Pré
Modernismo
no Brasil
Pré Modernismo
no Brasil
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Indice
Introdução 5
Pré-Modernismo 6
Momento Historico 7
Caracteristicas 8
Vanguardas Européias 17
A Arte acadêmica colocada em xeque
18
Os primeiros sinais de contestaçâo 18
Muito além do Impressionismo 18
A Europa na vanguarda 19
Movimentos “rebeldes” se multiplicam 19
A filosofia é o principio de tudo 19
Conclusao 32
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introduçao
A realização deste trabalho tem como objetivo mostrar os
fatos, ocorrências, conseqüências de um dos períodos da nossa
Literatura, o Pré-Modernismo.
Tentaremos mostrar claramente, os fatos e características no
que se diz sobre o assunto, e também através da realização
deste trabalho, procuraremos tirar o maior proveito para o nosso
aprendizado, buscando reunir mais informações úteis que sejam
utilizadas para que nós possamos aumentar o nosso
conhecimento.
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Pré-Modernismo
O pré-modernismo deve ser situado nas duas décadas iniciais deste século, até
1922, quando foi realizada a Semana da Arte Moderna. Serviu de ponte para unir os
conceitos prevalecentes do Realismo, Naturalismo, Parnasianismo e Simbolismo.
O pré-modernismo não foi uma ação organizada nem um movimento e por isso deve
ser encarado como fase.
Não possui um grande número de representantes, mas conta com nomes de imenso
valor para a literatura brasileira que formaram a base dessa fase.
O pré-modernismo, também conhecido como período sincrético. Os autores embora
tivessem cultivado formalismos e estilismos, não deixaram de mostrar inconformismo
perante suas próprias consciências dos aspectos políticos e sociais, incorporando seus
próprios conceitos que abriram o caminho para o Modernismo.
Essa foi uma fase de uma grande transição que nos deixou grandes jóias como
Canaã de Graça Aranha; Os Sertões de Euclides da Cunha; e Urupês de Monteiro
Lobato.
Por apresentarem uma obra significativa para uma nova interpretação de realidade
brasileira, bem como pelo valor estilístico, limitaremos o Pré-Modernismo ao estudo
de Euclides da Cunha, Lima Barreto, Graça Aranha, Monteiro Lobato e Augusto dos
Anjos. Assim, abordaremos o período que se inicia em 1902 com a publicação de dois
importantes livros - Os sertões, de Euclides da Cunha e Canaã, de Graça Aranha - e se
estende até o ano de 1922, com a realização da Semana da Arte Moderna.
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Momento Historico
Mas toda esta prosperidade vem deixar cada vez mais claros os fortes contrastes da
realidade brasileira. É, também, o tempo de agitações sociais. Do abandono do
Nordeste partem os primeiros gritos da revolta. Em fins do século XIX, na Bahia,
ocorre a Revolta de Canudos, tema de Os sertões, de Euclides da Cunha; nos
primeiros anos do século XX, o Ceará é o palco de conflitos, tendo como figura central
o padre Cícero, o famoso "Padim Ciço"; em todo o sertão vive-se o tempo do cangaço,
com a figura lendária de Lampião.
O Rio de Janeiro assiste, em 1904, a uma rápida mais intensa revolta popular, sob o
pretexto aparente de lutar contra a vacinação obrigatória idealizada por Oswaldo
Cruz; na realidade, tratava-se de uma revolta contra o alto custo de vida, o
desemprego e os rumos da República. Em 1910, há outra importante rebelião, desta
vez dos marinheiros liderados por João Cândido, o "almirante negro", contra o castigo
corporal, conhecida como a "Revolta de Chibata". Ao mesmo tempo, em São Paulo, as
classes trabalhadoras sob a orientação anarquista, iniciam os movimentos grevistas
por melhores condições de trabalho.
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Caracteristicas
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Autores
Pré
Modernistas
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Euclides da Cunha (1866/1909)
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Graça Aranha (1866/1931)
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Obras principais:
• Canaã (1902/romance)
• Estética da Vida (1921/ensaio)
• Espírito Moderno (1925/ensaio)
• A Viagem Maravilhosa
(1927/romance)
Nascido de pai
português e mãe escrava era mulato e pobre. Afilhado
do Visconde do Ouro Preto, conseguiu estudar e
ingressar aos 15 anos na Escola Politécnica. Lá sofreu
toda sorte de humilhações e preconceitos e, quando
estava no 3º ano, teve de trabalhar e sustentar a
família, pois o pai enlouquecera. Presta concurso para
escriturário no Ministério da Guerra, permanecendo
nessa modesta função até aposentar-se.
