através da inalação de uma solução salina isotónica ou hipertónica administrada por
nebulização. Tem como objectivo estudar características da inflamação das vias aéreas na asma,
como em outras doenças respiratórias. A presença de eosinofilia suporta o diagnóstico de asma e,
caso se trate de asma grave, fornece um fenótipo que pode beneficiar de doses elevadas de
corticosteróides ou de agentes anti-inflamatórios alternativos. (Filho, 2007)
Esta técnica pode ser aplicada tanto em adultos como em crianças, desde que acima dos sete
anos, podendo ser repetida em várias ocasiões O limite normal de eosinófilos na expectoração
induzida é de 2 % nos adultos, sendo nas crianças de 2,5 %. (Filho, 2007)
As técnicas utilizadas para a indução diferem pouco entre os vários grupos. Utiliza-se um
nebulizador ultra-sónico de débito moderado (aprox. 1 ml/min), apresentando este uma
sensibilidade superior ao nebulizador de jacto, que possui baixo débito. Em alguns casos, a indução
é realizada pela inalação de concentrações progressivas de solução salina hipertónica por períodos
fixos de tempo, noutros a concentração é fixa, sendo os períodos de tempo mais prolongados. A
duração da inalação deve ser de 15 minutos, prolongada por mais 5 minutos se uma amostra
adequada não for obtida. (Filho, 2007)

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Estudo do condensado brônquico


A análise do condensado brônquico do ar exalado tem suscitado algum interesse no estudo
da inflamação em doentes asmáticos. O gás subglótico saturado com água poderá ser colectado
como um condensado de vapor de água através da realização de uma expiração para um tubo de
condensação. A análise do líquido resultante permite a avaliação de vários marcadores
inflamatórios, como por exemplo: os óxidos de nitrogénio (nitrito e o nitrato), o peróxido de
hidrogénio, citocinas, leucotrienos, prostaglandinas e o pH. Os ensaios são reprodutíveis, sem
grande variações tendo em conta o factor idade. (Filho, 2007)

Óxido Nítrico no ar expirado


O óxido nítrico é produzido nas células epitéliais da parede brônquica, aumentando quando
ocorre uma inflamação eosinófílica das vias respiratórias.
Gustafsson et al. (1993) e Alving et al. concluíram que o NO era elevado no ar exalado em
indivíduos com asma. Validando desta forma a medição da fracção de óxido nítrico exalado FE NO
como método de medição da inflamação das vias respiratórias. Facto importante de realçar é que os
valores de NO exalado se elevam mesmo antes do aparecimento de sintomas ou perda de controlo.
A medição da FENO é caracterizada como: exacta, reproduzível, imediata, igualmente
informativa como a biopsia. (http://www.teprel.com)

A medição da FENO fornece-nos as seguintes informações: um correcto diagnóstico de asma;


o NO exalado oferece uma maior precisão de diagnostico de asma que os testes que têm como base
a função pulmonar. Sensibilidade de 88% com um cut-off de 20 ppb; uma identificação rápida de
cumprimento; um conhecimento relativo à eficácia dos esteróides; o doseamento de esteróides, que
minimiza os custos e melhora os resultados para o indivíduo; uma notificação de perda de controlo;
uma previsão de recaída de asma. (http://www.teprel.com)

11Consequências e limitações

• Em determinados casos crónicos a repetição excessiva de ataques asmáticos pode levar a


uma sobrecarga do coração, podendo causar patologias a este nível. No entanto, é de salientar que
para tal acontecer, seria necessário um longo período de tempo e esta situação não é usual; Esta
patologia propicia o aparecimento de doenças respiratórias tais como enfisema, bronquiectasia, etc;
(Rothenberg, 1976)
• Os indivíduos asmáticos podem desenvolver inúmeras alergias (ácaros, pólen, fungos, pêlo
de animal, baratas, fumo de tabaco), obrigando à alteração de hábitos, apesar de não precisarem de

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seguir uma dieta especial, a não ser que apresentem alguma alergia alimentar; (Grande Enciclopédia
Médica)
•O asmático é, geralmente, hiperemotivo e ansioso. O receio de uma nova crise e os
constantes internamentos podem ser um factor psicologicamente depressivo tornando-o mais
vulnerável. Assim, é fundamental que o ambiente familiar seja calmo e relaxado. É importante
referir que o constante recurso a unidades de saúde e o uso contínuo de medicamentos representam
uma elevada despesa;
• As bebidas alcoólicas são extremamente prejudiciais para as vias respiratórias, sendo o seu
consumo desaconselhado. Nesta situação, o mais importante é o grau alcoólico da bebida que se
consome e não da quantidade ingerida no dia-a-dia; doentes asmáticos não devem fumar nem
frequentar locais onde se fume;
• Devem evitar a acumulação de muita gente num só espaço, pois nestas situações, o
oxigénio disponível é reduzido. Devem, ainda, evitar zonas industriais e a poluição atmosférica.
Deste modo, estes indivíduos, apesar de poderem conduzir normalmente, devem evitar o trânsito
congestionado, os túneis extensos ou outra situação que o obrigue a estar em contacto prolongado
com o ambiente poluído;
• Para estes indivíduos é possível viajar de avião, apesar de, em algumas situações, ser
complicado. Em casos controlados, estes necessitam apenas de um aparelho pressurizado para a
eventualidade de ser necessário;
•A asma pode ser um factor limitante em determinadas profissões, nomeadamente no
trabalho em meio industrial, em tarefas que obriguem o contacto com poeiras ou outros factores
desencadeantes de alergias;
• Esta patologia é uma das principais razões de absentismo na vida escolar e profissional
devido às frequentes crises asmáticas, é, ainda, uma das causas de antecipação de aposentadorias,
pensões e benefícios. Tudo isto pode levar à desagregação familiar, tendo repercussão a nível bio-
psico-socio-económico;
• Para estes doentes o clima ideal é quente e húmido, pode no entanto existir excepções.
Muitas vezes só o próprio indivíduo pode descrever quais as suas condições climatéricas ideais.
(Grande enciclopédia Médica Verbo, I O Coração e os Pulmões , 1978)

12Tratamento Farmacológico

O tratamento farmacológico da asma visa controlar clinicamente esta patologia, os


medicamentos utilizados no seu tratamento podem ser divididos em dois grandes grupos os
controladores e os apaziguadores. (Health/NHLBI, 2002)

