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1 Análise de conteúdo

Embora a maior parte das análises clássicas de conteúdo culminem em descrições numéricas

de algumas características do corpo do texto, considerável atenção está sendo dada aos

“tipos”, “qualidades” e “distinções” no texto, antes que qualquer quantificação seja feita.

A análise de conteúdo trabalha tradicionalmente com materiais textuais escritos (...). Há dois

tipos de textos: textos que são construídos no processo de pesquisa, tais como transcrições de

entrevista e protocolos de observação; textos que já foram produzidos para outra finalidade

quaisquer, como jornais ou memorandos de corporações.

Na análise de conteúdo o ponto de partida é a mensagem, mas deve ser considerado as

condições contextuais de seus produtores e assenta-se na concepção crítica e dinâmica da

linguagem (PUGLISI; FRANCO, 2005, p. 13). Deve ser considerado, não apenas a semântica

da língua, mas também a interpretação do sentido que um indivíduo atribui às mensagens.

A análise do conteúdo, em suas primeiras utilizações, assemelha-se muito ao processo de

categorização e tabulação de respostas a questões abertas. Criada inicialmente como uma

técnica de pesquisa com vistas a uma descrição objetiva, sistemática e quantitativa de

comunicações em jornais, revistas, filmes, emissoras de rádio e televisão, hoje é cada vez

mais empregada para análise de material qualitativo obtido através de entrevistas de pesquisa

(Machado, 1991, p. 53).

Minayo (2003, p. 74) enfatiza que a análise de conteúdo visa verificar hipóteses e ou

descobrir o que está por trás de cada conteúdo manifesto.

“(...) o que está escrito, falado, mapeado, figurativamente desenhado


e/ou simbolicamente explicitado sempre será o ponto de partida para
a identificação do conteúdo manifesto (seja ele explícito e/ou latente).
A análise e a interpretação dos conteúdos obtidos enquadram-se na
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condição dos passos (ou processos) a serem seguidos. Reiterando,


diríamos que para o efetivo “caminhar neste processo”, a
contextualização deve ser considerada como um dos principais
requisitos, e, mesmo, “o pano de fundo” no sentido de garantir a
relevância dos resultados a serem divulgados e, de preferência,
socializados (PUGLISI; FRANCO, 2005, p. 24)”.

A análise de conteúdo é considerada uma técnica para o tratamento de dados que visa

identificar o que está sendo dito a respeito de determinado tema (Vergara, 2005, p. 15).

Bardin (1977, P. 42) conceitua a análise de conteúdo como um conjunto de técnicas de análise

das comunicações visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do

conteúdo das mensagens (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos

relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) destas mensagens.

A finalidade da análise de conteúdo é produzir inferência, trabalhando com vestígios e índices

postos em evidência por procedimentos mais ou menos complexos (PUGLISI; FRANCO,

2005, p. 25). Estes autores também defendem 03 campos de análise de conteúdo, conforme

figura a seguir:
Domínio da Linguística

Hermenêutica

Métodos Lógico-Estéticos Métodos Lógico- Métodos Lógico-Estéticos


e formais Estéticos e formais e formais

Figura 1. Campos da análise de conteúdo


Fonte: PUGLISI; FRANCO, 2005, p. 29

Na fronteira hermenêutica, os métodos são puramente semânticos, ao contrário da lingüística

que incorpora os métodos lógicos estéticos que buscam os aspectos formais do autor e do

texto.
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Quando da escolha da análise de conteúdo, deve se escolher a unidade de registro e de

contexto. A unidade de registro são em geral acompanhadas de algumas limitações, incluem

características definidoras específicas, devem estar adaptadas a esta ou aquela investigação e

podem ser de diferentes tipos (palavra, tema, personagem, item). A unidade de contexto é a

parte mais ampla do conteúdo a ser analisado, porém “é indispensável para a necessária

análise e interpretação dos textos a serem decodificados (...) e, principalmente, para que se

possa estabelecer a necessária diferenciação resultante dos conceitos de significado e sentido”

(PUGLISI; FRANCO, 2005, p. 43).

Como cada entrevista é tratada em profundidade, sendo o quadro de estudo sobretudo

qualitativo, questões de amostragem se tornam secundárias, mas a seleção de entrevistados

deve ser explicitada e justificada de acordo com os objetivos que se pretende alcançar

(Machado, 1991, p. 54).

Pode-se imaginar que o resultado dessa análise temática poderia ser colocado em tabelas;

mas, em lugar de números, as células da tabela conteriam as falas particulares dos sujeitos

entrevistados. Em muitos casos, o simples levantamento dos temas abordados nas entrevistas

é o objetivo da pesquisa (Machado, 1991, p. 55).

Algumas vantagens de se utilizar o método é que pode lidar com grandes quantidades de

dados além de fazer o uso principalmente de dados brutos que ocorrem naturalmente. Possui

também um conjunto de procedimentos maduros e bem documentados e o pesquisador

caminha através da seleção, criação de unidades e categorização de dados brutos. Pode

construir dados históricos: ela usa dados remanescentes da atividade passada (entrevistas,

experimentos, observação e levantamentos estão condicionados ao presente) (Bauer e Gaskell,

2002, p. 212).
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2 REFERÊNCIAS

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prático. 4. ed. Ed. Vozes, 2002.

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2003.

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