Socialista influenciado por autores russos, Lima Barreto
vive intensamente as contradições do início do século,
torna-se alcoólatra e passa por profundas crises
depressivas, sendo internado por duas vezes. Em todos
os seus romances, percebe-se traço autobiográfico,
principalmente através de personagens negros ou
mestiços que sofrem preconceitos.
Mostra um perfeito retrato do subúrbio carioca,
criticando a miséria das favelas e dos cortiços.
Posiciona-se contra o nacionalismo ufanista, a
educação recebida pelas mulheres, voltada para o casamento, e a República com seu
exagerado militarismo. Utiliza-se da alta sociedade para desmascará-la, desmitificá-la
em sua banalidade.
Seus personagens são humildes funcionários públicos, alcoólatras e miseráveis. Sua
linguagem é jornalística e até panfletária.
Triste Fim de Policarpo Quaresma é a obra que lhe garante notoriedade. Antes de falir,
o editor Monteiro Lobato publica Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá e, pela primeira
vez, Barreto é bem pago por algum original.
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Simo es
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Vanguardas
Européias
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Entretanto, resta a dúvida: todas as mudanças na arte foram realmente típicas desse
conturbado período da História ou apenas tivemos mais acesso a cada mínima
manifestação artística devido ao desenvolvimento dos meios de comunicação?
A Europa na vanguarda
Um dado curioso exemplificando essas tendências maiores que movem uma geração,
pode ser o encontro em Paris de praticamente todas as importantes figuras que
marcariam as vanguardas, vindos de todas as partes do mundo.
Os Fauves (as Feras), liderados pela figura de Henri Matisse (1869-1954) começaram
com uma reação ao divisionismo metódico (ver Neo-Impressionismo) e assumiram
características expressionistas.
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Estas idéias podem receber, a princípio, expressão na literatura e poesia, para
posteriormente passar às artes plásticas, como é o caso mais específico do
Surrealismo e do Futurismo.
Além disso, a popularidade entre os artistas das teorias, que justificavam a arte,
também foi grande, como as obras extremamente lidas e comentadas entre os
círculos vanguardistas da época: "Do espiritual na Arte", de Kandinsky (1912) e
"Abstração e Sentimento" (1908) de Wilhelm Worringer.
Movimentos da
Vanguarda Européia
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Cubismo
Como movimento, teve vida curta
O movimento cubista começou em 1907 e terminou
em 1914, apesar de ter persistido ainda quando os
artistas envolvidos abandonaram-no.
Seus principais focos de resistência foram as artes
decorativas e arquitetura do Século 20.
Apesar de ser considerado um ato de percepção
individual, o movimento possuía coerência. Era
inspirado na arte africana (sua "racionalidade") e no
princípio de "realização do motivo" de Cézanne.
Geometrização das figuras
A geometrização das figuras resulta numa arte
intuitiva e abstrata, derivada da "experiência visual ".
Baseia-se essencialmente na luz e na sombra.
Rompe com o conceito de arte como imitação da
natureza (que vinha desde a Renascença), bem como com as noções da pintura
tradicional, como a perspectiva.
Pablo Picasso definiu-a como "uma arte que trata primordialmente de formas, e
quando uma forma é realizada, ela aí está para viver sua própria vida".
Apesar da identificação imediata do cubismo às figuras de Pablo Picasso e Georges
Braque, vários outros artistas deram grandes contribuições individuais ao movimento.
Entretanto, devido ao enorme número de artistas que aderiram ao estilo, havia
grandes diferenças pessoais estilísticas.
"Casas e Árvores", de Georges Braque, com suas formas geométricas e perspectiva
própria, pode ser considerada a obra de origem do movimento.
O cubismo costuma ser dividido em fase analítica - desenvolvida por Picasso e Braque
entre 1909 e 1912 - e fase sintética (a partir de 1912).
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Entretanto, esses termos não são
considerados adequados, uma vez que
tentam, baseados em conceitos falhos,
estabelecer grandes diferenças estéticas
dentro de um estilo em processo de
definição e evolução.