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Os controladores, como o nome indica, são utilizados para controlar a patologia,


prevenindo sintomas e ataques, são principalmente anti-inflamatórios, o seu uso na maioria das
vezes é feito diariamente e por um longo período. (Health/NHLBI, 2002)
Nestes podemos incluir os corticoides (glucocorticosteroides) inalados e orais, cromonas
(anti-inflamatórios), modificadores de leucotrienos (bloqueiam a acção dos leucotrienos,
substâncias libertadas pelas células dos pulmões durante um ataque de asma, levando à inflamação
das vias aéreas, o que desencadeia sintomas como pieira, falta de ar e mucosidade), agonistas beta
2 de acção prolongada por inalação (broncodilatadores), teofilina de libertação controlada
(broncodilatadores), anti-histaminicos (anti-alergénicos), entre outros. (Health/NHLBI, 2002)
Da medicação disponível actualmente salienta-se a eficácia dos glucocorticosteroides
inalados.
Por outro lado existem os medicamentos aliviadores que servem para inverter a constrição
dos brônquios aliviando os sintomas resultantes, são ainda utilizados no pré-tratamento da bronco-
constrição induzida pelo exercício. (Health/NHLBI, 2002)
Estes devem ser utilizados apenas quando há necessidade por isso o seu uso deve ser
controlado e supervisionado, se o paciente recorrer regularmente a esta medicação poderá indicar
que o tratamento para a asma não está a ser eficaz. (Health/NHLBI, 2002)
Podemos enumerar alguns destes medicamentos por exemplo: agonistas beta 2 de acção
rápida por via oral ou por inalação, teofilina de acção rapida, anti-colinérgicos, adrenalina
injectável, entre outros. (Health/NHLBI, 2002)
O tratamento farmacológico poderá ser feito de várias formas, ou seja, este pode ser
administrado oralmente, através da inalação ou até mesmo recorrendo à injecção. Sendo que
devemos sempre que possível preferir a inalação, uma vez que esta irá actuar de forma localizada
ou seja directamente nos pulmões, o seu efeito será mais rápido e eficaz, reduzindo o riso de
ocorrerem efeitos secundários. Para efectuar a medicação por inalação existem diversos dispositivos
tais como: nebulizadores, inaladores pressurizados com ou sem câmara expansora e inaladores de
pó seco (diskus). (Health/NHLBI, 2002)

13Tratamento de Fisioterapia

(Ver em anexo)

13.1 Educação
O fisioterapeuta também intervém na prevenção e orientação do paciente asmático. Uma das
melhores formas para combater esta doença é educar-se acerca dela, podendo assim aperceber-se da

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sua presença e saber o que fazer. A educação passa por informar a população de que a asma é uma
doença crónica, e que esta pode ser controlada, permitindo uma vida normal. Também consiste em
educar os profissionais, para que apliquem o tratamento adequado, e os asmáticos, para que
identifiquem precocemente os sintomas e factores envolvidos. (Sarmento, 2007)
Este profissional deve saber esclarecer os pacientes asmáticos em relação: ao tipo de
ventilação, residência, colchão adequados; à higiene pessoal e da habitação, factores que
desencadeiam a doença e outras dúvidas que tenham. (Sarmento, 2007)
Além disto, o fisioterapeuta também deve educar o paciente no sentido de o ensinar a
identificar o seu estado clínico. Ele deve explicar como usar um aparelho, peak flow, que mede o
pico de fluxo expiratório (PFE). Também deve explicar ao doente como utilizar o broncodilatador
de forma correcta, para este seja eficaz. (Sarmento, 2007)

13.2 Exercício
(Ver imagens em anexo)
No tratamento da asma podemos recorrer ao exercício físico de forma a melhorar a
resistência dos músculos respiratórios, optimizar o transporte de oxigénio, a capacidade máxima de
trabalho e a tolerância ao exercício. Além de tudo isto, também contribui para a melhoria da
desobstrução das secreções brônquicas, prevenindo o broncoespasmo e pode ainda reduzir situações
de asma induzida pelo exercício. (Donna Frownfelter, 2004)
Perante estes benefícios na função pulmonar, os exercícios passaram a ser aconselhados para
substituir total ou parcialmente a fisioterapia torácica ou respiratória convencional. (Donna
Frownfelter, 2004)
Existem diferentes vias energéticas para a produção de ATP, sendo este essencial para a
realização do exercício. Estas podem ser divididas em dois grandes grupos: aeróbio (presença de
oxigénio) e anaeróbio, que se subdivide em láctico e aláctico. (AACVPR, 2004)
A via anaeróbia aláctica ou via do fosfato creatina é utilizada no exercício intenso
(explosivo), pois é rápida na produção de ATP, mas tem reduzida capacidade de síntese da mesma,
sendo por isso utilizada apenas em poucos segundos (até 10 segundos). (AACVPR, 2004)
A via anaeróbia láctica ou via do lactato tem como fonte de energia a glicose e é utilizada
em exercício intenso, tendo a durabilidade máxima de cerca de 3 minutos. (AACVPR, 2004)
A via aeróbia é a última ser utilizada, sendo responsável pela produção de ATP no exercício
prolongado, pois esta nunca se esgota. (AACVPR, 2004)
As três vias funcionam de forma simultânea, havendo porém uma via predominante.
(AACVPR, 2004)

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O treino de resistência aeróbia pode ser efectuado de forma intervalada (aeróbio com picos
próximos do anaeróbio) ou contínua, sendo no caso do asmático preferencial o último. (AACVPR,
2004)
No treino contínuo mantém-se a intensidade, a frequência cardíaca é estável, atingindo o
steady-state (a produção de oxigénio é suficiente para as nossas necessidades no momento).
(AACVPR, 2004)
O exercício para a desobstrução das vias aéreas consiste em exercícios aeróbios e de
resistência, com o objectivo de aumentar a ventilação. Estes devem adaptar-se às condições e às
habilidades do paciente, iniciando sempre com exercício de aquecimento e terminando com
alongamento. É de salientar ainda, que antes de se iniciar o programa de exercícios, é necessário a
devida preparação:
Os pacientes que manifestem hiperactividade brônquica devem possuir um broncodilatador
adequado que os acompanhe.
Deve ocorrer um registo dos sinais vitais básicos do doente. Este também deve saber medir
o próprio pulso e avaliar seu nível de esforço. Aqueles que necessitam de uma monitorização
rigorosa, devem ter um oxímetro de pulso. (Donna Frownfelter, 2004)
Ao utilizar o exercício como uma forma de desobstrução das vias aéreas, determinados
factores como, a frequência, intensidade e duração, aquecimento e desaceleração, devem ser
cumpridos. Podem também surgir pacientes que manifestem uma agudização da doença. Neste
caso, os exercícios devem ser iniciados lentamente, aumentando o ritmo conforme a tolerância do
doente. (Donna Frownfelter, 2004)
Para determinar qual a duração e intensidade do tratamento, obtendo-se bons resultados, é
necessário uma monitorização durante os exercícios e a desaceleração, bem como antes de os
exercícios iniciarem. Esta é feita à frequência cardíaca, à pressão sanguínea, à saturação de
oxigénio, à frequência respiratória e ao nível de percepção de esforço. (Donna Frownfelter, 2004)
É também necessário ensinar o doente a tossir ou soprar, nunca muito prolongadamente,
para expelir o máximo de expectoração. (Donna Frownfelter, 2004)
Todo este treino deve ser construído de forma a ser inserido nas actividades diárias do
paciente, pois torna mais fácil conseguir a sua adesão. (Donna Frownfelter, 2004)
Uma das vantagens dos exercícios para a desobstrução é que, devido ao facto de ser algo que
as pessoas sem doenças pulmonares praticam, os pacientes com essas doenças vão adquirir mais
vontade neste tratamento, visto que assim não é evidenciada a sua condição clínica. Além disto, o
exercício contribui de uma forma positiva para o bem-estar, auto-estima e qualidade de vida do
doente. (Donna Frownfelter, 2004)

