As reações alérgicas em geral, podem ser classificadas de acordo com o tempo em que
elas levam a mostrar sua sintomatología em:
Imediatas: surgem 30 minutos após a administração do fármaco e não apresentam
infiltração celular. Manifestam-se principalmente com a dilatação dos vasos e
edemas, mas também pode apresentar Reações anafiláticas (Shock), reações do tipo
Arthus, urticária, angioedema, rinites, asma, etc.
Não imediatas ou retardadas: começam depois de duas horas. Não estão relacionadas
diretamente com os anticorpos circulantes, apresentam infiltração celular,
principalmente do tipo mononuclear. As reações retardadas subdividem-se em:
Aceleradas: Aproximadamente entre duas e 48 horas após a administração do fármaco.
Sintomatología: urticária, angioedema, erupções cutâneas, febre, transtornos
gastrointestinais, nefronpatías, etc.
Tardias: Aparecem com um retardo de três ou mais dias após a administração do
medicamento. Às vezes após ter deixado de administrá-lo. Em ocasiões, semanas ou
meses depois. Sintomatología: Doença do soro, urticária, eczemas, Lúpus
eritematoso, eritema multiforme ou polimorfo e outras manifestações cutâneas
mucosas ou cutâneo-mucosas, mudanças sangüíneas, agranulocitose, anemias
hemolíticas e manifestações viscerais como hepatites necróticas, hepatites
colestáticas, nefronpatías, miocardites intersticial, neurites polineurites,
gastrites hematemesis, neumontis Loeffler, conjuntivites, queratites, etc.
Também podem ser classificados quatro tipos de Alergia medicamentosa que podem ser
diferenciados na base dos elementos imunes que os causam e os locais de suas ações.
As respostas de tipo I, ou anafiláticas, incluem as formas imediatas de Alergia
medicamentosa, em que os distúrbios aparecem dentro de um minuto ou horas após
tomar a droga. A imune-reação subjacente é iniciada pela fixação do antígeno aos
anticorpos IgE ligados à superfície dos mastócitos e basófilos. A desgranulação
celular subsequente e a liberação de histamina e outras substâncias vasoativas é
responsável pelos efeitos indesejados. Os principais sinais e sintomas da Alergia
do tipo I compreendem o trato gastrointestinal (cólica e diarréia), pele e
membranas de mucosas (eritema, urticária, edema angioneurótico), pulmões
(broncoconstrição) e vasos sanguíneos (vasodilatação, permeabilidade aumentada). Em
sua forma mais grave, a anafilaxia poderá causar morte por obstrução da passagem
aérea ou colapso cardiovascular dentro de poucos minutos da exposição à droga. A
injeção parenteral do fármaco tem maior probabilidade de produzir reações
potencialmente fatais do que o uso oral ou tópico. Não obstante, têm morrido
pacientes em conseqüência da aplicação tópica de menos de 1 micra grama de
penicilina. Crê-se que pacientes com diátase alérgica (notada por anamnese de febre
do feno ou asma brônquica) são mais propensos a manifestar graves reações do tipo
I. A resposta anafilática imediata é o único tipo de Alergia medicamentosa que o
dentista poderá ser forçado a tratar sem o benefício de respaldo médico. A
epinefrina é a droga de escolha para anular as manifestações de uma resposta grave;
os antihistamínicos e adrenocorticóides são úteis como medicamentos adjuvantes. Nas
Alergias do tipo I (mais adiante) a reação é iniciada quando um antígeno se combina
com IgE na membrana do mastócito ou basófilo. As reações mais freqüentes consistem
em febre do feno, asma, e Alergia a penicilina e alimentos
As reações do tipo II, ou citotóxicas, são causadas por anticorpos circulantes tais
como IgG ou IgM. Quando um constituinte da membrana plasmática serve de hapteno, a
ligação da imunoglobulina é seguida pela fixação do complemento e lise da célula.