"O Jogador de Cartas" e "Retrato de
Ambroise Vollard" de Pablo Picasso; "Moça
com Guitarra" e "Cabeça de Moça", de
Georges Braque; "Paisagem", de Jean
Metzinger; "Garrafa e Copo", de Juan Gris;
"Cidade" e "Soldado com Cachimbo", de
Fernand Léger e "Janela", de Robert
Delaunay, podem ser considerados bom exemplos dos diferentes estilos presentes no
movimento.
Cubismo na Escultura
A escultura cubista, cujos principais nomes formam Brancusi, Gonzalez, Archipenko,
Lipchitz, Duchamp-Villon e Henri Laurens, desenvolveu-se separadamente da pintura,
apesar do intercâmbio inicial de idéias-chave.
Entre os escultores, Duchamp-Villon, merece ser citado. É considerado um dos
primeiros escultores cubistas e realizou uma tentativa de conceituação da escultura
cubista, relacionando-a à arquitetura.
A peça em bronze "O Cavalo", com seu efeito dinâmico, é um bom exemplo de sua
obra.
Primeira Guerra Mundial dispersou idealizadores
O fim do movimento cubista deve-se à eclosão
da Primeira Guerra Mundial, em agosto de
1914.
Com efeito, uma boa parte dos artistas desse
movimento foi recrutada e partiu para o campo
de batalha, extinguindo o Cubismo, enquanto
movimento.
Todavia, o estilo permaneceu vivo nas mãos de
outros pintores, exercendo forte influência sobre
a arte moderna como um todo.
Por suas características abstratas, foi bastante
adaptável, inspirando movimentos como
o futurismo, o orfismo, o purismo e o vorticismo.
Futurismo
Um envolvimento na política da Itália
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O futurismo foi um movimento fundado pelo
poeta italiano Fillippo Tomasso Marinetti, que
redigiu um manifesto e tentou espalhá-lo em
1909.
MARINETTI (Filippo Tommaso), escritor
italiano (Alexandria, 1876 - Bellagio, 1944),
iniciador do movimento futurista, cujo
manifesto publicou no jornal parisiense Le
Figaro (20 de fevereiro de 1909).
Nesse manifesto, já proclamava o fim
da arte passada e a ode à arte do futuro
(futurismo, daí o nome do movimento).
Com implicações políticas, buscava tornar a Itália livre do peso de sua história e
inserí-la no mundo moderno.
A dinâmica é o centro da arte
Ao poeta juntaram-se outros artistas - principalmente poetas e pintores -
como Umberto Boccioni (1882 - 1916), Carlo Carrá (1881 - 1966), Giacomo Balla
(1871 - 1958), Luigi Russolo (1885- 1947) e Gino Severeni (1883 - 1950).
Em abril de 1910 era lançado um manifesto da pintura futurista, seguido por um
manifesto da escultura futurista em 1912 e um livro sobre seus objetivos em 1914
(Pinttura,Scultura Futurista, Milão) os dois últimos escritos por Boccione.
O movimento, a velocidade, a vida moderna, a violência, as máquinas e a quebra com
a arte do passado eram as principais metas do futurismo.
Somente a forma e a cor não mais bastavam para representar o dinamismo moderno,
como se lê no manifesto de 1910:
«Deve ser feita uma limpeza radical em todos os temas gastos e mofados a fim de se
expressar o vórtice da vida moderna - uma vida de aço, febre, orgulho e velocidade
vertiginosa.»
Até 1912, as influências maiores na maneira como davam formas artísticas às suas
idéias era a dos impressionistas e pós-impressionistas, artistas que já apresentavam
certa preocupação em representar o dinamismo.
O mundo moderno e a velocidade
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Após 1912, uma exposição em Paris marca a
hegemonia da influência cubista sobre a arte do
grupo.
Os artistas futuristas deparavam-se com o sério
problema de representar a velocidade em objetos
parados.
As soluções normalmente foram a representação
de seres humanos ou animais com múltiplos
membros dispostos radialmente e em movimento
triangular.
Forças mecânicas ou físicas eram fontes
temáticas bastante freqüentes, em especial nos
primeiros trabalhos futuristas.
«Automóvel e Ruído», de Balla ou «O que o
Bonde me contou», de Carrá, são bons exemplos
desses quadros.
Talvez Boccioni, uma das principais forças do
futurismo, tenha sido o artista mais bem-
sucedido na representação da velocidade.
«Formas Únicas de Continuidade no Espaço»
transmite o efeito de projeção no espaço, diferenciando-se, de acordo com Herbert
Read, em História da Pintura Moderna, do vigor dinâmico barroco, por não mais
gravitar em torno de si).
