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ABANDONO MORAL

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26.1 CONCEITO, OBJETIVIDADE JURÍDICA E SUJEITOS DO


CRIME

A doutrina denominou de abandono moral o crime definido no art. 247 do Código


Penal:

“Permitir alguém que menor de 18 (dezoito) anos, sujeito a seu poder ou


confiado à sua guarda ou vigilância: I – freqüente casa de jogo ou mal-
afamada, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida; II – freqüente
espetáculo capaz de pervertê-lo ou de ofender-lhe o pudor, ou participe de
representação de igual natureza; III – resida ou trabalhe em casa de
prostituição; IV – mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração
pública.”

A pena cominada é detenção, de um a três meses, ou multa.

O bem jurídico protegido é o direito do menor de 18 anos de não receber influências


que possam prejudicar sua formação moral.

Sujeito ativo é o pai, mãe, tutor, curador e qualquer pessoa que tenha, sobre o
menor de 18 anos, o poder de autoridade, guarda ou vigilância.

Sujeito passivo é a pessoa menor de 18 anos que esteja sob a autoridade, guarda ou
vigilância do sujeito ativo.

26.2 TIPICIDADE
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles

26.2.1 Conduta e elementos do tipo

O verbo empregado como núcleo do tipo é permitir, que significa deixar, autorizar,
concordar, consentir, tolerar, anuir, aceitar, deixar, enfim. Tem um significado claramente
indicativo de uma conduta omissiva. É que o agente tem o dever de zelar pela educação e
formação moral do menor e, por isso, está obrigado a impedir que ele sofra influências que
possam prejudicar seu desenvolvimento moral. A permissão pode ser expressa ou tácita. A
primeira quando o agente autoriza, verbalmente ou por escrito, o menor a realizar o
comportamento que a norma proíbe. Tácita quando não realiza nenhuma ação visando a
impedi-lo.

São várias as condutas do menor que a norma busca coibir, impondo ao agente
impedi-las, a saber.

A primeira é a freqüência a casa de jogo ou mal-afamada. Freqüentar significa


comparecer habitual e regularmente em determinado lugar. Casa de jogo é o lugar
destinado à prática de jogos de azar, inclusive as permitidas para maiores de 18 anos. O
conceito de casa mal-afamada depende de valoração com base nos costumes vigentes. O
que em 1940 tinha má-fama pode não ter nos dias de hoje. O que a norma pretende é
impedir a freqüência a ambientes nos quais se cultivem valores absolutamente
incompatíveis com uma formação voltada para os valores importantes, como o respeito à
liberdade individual e à honra das pessoas, a honestidade, a solidariedade, o humanismo.
Ambientes onde se dissemina o uso de substâncias entorpecentes, violência ou o desprezo
para com o ser humano, evidentemente, são casas de má fama.

A convivência com pessoa viciosa ou de má vida, igualmente, deve ser evitada pelo
responsável pelo menor de 18 anos. Conviver significa ter contato freqüente, reiterado,
com determinada pessoa. Quer dizer encontrar-se regularmente com ela. Pessoas viciosas
ou de má vida são aquelas que se dedicam a práticas de crimes ou contravenções penais, ao
consumo ou comércio de substâncias entorpecentes, enfim, as que se comportam, em seu
dia-a-dia, de modo afrontoso a valores importantes da sociedade.

Espetáculo capaz de perverter o menor ou de ofender seu pudor é aquele que pode
causar a deformação dos valores morais. A esse respeito, reitere-se aqui que não se deve ter
como tal qualquer manifestação da criação humana que contenha elementos sexuais ou
libidinosos, só podendo ser compreendidos como perversão ou ofensa ao pudor as
manifestações que, deliberadamente, tiverem como finalidade a agressão à sensibilidade
das pessoas. Assim, há espetáculos e representações artísticas com conteúdo sexual ou
Abandono Moral - 3

libidinoso despidos de qualquer sentido ofensivo que, por isso, não se incluem na
proibição.

A participação do menor em representações imorais também deve ser impedida


pelo sujeito ativo, que, se não o faz, realiza o tipo.

Outra modalidade de realização do tipo é permitir que o menor resida ou trabalhe


em casa de prostituição. Uma coisa é residir ou trabalhar na casa em que a prostituta
exerce o meretrício, outra é a casa onde ela mora. A norma só alcança a casa de
prostituição, não havendo crime, portanto, quando o menor mora ou trabalha na casa da
prostituta.

Por último, há crime quando o agente permite que o menor mendigue ou sirva a
mendigo, com a finalidade de despertar, nos outros, a comiseração. Mendigar é pedir
esmolas. Servir a mendigo é auxiliar a quem pede esmolas. A norma exige que a
mendicância se dê para induzir as pessoas a sentirem pena, dó, piedade ou a se condoerem
com o estado do mendigo, concedendo a esmola.

O crime é doloso. A omissão do sujeito ativo deve ser consciente. Ele deve saber que
o menor freqüenta o local proibido, convive com a pessoa viciosa, participa da
representação, mora ou trabalha em casa de prostituição, mendiga ou serve a mendigo
para excitar a comiseração pública. Se não sabe, não há fato típico. Além de saber, deve
comportar-se com vontade livre de se omitir, isto é, deve permanecer inerte por decisão
própria e livre. Não haverá crime quando o menor já se libertou, na prática, da autoridade
paterna, dela desdenhando ou simplesmente desobedecendo à ordem. Aí não se
reconhecerá a omissão, que, aliás, não terá ocorrido, embora tenha sido ineficiente
eventual ordem dada pelo pai.

O responsável pelo menor não está obrigado a gestos heróicos, mormente nos dias
de hoje em que cada vez mais cedo os jovens tomam para si as rédeas de seu destino,
muitas vezes agredindo e ofendendo seus genitores. Não se irá, por isso, punir o pai que,
impotente, não consegue mais dirigir a formação moral de seu filho, quedando-se inerte
depois de muitas tentativas de orientá-lo para uma vida digna e de respeito para com seus
semelhantes.

Só haverá fato típico, portanto, se e quando o sujeito ativo permitir a prática de


uma das condutas proibidas ao menor.
4 – Direito Penal III – Ney Moura Teles

26.2.2 Consumação e tentativa

A consumação ocorre no instante em que o menor realiza uma das modalidades de


conduta proibida. Se a permissão vier a ser dada após a realização da conduta pelo menor,
a consumação ocorrerá no momento em que o agente a concede.

A tentativa só é possível quando o agente dá a permissão, mas o menor não realiza a


conduta, por qualquer circunstância alheia à vontade do agente. Quando a permissão é
concedida após a prática da conduta proibida ao menor, a tentativa é impossível.

26.3 AÇÃO PENAL

A ação penal é de iniciativa pública incondicionada. A competência é do juizado


especial criminal, admitida a suspensão condicional do processo penal, regulada pelo art.
89 da Lei nº 9.099/95.

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