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Um facto que pode não ser tão positivo, é que para o sucesso deste tratamento é necessário
um contacto regular entre o terapeuta e o paciente, bem como um apoio familiar constante
(essencialmente no caso das crianças). (Donna Frownfelter, 2004)
Outra desvantagem, trata-se de que todo o processo pode ser afectado pela preferência do
paciente num determinado exercício, não praticando consequentemente os outros do programa, e
pela intervenção de amigos ou familiares. (Donna Frownfelter, 2004)

13.3 Ortóteses
Vias aéreas inferiors distais
A fisioterapia cárdio-respiratória recorre a várias técnicas de tratamento não invasivas. Estas,
têm como objectivo optimizar a eficácia e a quantidade de oxigénio transportado, contribuindo
desta forma para prevenir ou minimizar as disfunções ao nível respiratório. Desta forma promove-se
a máxima qualidade de vida aos utentes. (Ana Luzia R. Freitas Alves)

Para atingir os seus objectivos o fisioterapeuta recorre a técnicas variadas, que podem ser divididas
em principais e adjuvantes. Porém, deve-se salientar que estes tratamentos não têm como objectivo
curar a asma, apenas minimizar os seus efeitos, isto porque não existe uma cura para a asma. (Ana
Luzia R. Freitas Alves)

• Técnicas principais:
ELTGOL (Expiração lenta total com a glote aberta em infralateral): Esta técnica é
aconselhada para desobstruir as vias aéreas inferiores distais. Para isso, é necessário colocar
o asmático em decúbito lateral e pedir-lhe que efectue inspirações lentas. Desta forma, irá
ocorrer uma desobstrução das vias aéreas do pulmão do lado que está apoiado.
(http://www.postiaux.com/Portugais/Tecnicas.htm)

ELPr (Expiração lenta prolongada): O principal objectivo desta técnica é desobstruir as vias
aéreas inferiores distais. Para isso, o fisioterapeuta deve colocar uma mão no tórax do
paciente e a outra sobre o abdómen exercendo pressão. Essa pressão deve ser sincronizada e
lenta, devendo ser efectuada com as duas mãos, iniciando-se no final de uma expiração
espontânea e prosseguindo até ao volume residual. (Ana Luzia R. Freitas Alves)
O objectivo deste procedimento é obter um volume expiratório maior do que o normal, com
vista a uma desinsuflação pulmonar, que apenas é conseguida com o tempo expiratório
prolongado. (Ana Luzia R. Freitas Alves)

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• Técnicas adjuvantes:
Flutter: Este instrumento tem a forma de um tubo e possui um cone no seu interior. Dentro
desse cone existe uma esfera de aço que efectua movimentos verticais aquando da expiração
do doente através do flutter. Esse movimento cria uma pressão expiratória positiva e uma
vibração oscilatória dentro das vias aéreas. Em consequência desse movimento produzido
pela bola ocorrem também acelerações intermitentes no fluxo de ar. Estes três fenómenos
ajudam a limpar as secreções presentes, que são facilmente expelidas com o auxílio da
tosse/expirações forçadas. (http://www.fisiozone.com/cardiorespiratoria/3801-tecnicas-
fisoterapiacas-para-desobstrucao-pulmonar.html)
O RC-Cornet é um tubo de plástico que contém uma válvula flexível. Aquando da
realização de uma expiração através deste aparelho são criadas no interior das vias aéreas
uma pressão expiratória positiva e uma oscilação vibratória do ar. Estes fenómenos
movimentam as secreções para as vias aéreas centrais. Estas podem ser limpas através de
mecanismos de tosse e expirações forçadas.
(http://www.fisiozone.com/cardiorespiratoria/3801-tecnicas-fisoterapiacas-para-
desobstrucao-pulmonar.html)
O RC-Cornet é frequentemente comparado com o flutter, uma vez que ambos
funcionam de forma similar. No entanto, ao contrário do flutter este aparelho pode ser
utilizado em qualquer posição (pois age independentemente da gravidade).
(http://www.fisiozone.com/cardiorespiratoria/3801-tecnicas-fisoterapiacas-para-
desobstrucao-pulmonar.html)

Acapella: Este instrumento utiliza os mesmos princípios do flutter e do RC-Cornet (pressão


expiratória positiva e vibração). E, tal como o RC-Cornet este aparelho possui a vantagem
de poder ser utilizado em qualquer posição.
TheraPEP (Pressão expiratória positiva): Este é um dispositivo de fácil utilização, em que o
paciente deve exalar, através de um bocal ou máscara. Essa expiração efectuada pelo
paciente gera uma pressão expiratória positiva. Assim, as secreções são movimentadas para
o exterior das vias aéreas.
O TheraPEP pode ser usado em qualquer posição ou ângulo. Uma outra vantagem deste
instrumento é o facto do mesmo possuir um ecrã que permite um feedback para o paciente
visualizar a pressão desejada. Em acréscimo a todos estes benefícios, pode-se associar a

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administração de medicamentos tais como nebulizadores, que encaixam neste dispositivo.


Além disso, tem uma grande durabilidade e permite uma fácil limpeza.
Indicações:
• Ajuda na mobilização de secreções
• Ajuda utentes incapazes de desempenharem respirações profundas durante o exercício.
• Ajuda pacientes com capacidade respiratória inadequada.
• Optimiza a administração de broncodilatadores

Vantagens: É uma técnica não invasiva, fácil de usar, com baixo custo e cuja aplicação é
versátil (através de máscara ou bocal). (http://www.cefir.com.br/11_2004/artigos/Diversos/06.doc)

A VIP (Ventilação intrapulmonar percussiva) consiste na liberação de um fluxo de gás para


os pulmões aquando da inspiração (o volume de gás que se liberta durante cada pulsação e a
frequência da pulsação podem ser ajustados, consoante o estado do utente). Isto cria um efeito de
percussão interna sob os pulmões. A interrupção do fluxo inspiratório permite a expiração passiva.
O aparelho é utilizado através de uma peça bucal, máscara ou via aérea artificial.
(http://www.medtech.com.br/percussionaire/IPV1med.html )

Treino dos músculos inspiratórios


Existem três tipos de treinos utilizados no fortalecimento dos músculos inspiratórios: treino
inspiratório resistido, treino normocápnio hiperpneico e treino tipo “Threshold ® loading”.
(Gosselink & Decramer, 1994)

O treino inspiratório resistido utiliza um aparelho chamado P-Flex. Este tem como
finalidade o fotalecimento e “endurance” dos músculos inspiratórios. Ele é constituído por um
conjunto de seis orifícios. Durante a inspiração vai haver uma resistência, que vai depender do
tamanho do orifício e do fluxo, ou seja, quanto menor o orifício, maior a resistência, e quanto maior
o fluxo, maior a resistência. Portanto, aconselha-se o uso de um manómetro ou vacuómetro, ate que
o paciente tenha o controlo do seu fluxo inspiratório, mantendo uma determinada pressão. O
tamanho do orifício será escolhido pelo terapeuta que acompanha o indivíduo. (J. & P., 2002)
O treino normocápnio hiperpneico pressupõe o aumento da resistência muscular. Este utiliza
um padrão hiperpneia normocápnia e consiste numa hiperventilação voluntária do paciente durante
um período de 15 a 20 segundos. Este treino é bastante complexo e deve ser realizado com a
presença do terapeuta. (Gosselink & Decramer, 1994)
O treino tipo “ Threshold ® loading”, tal como o nome indica, utiliza um instrumento
denominado threshold ®. Este instrumento aumenta a contracção dos músculos inspiratórios e