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Dadaismo
O vácuo criado pela guerra
O Dadaísmo foi um movimento originado em
1915, em plena 1ª Guerra Mundial, em
Zurique (cidade que conservou-se neutra
com relação à guerra).
O movimento, que negava todas as tradições
sociais e artísticas, tinha como base um
anarquismo niilista e o slogan de Bakunin: "a
destruição também é criação".
Contrários à burguesia e ao naturalismo,
identificado como "a penetração psicológica
dos motivos do burguês", buscavam a
destruição da arte acadêmica e tinham
grande admiração pela arte abstrata.
O acaso era extremamente valorizado pelos
dadaístas, bem como o absurdo. Tinham
tendências claramente anti-racionais e irônicas.
O objetivo máximo era o escândalo
O Dadaismo procurava chocar um público mais ligado a valores tradicionais e libertar
a imaginação via destruição das noções artísticas convencionais.
Acredita-se, ainda, que seu pessimismo venha de
uma reação de desilusão causada pela Primeira
Guerra Mundial.
Apesar de sua curta durabilidade - no período
entre guerras, praticamente havia sido esquecido
- e das críticas realizadas ao movimento,
fundamentalmente baseadas em sua ausência de
vocação construtiva, teve grande importância
para a arte do Século 20.
Fez parte de um processo, observado nesse
século, de libertação da arte de valores
preestabelecidos e busca de experiências e
formas expressivas mais apropriadas à expressão
do homem moderno e de sua vida.
O Cabaré
Originou-se de um grupo composto por artistas
como Tristan Tzara, Hans Harp, Richard
Hülsenbeck, Marcel Janko, Hugo Ball e Hans
Richter que se encontrava em cafés de Zurique.
A idéia inicial era a realização de um espetáculo internacional de Cabaré que contava
com músicas diversas, recitais de poesia e exposição de obras.
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A maneira como surgiu o nome do evento é sugestiva: por acaso Ball e Hülsenbeck
abriram um dicionário de alemão-francês e acabaram se deparando com a palavra
dada, que foi posteriormente adotada pelo
grupo e pelo movimento que daí surgiria.
A brochura "Cabaret Voltaire", a
inauguração da "Galeria Dada" em 1917 e
as revistas "Dada", seguidas de livros sobre
o movimento, ajudaram a popularizá-lo.
A arte escrachada dos dadaistas
Sua provocação, ativismo e conceito de
simultaneidade (realizar ao mesmo tempo
diversas apresentações, como a leitura de
poemas distintos) muito deve aos
futuristas, entretanto, não possuía o
otimismo e a valorização da tecnologia que
esse último movimento tinha.
O dadaísmo costuma ser bastante
identificado aos ready-mades de Duchamp,
como os urinóis elevados à categoria de
obras de arte ou outras proezas do artista,
como o acréscimo de bigodes à Mona Lisa.
Os poemas non-sense, as máquinas sem função de Picabia, que zombavam da
ciência, ou a produção de quadros com detritos, como Merzbilder, de Schwitters, são
outras obras características do dadaísmo.
Além disso, o dadaísmo, desde o começo, pretendia ser um movimento internacional
nas artes. Picabia era o artista que acabou por fazer a ponte entre o dadaísmo
europeu e o americano, tornando-se, juntamente com Duchamp e Man Ray, uma das
principais figuras do dadaísmo forte em Nova York.
A revista "Dada 291" era publicada nessa cidade americana, além de Barcelona e
Paris, outras cidades por onde o movimento espalhara-se. Berlim, Colônia e Hanover
eram outros importantes focos Dada.
Na Alemanha, o movimento ganhou características mais próximas de protesto social
que de movimento artístico.
O dadaísmo forneceu grande inspiração para movimentos posteriores, como
o Surrealismo, derivado dele, a Arte Conceitual, oExpressionismo Abstrato e a Pop
Art americana.
Surrealismo
O Surrealismo foi um Movimento fundado pelo poeta André Breton que a princípio
tinha apenas expressão literária e caminhava ao lado do Dadaismo.
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Posteriormente, Breton foi reunindo, em torno de
si, artistas plásticos, muitos saídos do
movimento Dadá, que já anunciava sua morte
nos anos 20.
