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Biografia

Margarida Salvador

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Curso: EFA – Técnico de Contabilidade
Disciplina: Fundamentos de Cultura, Língua e
Comunicação.
Formadora: Catarina Fernandes

Eu…
Maria Margarida Gonçalves Salvador nasci no dia 24
de Março, de 1959, nas Minas de S. Domingos,
Freguesia de Corte do Pinto, Concelho de Mértola,
Distrito de Beja, filha de Fernando Gonçalves
Salvador e de Ana Ribeiro Gonçalves.
A minha terra natal fica no Baixo Alentejo,
localidade mineira e por isso com uma população
de baixos recursos financeiros.
Nela vivi até aos meus 8 anos de idade, na
companhia de meus pais, minha irmã Fernanda, avó
materna e avô paterno.
Tempo calmo e tranquilo, onde todos se conheciam,
constituindo assim, uma pequena e unida família.
Foi lá que aprendi as minhas primeiras letras, fiz os
meus primeiros amigos e sofri o meu primeiro
desgosto com a morte da minha avó, que era uma
pessoa que o que mais recordo dela era a calma, a
bondade, a paciência que ela tinha quando os netos
lhe invadiam a casa e ela sempre tinha algo para
nos dar nem que fosse um miolo de pão para
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moermos no moinho de lata, e com isso nos
entretinha.
As recordações do meu avô, já são um pouco
diferentes, pois após a morte da minha avó ele
enlouqueceu, o mundo dele alterou e o nosso
também.
O meu Pai pedreiro de profissão imigrou várias
vezes para puder de alguma forma melhorar os
parcos rendimentos familiares, sem grande
sucesso, pois os tempos não eram fáceis, mas
recordo as suas chegadas onde dentro da mala
vinha sempre algo que nós não tínhamos e que ele
sempre nos trazia.
A Senhora Rosália, foi a minha primeira professora,
com ela, aprendi a ler e escrever, figura importante
na minha vida, ainda hoje me recordo da sua
imagem de senhora forte e simpática, habitante
também da minha terra, mas numa zona
denominada “jardim”, local onde viviam as
personalidades mais importantes da localidade,
médicos, professores entre outros em pequenas
habitações individuais, vivendo os demais, nas
típicas casas corridas alentejanas das aldeias
mineiras.
Todos os outros vivíamos nas típicas casas corridas
das aldeias mineiras.
Embora fosse uma terra mineira, foi também a
primeira a ter electricidade em Portugal, assim
como caminho de Ferro que ligava as Minas ao
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Pomarão, daí, e através de barco, o minério
extraído das minas, seguia para Vila Real de Stº.
António onde embarcava para Inglaterra.
Aos 8 anos viemos para Lisboa, fomos viver para
Linda-a-Velha, para um quarto alugado, eu o meu
pai a minha mãe a minha irmã e o meu avô, que já
vivia connosco desde a morte da minha avó.
A minha mãe que até então não trabalhava fora de
casa, começou a trabalhar e eu que tinha sempre
alguém por perto, principalmente ela ou se ela não
estivesse, era a vizinha era a avó, passei a estar
sozinha. Ia para a escola sozinha, vinha almoçar a
casa e no fim do dia esperava pelo meu pai. Cresci
rápido, aprendi a ser responsável, a ter
preocupações, a pensar, a tomar decisões e a fazer
escolhas.
Aos 13 anos mudamo-nos para o Lumiar, onde a
minha mãe através de familiares conseguiu o lugar
de porteira num prédio, situação que ainda hoje
mantém, nessa altura já me encontrava a
frequentar o curso comercial na Escola Ferreira
Borges.
Decorria o ano de 1974, o regime que se vivia
nessa altura em Portugal era o de Fascismo, o então
presidente da República Américo Tomás, seguidor
da obra de Salazar, não dava qualquer abertura ao
País nem ao seu povo. Vivia-se num clima de
repressão, medo, censura, embora eu muito pouco
