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VIOLAÇÃO DO SEGREDO
PROFISSIONAL

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32.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO


CRIME

Prevê o art. 154 do Código Penal: “revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que
tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa
produzir dano a alguém”. A pena cominada é detenção, de três meses a um ano, ou multa.

O bem jurídico protegido é o sigilo profissional, garantidor da liberdade individual


das pessoas que confiam nos profissionais.

Sujeito ativo é a pessoa que, em razão de sua função, ministério, ofício ou profissão,
conhece o segredo do outro.

Sujeito passivo é qualquer pessoa que possa sofrer dano em razão da divulgação do
segredo. Pode ser aquele que confidenciou o segredo ao agente ou a terceira pessoa à qual
se refere a informação sigilosa.

32.2 TIPICIDADE

32.2.1 Conduta

O núcleo do tipo é revelar, empregado no sentido de contar a uma pessoa o que sabe.
Basta que o segredo seja revelado a uma só pessoa, por qualquer meio. Uma carta, um
telefonema, numa conversa qualquer.

É conduta normalmente comissiva, todavia pode ocorrer por omissão, quando o


agente deixa uma anotação contendo a informação sigilosa à vista de outra pessoa que,
então, pode vir a conhecê-la.
2 – Direito Penal II – Ney Moura Teles

32.2.2 Elementos objetivos e normativos

O segredo deve ter chegado ao conhecimento do agente em razão da função, do


ministério, do ofício ou da profissão que exerce.

Por função deve-se entender toda e qualquer atividade a que o sujeito se obriga em
virtude de uma lei, de um contrato ou de uma decisão judicial. Assim as funções do tutor,
do curador, do depositário judicial, do síndico e do inventariante, bem como as funções de
natureza pública, que decorrem do exercício de cargos públicos.

Ministério é atividade ligada a entidades religiosas ou filantrópicas, como a do


sacerdote, da freira e do frade.

Ofício é atividade manual e profissão deve ser entendida como a atividade


laborativa lucrativa, desempenhada de forma habitual, como a dos advogados, médicos,
engenheiros, dentistas etc. A norma alcança os colaboradores dos profissionais, tais como
auxiliares de enfermagem, enfermeiras e secretárias que, igualmente, podem ter acesso aos
segredos confessados àqueles.

Essas pessoas, no exercício de suas atividades, tornam-se confidentes das pessoas


com as quais se relacionam no âmbito de sua atuação e, por isso, devem guardar sigilo
acerca de tudo quanto souberem. O dever de guardar segredo só existe, portanto, quando o
agente o conhece em razão de sua atividade.

A norma contém o mesmo elemento normativo dos tipos anteriores: sem justa
causa. Assim, pode o agente revelar o segredo justificadamente.

O médico ou o dentista, quando comunica à autoridade pública a ocorrência de


uma doença contagiosa, como a Aids, está atendendo ao interesse público, e muito embora
sua revelação possa causar prejuízo moral ao paciente, não constituirá crime. Mas esses
profissionais não estão obrigados a revelar a prática de um crime.

Também o advogado não tem o direito de comunicar à autoridade policial que seu
cliente cometeu determinado crime ainda desconhecido. Ao contrário, seu dever é de
fidelidade para com aquele que lhe confiou o segredo.

O sacerdote, igualmente, pela confiança nele depositada pelos membros da igreja,


deve guardar sigilo de tudo quanto souber.

Penso que se o confessor toma conhecimento da prática de um crime, cujo autor


Violação do Segredo Profissional - 3

ainda não foi descoberto, não tem o dever de revelar o segredo, todavia, se recebe, no
confessionário, a notícia de que um crime vai ser cometido, haverá justa causa para
revelá-la à autoridade policial, porque aí o interesse público deve prevalecer, ainda
porque o padre não tem o direito de recusar-se a depor como testemunha.

A quebra do sigilo bancário constitui o crime do art. 18 da Lei nº 7.492/86.

Por último, a revelação do segredo deve, necessariamente, ser capaz de produzir


dano, moral ou patrimonial, a alguém. Não precisa causá-lo, mas deve ter potencialidade
para tanto.

32.2.3 Elemento subjetivo

O crime é doloso. Deve o agente ter consciência da conduta, do segredo que vai
revelar, da potencialidade do dano, da ausência de justa causa para revelá-lo e a vontade
livre de fazê-lo, realizando o tipo. Errando sobre um desses elementos, a tipicidade
desaparece por exclusão do dolo.

32.2.4 Consumação e tentativa

Ocorre a consumação quando o agente conta o segredo para uma outra pessoa,
independentemente da produção do dano que, aliás, pode nem ocorrer.

Admite-se a tentativa quando a revelação se fará por meio de carta que não chega a seu
destinatário por razões alheias à vontade do remetente.

32.3 ILICITUDE E CULPABILIDADE

A ilicitude será excluída no âmbito da própria tipicidade, quando o agente tem o


direito de revelar o segredo por razões de interesse público.

O consentimento da pessoa a quem o segredo interessa não é, necessariamente,


excludente, porque nem mesmo o advogado pode revelá-lo, conforme dispõe o art. 26 do
Código de Ética e Disciplina.

A culpabilidade pode ser excluída ou diminuída por erro de proibição, quando o


agente imaginar que está autorizado a divulgar o segredo ou que sua revelação atende a um
interesse relevante e justificado.
4 – Direito Penal II – Ney Moura Teles

32.4 AÇÃO PENAL

A ação penal é de iniciativa pública condicionada à representação do ofendido,


competente para processá-la o juizado especial criminal, possível a suspensão condicional
do processo penal.

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