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DIVULGAÇÃO DE SEGREDO

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30.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO


CRIME

O tipo está no caput do art. 153:

“Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de


correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação
possa produzir dano a outrem.” A pena é detenção, de um a seis meses, ou multa.

O bem jurídico protegido é o direito ao sigilo sobre a intimidade da vida privada do


ser humano, que pode causar dano a qualquer pessoa e que, por isso, deve ser resguardada
em relação a terceiros.

Sujeito ativo do crime é o destinatário ou o detentor da correspondência.

Sujeito passivo é o remetente da correspondência e também a pessoa que venha a


sofrer o dano decorrente da violação do segredo, inclusive o destinatário, quando praticado
o crime pelo detentor.

30.2 TIPICIDADE

30.2.1 Conduta

O núcleo do tipo é o verbo divulgar, empregado no sentido de dar conhecimento,


contar alguma coisa a um número indeterminado de pessoas. O relato pode ser feito
através de palavras proferidas ou escritas e transmitidas por qualquer meio de
comunicação, oralmente, pela imprensa, rádio, televisão, Internet ou diretamente a um
grupo de pessoas em local público ou restrito, em ambiente interno ou aberto.
2 – Direito Penal II – Ney Moura Teles

30.2.2 Elementos objetivos e normativos

A informação sigilosa – o segredo – deve estar contida num documento particular


ou numa correspondência confidencial dirigida ao agente ou da qual ele tem a posse.

Documento é a coisa na qual está escrita uma informação juridicamente relevante,


aposta por uma pessoa. Deve ser particular, uma vez que o documento público poderá
conter informação pública, sigilosa ou reservada. Sendo sigilosa ou reservada, sua
divulgação poderá caracterizar o crime do § 1º-A deste artigo ou o do art. 325 do Código
Penal.

O conceito de correspondência é o mais amplo. Deve ser confidencial, isto é,


sigilosa, assim entendida aquela que contenha informação que, por sua natureza, deva ser
resguardada, isto é, mantida fora do conhecimento público.

Não é indispensável que o remetente a tenha rotulado de reservada, sigilosa ou


confidencial, o que, se houver, por si só, não a qualifica como tal. É elemento normativo do
tipo, devendo o intérprete, por ocasião da aplicação da lei, valorá-la com base nos
princípios da razoabilidade e do bom-senso.

Não sendo sigilosa a informação contida no documento ou na correspondência, o


fato é atípico.

Indispensável, ainda, a presença de outro elemento normativo. A divulgação deve


ser feita sem justa causa, sem justificativa. Agindo o sujeito ativo impelido por motivo justo
o fato é também atípico. Se o interessado pela manutenção do segredo dela não faz
questão, pode o agente divulgá-lo. Se houver interesse público, quando, por exemplo, o
segredo diz respeito à prática de um crime, poderá ser revelado, salvo se seu detentor for
profissional que tenha o dever de preservá-lo. Se este o fizer cometerá o crime do art. 154
do Código Penal.

Por fim é necessário que a divulgação do segredo seja capaz de produzir dano,
econômico ou moral, a qualquer pessoa, ao remetente da correspondência ou ao
destinatário, o firmatário ou redator do documento particular ou qualquer outro.

30.2.3 Elemento subjetivo

Crime doloso. O agente deve ter consciência de sua conduta, da ausência da justa
Divulgação de Segredo - 3

causa para a divulgação, da confidencialidade da correspondência ou do caráter sigiloso do


documento, da probabilidade da causação do dano e vontade livre de realizar o tipo, sem
qualquer outra finalidade.

Errando o agente sobre um dos elementos do tipo, excluída fica a tipicidade, por
ausência de dolo. Não há forma culposa.

30.2.4 Consumação e tentativa

Consuma-se no instante em que o segredo é contado pelo agente a um número


indeterminado de pessoas.

A tentativa é possível quando o agente, iniciando a narrativa e antes de adentrar no


relato do segredo, é, então, impedido de continuá-la.

30.3 ILICITUDE E CULPABILIDADE

A ilicitude será excluída no âmbito da própria tipicidade se o agente age


devidamente autorizado pelo destinatário ou tem o direito de revelar o segredo por razões
de interesse público.

A culpabilidade pode ser excluída ou diminuída por erro de proibição, quando o


agente imaginar que está autorizado a divulgar o segredo ou que sua revelação atende a um
interesse relevante e justificado.

30.4 AÇÃO PENAL

A ação penal é pública condicionada à representação do sujeito passivo. A


competência é do juizado especial criminal, permitida a suspensão condicional do processo
penal.

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