1º Horário
Procedimento do Júri
2º Horário
Procedimento do Júri (continuação)
1º HORÁRIO
PROCEDIMENTO DO JÚRI
Remete para o corpo de jurados apenas e tão somente os processos aptos a julgamento.
Há queixa crime nas hipóteses de ação privada subsidiária da pública e quando houver crime de
ação privada conexo com crime de ação pública.
- Juiz pode rejeitar a inicial acusatória com base no art. 395 do CPP ou receber a denúncia ou
queixa, caso em que o processo será iniciado.
A citação ganha relevo com a reforma, sendo uma citação real (pessoal) e duas fictas (por edital e
por hora certa).
A citação tem por objetivo convocar o réu para que se defenda e informá-lo da existência do
processo.
- Realizada a citação, abre-se prazo para defesa preliminar, que tem as seguintes
características:
Prazo de 10 dias;
Apresentação obrigatória;
Necessidade de capacidade postulatória.
A defesa preliminar traz argumentos de fato, de direito e o requerimento de diligências. É aqui que
são arroladas as testemunhas, que no procedimento do júri são 8 para cada parte.
O juiz deve abrir vistas à acusação, que disporá de 5 dias para se manifestar. Em seguida, os
autos são conclusos ao juiz, que disporá de 10 dias para promover uma espécie de saneamento
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do processo, dizendo quais as providências serão tomadas para assegurar a regularidade da
marcha processual.
O tempo de fala durante os debates orais é de 20 minutos. Caso haja assistente de acusação, ele
falará por 10 minutos, hipótese em que esse tempo também será dado à defesa.
Essa audiência, que marca o fim da primeira fase, pode se encerrar de 4 maneiras:
O juiz conclui que existem indícios de autoria e prova da materialidade. Isso significa que o
magistrado visualizou a existência de um lastro probatório mínimo para submeter o caso ao corpo
de jurados.
Conceito de pronúncia
É a decisão interlocutória mista não terminativa que encerra a primeira fase do procedimento do
júri, remetendo o réu à segunda etapa do procedimento.
Conteúdo da pronúncia
É uma decisão de viabilidade, não cabendo ao juiz, sob pena de nulidade absoluta, emitir juízo de
certeza ou afastar peremptoriamente as teses defensivas.
Em regra, as decisões interlocutórias são irrecorríveis, mas quando forem recorríveis o recurso
cabível é o recurso em sentido estrito (R.E.S.E.).
Fato superveniente
Uma vez superada a admissibilidade dos recursos, a pronúncia torna-se imodificável, contudo,
havendo fato superveniente que altere a classificação do crime, o juiz deve abrir vistas ao MP
para aditamento, e na seqüência ele estará apto a proferir uma nova pronúncia. Não há oitiva da
defesa nesse caso.
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Princípio da correlação: admite-se integralmente na primeira fase do júri, tanto o instituto da
emendatio libelli quanto da mutatio libelli, logo, o juiz não pode reconhecer na pronúncia
qualificadora que não foi narrada na denúncia, cabendo aplicação da mutatio.
Se o réu já está preso desde a primeira fase, o magistrado tem que dizer porque o réu tem que
continuar preso na segunda fase e porque não cabe liberdade provisória. Se o réu estiver solto, só
poderá ser preso se estiverem presentes os requisitos da prisão preventiva.
Nesse caso, o magistrado conclui que não existem indícios de autoria ou prova da materialidade.
Conceito de impronúncia
É a decisão (sentença) que extingue o processo sem julgamento de mérito em razão da ausência
do lastro probatório mínimo que viabilizasse a decretação da pronúncia. O juiz não pode absolver
aqui.
Obs.: esta decisão não faz coisa julgada material, de modo que, se surgirem novas provas,
admite-se a propositura de uma nova denúncia, enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade.
A decisão de pronúncia é volátil, ou seja, pode mudar até a data em que se opera a prescrição,
quando estará extinta a punibilidade. Assim, a pronúncia é uma decisão rebus sic stantibus (se
perpetua enquanto as coisas estiverem como estão).