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diminui o tempo de inspiração. Este é regulado inicialmente com uma resistência de acordo com a
Pimáx (pressão inspiratória máxima) do paciente. Este tipo de treino tem uma certa desvantagem,
pois tem uma válvula na sua extremidade que só se abre se o paciente produzir uma pressão
negativa ao nível da boca. (Gosselink & Decramer, 1994) (W. & M., 2005)
Este treino tem de ser realizado diariamente, durante um certo período de tempo, tendo lugar
na habitação do paciente. Realizam-se três séries de quinze inspirações, fazendo um intervalo de
dois minutos para relaxamento entre cada série. (W. & M., 2005)

14Conclusão

Após termos concluído a realização deste portefólio, adquirimos conhecimentos mais


aprofundados e científicos sobre a patologia em estudo.
Fomo-nos deparando com algumas dificuldades ao longo da pesquisa, uma vez que foi
difícil encontrar informação em fontes credíveis e actualizadas e que possuíssem uma linguagem
perceptível. Outra dificuldade presente foi o facto não nos conseguirmos restringir à acção que um
fisioterapeuta possui para intervir neste entidade. Contudo, após termos recorrido a docentes na
tentativa de ver ultrapassados estes problemas e minimizadas as nossas dúvidas, pensamos ter
conseguido colmatar estas falhas.
Convém salientar que procedemos à realização deste portefólio, tendo em atenção que este
será um instrumento de estudo e de posterior consulta.

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15Anexos

15.1 Mapa conceptual


15.2 Actas
Primeira Acta da Sessão Tutorial

No dia nove do mês de Dezembro de dois mil e oito, pelas oito horas, realizou-se uma
sessão tutorial na Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto, no auditório quarenta e sete,
com a presença de Amaro Alves, Ana Monteiro, Ana Rita Magalhães, Bárbara Silva, Cátia Pessoa,
Marisa Mimoso, Marta Silva, Sara Gonçalves e Sara Neiva e com a seguinte ordem de
desenvolvimento.

A primeira sessão tutorial referente ao segundo módulo, cujo tema é Fisioterapia em


condições cárdio-respiratórias, iniciou-se com a escolha dos três elementos que iriam ocupar os
estatutos de presidente, escrivão e secretário. Ficou então decidido que, durante a primeira semana,
estes cargos, seriam ocupados pela Sara Gonçalves, Marisa Mimoso e Sara Neiva, respectivamente.
Após esta escolha, procedeu-se à apresentação do tutor, cujo nome é Pedro Silva. Este informou-nos
que será nosso tutor durante dez semanas (tempo de duração do módulo) e facultou-nos o seu e-mail
para uma mais fácil partilha dos documentos e sínteses. Seguidamente perguntou-nos os nossos
nomes e a razão pela qual tínhamos escolhido o curso de Fisioterapia. Todos os elementos do grupo
tutorial efectuaram esta tarefa, excepto a Sara Ribeiro, uma vez que não se encontrava presente.
Ultrapassada esta questão burocrática, e para que se pudesse dar inicio ao problema da aula,
foi entregue, a cada estudante, uma fotocópia de uma notícia que abordava a influência do exercício
físico em doentes asmáticos, a qual foi lida pela Marta. Após a leitura desta notícia a presidente
pediu ao grupo que referisse a sua opinião sobre qual o tema a tratar nas duas semanas seguintes.
Para chegar a uma conclusão mais consensual a Marta propôs que fosse feito um brainstorming, isto
é, uma discussão de ideias. Como resultado, chegou-se à conclusão que o problema a abordar
poderia ser a relação entre a asma e o exercício físico. No entanto, o tutor afirmou que a asma é uma
patologia que, para além do tratamento possui muitos outros factores associados. Desta forma, o
grupo achou mais benéfico alterar o tema para: a asma.
Seguidamente, depois desta pequena discussão acerca do tema do problema a tratar, o grupo
decidiu procurar assuntos que estivessem relacionados com a patologia, e que, fossem pertinentes
para a resolução deste problema. Para isso, a Marta sugeriu que seria importante explicar a
definição de asma, referir quais os sinais e sintomas que surgem em consequência desta limitação e
explicitar as melhores formas de tratamento para esta patologia. Por seu turno, a Bárbara considerou
importante citar quais os factores que influenciam a frequência da asma, quais os diferentes níveis
da patologia e salientar a diferença entre a frequência das crises asmáticas nas várias faixas etárias.
A Ana Cláudia acrescentou que deveríamos referir quais as consequências e limitações inerentes à
asma. Após ouvir atentamente estas ideias, o tutor interveio e afirmou que talvez fosse importante
Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma

esclarecer alguns termos que aparecem ao longo do texto, e que, provavelmente, não seriam do
nosso conhecimento. Por isso enumerou alguns deles, tais como eficácia, inflamação da asma,
óxido nítrico e esputo. Aos termos já referidos a Marta acrescentou estudos experimentais e
marcadores. Visto que os termos sobre os quais surgiam dúvidas eram elevados a Ana Cláudia
sugeriu que, antes de efectuar a pesquisa deveríamos elaborar um glossário e definir conceitos.
Além disso o tutor acrescentou que deveríamos pesquisar sobre outros temas, questionando-nos se
nós sabíamos a anatomia dos pulmões, se o sistema respiratório trabalhava isoladamente e ainda se
a asma está apenas relacionada com um transporte de oxigénio deficiente. Acrescentou também, que
talvez fosse importante informarmo-nos sobre as causas da asma. A esta questão o Amaro referiu
que as causas poderiam ser internas e externas, afirmação que o tutor considerou acertada,
afirmando que os factores internos estão relacionados com erros na fisiologia pulmonar e que os
factores externos são denominados de factores de risco.
Após esta organização de ideias o grupo achou mais vantajoso passar à elaboração de um
esquema que sintetizasse todos os assuntos a pesquisar neste problema. Para isso a nossa escrivã
utilizou o programa c-maps. No decorrer da execução do esquema surgiram algumas dúvidas sobre
o local onde deveriam ser inseridos alguns dos termos, ou, se de facto eles tinham importância
suficiente para serem colocados no nosso mapa de conceitos. Porém, após uma breve discussão
estas dúvidas foram, na sua maioria, colmatadas.
Como a sessão estava a aproximar-se do final, o grupo decidiu elaborar uma listagem de
temas a pesquisar e atribuí-los aos diferentes elementos, ficando assim decidido:
• Definição, níveis e sintomas da asma – A pesquisar pela Ana Rita
• Tratamento:
De Fisioterapia – A pesquisar pela Ana Cláudia
Farmacológico – A pesquisar pelo Amaro
• Sistema cárdio-respiratório – A pesquisar pela Cátia
• Fisiopatologia - A pesquisar pela Sara Gonçalves
• Factores de risco - A pesquisar pelo Amaro
• Avaliação/diagnóstico - A pesquisar pela Bárbara
• Consequências e limitações - A pesquisar pela Marisa
• Inflamação da asma - A pesquisar pela Sara Neiva

Como já é habitual, no final de cada sessão tutorial, tanto o tutor como os vários elementos
do grupo referem a sua opinião em relação ao desenrolar da tutorial, sendo estas as opiniões:

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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma

O Tutor considera que depois da pesquisa vamos conseguir atingir facilmente os objectivos.
Afirmou que esta foi uma sessão rica, ficando agradavelmente surpreendido com o facto de alguns
elementos já terem efectuado pesquisas. A Marisa considerou que esta foi uma sessão bastante
produtiva, enquanto a Bárbara afirmou ter sido uma tutorial muito confusa. Referiu também ter
gostado do desempenho do tutor. A Rita concorda com o facto de ter sido confusa, no entanto
afirma que serviu para alinhavar e organizar ideias, opinião partilhada pela Sara Gonçalves. A Sara
Neiva pensa que no final das pesquisas toda esta confusão será menor. A Cátia ficou satisfeita pelo
facto de ser um tema mais específico do que os anteriores, partilhando com a Marta a ideia de que o
tempo para abordar o problema é muito reduzido. Por fim, o Amaro salienta o facto de continuar a
haver gente que fala muito pouco durante a sessão.

