Fig.5 - “O jardim”
A vivência na arteterapia que antecedeu a cirurgia permitiu que a criança
estivesse mais tranqüila no momento pré e pós-cirúrgico, e que novas figuras
internas surgissem, o que emergiu em seu desenho atual, sua qualidade de vida,
através das flores.
As crianças partindo das brincadeiras, tornam-se capazes de resolver
conflitos internos, elaborando sentimentos, e nós podemos assim perceber, que a
arte não é mero instrumento, é forma de comunicação, cabendo ao arteterapeuta
a sensibilidade para acolher as imagens simbólicas que representam a
transformação da energia liberada, criar condições para que estas imagens do
inconsciente encontrem formas de expressão.
As cores, as tintas, a argila, ou o giz de cera utilizados em arteterapia oferece
possibilidade de harmonia, um canal para ativar a imaginação, a criatividade, o
mundo interno. E cuidar é mergulharmos neste mundo interno, percebendo sua
realidade mais profunda, sua espontaneidade, seu potencial de cura.
O processo de cuidar nos remete rumo ao desconhecido, requer que
vençamos diversos obstáculos ou mesmo nossos monstros imaginários, reflexos
de nós mesmos, como tão bem ressalta TAVARES (2000). Sempre tendo como
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