Muitas anemias hemolíticas, leucopenias e trombocitopenias induzidas por fármacos
são o resultado de destruição imunológica. As respostas do tipo II são geralmente
retardadas, manifestando-se diversas horas ou dias após a administração do fármaco
As reações do tipo III, ou imune-complexo, ocorrem quando os complexos antígeno-
anticorpo solúveis formam espaços intravasculares ou intersticiais. A deposição dos
complexos nas paredes dos vasos sanguíneos de pequeno calibre e a ativação do
complemento atraem neutrófilos para a área. Estas células perdem os grânulos nas
tentativas de remover os complexos, libertando enzimas lisossômicas que causam
lesão tecidual local e promove trombose dos vasos afetados. As reações do tipo III
podem induzir numerosas seqüelas desagradáveis, algumas das quais podem ser muito
graves. Observam-se também reações que não se podem distinguir dos quadros clínicos
doentios como lupo eritematoso e eritema multiforme. A lesão é causada por enzimas
lisossômicas liberadas pelos leucócitos polimorfonucleares que infiltram a área.
Nesta hipersensibilidades estão implicadas na glomerulonefrite pós-estreptocócica
aguda, hepatite sérica crônica, artrite reumatóide e doença do soro.
As reações do tipo IV são sinônimas de imunidade mediada por células. Os linfócitos
T sensibilizados expostos ao hapteno do fármaco ou seu conjugado liberam mediadores
solúveis, chamados linfocinas, que atraem células adicionais (linfócitos,
macrófagos) à sede antigênica. As lisozimas e outras substâncias (incluindo
linfocinas tóxicas) elaboradas pelas células recrutadas produzem necrose tecidual
local. As reações do tipo IV são geralmente retardadas por causa do tempo exigido
para que as células efetoras se concentrem na áera comprometida. Para os dentistas,
uma importante imune-reação celular é a dermatite de contato adquirida pela
exposição repetida das mãos a anestésicos locais de função éster como a procaína.
Antes da disponibilidade de anestésicos de função amida, a Alergia a procaína
complicava sobremaneira a prática clínica. Mesmo hoje em dia, a Alergia provocada
pelos anestésicos locais de função éster apresenta problema considerável devido à
variedade de substâncias que podem estabelecer reação cruzada e provocar exantema
eczematóide: metilparabeno, conservante farmacêutico de emprego generalizado; p-
fenilenodiamina, componente de corante para cabelos; e diclorofeno, germicida
empregado em sabões.
A hipersensibilidade da CMI, ou Alergias do tipo IV, é comum com pacientes
submetidos a transplantes e podem incluir células citotóxicas ou linfocinas ou
ambas. Há em alguns casos manifestações dérmicas.
Precauções a ser tomadas pelo cirurgião dentista
*Arora, S., and Aldrete, J.A. Investigation of possible allergy to local anesthesic
drugs: correlation of intradermal with intramuscular injections. Anesthiology
Reviews, 1959.
Anti-Histamínicos
Os anti-histamínicos têm somente indicações nas doenças alérgicas que respondem por
mecanismo extrínseco, onde o mediador principal é a histamina. Sua maior utilidade
é na urticária e em outras reações alérgicas imediatas onde predomina o prurido.
São facilmente absorvidos no trato gastrointestinal e nos locais parenterais de
administração. Os efeitos aparecem 15 a 30 minutos após a administração oral,
atingindo o ápice em uma hora e perdurando, em média, por três a seis horas.
Os diversos anti-histamínicos têm sua função farmacológica normal variável em
intensidade. A hidroxizina tem a maior ação sobre o prurido, sendo também em muitos
caso mais efetiva no tratamento sintomático da urticária, abreviando a duração das
pápulas.
Corticosteróides
Na maioria dos casos esses efeitos indesejáveis são reversíveis com a parada da
medicação, não trazendo seqüelas para o organismo. Os efeitos colaterais dos
glicocorticóides podem ser diminuídos pela administração dos esteróides de curta
ação em dias alternados, mesmo quando as doses nesses dias sejam o dobro daquelas
tomadas diariamente.
Agonistas Beta-Adrenérgicos
Tratamento Imunoterápico
Mecanismo da Imunoterapía
O mecanismo da dessensibilização ainda não está bem esclarecido. São
conhecidas somente as mudanças imunológicas ocorridas durante o tratamento:
Aumento de IgG
Diminuição de IgE específica
Diminuição da atividade dos mastócitos e basófilos
Aumento de linfócitos T supressores.
Métodos de dessensibilização:
Técnicas de dessensibilização
Duração da dessensibilização.
Bibliografia
Alergia Clínica; Lain Pontes de Carvalho e João Bosco Magalhães Rios; Editora
Guanabara Koogan, 1982.
Aler