me tivesse apercebido dos aspectos negativos do
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regime de Salazar, pois em minha casa não se
falava de política e o meu pai nunca se interessou
por ela, salvaguardando com isso a nossa
estabilidade.
Vivi a manhã do 25 de Abril a caminho da escola,
embora não tivesse consciência do que se estava a
passar, só me apercebi quando cheguei á escola e
passado 10 minutos os portões fecharam-se, ai
comecei a ouvir falar de golpe de estado, claro que
fiquei com medo o meu pensamento era como
regressar a casa, salvou-me a minha irmã que na
altura já trabalhava e juntamente com um colega
que tinha carro, foi-me buscar, pois os transportes
deixaram de circular.
Acompanhei todo o desenrolar dos acontecimentos
pela televisão e foi mais um acordar para tudo o
que se tinha vivido no nosso País.
Continuei os estudos ate aos 17 anos na Ferreira
Borges, e foi nessa idade que eu acho que iniciei a
maior aventura da minha vida.
Conheci o meu ex marido em Novembro de 1976 e
como ele vivia na altura em Brazzaville na
Republica Popular do Congo, embarquei para lá em
Fevereiro de 1977 onde me casei pela Igreja, tendo-
me já casado cá pelo Registo civil.
Eu digo a maior aventura da minha vida porque eu
acho que foi mesmo. Nunca tinha vivido longe dos
meus pais e muito menos saído de Portugal e aos
17 anos embarco para um País desconhecido ao
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encontro de uma pessoa que praticamente também
o era, embora ele fosse da mesma terra que eu e
de famílias conhecidas.
Foram doze anos preenchidos de todas as emoções
alegria, tristeza, sofrimento.
Conheci pessoas maravilhosas que ainda hoje são
meus amigos, conheci um País em tudo diferente
do nosso, com uma cultura própria um povo único
nos seus hábitos e que só mais tarde quando de lá
saí é que eu o apreciei, pois enquanto lá estive
sempre senti a nostalgia da minha terra da minha
família.
Mas o que mais me marcou e me tornou numa
mulher determinada a nunca desistir, foi a
infertilidade que sofri durante 14 anos.
Tempos difíceis angustiantes, incertos,
desgastantes, não só de mim como pessoa, mas
também da relação que vivia.
Toda a minha insistência, a minha coragem e
determinação, deram os seus frutos, e, a 19 de
Novembro de 1991, já em Portugal, nasce o meu
filho, João Pedro, “O menino, por quem Deus falou”,
e passados 17 meses, a 2 de Maio de 1993, nasce o
André Filipe “o meu príncipe”.
Tinha finalmente, conseguido concretizar, o meu
sonho.
Aos 46 anos de idade, mais um desafio no meu
caminho, o meu casamento tinha chegado ao fim
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há já algum tempo e era preciso mais uma vez
mostrar que era uma mulher determinada e
recomeçar tudo de novo.
E, tal como aos 17 anos, embarquei numa aventura,
aos 46, volto a embarcar noutra, onde, parto
sozinha, em busca de uma nova e diferente vida,
daquela que já não queria viver.
E é ai que eu me encontro hoje a viver esta nova
aventura.
Os meus dois filhos, são o meu motor, para a cada
dia vencer mais uma etapa.
Regressei aos estudos que era uma promessa que
eu tinha feito, quando não acabei o meu curso e
que sempre fui adiando ao longo do tempo,
encontrando todas as desculpas e justificações para
não o fazer. Agradeço a alguém muito especial que
me incentivou, me motivou e me deu a força que eu
precisava para dar o passo, fazendo-me acreditar.
Espero não fechar aqui a minha auto-biografia e
daqui a alguns anos acrescentar-lhe mais umas
linhas, onde gostaria de deixar transparecer a
felicidade encontrada, mas ainda não possível……

Margarida Salvador

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