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eixo temático: o homem; trilhas interpretativas e educação ambiental
categoria de apresentação: oral
Introdução
Metodologia
As entrevistas foram realizadas durante os meses de maio e junho de 2006, nos finais de
semana junto ao público freqüentador do Parque do Piqueri. Foram ao todo 25
entrevistados. As entrevistas procuraram ser fiéis às orientações de Tourtier-Bonazzi (1991)
onde o autor comenta sobre a necessidade de saber ouvir; saber guardar silêncio; procurar
não falar ao mesmo tempo em que o entrevistado e por último procurar criar uma relação de
confiança entre o narrador e o pesquisador. O registro dos entrevistados foi realizado com o
auxílio de gravador. A seguir é mostrado o roteiro básico das perguntas aplicadas com
objetivo de cada uma delas:
Situado no bairro do Tatuapé (Figuras 1 e 2), zona Leste, com área de 98.000 m², este
parque foi entregue à população em abril de 1978. A área, originariamente, pertenceu ao
conde Francisco Matarazzo, que em 1927 instalou a “Chácara Piqueri” com granja, criação
de búfalos, lhamas, veados, perdizes, codornas e peixes. No tocante a vegetação, o Conde
plantou mais de 50 espécies de árvores, tanto nativas quanto exóticas, procurando verificar
aquelas que melhor se aclimatariam a São Paulo (PMSP, 1988). Com seus 98.000 m²,
abriga 35.000 m² de vegetação arbórea. Predominam no parque os canteiros com espécies
arbustivas e herbáceas ornamentais, bosques implantados, alamedas e gramados, trilhas
que levam a jardins de contemplação e a pista de atletismo. São encontradas espécies
nativas como o angico (Anadenanthera colubina) e a palmeira jerivá (Syagrus
romanzoffiana). No lago existente dentro do parque podem ser observadas espécies de
aves migratórias como a garça (Egretta thula), savacu (Nyoticorax nycticorax), biguá (Phala
crocorax brasilianus) e martim-pescador (Chloroceryle americana) atraídas por oferta de
abrigo e alimento. Fonseca et al. (2006) estudando a trilha denominada “ancoradouro de
barcos da Família Matarazzo” indo até o “jardim de contemplação” na tentativa de investigar
os elementos da natureza existentes e aplicá-los em atividades investigativas em trilhas
urbanas, observaram 22 espécies vegetais entre exóticas e nativas e entre árvores e
arbustos. Dentre as espécies observadas na trilha por esses autores, 9 são nativas, como:
pau-brasil (Caesalpinia echinata) e a paineira (Chorisia speciosa). A espécie eritrina-
candelabro (Erythrina speciosa), também nativa destaca-se pelo crescimento rápido,
alcançando 3 metros em 2 anos, sendo muito apreciada pelos beija-flores e a palmeira jerivá
(Syagrus romanzoffiana) possuindo frutos que alimentam várias aves migratórias, visitantes
e moradoras do parque (PMSP, 1988). Dentre as exóticas temos: a árvore pata de vaca
(Bauhinia variegata) e o arbusto-cultivado hibisco (Hibiscus schizopetalus x rosa-sinensis)
muito usadas em arborização urbana, além da exótica pouco difundida flor de abril (Dilenia
indica).
Resultados e discussão
O motivo pelo qual os entrevistados vão ao parque foi verificado nas Figuras 3 e 4.
Praticamente 50% das mulheres entrevistadas vão ao parque para lazer, e o objetivo “para
relaxar” foi empregado diversas vezes. Por outro lado, aproximadamente 46 % dos homens
com mais de 40 anos vão ao parque para praticar esporte. Sendo que o item ver plantas e
animais não chegou a 20 % em ambos os sexos.
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O convívio é um item importante que deve ser ressaltado, sendo uma das funções dos
parques promover encontros entre as pessoas, ou seja, está cumprindo sua função social.
Nesse contexto salienta Menegat & Almeida (2004) quando afirmam que as cidades devem
ser vistas como habitat de vida humana. Para tanto, devem abrigar a solidariedade, a
democracia participativa, o entendimento e a negociação entre os setores sociais, a
construção do conhecimento, a vida digna e saudável e considerar a interação com o
sistema natural.
• Quais os aspectos naturais que você gostaria de falar (citar) sobre o parque?
“Não sou muito detalhista para isso. Única coisa que realmente percebo é que ele é bem
arborizado, eu moro perto do Ceretti e venho a pé para cá, deixo de ir ao Cereti, pois acho
ele muito descampado, muito asfaltado, não tem a terra que tem aqui, eu acho o Piqueri
muito mais natural”.
“Deveria ser plantado mais Pau-brasil, que eu acho que são símbolos do Brasil, e mais
plantas com flores, plantas nativas com flores.”
“De animais eu conheço aqueles do lago, cisnes, marrecos, alguns pombos, as vezes
aparecem periquitos, agora de árvores eu conheço os Eucaliptos, as Paineiras, os
Coqueiros, aqui também tem pé de Amora, Pitanga, Serralha”.
“O fato de estarem construindo prédios, o espaço para isso poderia ser utilizado para
alongar o parque, mas o pessoal da imobiliária é mais forte. Tenho preocupação com o
crescimento da população, com o aumento do trânsito e de saber que o parque vai continuar
do mesmo tamanho”. Terão mais pessoas visitando o parque e o parque vai continuar do
mesmo tamanho.“.
O bairro onde está situado o parque é atualmente uma região valorizada na cidade de São
Paulo. Nesse contexto, foi permitida a construção de condomínios verticais de alto padrão
ao lado do parque. Essa situação deixa o público preocupado com o futuro das áreas verdes
paulistas. Prevendo o aumento de pessoas, sendo que às áreas verdes, como o Piqueri,
não tem espaço para aumentar. Outro fato destacado é a construção de um centro de leitura
no parque. Antes a área de leitura era a “céu aberto”, agora foi construído um espaço
coberto. Esse fato foi questionado pelos freqüentadores, na medida em que os mesmos
apontam à necessidade de mais áreas verdes e não de edificações, como pode ser
observado a seguir:
“A sala de leitura que acabou com um dos aspectos naturais do parque, uma montanha de
pedras, e nem é muito utilizada, só abre aos domingos. O parque é pequeno se começarem
a construir muita coisa vamos perder o espaço da área verde. E bibliotecas nós temos
algumas aqui por perto, ao meu ver, como não esta sendo utilizado então é um desperdício”.
Conclusão
Referências bibliográficas
PMSP. Conheça o Verde. Parque do Piqueri. São Paulo: PMSP, n. 14, maio, 1988.
SCHUCH, Luiz Alexandre; QUEIROZ, Herz Aquino. de. O Brasil na Antártica. In:____O
Desafio de Ensinar Ciências no Século XXI. Hamburger, Ernest W. e Matos, Cauê. (Org.) .
São Paulo: Edusp: Estação Ciência; Brasília: CNPq, p. 44-47, 2000.
SEGURA, D.S.B. Educação Ambiental na Escola Pública. São Paulo:
FAPESP/ANNABLUME, 2001.