E, não havendo mais nada a tratar, foi elaborada a presente acta que, depois de lida e
aprovada, será assinada pelo presidente e por mim, Sara Alexandra Sousa Neiva, na qualidade de
secretária, que a redigi.

O (A) Presidente O (A) Secretário (a)


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Segunda Acta da Sessão Tutorial

Aos doze dias do mês de Dezembro de dois mil e oito, pelas oito horas, realizou-se uma
sessão tutorial na Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto, no auditório quarenta e sete,
com a presença de Amaro Alves, Ana Monteiro, Ana Rita Magalhães, Bárbara Silva, Cátia Pessoa,
Marisa Mimoso, Marta Silva, Sara Gonçalves e Sara Neiva e com a seguinte ordem de
desenvolvimento.

A sessão tutorial iniciou-se com a análise das sínteses efectuadas pelos estudantes.
Primeiramente, o autor da síntese referiu as suas dificuldades aquando da elaboração da mesma e de
seguida o tutor referiu a sua opinião acerca do seu conteúdo.
A primeira pessoa a expor as dificuldades sentidas foi a Ana Cláudia, afirmando que, apesar
de ter encontrado alguma informação, não estava completamente certa da sua credibilidade e
fiabilidade. Além disso, acrescentou que, ainda não possui a noção dos assuntos aos quais se deve
dar mais ênfase. Relativamente a esta síntese o tutor referiu que ela deveria ter-se focado mais no
nosso problema, que, foi a dificuldade de grande parte dos elementos do grupo. Acrescentou ainda
que ela deveria ter salientado mais o exercício físico como forma de tratamento. Seguidamente

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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma

falou a Sara Neiva, que afirmou que a informação sobre o seu tema era um pouco escassa.
Relativamente à síntese sobre o sistema cárdio-respiratório, a Cátia afirmou que estava incompleta,
uma vez que se tratava de bastante informação para um curto período de tempo. Além disso, sentiu
bastante dificuldade em transpor alguns dos termos de português do Brasil para o português de
Portugal. De seguida falaram a Ana Rita e o Amaro que afirmaram não ter sentido muitas
dificuldades uma vez que era possível encontrar uma grande quantidade de informação
relativamente aos seus temas. Quanto à Bárbara, esta afirmou que a falta de tempo e de informação
foram factores condicionantes, e que por isso, não conseguiu terminar a síntese. Seguidamente a
Sara Gonçalves tomou a palavra e afirmou que um dos subtemas que se destacava mais na sua
pesquisa era a inflamação. Por isso, a sua síntese e a da Sara Neiva podiam ser compiladas. A
Marisa referiu que não sentiu muitas dificuldades, ao contrário da Marta que se queixou de uma
grande falta de informação. Apesar desse facto, a tutor referiu que ela tinha elaborado uma boa
síntese, no entanto, deveria utilizar uma linguagem mais acessível para uma melhor compreensão
por parte dos outros elementos da tutoria.
Após todos termos exposto as dificuldades sentidas, o tutor sugeriu que se passasse à
organização dos temas, perguntando-nos se nós continuávamos a acreditar que o tema principal do
problema é a asma. Além disso acrescentou que, como o sistema cárdio-respiratório é comum a
todos os problemas deste módulo, esta pesquisa será incluída em todos eles. Em resultado desta
informação o grupo decidiu alterar o formato do nosso mapa de conceitos colocando em grande
plano o sistema referido pelo tutor, e, uma vez que estávamos a trabalhar no c-maps decidimos
verificar temas que ainda não tínhamos pesquisado e que poderiam ser importantes para a resolução
do problema. Depois disso, seriam divididas as tarefas. Sendo assim, e após uma breve discussão,
surgiram os seguintes temas:
• Tratamento de fisioterapia (educação e exercício) – Ana Cláudia e Sara Gonçalves
• Tipos de asma e tipos de crise – Ana Rita

• Avaliação postural: palpação, sinais vitais, percussão, broncomotricidade – Bárbara


• Incidência; Doença obstrutiva vs doença restritiva – Amaro

• Relacionar fisiopatologia e inflamação – Sara N

Depois de decididos a divisão de tarefas e os temas a tratar, estes foram colocados no c-


maps. Esta tarefa originou muitas dúvidas e discussão que foram minimizadas o máximo possível.
No final, por falta de tempo não foi possível proceder-se à discussão habitual sobre o
desenvolvimento da sessão tutorial.

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E, não havendo mais nada a tratar, foi elaborada a presente acta que, depois de lida e
aprovada, será assinada pelo presidente e por mim, Sara Alexandra Sousa Neiva, na qualidade de
secretária, que a redigi.

O (A) Presidente O (A) Secretário (a)


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Terceira Acta da Sessão Tutorial

Aos quinze dias do mês de Dezembro de dois mil e oito, realizou-se uma Sessão Tutorial na
Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Porto, na sala 48, com a presença de todos os elementos
do turno seis, com excepção da Sara Ribeiro.
A sessão iniciou-se com a distribuição dos cargos de presidentes, de secretário e escrivão.
Tendo a Marta, a Bárbara e a Rita, ocupado respectivamente estes papéis.
Posteriormente passou-se à análise do trabalho desenvolvido desde a última sessão,
manifestando-se opiniões e dificuldades. O tutor chamou à atenção para a terminologia utilizada e
para a especificidade dos temas que se decidiu abordar, questionando o grupo se todos iam
particularmente de encontro com o problema definido. Consequentemente, o grupo inferiu que em
qualquer problema a tratar, a sua abordagem e pesquisa não deverá possuir carácter muito
abrangente, devendo sim estar enquadrada única e exclusivamente com o real problema; estando
sempre presente a íntima relação que este possui com a fisioterapia.
Posto isto, tomou início uma discussão de ideias, a qual se prolongou até ao fim da sessão.
Esta foi estimulada primeiramente pelo tutor, através da realização de questões focadas no fulcro do
problema. Alguns dos assuntos abordados foram: trocas gasosas aquando da asma, o tipo de
exercício que se deve planear e aplicar a estes indivíduos, o que ocorre no decorrer da prática
desportiva, eficácia de tratamentos, conceitos de observação e inspecção e a pertinência de
apresentar temas tais como a avaliação da dor, da dispneia e percepção de esforço. Acabando o
grupo por chegar a um consenso.
Procedeu-se então à distribuição de tarefas, tendo ficado estipulado como data limite de
divulgação dia dezassete, quarta-feira dessa mesma semana:
Avaliação da dispneia e percepção de esforço: Sara Neiva
Avaliação e Diagnóstico (Revisão do anterior): Amaro e Bárbara
Exercício: Ana Cláudia e Marta
Transporte de O2: Cátia e Marisa

