Anda di halaman 1dari 2

TÍTULO VII

DOS CRIMES CONTRA A FAMÍLIA

_____________________________

A família é a base da sociedade. Nela o ser humano nasce, dá seus primeiros passos,
começa a conhecer o mundo em que vai viver, recebe a proteção indispensável a seu
desenvolvimento e os primeiros conceitos acerca da sociedade em que vive, incorporando
no seu íntimo os valores importantes que deve cultivar e respeitar pelo resto de sua vida.

É bem jurídico importantíssimo. A Constituição Federal de 1988 sobre ela estendeu


seu manto tutelar, no art. 226, obrigando o Estado a conferir-lhe proteção especial.
Mencionou o casamento como instrumento de formação da família, mas também
reconheceu, como entidade familiar, a união estável entre homem e mulher e a
comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes. Determinou que o Estado
criasse mecanismos para coibir a violência no âmbito das relações familiares.

O Código Penal brasileiro, concebido em 1940, dedicou o Título VII aos crimes
contra a família, nele incluído o Capítulo I – Dos crimes contra o casamento, que era, ao
tempo de sua elaboração, o único elemento formador da família. Desconhece, assim, as
outras duas modalidades de formação e desenvolvimento da família: a união estável e a
família formada pelo pai ou pela mãe e seus filhos.

Penso, entretanto, que a matéria não deve ser objeto do Direito Penal. Nem quanto
ao casamento, nem com relação a outras modalidades familiares porque o estatuto civil
contém regras suficientes e necessárias para sua tutela. Claro que deve continuar existindo,
no âmbito do estatuto repressivo penal, um conjunto de normas que busquem impedir a
violência no seio das famílias. O que não se deve cogitar é de estender a proteção penal a
conflitos ocorrentes na esfera da família, mormente em sua formação, como as normas
incriminadoras dos arts. 235 a 240. Bigamia, adultério e simulação de casamento devem
continuar ilícitos, mas sem a coloração penal. Melhor deixar para a jurisdição civil sua
resolução, porque nela são, efetivamente, melhor e mais eficazmente solucionados. O
2 – Direito Penal III – Ney Moura Teles

casamento, desde que pode ser dissolvido pelo divórcio, não merece proteção penal. Não é,
mais, um ente com a importância que tinha antes de 1977 quando da introdução, no
ordenamento jurídico, da Lei do Divórcio.

O Capítulo II contém os crimes contra o estado de filiação, o Capítulo III traz os


crimes contra a assistência familiar e no Capítulo IV estão os delitos contra o pátrio poder,
a tutela e a curatela. Estes, sim, necessários para proteger a família.

Anda mungkin juga menyukai