A ênfase no caráter poético, mesmo quando
passou para a pintura e a escultura sempre foi
uma de suas principais características. Aliás,
segundo alguns críticos, os pontos mais fortes
do Surrealismo é mesmo a poesia devido ao
forte apelo das imagens na descrição de
aspectos subconscientes.
O Surrealismo foi profundamente ligado a uma
filosofia de pensamento e ação, em que a
liberdade era extremamente valorizada. Apesar
de seu ativismo e até incongruência serem bem
próximos ao dadaísmo, difere-se deste
principalmente por ter uma vocação construtiva
que faltava ao seu antecessor.
Mesmo após ter sido extinto enquanto
movimento, muitos artistas prosseguiram
realizando suas obras a partir de suas premissas, como Miró, Dali e Hans Arp.
É considerado o movimento mais forte e controverso do período entre guerras, tendo
se espalhado pelo mundo inteiro e influenciado várias gerações.
Além da França, foi especialmente forte nos EUA, inspirando, por exemplo,
o Expressionismo Abstrato, principalmente pelo fato de que muitos artistas europeus
acabaram se refugiar no país durante a Segunda Guerra.
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O Surrealismo pretendia explorar a força criativa do subconsciente, valorizando um
anti-racionalismo, a livre associação de pensamentos e os sonhos, norteado pelas
teorias psicanalíticas de Freud.
O automatismo, que buscava lograr o controle da mente racional através da
expressão de um pensamento que não passasse por censuras, era uma das técnicas
utilizadas pelos surrealistas.
Seguindo a tradição dos demais movimentos do Século 20, o Surrealismo era
composto por grandes individualidades, que lhe deram importantes e diferenciadas
contribuições.
Seus principais expoentes foram: Hans Arp, Joan Miró, Kurt Schwitters, Marcel
Duchamp, Max Ernst, Salvador Dali, André Masson, René Magritte, entre outros.
Além disso, parte da incongruência associada ao movimento, além das diferenças
pessoais entre seus vários membros, devia-se a pelo menos duas fortes e
contraditórias tendências do Surrealismo.
Uma delas se achava mais próxima ao dadaísmo e era mais niilista, contrária a todos
os conceitos de arte tradicional (exemplificada por Marcel Duchamp). Quanto à outra,
estava ainda sendo guiada por valores estéticos (que pode ser representada, por
exemplo, por Salvador Dali e Magritte).
O alto grau de beleza estética que os trabalhos possuíam também eram considerados,
de certa forma, contraditórios ao princípio do acaso e do automatismo como métodos
de produção.
O frottage, desenhos a partir de
"decalques" sobre superfícies
irregulares e a colagem, montagens
predominantemente incongruentes,
eram alguns métodos utilizados
pelos surrealistas para explorar
suas potencialidades inconscientes.
Os principais adeptos do primeiro
método eram Max Ernst (inventor
do método, entre suas obras,
"Histoire naturelle", de 1929), Miró
e Masson, enquanto expressivos
trabalhos de collage foram
realizados por Kurt Schwitters e até
pelo poeta André Breton.
Uma das muitas provas de que as influências do Surrealismo extrapolaram as
fronteiras de um movimento (além da inspiração que forneceu a vários artistas e
gerações) pode ser exemplificada por obras de Picasso, como Guernica, bastante
próximas das premissas artísticas propostas pelos surrealistas, apesar de ele mesmo
nunca ter pertencido ao grupo.
Construtivismo
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O "Manifesto Realista"
O construtivismo foi um movimento artístico
que nasceu na Rússia em 1913.
De um movimento inicialmente ligado à
escultura e à colagem, passou a envolver
outras manifestações artísticas.
Seu nome vem do "Manifesto Realista",
publicação de 1920 que prega o ideal de se
"construir” a arte. A arte deveria refletir o
mundo moderno e sua tecnologia, utilizando-
se para isso de materiais da indústria, como
por exemplo, o plástico.
A utilidade social da arte
O movimento foi fundado por Vladimir Tatlin.
Trabalhando ao lado de Alexander Rodchenko,
aplicou também os princípios construtivistas à
arquitetura.
Relacionava a arte à sua utilidade social.
"Monumento para a Terceira Internacional" é
uma de suas obras mais conhecidas.
Os irmãos Antoine Pevsner e
Naum Gabo (que publicaram o
manifesto acima citado), apesar
das divergências com o grupo de
Tatlin, formavam outro importante
foco do movimento.
Esses últimos acreditavam na arte
como um valor absoluto e
independente. Espaço e tempo
deveriam ser as base das artes
construtivas.