Conceito de despronúncia
2º HORÁRIO
É a sentença de mérito que faz coisa julgada material se o magistrado, em grau de certeza,
entende que está presente uma das hipóteses do art. 415 do CPP.
Hipóteses de cabimento:
Obs.: Os inimputáveis não serão absolvidos sumariamente, pois isso não lhes é favorável, salvo
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se a inimputabilidade é única tese da defesa, tendo como conseqüência a imposição de medida
de segurança (absolvição sumária imprópria). Os, relativamente, inimputáveis serão pronunciados
normalmente.
Sistema recursal
Conceito
Quando existir conexão entre um crime doloso contra a vida e outro crime, procede-se da seguinte
forma:
- Se o juiz pronunciou o réu pelo crime doloso, todos os crimes vão a júri;
- Se o crime doloso e o conexo não tiverem lastro probatório mínimo, haverá impronúncia em
ambos;
- Se o crime doloso não tiver lastro probatório mínimo, mas o crime conexo o tiver, remetem-se
os autos ao juízo competente;
- Se houver absolvição sumária do réu pelo crime doloso, remetem-se os autos ao juízo
competente (absolvição sumária é só para os crimes dolosos contra a vida);
- Se ocorrer a desclassificação do crime doloso, os autos são remetidos ao juízo competente.
Obs.: Intimação da Pronúncia: deve o juiz determinar a intimação das partes de acordo com as
regras gerais do CPP, sendo que o réu, será intimado pessoalmente, e se não for encontrado,
será declarado revel, e a sua intimação realizada por edital, encerrando-se assim a crise de
instância, que era a paralisação anormal do processo em razão da pendência de um ato
procedimental.
- Requerimento de diligências
Primeiro pela acusação, que disporá de 5 dias para tal. É nesse momento em que são arroladas
as testemunhas, em número máximo de 5. Em seguida, a defesa faz o requerimento de suas
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diligências.
- Autos são conclusos ao juiz, que irá sanear o processo, decidindo quais as diligências serão
realizadas.
A sessão será declarada aberta quando, dos 25 jurados sorteados, 10 a 15 dias úteis antes da
sessão, ao menos 15 comparecerem.
As partes podem recusar, sem fundamentar, até 3 jurados. Primeiro fala a defesa, depois a
acusação, cabendo ainda a alegação e a demonstração imediata das hipóteses de suspeição ou
impedimento.
Obs.: Estouro de urna: é a possibilidade de não se obter o número mínimo de jurados para a
formação do conselho de sentença, em razão das recusas e das alegações de suspeição ou de
impedimento.
Obs.: o sistema de interpelação na segunda fase do júri é direto, ressalvada a figura do jurado,
que vai fazer as suas perguntas por intermédio do juiz presidente.
- Debates orais
Primeiro fala a acusação, em uma hora e meia, depois a defesa ao mesmo tempo. O promotor
pode replicar em uma hora, e a defesa pode treplicar em uma hora.
Obs.: Pluralidade de réus: havendo 2 ou mais réus haverá mais uma hora em cada etapa de
defesa, acusação, réplica e tréplica independentemente do número de réus.
- Juiz presidente
Ao final dos debates, ele deve indagar os jurados se eles estão aptos a decidir, e por
conseqüência, ele irá ler os quesitos perguntando se eles têm alguma complementação a fazer.
Caso contrário, seguirão para a sala secreta.
- Sala secreta
É onde irão o juiz, o MP, o defensor, os jurados e os serventuários da justiça, sendo que o objetivo
é a votação dos quesitos, à luz do que dispõe o art. 415. Nesse momento é decidida a sorte do
réu.
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- Juiz presidente profere a sentença, e no plenário, a mesma será lida, saindo as partes
intimadas para a apresentação de eventuais recursos.
Obs.: os arts. 607 e 608 do CPP foram revogados, e o recurso do protesto por novo júri saiu da
esfera jurídica.