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Formatação do portefólio e Revisão do mapa conceptual: Ana Rita

Para finalizar a sessão, realizou-se o habitual feedback da mesma. A maioria manifestou ter
sentido: ansiedade, incerteza e desconforto no decorrer da sessão. Porém, simultaneamente por
parte de alguns elementos, nomeadamente do Amaro, da Ana Cláudia, Rita e da Bárbara,
exteriorizou-se a opinião de esta ter sido produtiva, pois deram-se discussões com repercussões de
extrema relevância. O tutor partilhou desta mesma opinião, enfatizando uma vez mais que nos
devemos restringir à verdadeira temática do problema, enquadrando sempre com a fisioterapia. E
desta forma, deu-se por encerrada a referida sessão.

E, não havendo mais nada a tratar, foi elaborada a presente acta que, depois de lida e
aprovada, será assinada pelo presidente e por mim, Sara Alexandra Sousa Neiva, na qualidade de
secretária, que a redigi.

O (A) Presidente O (A) Secretário (a)


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Quarta Acta da Sessão Tutorial

Aos dezanove dias do mês de Dezembro de dois mil e oito, pelas oito horas, realizou-se uma
sessão tutorial na Escola Superior de Tecnologias da Saúde do Porto, na sala 48, com a presença de
todos os elementos do turno seis, com excepção da Sara Ribeiro.
Os cargos de presidente, escrivão e secretário, como é hábito neste turno, mantiveram-se no
decorrer da semana.
A presente sessão tutorial teve a seguinte ordem de desenvolvimento:

Inicialmente, a presidente, nesta semana a Marta, releu as questões já estabelecidas para a


reunião de presidentes, com o objectivo de reconhecer a existência de mais dúvidas e destas forma
as recolher.
Resolvido este assunto, a Marta referiu subtemas a acrescentar no tema principal:
Exercício/Treino, nomeadamente ortóteses; assunto tratado numa sessão laboratorial no dia anterior.
O que levantou a questão se se deveria incorporar este assunto no texto já realizado ou criar um
novo.
Posteriormente, em conjunto, procedeu-se a uma revisão do portefólio até então pronto.
Decidiu-se o que ocuparia os anexos, diminuiu-se temas não tão relevantes para o problema actual,

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qual a melhor ordem de apresentação dos temas, falou-se sobre as bibliografias e como estas
deveriam ser apresentadas, entre outros. Retirando-se desta revisão uma lista de tarefas a distribuir.
Contudo, aquando da revisão não se conseguiu deixar de sentir dificuldade em reconhecer se
determinados temas deveriam ser referidos neste problema ou no próximo.
Visto ter-se alterado o portefólio, seguiu-se uma reestruturação do índice, bem como do
mapa conceptual.
Para finalizar a sessão distribuiu-se as tarefas:
Sara Gonçalves: diminuir o desenvolvimento do tema Sinais Vitais
Cátia: alterar o tema Sistema Cardio-respiratório, enfatizando o mais importante (sendo o
problema a asma, o relevante são as vias respiratórias inferiores no que toca ao sistema respiratório,
e os capilares no que diz respeito ao sistema cardiovascular - trocas gasosas.)
Marta: rever o tema Avaliação Postural
Marisa: rever o tema Espirometria
Ana Cláudia, Amaro e Sara Neiva: ortóteses
Ana Rita: formatar o portefólio
Bárbara: elaborar a acta da sessão

Tendo o prazo estipulado para a divulgação dos trabalhos sido dia vinte e seis de Dezembro
de dois mil e oito, sexta-feira seguinte.
E, não havendo mais nada a tratar, foi elaborada a presente acta que, depois de lida e
aprovada, será assinada pelo presidente e por mim, Sara Alexandra Sousa Neiva, na qualidade de
secretária, que a redigi.

O (A) Presidente O (A) Secretário (a)


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15.3 Conteúdos

Sistema Cardio-respiratório

Vias aéreas superiores


O nariz possui duas partes: uma externa, que é visível, e uma interna, situada no interior do
crânio. A primeira é constituída por ossos nasais e por cartilagens ( alares, septal, lateral, maior e
menor) cobertos no exterior por pele e no interior por túnica mucosa. Esta possui duas aberturas –
as narinas. (Tortora, 2000)
A parte interna é uma cavidade no crânio, localizada abaixo do neurocrânio e acima da boca.
Esta liga-se à faringe através das coanas ou conchas nasais. A esta parte do nariz ligam-se ainda
quatro seios nasais, o frontal, o esferoidal, o maxilar e o etmoidal, e os ductos nasolacrimais. A
cavidade nasal é o espaço dentro das partes externa e interna do nariz, dividindo-se em lado direito
e esquerdo, pelo septo nasal. (Tortora, 2000)
A parte interior da cavidade nasal tem pêlos e pele que filtram o ar inspirado, retendo
algumas partículas inspiradas. Esta é também responsável pelo aquecimento e humedecimento. A
restante cavidade nasal e os seios, excepto a região olfactória, estão cobertas por uma membrana
constituída por epitélio pseudoestratificado ciliado. Este produz secreções serosas, que capturam
bactérias e partículas, e muco, que é removido pelos cílios para a nasofaringe onde é engolido ou
expectorado. (Tortora, 2000)
A faringe encontra-se localizada posteriormente à cavidade nasal. É uma bolsa oval
constituída por fibras e músculos, com um comprimento entre os 12 e os 14 centímetros, que vai da
base do crânio até ao esófago. Esta divide-se em três partes: nasal (nasofaringe), bucal (orofaringe)
e laringeia (laringofaringe). (Frownfelter; Deam, 2004)
A nasofaringe é a continuação das cavidades nasais, que comunica com elas anteriormente
através das aberturas posteriores do nariz. É a parte superior da faringe e vai das coanas até à úvula
palatina (parte do palato mole). É revestida por uma membrana mucosa e recebe as trompas de
Eustáquio do ouvido médio ou trompas auditivas nos orifícios farigeus. Posteriormente aparecem as
amígdalas faringeias, que são um conjunto de nódulos e tecido linfático que constituem uma
barreira protectora contra bactérias e outros possíveis agressores. (Frownfelter; Deam, 2004)
A orofaringe vai da úvula palatina até à epiglote e é revestida por epitélio estratificado de
descamação que tem uma função protectora. Deste modo, deixa que o ar e os alimentos passem.
(Frownfelter; Deam, 2004)

A laringofaringe vai do início da epiglote até à abertura da laringe e do esófago e tem um


revestimento igual à orofaringe. (Frownfelter; Deam, 2004)

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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma

A laringe é constituída exteriormente por nove cartilagens ligadas umas às outras por
músculos e por seis ligamentos pares e três ímpares. Esta situa-se entre a laringofaringe e a traqueia.
A laringe evita que passem para as vias respiratórias comida, líquidos ou outras substâncias
estranhas e controla o fluxo de ar. O esqueleto da laringe é constituído pelo osso hióide e pelas
cartilagens da laringe (tiróideia, cricóideia, epiglote, aritnoideias, corniculadas e cuneiformes). A
tiróideia é a mais superior, tem forma de armadura e é normalmente conhecida por maçã-de-adão. A
cricóideia, pelo contrário, é a mais inferior, sendo por isso a base da laringe. Tem forma de anel e
serve de suporte à glândula tiróideia. A epiglote, que está por cima da glote, está projectada em
direcção à língua e tem na sua constituição cartilagem elástica. Esta cobre a abertura da laringe
durante a deglutição e evita a entrada de substâncias para a laringe e para a traqueia. As aritnoideias
têm forma de corneto, as corniculadas têm forma de cone e as cuneiformes têm forma de cunha.
Existem cordas vocais verdadeiras e falsas. As verdadeiras são duas dobras brancas e brilhantes da
mucosa que vão desde a cartilagem aritnoideia até à tiróideia. As falsas são duas massas rosadas e
macias da membrana mucosa que se salientam ligeiramente da parede da laringe, desde a cartilagem
tiróideia até à aritnoideia. (Frownfelter; Deam, 2004)

Músculos respiratórios
Os músculos seguintes são apenas acessórios, não têm uma função especificamente ligada à
respiração, no entanto, são também importantes neste processo. (Frownfelter; Deam, 2004)
O esternocleidomastoideu é um músculo do pescoço, bastante potente, que possui dois
ventres, um com origem no manúbrio e o outro na parte medial da clavícula. Estes dois ventres
juntam-se num só músculo que depois se insere no pavilhão auricular à orelha na apófise mastóide.
Cada indivíduo possui dois, um de cada lado do pescoço, que ao contraírem provocam a rotação do
crânio na direcção contrária. Caso contraiam conjuntamente, o crânio sofre uma flexão anterior.
Estes são os músculos acessórios mais importantes da inspiração. (Frownfelter; Deam, 2004)
Os escalenos anterior, medial e posterior são uma única unidade funcional, embora sejam
três músculos distintos. Estão primeiramente relacionados com o pescoço, mas podem também
auxiliar na respiração. (Frownfelter; Deam, 2004)
O grande dentado, por norma, auxilia a extensão anterior do braço, mas, tal como os
escalenos, também ajuda na respiração. Existem dois músculos destes em cada indivíduo, um em
cada lado do corpo. (Frownfelter; Deam, 2004)
O peitoral maior tem como principal função aduzir e rodar medialmente o úmero. No
entanto, na inspiração forçada, quando os braços são fixados, estes podem permitir o aumento do
diâmetro torácico, através do deslocamento dos arcos costais. (Frownfelter; Deam, 2004)

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O peitoral menor é um músculo fino. Cada indivíduo possui dois, um em cada lado do
corpo, funcionando estes em conjunto com o grande dentado. Na inspiração profunda elevem as
costelas às quais estão ligados, através da sua contracção. (Frownfelter; Deam, 2004)
O trapézio é constituído por dois músculos em forma de triângulo, responsável pela rotação
das escápulas, levantando e baixando os braços de forma controlada. Também as fixa, elevando-as
quando se realiza o movimento de encolher os ombros. Esta fixação permite ao peitoral menor e ao
grande dentado elevar as costelas. (Frownfelter; Deam, 2004)
O erector de espinha é um músculo grande que vai desde o sacro até ao crânio. Devido à
sua posição ao longo da coluna vertebral, permite que, durante a inspiração profunda, ocorra uma
elevação extra das costelas. (Frownfelter; Deam, 2004)
A expiração é um processo passivo, onde ocorre o relaxamento do diafragma e dos músculos
intercostais. Permite que as costelas voltem à posição inicial (antes da inspiração). (Frownfelter;
Deam, 2004)

Coração

As veias são vasos de grande calibre, com paredes finas, e são formadas por diversas
camadas de células. Estas resultam da junção das vénulas e funcionam como um reservatório de
sangue. Apresentam válvulas venosas, que impedem o refluxo de sangue, deixando que a circulação
sanguínea seja unidireccional. As veias conduzem o sangue de todas as partes do corpo ao coração.
As artérias são igualmente formadas por várias camadas de células mas têm paredes
resistentes, elásticas e espessas, que têm na sua constituição maioritariamente células musculares. A
sua função é transportar o sangue, sob pressão, do coração a todas as partes do corpo.
As vénulas têm dimensões mais reduzidas e são formadas por várias camadas de células.
Estas resultam da junção de capilares.
As arteríolas, tal como as vénulas, são de menores dimensões e são formadas por várias
camadas de células. No entanto, resultam de ramificações das artérias.
Os capilares são os vasos sanguíneos mais pequenos, que resultam das ramificações das
arteríolas. Estes são constituídos por paredes muito finas, com uma única camada de células, que
facilitam as trocas de diversas substâncias com o sangue, como por exemplo, o oxigénio, o dióxido
de carbono, os nutrientes e as hormonas.

As hemácias (glóbulos vermelhos), são células anucleadas e têm forma de disco bicôncavo,
podem adaptar-se aos capilares. Têm hemoglobina na sua constituição (proteína que contém ferro),
daí apresentarem a cor vermelha. São as células mais abundantes no sangue. A sua principal função
é o transporte de gases, nomeadamente, o oxigénio e algum dióxido de carbono; os leucócitos

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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma

(glóbulos brancos), são células incolores, de forma irregular, com núcleos diversificados. Têm a
capacidade de formar pseudópodes, que são prolongamentos do citoplasma, e de fagocitar (envolver
e destruir) partículas estranhas, através da fagocitose. Estas também têm a capacidade de mudar a
sua forma, podendo assim abandonar os capilares. A sua principal função é de defesa do organismo;
as plaquetas são pequenos corpos, sem núcleo, que vêm da fragmentação de células, participam na
coagulação do sangue, impedindo hemorragias e auxiliando na reparação dos vasos sanguíneos
danificados; o plasma é a parte líquida do sangue, tem 90% de água na sua constituição, sendo que
os restantes 10% são constituídos por sais minerais, substâncias orgânicas e hormonas. Este tem
como principal função o transporte dos restantes elementos constituintes do sangue, de nutrientes,
de produtos de excreção e de hormonas. Tem também um papel regulador na distribuição de calor
por todo o organismo e na coagulação do sangue, devido à presença de proteínas, como por
exemplo, o fibrinogénio.