Inspirado no Cubismo
Com forte inspiração cubista e na
pintura de Kandisky (assimilados
principalmente através dos irmãos
Naum e Antoine), o construtivismo
fundia percepção artística a
conhecimentos científicos, como
potencialidade dos materiais e
possibilidades formais.
Esteve intimamente ligado a outro
movimento artístico,
o suprematismo, fundado pelo
pintor Kasimir Malevich (1878 -
1935).
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Este, também inspirado no cubismo, era baseado na
arte geométrica abstrata. Enfatizava a cor como
instrumento de criação de realidade na arte. Dá um
extremo valor à emoção, desprezando as idéias da
"mente consciente".
Perseguição na Rússia ajuda a disseminação de
idéias
As pinturas eram realizadas normalmente em cima
de superfícies preparadas. "Branco no Branco", de
Malevich é considerado o melhor exemplo de
realização do que se propõe o suprematismo.
Chocando-se com o regime socialista soviético, o
construtivismo foi condenado e Naum e Antoine
deixaram o país.
Esse exílio facilitou a disseminação de suas idéias
pela Europa, exercendo bastante influência sobre
artistas e movimentos importantes do período, como
o Bauhaus e o grupo Stijl.
Tatlin permaneceu na Rússia, associando-se ao
teatro, realizando especialmente cenários.
Suprematismo
Movimento que aconteceu na Rússia, entre os anos de 1915 e 1923, e teve como
alguns artistas: El Lissitzky, Kazimir Malevich, Lyubov Popova, Ivan Puni, Aleksandr
Rodchenko
Na Última Exposição Futurística de Pinturas: 0-10, organizada por Ivan Puni em
Petrogrado em dezembro de 1915, Kazimir Malevich, um artista russo, escolheu esse
têrmo para descrever suas próprias pinturas, porque era o primeiro movimento em
artes a reduzir a pintura à pura abstração geométrica. Foi também o movimento que
mais influenciou o Construtivismo.
Malevich, no seu manifesto "Do Cubismo ao Suprematismo", define o Suprematismo
como "a supremacia do puro sentimento", o essencial era a sensibilidade em si
mesma, independentemente do meio onde teve origem.
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Neoplasticismo
Neoplasticismo foi a denominação dada pelo artista Piet Mondrian (1872-1944), para
um estilo de arte baseado na abstração geométrica, que acabou se tornando uma de
suas principais características.
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Nascido do cubismo, defendia uma arte construída
somente a partir de elementos abstratos, não
naturalista e sem pretensões de representar detalhes
de objetos naturais.
No Neoplasticismo, pois, de acordo com Mondrian, a
arte reduziria a versatilidade da natureza à
expressão plástica com relações claras.
A pintura deveria ser realizada a partir de linhas
verticais e horizontais e formas retangulares. As
cores utilizadas seriam as primárias - o vermelho, o
azul e o amarelo - juntas com o branco, o preto e o
cinza.
Com sua teoria artística
Mondrian pretendia instaurar
uma arte anti-individulista,
intuitiva, que representasse
as características do cosmos
ou da harmonia universal.
Mondrian foi bastante influenciado pela filosofia do
holandês M. H. J. Schoenmaekers e pela
teosofia, elementos que podem ter inspirado
suas elaborações neoplásticas.
O livro Do espiritual em arte, em especial popular
entre alguns artistas vanguardistas do período,
parece ter sido lido por Mondrian na elaboração de
suas idéias.
"Composição em Vermelho, Amarelo e Azul",
com seus retângulos formados por linhas
horizontais e verticais é um bom exemplo da
aplicação de sua teoria.
Mondrian e Theo van
Doesburg eram ainda os
principais líderes do
movimento modernista
holandês De Stijl, uma das
futuras influências do
Bauhaus.
Entre os membros do De Stijl,
destacam-se os arquitetos
Oud, responsável pelo
planejamento urbano de
Roterdã (1918), Robert Van’t Hoff e Gerrit Thomas.
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Conclusao
Ao realizarmos este trabalho tivemos toda a
preocupação de passar a você leitor, as melhores
informações que conseguimos adquirir.
Passamos também a ter conhecimento de como a
“Arte” é importante em nosso conhecimento, seja
literária ou não. Tivemos a chance de aprofundar
nossos estudos em literatura e assim estarmos nos
preparando para futuros vestibulares em nossa
vida.
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