Transporte de Dióxido de Carbono


Não existe, praticamente, dióxido de carbono (CO2) livre no ar ambiente, mas, no entanto, a
pressão parcial deste gás no ar dos alvéolos, em condições normais, é cerca de 40 mm Hg. (António
Couto; J. M. Reis Ferreira, 2004)
Ao passar pelos capilares, o sangue venoso vai igualar a pressão parcial à do ar alveolar,
logo, esta também vai ser aproximadamente 40 mm Hg. Ao sair dos tecidos, o sangue venoso tem
uma pressão parcial de cerca de 46 a 48 mm Hg. (António Couto; J. M. Reis Ferreira, 2004)
Por difusão, o CO2 que vem do metabolismo, passa para os capilares e depois vai no sangue
até aos pulmões, estando uma parte dissolvida e outra ligada quimicamente. Nos pulmões, vai para
os alvéolos e posteriormente, na expiração, é expulso para a atmosfera. (António Couto; J. M. Reis
Ferreira, 2004)
Embora se costume afirmar que o CO2 tem maior capacidade de difusão que o O2, isto não é
verdade, pois o CO2 é 1,2 vezes menos difusível que o O2, mas é também mais solúvel do que o O2,
cerca de 25 vezes. Devido a este facto, o transporte de CO 2 através das membranas e líquidos, é
aproximadamente 20 vezes maior que o de O2.
(António Couto; J. M. Reis Ferreira, 2004)
Tal como o oxigénio, o dióxido de carbono pode ser transportado dos tecidos para os
alvéolos de dois modos: parte no plasma e parte nos eritrócitos. Enquanto que no O2 há uma enorme
discrepância entre os dois métodos de transporte (sendo um ínfimo e o outro a maior parte), no CO 2
ambos os métodos de transporte são semelhantes. (António Couto; J. M. Reis Ferreira, 2004)

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Quando o CO2 entra na circulação, podem ocorrer duas coisas: uma parte deste gás dissolve-
se no plasma e outra parte combina-se com água, formando ácido carbónico (que se dissocia em ião
bicarbonato e ião hidrogénio). (António Couto; J. M. Reis Ferreira, 2004)

Tipos de Crise Asmática

O asmático que apresenta Crise Ligeira pode caracterizar-se pelo seguinte:


→ tem dificuldade respiratória quando anda;
→ tem consciência e o seu discurso é praticamente normal;
→ pode mostrar uma certa ansiedade;
→ a frequência respiratória encontra-se num estágio levemente elevado;
→ a pieira está presente.

O doente asmático que apresenta a Crise Moderada exibe as seguintes características:


→ dificuldade respiratória quando fala;
→ discursa com frases simples;
→ consciência mas mais ansiedade que o asmático que tem crise Ligeira;
→ a frequência respiratória é elevada;
→ a pieira está evidentemente presente.

O asmático que apresenta Crise Grave pode caracterizar-se pelo seguinte:


→ tem dificuldade respiratória em repouso;
→ não apresenta um discurso coerente, falando apenas por palavras soltas;
→ mostra-se demasiadamente ansioso;
→ a frequência respiratória é superior a 30/min;
→ a pieira está ainda mais evidente.

O asmático que apresenta Crise com Paragem Respiratória Iminente:


→ apresenta-se confuso;
→ apresenta silêncio respiratório.

Avaliação e diagnóstico

Métodos de avaliação
Sinais Vitais

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Temperatura
A temperatura corporal pode ser medida através de quatro tipos de escalas de medição:
• Oral – Coloca-se um termómetro na boca, deixando este permanecer durante 3 a 5
minutos com os lábios fechados. Após este procedimento, regista-se a temperatura,
que deverá variar entre os 36ºC a 37,5ºC (sendo a taxa de variação de temperatura
considerada normal).
• Rectal – Deve-se colocar o termómetro no ânus e permanecer por 2 a 4 minutos. Este
tipo de medição é a mais precisa. Os valores normais variam entre 36,6 ºC a 38,1ºC.
• Axilar – O termómetro é colocado debaixo da axila permanecendo durante 3 a 8
minutos, este método de temperatura é a mais usado, no entanto é pouco precisa.
Para o indivíduo estar num estado normal a sua temperatura deverá variar entre os
35,7ºC e os 37,2ºC.
• Canal auditivo – É usada nas crianças.

Frequência Cardíaca
Existem dez tipos de pulsos arteriais (em todos eles é importante referir que nunca devemos
os medir com o dedo polegar mas sim com o dedo indicador e o dedo central):
• Pulso Temporal – localiza-se na fossa temporal
• Pulso Carotídeo – localiza-se na laringe
• Pulso Braquial – localiza-se na superfície medial do terço médio do braço entre os
compartimentos musculares anteriores e posteriores
• Pulso Radial – localiza-se lateralmente ao tendão do flexor radial do carpo
• Pulso Cubital – localiza-se medialmente ao tendão do flexor cubital do carpo
• Pulso Femural - sente-se ao nível da arcada crural no ponto médio entre a sínfise
púbica e a espinha ilíaca Antero-superior
• Pulso popeliteo – em primeiro lugar temos de flectir o joelho em 90º e
posteriormente coloca-se os 2 polegares na tuberosidade tibial e os restantes dedos
na fossa poplitea, procurando o feixe neurovascular
• Pulso tibial posterior – posteriormente ao maléolo medial e tendões do tibial
posterior e longo flexor dos dedos
• Pulso tibial anterior – localiza-se lateralmente ao tendão do tibial anterior
• Pulso aplical – localiza-se na margem lateral

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Fisioterapia em Condições Cardio-Respiratórias I - Asma

Tratamento de Fisioterapia

Já há alguns anos atrás, utilizavam-se técnicas fisioterapêuticas no tratamento da asma. Estes


métodos são aplicados com o objectivo de auxiliar na higiene brônquica, através da libertação de
secreções, e no aumento da força dos músculos respiratórios. Também tenta reduzir a
hiperinsuflação e a hiperventilação.
Os fisioterapeutas servem-se de diversas técnicas para este tratamento, umas antigas e outras
mais recentes. Estes profissionais por vezes utilizam técnicas como a percussão, vibração,
vibrocompressão, drenagem postural e expiração forçada (huffing). Também aplicam outras técnicas
adaptadas para eliminação da secreção brônquia, tais como: ciclo activo da respiração, drenagem
autógena, expiração lenta associada a terapia expiratória manual passiva lenta (TEMP lento) ou
manobra de desinsuflação e frenolabial (padrão ventilatório com retardo expiratório),
hiperinsuflação manual, pressão positiva expiratória, compressão torácica de alta frequência.
Para a desobstrução das vias aéreas, também faz uso de exercícios, aeróbios e de resistência,
com o objectivo de aumentar a ventilação. Todos estes devem ter em conta o paciente, as suas
condições e habilidades.
A selecção destas técnicas vai depender de vários factores como: a disponibilidade, a
eficácia, o apoio e o custo.
Este profissional deve saber esclarecer os pacientes asmáticos em relação: ao tipo de
ventilação, residência, colchão adequados; à higiene pessoal e da habitação, factores que
desencadeiam a doença e outras dúvidas que tenham.
O tratamento também passa por um processo de reabilitação pulmonar. Tem como objectivo
fazer com que o paciente melhore nas suas actividades diárias. Esta etapa proporciona uma série de
exercícios, um programa educacional e nutricional, uma assistência multidisciplinar, contribuindo
assim para: a reintegração do paciente na sociedade, a redução da obstrução nas vias aéreas, a
prevenção e tratamento das crises, acalmar os sintomas, diminuir o sedentarismo, entre outras.
Existem também outras técnicas que podem complementar e auxiliar o tratamento da asma.
São estas o Buteyko, Yoga, Acupuntura, Técnica de Alexander e Terapias Manuais.

15.4 Imagens
Sistema Cardio-respiratório

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Fisiopatologia

Incidência e Prevalência

Incidência e Prevalência

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Tratamento de Fisioterapia
Exercício

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